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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
22/06/2017
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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
"AÇORIANO ORIENTAL"
Doentes com VIH falham consultas de especialidade por motivos financeiros
O acesso inadequado à consulta de especialidade por motivos
financeiros e uma referenciação desadequada devido a fatores
psicossociais, bem como falhas no apoio social e familiar são obstáculos
no percurso dos doentes com VIH identificados num estudo.
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"Valor em Saúde: O Caso VIH/Sida" é um estudo da Escola
Nacional de Saúde Pública que pretendeu identificar os constrangimentos e
estratégias no percurso do doente com VIH/SIDA e está hoje a ser
identificado.
Estes constrangimentos estarão na origem dos obstáculos para atingir o objetivo da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 90-90-90 para o VIH/SIDA: 90% dos doentes diagnosticados, 90% dos doentes em tratamento e 90% dos doentes tratados com carga viral indetetável.
Segundo o estudo, em Portugal “resultados recentes indicam que 91,3% das pessoas infetadas foram diagnosticadas”, o que atinge a primeira meta 90.
Contudo, os mesmos dados referem que 78,4% dos doentes tratados têm carga viral indetetável, um valor “problemático”. “Relatos de profissionais, doentes e membros de organizações não-governamentais deixam suspeitar que a referenciação dos casos detetados seria muito imperfeita em Portugal”, lê-se no estudo.
Ao longo da investigação, foi realizado um mapeamento do percurso do doente: do teste reativo à retenção em tratamento.
Entre os principais obstáculos no percurso do doente que foram identificados no decorrer do estudo conta-se a baixa literacia em saúde e falhas na informação e aconselhamento prestado sobre a importância do teste e tratamento limitam utilização do teste.
O acesso inadequado à consulta de especialidade por motivos financeiros (deslocação), tempos de espera, ausência de marcação e incapacidade de navegar no sistema de saúde limitam a referenciação, juntamente com falhas no acompanhamento e complexidade no sistema de referenciação foram outros dos obstáculos encontrados.
Em relação às barreiras no acesso à consulta de especialidade, o estudo indica aponta a falta de capacidade financeira, o que estará “relacionado com nível de educação, contexto social e rendimento (procura), e falta de capacidade dos serviços em termos de recursos humanos e a sua qualificação, cobertura geográfica e financeira (oferta)”.
Os autores também identificaram uma “referenciação desadequada devido a fatores psicossociais (receios relacionados com tratamento e estigmatização) e falhas no apoio social e familiar que poderiam permitir ultrapassar estas barreiras”.
“Instabilidade financeira e de vida, perturbações de saúde mental e abuso de substâncias amplificam” estas situações, segundo as conclusões do estudo.
Os autores defendem algumas intervenções, com base na literatura consultada e na audição de alguns peritos nacionais, como o “apoio económico no transporte e alimentação para pessoas em situação de insuficiência económica” e “horários alargados de consultas e farmácia hospitalar”, bem como “consultas por telefone ou ‘online’”.
O levantamento da terapêutica em farmácias hospitalares fora da área de residência e a prescrição para o tempo entre consultas também são medidas propostas, assim como a possibilidade de consultas de seguimento nos cuidados de saúde primários.
É igualmente proposta a nomeação de um “gestor de caso” para casos complexos sinalizados pelas equipas, o qual deve ser um enfermeiro especializado, integrado numa equipa multidisciplinar.
Este gestor deverá poder realizar visitas domiciliárias e observar a toma dos medicamentos pelos doentes.
* Somos pelo conceito, É OBRIGATÓRIO TRATAR-SE!
Estes constrangimentos estarão na origem dos obstáculos para atingir o objetivo da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 90-90-90 para o VIH/SIDA: 90% dos doentes diagnosticados, 90% dos doentes em tratamento e 90% dos doentes tratados com carga viral indetetável.
Segundo o estudo, em Portugal “resultados recentes indicam que 91,3% das pessoas infetadas foram diagnosticadas”, o que atinge a primeira meta 90.
Contudo, os mesmos dados referem que 78,4% dos doentes tratados têm carga viral indetetável, um valor “problemático”. “Relatos de profissionais, doentes e membros de organizações não-governamentais deixam suspeitar que a referenciação dos casos detetados seria muito imperfeita em Portugal”, lê-se no estudo.
