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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
05/09/2017
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Príncipe sensibilizado com homenagem,
.não esquece vítimas do Monte
.não esquece vítimas do Monte
Foi
com boa tarde e obrigado ditos em português que Alberto II do Mónaco
começou e terminou o discurso no Funchal, palavras proferidas em francês
e traduzidas para os presentes, durante a cerimónia de atribuição do
nome Largo Príncipe Alberto I do Mónaco ao largo junto aos jardins do
Lido. A homenagem ao trisavô do actual monarca, navegador oceanográfico e
ilustre visitante do Funchal, diz a placa descerrada esta terça-feira
na presença de Alberto II e da comitiva, foi assinalada com uma peça em
baixo relevo da autoria da escultora Manuela Aranha. Na ocasião, o
trineto disse-se sensibilizado e não esqueceu de endereçar umas palavras
de pesar para as vítimas da queda da árvore no passado dia 15 de Agosto
no Largo da Fonte.
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Remonta a 1879 a ligação do trisavô à
Madeira, Alberto II recordou-a e destacou a “influência decisiva” que a
ilha teve sobre o decurso da sua vida e recomendou um desenvolvimento
equilibrado entre o turismo e a natureza.
Depois de falar sobre
os grandes desafios que são a protecção do planeta através da luta
contra as alterações climáticas, preservação da biodiversidade e da
água, disse: “A preservação do vosso meio ambiente, que é um laboratório
para estes três desafios do nosso tempo, deve, evidentemente,
conjugar-se com um desenvolvimento turístico razoável, imprescindível
para o desenvolvimento económico”.
Foi na ilha que Alberto I
conheceu a sua mulher e foi também cá que desenvolveu parte do seu
trabalho ligado ao conhecimento do mar. Durante a sua vida, seis das
suas explorações científicas incluíram a Região e foi durante estas
viagens e outras que desenvolveu uma relação com o território e com a
população, “hoje decerto remota, mas profunda e genuína”, afirmou
Alberto II.
Programa cheio
O príncipe
chegou por volta das 14 horas à Madeira para uma visita de três dias,
que inclui ainda hoje um jantar e amanhã uma visita ao Monte. “Não
gostaria de concluir estas palavras de agradecimento sem endereçar um
pensamento comovido às vítimas do acidente do passado dia 15 de Agosto”.
No
roteiro está ainda uma deslocação às ilhas Desertas. O Funchal é o
ponto de partida para uma expedição oceanográfica de três anos à volta
do Mundo lançada pelo príncipe em parceria com o governo do seu país e
com fundações, recuperando assim uma herança deixada pelo trisavô.
Com o
lançamento desta expedição do navio dá continuidade à tradição das
expedições científicas do Mónaco contribuindo para a pesquisa e para o
esclarecimento do público no sentido de um desenvolvimento sustentável.
* Os príncipes do Mónaco estiveram sempre muito focados na preservação e pesquisa dos mares. O museu oceanográfico do Principado merece mais do que uma visita.
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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Empresas não podem ler emails
dos trabalhadores sem avisar,
diz Tribunal Europeu
Os empregadores que queiram controlar as
contas de email dos trabalhadores terão de ter vários cuidados e de
avisá-los com antecedência. A decisão é do Tribunal Europeu dos Direitos
do Homem, que inverteu a decisão tomada em Janeiro de 2016 sobre o caso
de um trabalhador romeno que foi despedido depois de trocar mensagens
com a família.
Os empregadores que queiram controlar as contas de email ou as
mensagens dos trabalhadores terão de seguir uma série de procedimentos e
deverão avisá-los com antecedência. É o que conclui o Tribunal Europeu
do Direitos do Homem, que inverteu a decisão tomada no início do ano passado por sete dos seus juízes, de acordo com um comunicado divulgado esta terça-feira, 5 de Setembro.
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O
Tribunal analisou o caso de um trabalhador romeno que foi despedido em
2007 depois de ter trocado mensagens privadas com a família através de
uma plataforma criada para fins profissionais. O Tribunal Europeu dos
Direitos do Homem (TEDH) concluiu que, ao deixarem passar este caso, os
tribunais romenos não protegeram o direito à vida privada.
O trabalhador em causa, Bogdan Barbulescu,
foi responsável de vendas entre 2004 e 2007. A pedido do empregador,
criou uma conta de Yahoo Messenger para responder às questões dos
clientes.
