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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
08/08/2017
DIANA SOLLER
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Investigadora do IPRI
IN "OBSERVADOR
04/08/17
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A maldição do
politicamente correto
Uma sociedade que é obrigada a autocensurar-se acumula
ressentimentos entre grupos sociais. Muitos. E mais tarde ou mais cedo
esses ressentimentos vão ter consequências políticas.
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É difícil definir o que é o politicamente correto. Talvez seja
mais fácil transcrever uma pequena história relatada pela socióloga
Arlie Russell Hochschild, na sua etnografia sobre o Luisiana, publicada
no ano passado. O episódio é contado na primeira pessoa por Mike Schaft,
criado pela família numa plantação de cana-de-açúcar. A certa altura
diz ele: “Eu costumava dizer a N-Word e muitos dos miúdos pretos com
quem eu brincava diziam-na também. Mas deixei de a dizer em 1968.
Lembro-me de gritar, em 1968, da claque do estádio de futebol da
universidade, a torcer pelo nosso melhor jogador. ‘Corre! Negro! Corre!’
E no ano a seguir, em 1969, estava a gritar “Corre! Joe! Corre!’ Não
voltei a usar a palavra desde essa altura. E estou ansioso para que
chegue o dia em que a cor não importe. Penso que estamos a meio
caminho.”
Convém esclarecer que “negro” é uma palavra proibida nos Estados
Unidos, porque remete para o imaginário da escravatura e da segregação.
Era (e é) um insulto. A palavra politicamente correta é “afro-americano”
e em linguagem coloquial (leia-se entre amigos, em privado ou em
referência a uma comunidade e não a um indivíduo) ninguém se ofende com a
designação black. E que este é apenas um dos muitos exemplos das
minorias supostamente (sim, supostamente) protegidas por estes
artifícios.
Assim, talvez a melhor definição de politicamente correto talvez seja
mesmo o conjunto de palavras, expressões, atos e posições políticas ou
ideias ditas discriminatórias que são sancionadas socialmente. E na
sociedade americana, garanto-vos, as restrições são muito mais do que
na Europa, e a população muito mais vigilante.
Só aos poucos me fui apercebendo da força deste pressuposto político
na sociedade norte-americana. Fui aprendendo a conviver com as queixas
de uns e de outros. Em privado, os membros das minorias queixavam-se de
que as pessoas usavam subterfúgios linguísticos para lhes lembrar que
não eram brancos (uma interpretação largamente exagerada) e os membros
da maioria iam dizendo que tanta “ação afirmativa” (a nova expressão
politicamente correta para a “descriminação positiva”) acabava por lhes
prejudicar a vida. Como se “ser branco”, especialmente do género
masculino, fosse razão suficiente para passar a vida a “pedir desculpa”.
Podíamos dissertar sobre o que levou a este comportamento – que não é
apenas americano – mas as razões não cabem aqui. Onde queria chegar é
que uma sociedade que é obrigada a autocensurar-se permanentemente,
acumula ressentimentos entre grupos sociais. Muitos. E mais tarde ou
mais cedo esses ressentimentos vão ter consequências políticas. Também
não vale a pena dizer que parte (não se consegue medir quanto) da
vitória de Trump e o sucesso de outros populistas se deve ao facto de
estes dizerem o que parte da população pensa, mas engole como se fosse
um sapo.
Mas há três coisas que vale a pena dizer: a primeira, é que não se
combate o politicamente correto com o seu contrário – palavras
inflamatórias e discursos populistas. Se esconder a verdade com
eufemismos não faz bem a ninguém, deturpar a verdade com expressões
exageradas e depreciativas também não.
A segunda, é que o politicamente correto é um fantasma social: é
criado por movimentos e grupos sociais e políticos que beneficiam em
determinado momento histórico, da criação de clivagens e correspondentes
“palavras proibidas” que se perpetuam e reproduzem no tempo.