Em Julho de 2007, a empresa avisou os trabalhadores
que despediu uma pessoa por ter usado a internet, o telefone e a
fotocopiadora para assuntos privados.
Dez dias depois, chamou Barbulescu e
mostrou-lhe uma transcrição de 45 páginas com mensagens que tinha
trocado com o seu irmão e a sua noiva, já que as comunicações tinham
sido gravadas. Foi despedido e nenhum dos tribunais nacionais lhe deu
razão.
Invertendo uma decisão contrária tomada por sete juízes da instituição em Janeiro de 2016, a grande câmara do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem vem agora dar-lhe razão, considerando que foi violado o direito ao respeito pela vida privada e familiar, do domicilio e da correspondência."Os tribunais nacionais [da Roménia] falharam por não terem percebido se Barbulescu foi
avisado da possibilidade de as suas comunicações estarem a ser
monitorizadas; nem tiveram em conta o facto de não ter sido avisado
sobre a natureza e extensão dessa monitorização, ou o grau de intrusão
na sua vida privada e correspondência", lê-se no comunicado de imprensa.
Além disso, os tribunais não avaliaram as razões que justificaram a introdução de medidas de monitorização; não avaliaram se haveria alternativas menos intrusivas da sua privacidade; nem se as comunicações podiam ter sido consultadas sem que ele soubesse, acrescenta o TEDH.
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Empresas podem ler as mensagens?
Além disso, os tribunais não avaliaram as razões que justificaram a introdução de medidas de monitorização; não avaliaram se haveria alternativas menos intrusivas da sua privacidade; nem se as comunicações podiam ter sido consultadas sem que ele soubesse, acrescenta o TEDH.
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Empresas podem ler as mensagens?
Num
esclarecimento preparado para a imprensa, o Tribunal explica que isto
não significa que os empregadores não possam, em qualquer circunstância,
monitorizar as comunicações dos trabalhadores ou despedi-los por usarem
a internet para fins privados. Não foi essa a questão analisada.
O
que o Tribunal vem dizer é que os Estados devem assegurar que, quando
um empregador toma medidas para monitorizar as comunicações do
empregador, estas são acompanhadas de salvaguardas suficientes que
previnam o abuso.
Em particular, as autoridades devem avaliar:
*
Se o trabalhador foi avisado ou notificado da possibilidade de o
empregador poder monitorizar a correspondência ou outras comunicações,
de forma clara e com antecedência;
* O grau de extensão da
monitorização e de intrusão na privacidade do empregado, explicando se
em causa está o controlo dos envios ou o conteúdo, ou quantas pessoas a
este têm acesso;
* Avaliar se seria possível estabelecer um mecanismo de controlo menos intrusivo e menos directo;
*As consequências deste controlo para o trabalhador em causa e uso dele feito pelo empregador.
As
decisões do TEDH, vinculativas, são avaliadas caso a caso, mas os
Estados-membros devem avaliar se a legislação se adequa, sob pena de
enfrentarem decisões sobre violações semelhantes.
* A privacidade individual não pode ser "assaltada" do mesmo modo que o trabalhador deve desempenhar as suas funções sem recorrer a envio de correio electrónico ou navegar na net a título particular.
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Prisão preventiva para sapador detido
por suspeita de fogo posto na Covilhã
Homem foi esta terça-feira presente a um juiz.
Ficou em prisão preventiva o sapador florestal que é o principal suspeito de ter ateado um incêndio na Covilhã que consumiu centenas de hectares de mato e floresta e ameaçou habitações.
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O homem de 34 anos chegou na manhã desta terça-feira ao tribunal da Covilhã acompanhado por inspectores da polícia judiciária da guarda. O antigo pastor foi ouvido por um juiz que não teve dúvidas em aplicar-lhe a medida de coacção mais gravosa. Vai ficar em prisão preventiva a aguardar julgamento. O sapador florestal da freguesia de Erada na Covilhã é o principal suspeito de ter ateado um incêndio na tarde de domingo. O homem estava num posto de vigia acompanhado por outros dois sapadores com a missão de prevenir ignições naquela zona. Por breves momentos ausentou-se para, segundo ele, ir à casa de banho mas na verdade foi atear o fogo com recurso a um isqueiro.
As chamas andaram perto das aldeias e colocaram populações em risco. Os mais de 300 bombeiros no terreno não conseguiram evitar que fossem consumidos centenas de hectares de mato e floresta. Ainda durante a madrugada de domingo a polícia judiciária da Guarda deteve o incendiário que começou por negar o crime. Mais tarde acabou por confessar sem conseguir explicar o porquê de o ter feito. Desde o início do ano a PJ deteve em todo o País 85 pessoas plo crime de incêndio florestal.
* Se não houver fogos não há salário.
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CARLA ISIDORO
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IN "VISÃO"
03/09/17
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É um robô chamado Beta
e tem perfil no Facebook
Na minha opinião, o Brasil
está na crista da onda do desenvolvimento, engagement e uso pessoal das
ferramentas digitais. Há dias conheci a Beta no Facebook, uma robô
ativista que quer mudar o mundo pela monitorização digital da política
A
ideia e a sua concretização parecem-me brilhantes. Acabo de conhecer a
Beta através do seu perfil no Facebook, criado há poucos dias, e troco
dois dedos de interação com ela via chatbox. Às tantas não
consigo conter o riso porque o projeto tem tanto de surpreendente quanto
de divertido, atual e sério. Beta é uma ferramenta de mobilização
online desenvolvida por um laboratório de ativismo social chamado Nossas
que tem como premissa trabalhar para um mundo mais justo e democrático.
O laboratório acredita que este mundo é possível se os poderes de uns
não oprimirem a potência de outros. Para alcançá-lo, desenvolve
tecnologias de ponta voltadas para o ativismo e arma os agentes da
mudança com estas tecnologias, sendo estes agentes o cidadão comum que
comunga dos mesmos ideais e quer envolver-se. Pratica estratégias às
quais chama oneline, que vêm da conjugação da mobilização do online com a
rua, com o offline, com foco no engagement dos indivíduos pela
aplicação adequada das ferramentas digitais. Uma das ferramentas é
Betânia, mais conhecida por Beta, uma robô feminista que tem um site e
um perfil no Facebook. Foi programada para monitorizar medidas
políticas, alertar e engajar a comunidade, e assim potenciar as lutas
necessárias para que o reboot social aconteça. É inteligente, sensível, e quer um mundo justo.
Fiquei
surpreendida com o vanguardismo da proposta, o humor e a seriedade
usados para concretizá-la, a articulação da realidade política e social
do Brasil com as ferramentas digitais colocadas ao dispor dos cidadãos.
Se alguém está a praticar a ideia de cidadania contemporânea da era
pós-digital, são estas pessoas. Irei acompanhar o desenvolvimento do
projeto e estou curiosa por perceber como a Beta irá monitorizar as
políticas que vão contra os direitos das mulheres e mobilizar a
população na via digital e nas ruas até que a transformação social
aconteça, já que é esta a sua proposta. Poderá ser um case-study
singular de ativismo e engajamento numa época de desfragmentação e
alienação das populações que o digital tanto ajuda a partir como,
concomitantemente, a unificar. Vivemos tempos de contradição e paradoxo,
próprios desta era, dos quais brotam projetos idealistas e holísticos
em forma de robô. Os androides não são mais do que a projeção e o
prolongamento da mente, anseios e ansiedades humanas num formato não
humano, embora alguns tenham pele e respirem como os humanos. No fundo,
somos nós em modo máquina. Divirtam-se (aqui) com ela no Facebook e leiam os seus propósitos. (Ainda) não é todos os dias que interagimos com um robô.
DIZ A AUTORA:
Comecei a trabalhar em 1995 na revista do jornal A Bola enquanto tirava a licenciatura. Tive um ótimo editor que me pôs a entrevistar figuras de destaque da cultura portuguesa e a escrever sobre assuntos diversos, e esta experiência foi de extrema importância porque me deu confiança para escrever sobre (quase) qualquer coisa. Colaborei para diferentes media sobre viagens, música, cultura contemporânea, culturas africanas, comportamento, tendências de consumo, etc. Hoje sou gestora de comunicação independente para negócios, marcas e projetos artísticos. Defendo a importância de uma boa história na comunicação de qualquer marca e de conteúdos alinhados com os valores da cultura onde ela se insere. O antropólogo Igor Kopytoff diz que os objetos têm histórias de vida apesar de serem coisas. E eu concordo com ele. Se as histórias alimentaram o nosso imaginário em criança, na vida adulta elas continuam a inspirar-nos, a tocar-nos e a dinamizar o mercado. Quem não gosta delas? Sou licenciada em Ciências da Comunicação e pós graduada em Antropologia na vertente Cultura Material e Consumo.