Terceiro, para combater o politicamente correto é preciso
desmistificá-lo. É preciso procurar origens. É preciso desfazer mitos
históricos. É preciso denunciar cada vez que se assiste a um novo
comportamento político nesse sentido, não respondendo da mesma moeda,
mas desmontando o discurso, com a moderação que é necessária em casos
delicados. Mas acima de tudo é preciso, de uma vez por todas, que os
responsáveis políticos dialoguem com as populações. Que quem está no
poder tem de ser capaz de falar com a opinião sobre assuntos complexos,
inclusive no que respeita à mudança de paradigmas.
Impopular? Com certeza. Difícil? Sim. Demorado? Sem dúvida. Mas se
tantos se preocupam, e bem, com a saúde do planeta não para as nossas
gerações, mas para os que vêm a seguir a nós, a mim também me preocupa a
saúde das nossas sociedades, agora e no futuro. Também, como Mike
Schaft, “estou ansiosa para que chegue o dia em que a cor não importe”
(pode substituir-se “cor” por uma série de outros preconceitos
instrumentalizados). Mas isso só será verdadeiramente possível com uma
drástica redução do politicamente correto. E nisso, todos temos
responsabilidades.
Investigadora do IPRI
IN "OBSERVADOR
04/08/17
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RAIOS ULTRAVIOLETA
Em Portugal a incidência dos raios ultravioleta é intensa e preocupante cobrindo todo o território português desde o rio Douro até ao Algarve, recomenda-se para toda a gente:
- Uso de chapéu com aba
- Óculos escuros
- Ingestão de água
- vestuário de cor clara, camisas com manga.
VEJA AS IMAGENS
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* Obrigado JOPE
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APENAS 50 ANOS
Situação: O fim das férias.
Ano 1967:
Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, ou passar esses 15 dias na praia do Castelo do Queijo, terminam as férias. No dia seguinte vai-se trabalhar e os miúdos para as aulas.
Ano 2017:Depois de voltar de Cancún de uma viagem com tudo pago, terminam as férias. As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia e caganeira.
Situação: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno.
Ano 1967:
Não se passa nada.
Ano 2017:
As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e caganeira.
Situação: O Pedro está a pensar ir até à mata depois das aulas, Assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder cortar uns ramos e fazer uma fisga.
Ano 1967:
O professor vê, pergunta-lhe onde se vendem daquelas navalhas, e mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.
Ano 2017:
A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório. A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.
Situação: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas.
Ano 1967:
Os companheiros animam a luta, puxam por eles, e o Carlos ganha. Apertam as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos.
Ano 2017:
A escola é encerrada. A SIC proclama o mês anti-violência escolar. O Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar uma equipa de reportagem à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.
Situação: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas.
Ano 1967:
Mandam o Jaime falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho. O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.
Ano 2017:
Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalina. O Jaime parece um zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.
Situação: O Luis parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este.
Ano 1967:
O Luis tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem-sucedido.
Ano 2017:
Prendem o pai do Luís por maus-tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua. Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre. A mãe do Luís começa a namorar com o psicólogo. O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.
Situação: O Zezinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A professora encontra-o sentado na berma da pista a chorar e abraça-o para o consolar.
Ano 1967:
Passado pouco tempo, o Zezinho sente-se melhor e continua a correr.
Ano 2017:
A professora é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego. Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zezinho passa 5 anos de terapia em terapia. Os seus pais processam a escola por negligência e a professora por trauma emocional, ganhando ambos os processos.
A professora, no desemprego e cheia de dívidas, suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda. O dono do carro e do apartamento processam os familiares da professora por destruição de propriedade. Ganham. A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso.
Situação: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado 'chocolate' ao outro.
Ano 1967:
Depois de uns socos de parte a parte, levantam-se e vai cada um para sua casa. Amanhã são amigos.
Ano 2017:
A TVI envia os seus melhores correspondentes. A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio aaveriguar factos. Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial. A juventude skinhead finge revoltar-se a respeito disto. O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.
Situação: Fazias uma asneira na sala de aula.
Ano 1967:
O professor espetava-te duas valentes lambadas bem merecidas. Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque 'alguma deves ter feito'
Ano 2017:
Fazes uma asneira. O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation última versão.
Ano 1967:
Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, ou passar esses 15 dias na praia do Castelo do Queijo, terminam as férias. No dia seguinte vai-se trabalhar e os miúdos para as aulas.