IN "VISÃO"
03/09/17
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1-O que querem os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica?
2-Que formação têm e que funções desempenham estes enfermeiros?
3-De que forma tem evoluído o protesto?
4-Enfermeiros estão a entregar títulos de especialista. Governo fala em ilegalidade
5-Governo diz que greve da próxima semana é ilegal
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HOJE NO
"OBSERVADOR"
Cinco respostas para entender
o conflito dos enfermeiros
Enfermeiros especialistas pedem aumentos há 8 anos e agora a
discussão subiu de tom. Governo aponta ilegalidades nas formas de luta,
mas enfermeiros não desistem de entregar títulos, nem da greve.
O protesto dos enfermeiros especialistas em saúde materna e
obstétrica tem vindo a subir de tom. Depois de uma greve de zelo e de
uma ameaça de greve que não chegou a materializar-se, está novamente
agendada uma greve de cinco dias para a próxima semana e os enfermeiros
estão a entregar títulos de especialista na Ordem em forma de
contestação e para não terem de desempenhar as funções para as quais
estão habilitados.
O Governo já veio dizer que a entrega de
títulos de especialista é ilegal e não está prevista nos regulamentos,
assim como ilegal diz ser, também, a greve da próxima semana, por
incumprimento dos prazos de entrega de pré-aviso.
Esta terça-feira, o ministro da Saúde avançou que um entendimento razoável parece estar a caminho — há reuniões marcadas para o dia 8 e 12 de setembro
— e acusou a Ordem dos Enfermeiros de estar a “promover o abandono de
serviços e de funções”, deixando claro que os hospitais não estão a
ameaçar enfermeiros.
O clima está de tal forma tenso que o Presidente da República defendeu,
esta terça-feira, o diálogo, anunciando que vai receber, na próxima
semana, as ordens profissionais ligadas à saúde, no Palácio de Belém, em
Lisboa.
Para perceber melhor o que está em causa, o Observador
reuniu e resumiu os principais pontos nas cinco perguntas e respostas
que se seguem.
1-O que querem os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica?
Os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica (bem como enfermeiros de outras especialidades) exigem há oito anos uma compensação financeira pelo desempenho de funções especializadas.
No fundo não é uma reivindicação nova. Foi em 2009 que a carreira de
enfermagem deixou de contemplar a categoria de enfermeiro especialista,
com correspondente salário.
Ao Observador, Guadalupe
Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, explicou que, na
altura, os quatro sindicatos de enfermagem estiveram de acordo em acabar
com a categoria de enfermeiro especialista da estrutura da carreira
“porque desde 2002 o número de lugares para especialistas diminuiu de
2.600 para 940 lugares” e “os hospitais não abriam concursos e quando
abriam eram poucas”.
Concordámos que a categoria desaparecesse e isso permitia que um
enfermeiro que fizesse especialidade não ficasse dependente de uma vaga a
concurso. A proposta do SEP é que todos e quaisquer enfermeiros que
fossem fazer especialidade automaticamente passariam a ganhar mais”, o
que acabou por não acontecer. De lá para cá, nunca outro governante
aceitou qualquer proposta relativa a esta matéria, garantiu.
A Ordem dos Enfermeiros continuou porém a atribuir esse título de especialista em
seis áreas distintas: comunitária; médico-cirúrgica; reabilitação;
saúde infantil e pediátrica; mental e psiquiátrica, além da materna e
obstétrica.
E, segundo a Ordem, existem em Portugal cerca de 6.000
enfermeiros especialistas, dos quais cerca de 2.000 são especialistas em
saúde materna e obstétrica, pouco mais de 1.500 nos hospitais do SNS,
excluindo parcerias público-privadas. Nas contas feitas pelo movimento
que lidera este protesto, 60% a 70% destes profissionais não estão a ser remunerados pelas funções executadas, como escreveu, este fim de semana, o jornal Expresso.
2-Que formação têm e que funções desempenham estes enfermeiros?
Para adquirir o título de especialista, os enfermeiros têm de fazer dois a dois anos e meio de formação (teórica e prática) extra-laboral, cujos custos rondam os 6.000 euros, sendo que só o podem fazer quando já tenham dois ou mais anos de experiência profissional.
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ANA RITA CAVACO |
Do leque de funções que desempenham, quando em causa estão partos normais, fazem parte a realização dos CTG (cardiotocografia), administração de medicação via vaginal, corte do cordão e reanimação de recém-nascidos.
Estes
enfermeiros integram sempre uma equipa mista, juntamente com
enfermeiros de cuidados gerais que apenas podem administrar medicação
via endovenosa à grávida e prestar cuidados aos recém-nascidos, bem como
apoiar em atividades cirúrgicas como realização de uma cesariana.
3-De que forma tem evoluído o protesto?
Embora a reivindicação tenha anos, foi a 3 de julho deste ano que os enfermeiros-parteiros endureceram a forma de luta, iniciando uma greve de zelo, deixando de exercer as funções especializadas para os quais estão treinados nos blocos de partos. O serviço de urgências da Maternidade Alfredo da Costa chegou mesmo a encerrar, como noticiou na altura o Expresso.
Tendo
logo considerado o protesto “desorganizado” e a atitude dos enfermeiros
obstetras “ética e deontologicamente condenável”, o ministro da Saúde,
Adalberto Campos Fernandes, acabaria por pedir um parecer à Procuradoria
Geral da República (PGR), cujo resultado foi conhecido a 20 de julho, e
dava razão ao Governo. Segundo o parecer do conselho consultivo, aquela
greve de zelo era ilegal e os profissionais que se recusassem a exercer
funções especializadas podiam ser “responsabilizados disciplinarmente”.
Acrescentava ainda a PGR que a diferença de habilitações, só por si, não “obriga a diferenciação remuneratória”.
Embora
discordando da conclusão do parecer, quatro dias depois os enfermeiros
viriam a suspender a greve de zelo e a greve marcada para o período de
31 de julho a 4 de agosto, contra o não pagamento do trabalho
especializado, devido ao compromisso do Governo de iniciar negociações.
Mas, no final de agosto, os enfermeiros-parteiros voltaram à greve de zelo
perante aquilo que fontes sindicais disseram ser a falta de resposta
política. E o Sindicato dos Enfermeiros e o Sindicato Independente dos
Profissionais de Enfermagem, afetos à UGT, convocaram uma greve nacional de cinco dias
(11 a 15 de setembro), em defesa da introdução da categoria de
especialista na carreira de enfermagem, com respetivo aumento salarial,
bem como da aplicação do regime das 35 horas de trabalho para todos os
enfermeiros.
4-Enfermeiros estão a entregar títulos de especialista. Governo fala em ilegalidade
As formas de protesto não se ficam por aqui. À Ordem dos Enfermeiros têm chegado, desde o início desta semana, títulos de especialista de vários enfermeiros.
À Lusa, a bastonária Ana Rita Cavaco comentou que vê tal decisão com
“muita preocupação”, mas que a Ordem não pode fazer outra coisa senão
“dar a suspensão do título”. “O título é deles, a vontade é deles.”
O
Ministério da Saúde considera a iniciativa “um conflito laboral
coletivo, que põe em causa os direitos dos cidadãos e pode ter
consequências graves do ponto de vista da prestação de cuidados de
saúde”. Além de que a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS),
em comunicado, informa, suportada em parecer jurídico, “que não é
legalmente possível a suspensão da inscrição como enfermeiro
especialista na Ordem dos Enfermeiros sem que haja suspensão da
inscrição como enfermeiro”.
Não é legalmente possível a suspensão da inscrição como enfermeiro
especialista na Ordem dos Enfermeiros sem que haja suspensão da
inscrição como enfermeiro”, lê-se no comunicado da ACSS.
Nesse mesmo comunicado, a ACSS informa que, da recusa da prestação de
serviço especializado por parte desses enfermeiros, pode resultar a
marcação de faltas injustificadas e processos disciplinares. Enfermeiros
acusam o Ministério de estar a ameaçar os profissionais, mas o ministro
explica que a circular serve para as instituições estarem informadas
sobre a lei.
Em reação aos pareceres, a bastonária Ana Rita Cavaco reforçou, citada pela TSF, que o problema é político.
Acaba por ser um bocadinho ridículo que o Governo onde os conselhos de
administração todos os dias cometem ilegalidades dentro dos hospitais,
relativamente ao número de enfermeiros que deveriam ter e que todos os
dias aplicam nos serviços horários ilegais, é o mesmo governo que está a
pedir pareceres jurídicos relativamente a uma questão que é um problema
político”, reagiu a bastonária dos enfermeiros.