Ano 2017:Depois de voltar de Cancún de uma viagem com tudo pago, terminam as férias. As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia e caganeira.
Situação: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno.
Ano 1967:
Não se passa nada.
Ano 2017:
As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e caganeira.
Situação: O Pedro está a pensar ir até à mata depois das aulas, Assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder cortar uns ramos e fazer uma fisga.
Ano 1967:
O professor vê, pergunta-lhe onde se vendem daquelas navalhas, e mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.
Ano 2017:
A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório. A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.
Situação: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas.
Ano 1967:
Os companheiros animam a luta, puxam por eles, e o Carlos ganha. Apertam as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos.
Ano 2017:
A escola é encerrada. A SIC proclama o mês anti-violência escolar. O Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar uma equipa de reportagem à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.
Situação: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas.
Ano 1967:
Mandam o Jaime falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho. O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.
Ano 2017:
Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalina. O Jaime parece um zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.
Situação: O Luis parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este.
Ano 1967:
O Luis tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem-sucedido.
Ano 2017:
Prendem o pai do Luís por maus-tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua. Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre. A mãe do Luís começa a namorar com o psicólogo. O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.
Situação: O Zezinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A professora encontra-o sentado na berma da pista a chorar e abraça-o para o consolar.
Ano 1967:
Passado pouco tempo, o Zezinho sente-se melhor e continua a correr.
Ano 2017:
A professora é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego. Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zezinho passa 5 anos de terapia em terapia. Os seus pais processam a escola por negligência e a professora por trauma emocional, ganhando ambos os processos.
A professora, no desemprego e cheia de dívidas, suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda. O dono do carro e do apartamento processam os familiares da professora por destruição de propriedade. Ganham. A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso.
Situação: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado 'chocolate' ao outro.
Ano 1967:
Depois de uns socos de parte a parte, levantam-se e vai cada um para sua casa. Amanhã são amigos.
Ano 2017:
A TVI envia os seus melhores correspondentes. A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio aaveriguar factos. Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial. A juventude skinhead finge revoltar-se a respeito disto. O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.
Situação: Fazias uma asneira na sala de aula.
Ano 1967:
O professor espetava-te duas valentes lambadas bem merecidas. Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque 'alguma deves ter feito'
Ano 2017:
Fazes uma asneira. O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation última versão.
SEM COMENTÁRIOS
* Obrigado JOPE
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1330
Senso d'hoje
SÍLVIO MATOS
COMUNICADOR BRASILEIRO
"O Capitalismo é Frio e Cruel"
LEITURA ACONSELHADA:
Você pode rejeitar o Capitalismo mas não pode rejeitar o Estado
de JOÃO CÉSAR DE MELO.
FONTE: Silvio Matos
NR: O autor diz intencionalmente mal do Capitalismo para ainda dizer pior do Estado, é preciso estar atento às falácias e à sua retórica.
Ainda não se vive organizadamente sem Estado, desconhecemos a existência de um país anarquista, mas talvez no futuro se possa viver sem capitalismo.
Ainda não se vive organizadamente sem Estado, desconhecemos a existência de um país anarquista, mas talvez no futuro se possa viver sem capitalismo.
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9-TEATRO
FORA "D'ORAS"
X-AQUI HÁ
FANTASMAS
Consta que uma casa senhorial está assombrada. Então o Professor Hermes decide fazer uma experiência em que anda a magicar há muito tempo: testar a pílula da coragem. Escolhe um pobre diabo, o Chichas, para cobaia, e promete-lhe 150 contos em troca de ele passar lá a noite.
Leva o Chichas e a uma enfermeira para a casa assombrada e pede a um colega que se disfarce de fantasma para assustar o homem.
Só que há outros fantasmas lá em casa.
Uma comédia escrita e encenada por Henrique Santana, gravada com público sob a direcção de televisão de Pedro Martins.
Do elenco fazem parte, para além do próprio Henrique Santana, Rita Ribeiro, Armando Cortez, Maria Helena Matos, Henrique Santos, Carlos Quintas, Luís Alberto, António Feio, Cristina de Oliveira, José Raposo e Francisco Vaz.
Uma peça de arrepiar.
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