Horas depois, também o vice-presidente da Ordem, Luís
Barreira, disse à Lusa que a Ordem vai continuar a tratar os pedidos de
suspensão que têm chegado à instituição, através dos conselhos diretivos das suas secções regionais, afirmando que isso está “instituído nos estatutos”.
Contrariando
o Ministério da Saúde, Luís Barreira afirma: “temos um departamento
jurídico e pareceres que dizem que é possível” suspender a atividade de
especialista pois a inscrição como enfermeiro especialista é diferente
da inscrição como enfermeiro generalista, cada um com o seu preço.
A verdade é que, lendo o regulamento
da atribuição de cédula profissional, em momento algum está referida a
suspensão ou cancelamento do título de especialista. Está apenas
previsto o pedido de suspensão do exercício da profissão, bem como o
cancelamento da inscrição para quem não quer mais ser enfermeiro.
5-Governo diz que greve da próxima semana é ilegal
E não é só a entrega de títulos que está a gerar polémica. A
Secretaria de Estado do Emprego considera igualmente ilegal a greve
agendada para a próxima semana, por incumprimento dos prazos de
pré-aviso de greve.
Ao Observador, o Ministério do
Trabalho explicou que a greve teria de ser convocada com 10 dias úteis
de antecedência em relação ao início da greve “sob pena de esta não ser
considerada regularmente convocada”. “Ora, o pré-aviso para uma greve a
iniciar-se às 00h00 de dia 11 e fim às 24h00 de 15 de setembro, foi
remetido pelos sindicatos no dia 28 de agosto [na contagem do prazo não
conta o dia de receção do pré-aviso]. Assim, o e-mail com o pré aviso
foi remetido com 9 dias úteis” de antecedência.
Os dois
sindicatos afirmam que mantém a paralisação e adiantam que vão fazer
queixa por má-fé do secretário de Estado do Emprego ao Departamento de
Investigação e Ação Penal. “A greve é para se fazer, tal como
está programada, a não ser que venham garantias escritas dos ministros
implicados: Saúde e Finanças. Diz o povo: ‘Na 1ª quem quer cai; na 2ª só
cai quem quer'”, lê-se no site do Sindicato dos Enfermeiros.
Para juntar à confusão, o Expresso noticia esta terça-feira que, no
mesmo dia em que o secretário de Estado do Emprego declarou ilegal a
marcação da greve, os dirigentes sindicais foram chamados pelas Finanças
para clarificarem os serviços mínimos dessa mesma greve. O
Observador contactou os ministérios liderados por Mário Centeno e por
Vieira da Silva para obter mais esclarecimentos sobre a diferença de
entendimentos, mas não obteve resposta até ao momento.
E, mesmo entre os enfermeiros, nem todos estão de acordo com esta paralisação.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) ficou de fora
e Guadalupe Simões explicou ao Observador porquê: “temos uma reunião
técnica com a ACSS agendada para dia 8 [sexta-feira] por causa da
avaliação de desempenho dos enfermeiros com contrato individual de
trabalho e da operacionalização da regularização dos vencimentos dos
enfermeiros especialistas e outra reunião política no próximo dia 12 com
o ministro”. Por isso, acrescentou a sindicalista, não faz sentido
avançar para greve.
Guadalupe Simões lembrou, ainda, os “compromissos assumidos no dia 22 de março pelo ministro da Saúde”,
de que iria ser feita a regularização dos vencimentos aos enfermeiros
especialistas através da mudança de posição remuneratória, e referiu que “alguns desses já foram implementados
como o pagamento de todo o trabalho extraordinário por completo e a
regularização das horas extra que eram devidas aos enfermeiros, num
total de 700 mil horas”.
“O que importa para nós é que, nem que se
tenha de fazer mais reuniões em setembro, a medida seja introduzida no
Orçamento do Estado para 2018.”
* Mesmo que o governo ganhe a batalha jurídica é sempre o perdedor, o enfermeiro é um importante agente de proximidade, os ministros estão longe, menos quando se põem em bicos de pés para aparecer nas televisões.
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HOJE NO
"RECORD"
Denunciado esquema de corrupção
a envolver processo de escolha
da cidade anfitriã
Procuradores brasileiros denunciaram esta terça-feira desvios e subornos
ligados à eleição do Rio de Janeiro como anfitrião dos Jogos Olímpicos
de 2016, acusando o Presidente do Comité Olímpico Brasileiro (COB) de
participação neste esquema.
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Numa conferência de imprensa, os
promotores brasileiros disseram que Carlos Arthur Nuzman, presidente do
COB, fez a vinculação de empresários, políticos e gerentes do Comité
Olímpico Internacional (COI) no suposto esquema compra dos votos que
ajudou a eleger a cidade brasileira como sede dos Jogos Olímpicos de
2016.
A
procuradora Fabiana Schneider afirmou que Carlos Arthur Nuzman foi
muito ativo na campanha em favor da eleição do Rio de Janeiro como sede
dos Jogos e que era notório que "era um elemento central que ligava
empresários e representantes do COI".
A procuradora pediu que os bens de Carlos Arthur Nuzman fossem apreendidos e seu passaporte retirado para impedir que ele deixasse o país.
A operação realizada hoje e chamada de "Unfair Play" é o resultado de uma investigação levada a cabo por procuradores brasileiros e franceses.
As primeiras denúncias sobre compra de votos na escolha da sede dos Jogos Olímpicos surgiram em França numa reportagem do jornal Le Monde.
Depois de o caso ter sido divulgado, procuradores franceses que já investigavam o envolvimento de Papa Massata Diack, filho de Lamine Diack, presidente da Federação Internacional de Atletismo, num esquema de encobrimento de doping de atletas da Rússia acabaram por descobrir que ele e a sua família também estariam envolvidos no esquema de venda de votos em favor da candidatura da cidade do Rio de Janeiro.
Segundo os investigadores brasileiros, o voto de Lamine Diack foi comprado pelo empresário brasileiro Arthur César de Menezes Soares Filho, ligado ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que teria depositado em favor de Papa Massata Diack um total de 1,5 milhões de dólares (1,3 milhões de euros) em contas na Rússia e no Senegal, em 29 de setembro de 2009.
A transferência aconteceu três dias antes da votação que definiu o Rio como sede dos Jogos Olímpicos.
Menezes Soares Filho é próximo do ex-governador Sérgio Cabral e em troca do pagamento teria vencido e mantido inúmeros contratos sobrefaturados com o estado do Rio de Janeiro.
Na conferência de imprensa, a procuradora Fabiana Schneider também fez questão de frisar que o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, preso e condenado por corrupção, e a sua organização criminosa "efetivamente compraram o voto" para sediar os Jogos Olímpicos.
A procuradora também disse que em 2009, quando foi anunciada a escolha, a ideia divulgada para a população era de que os Jogos Olímpicos trariam desenvolvimento para o Rio de Janeiro mas, na realidade, foram usados como "trampolim" para a realização de atos de corrupção.
* Viva o desporto "olímpico", companheiro da "olímpica" corrupção!
A procuradora pediu que os bens de Carlos Arthur Nuzman fossem apreendidos e seu passaporte retirado para impedir que ele deixasse o país.
A operação realizada hoje e chamada de "Unfair Play" é o resultado de uma investigação levada a cabo por procuradores brasileiros e franceses.
As primeiras denúncias sobre compra de votos na escolha da sede dos Jogos Olímpicos surgiram em França numa reportagem do jornal Le Monde.
Depois de o caso ter sido divulgado, procuradores franceses que já investigavam o envolvimento de Papa Massata Diack, filho de Lamine Diack, presidente da Federação Internacional de Atletismo, num esquema de encobrimento de doping de atletas da Rússia acabaram por descobrir que ele e a sua família também estariam envolvidos no esquema de venda de votos em favor da candidatura da cidade do Rio de Janeiro.
Segundo os investigadores brasileiros, o voto de Lamine Diack foi comprado pelo empresário brasileiro Arthur César de Menezes Soares Filho, ligado ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que teria depositado em favor de Papa Massata Diack um total de 1,5 milhões de dólares (1,3 milhões de euros) em contas na Rússia e no Senegal, em 29 de setembro de 2009.
A transferência aconteceu três dias antes da votação que definiu o Rio como sede dos Jogos Olímpicos.
Menezes Soares Filho é próximo do ex-governador Sérgio Cabral e em troca do pagamento teria vencido e mantido inúmeros contratos sobrefaturados com o estado do Rio de Janeiro.
Na conferência de imprensa, a procuradora Fabiana Schneider também fez questão de frisar que o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, preso e condenado por corrupção, e a sua organização criminosa "efetivamente compraram o voto" para sediar os Jogos Olímpicos.
A procuradora também disse que em 2009, quando foi anunciada a escolha, a ideia divulgada para a população era de que os Jogos Olímpicos trariam desenvolvimento para o Rio de Janeiro mas, na realidade, foram usados como "trampolim" para a realização de atos de corrupção.
* Viva o desporto "olímpico", companheiro da "olímpica" corrupção!
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Portugal acima de média de suicídios
em todo o mundo, diz OMS
País registou, em 2015, uma taxa de 13,7 mortes por cada cem mil habitantes
Portugal
está acima da média global de suicídios, apresentando uma taxa de 13,7
por cem mil habitantes em 2015, face a uma taxa mundial de 10,7, segundo
dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
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Perto
de 800 mil pessoas suicidam-se todos os anos, o que significa uma
pessoa a cada quarenta segundos, de acordo com os dados publicados hoje
no site da OMS, que defendeu que a comunicação social deve noticiar
estas mortes de forma responsável.
A OMS diz também que a Europa foi a região
do mundo com a mais alta taxa de suicídio (14,1 por cada cem mil
habitantes), à frente de África (8,8), Américas (9,6), Sudeste asiático
(12,9), Mediterrâneo Oriental (3,8) ou Pacífico Ocidental (10,8).
Dentro
da região Europa, Portugal está ligeiramente abaixo da média europeia
mas acima da média global, tendo registado, em 2015, uma taxa de 13,7
mortes por suicídio por cada cem mil habitantes, o que significa, tendo
em conta os cerca de dez milhões de habitantes, que cerca de 1.370
pessoas ter-se-ão suicidado.
De acordo
com a organização, o suicídio é um fenómeno global, apontando que, em
2015, 78% dos casos ocorreu em países com baixos e médios rendimentos.
A propósito destes números e tendo em
conta que no próximo domingo se assinala o Dia Internacional da
Prevenção do Suicídio, a OMS aproveitou para atualizar o seu guia com
recomendações para os órgãos de comunicação social.
Em
conferência de imprensa, citada pela agência espanhola EFE, Alexandra
Fleischmann, do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substancias,
apontou que a OMS considera que os jornalistas podem "melhorar ou
dificultar os esforços de prevenção", apontando que os meios de
comunicação social têm um papel importante no momento de informar de
forma responsável as mortes por suicídio.
Para
a responsável, é importante trabalhar a prevenção com os meios de
comunicação social e não só falar do que podem ou não fazer, para que os
jornalistas transmitam a mensagem de que o suicídio não é um tabu e que
"pode-se falar dele e procurar ajuda".
O
guia da OMS recomenda que se forneçam dados corretos sobre onde se pode
procurar e encontrar ajuda, dar a conhecer histórias pessoais sobre
como fazer frente a situações difíceis da vida ou a pensamentos suicídas
e ter uma especial precaução quando se noticia suicídios de pessoas
famosas.
A OMS também recomenda que
haja cuidado na hora de entrevistar familiares ou pessoas próximas de
alguém que se suicidou, já que podem ser boas fontes sobre como educar
outros sobre as realidades destas mortes, não esquecendo que estão numa
situação de dor que se deve respeitar.
O
guia pede aos meios impressos e digitais que não coloquem em destaque
nas suas páginas as notícias sobre suicídios e às televisões e rádios
que não abram os seus blocos informativos com este tipo de informação.
Além
disso, a OMS considera que os jornalistas não devem usar uma linguagem
sensacionalista ou que banalize o suicídio, nem que o mostre como uma
solução para possíveis problemas.
Defende
também que é melhor não descrever explicitamente o método usado para
cometer o suicídio nem o local da morte, acrescentando que deveria
evitar-se o uso de fotografias, vídeos ou links digitais.
Alexandra
Fleischmann apontou ainda que os principais fatores de risco para o
suicídio são a depressão e as desordens associadas ao consumo de álcool,
as drogas, a violência, os traumas, as perdas e situações de conflito,
bem como o 'bullying' escolar.
* Não é só um problema humano, reflecte o desrespeito de bastantes políticos portugueses.
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COMPRE JORNAIS
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NR: Recomeçamos hoje a edição de notícias diárias com uma nítida alteração, de 11 jornais diários passamos para 6, por considerarmos ser no blog o número mais ajustado para difusão de notícias.
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