Ao longo da investigação, foi realizado um mapeamento do percurso do doente: do teste reativo à retenção em tratamento.
Entre os principais obstáculos no percurso do doente que foram identificados no decorrer do estudo conta-se a baixa literacia em saúde e falhas na informação e aconselhamento prestado sobre a importância do teste e tratamento limitam utilização do teste.
O acesso inadequado à consulta de especialidade por motivos financeiros (deslocação), tempos de espera, ausência de marcação e incapacidade de navegar no sistema de saúde limitam a referenciação, juntamente com falhas no acompanhamento e complexidade no sistema de referenciação foram outros dos obstáculos encontrados.
Em relação às barreiras no acesso à consulta de especialidade, o estudo indica aponta a falta de capacidade financeira, o que estará “relacionado com nível de educação, contexto social e rendimento (procura), e falta de capacidade dos serviços em termos de recursos humanos e a sua qualificação, cobertura geográfica e financeira (oferta)”.
Os autores também identificaram uma “referenciação desadequada devido a fatores psicossociais (receios relacionados com tratamento e estigmatização) e falhas no apoio social e familiar que poderiam permitir ultrapassar estas barreiras”.
“Instabilidade financeira e de vida, perturbações de saúde mental e abuso de substâncias amplificam” estas situações, segundo as conclusões do estudo.
Os autores defendem algumas intervenções, com base na literatura consultada e na audição de alguns peritos nacionais, como o “apoio económico no transporte e alimentação para pessoas em situação de insuficiência económica” e “horários alargados de consultas e farmácia hospitalar”, bem como “consultas por telefone ou ‘online’”.
O levantamento da terapêutica em farmácias hospitalares fora da área de residência e a prescrição para o tempo entre consultas também são medidas propostas, assim como a possibilidade de consultas de seguimento nos cuidados de saúde primários.
É igualmente proposta a nomeação de um “gestor de caso” para casos complexos sinalizados pelas equipas, o qual deve ser um enfermeiro especializado, integrado numa equipa multidisciplinar.
Este gestor deverá poder realizar visitas domiciliárias e observar a toma dos medicamentos pelos doentes.
* Somos pelo conceito, É OBRIGATÓRIO TRATAR-SE!
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
"CORREIO DA MANHÃ"
Denunciador dos mails
declarado insolvente
Diretor do FC Porto paga dívida com parte do salário.
O diretor de Comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, que ficou conhecido por divulgar os mails do Benfica, está insolvente.
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Em declarações ao CM, Francisco J. Marques confirmou a insolvência e disse que o juiz fixou um valor do salário para a sua sobrevivência, sendo o restante entregue para o pagamento da dívida, cujo valor não revelou.
O Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia declarou a insolvência do diretor de Comunicação dos dragões a 18 de novembro de 2016 e, em janeiro de 2017, determinou a exoneração do passivo restante. Ou seja, durante cinco anos, Francisco J. Marques pagará as dívidas aos credores em função das suas possibilidades.
As dívidas serão pagas com uma parte do seu salário - o qual será penhorado até um certo montante - e outro tipo de bens. O pedido de insolvência de Francisco J. Marques foi feito pelo Banco Popular.
Entre os credores estão outros bancos, o Fisco e a empresa Intrum Justitia. Em 2009, a Intrum Justitia pediu a execução do ex-jornalista por uma dívida de 120 mil euros. Essa execução foi declarada extinta na quarta-feira por falta de bens.
* Um homem tão fino, tão valente na sua cruzada contra a águia, afinal é um dragãozito pechisbeque.
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3-A que distância devem estar as árvores de outras infraestruturas?
4-É obrigatório limpar os terrenos florestais junto a habitações?
7-Quais são as regras em vigor durante o período crítico?
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HOJE NO
"OBSERVADOR"
"OBSERVADOR"
Afinal, que leis
protegem as nossas florestas?
OITO PERGUNTAS PARA OITO RESPOSTAS
1- Como é composta a floresta portuguesa?
De acordo com o relatório “Estatísticas e dinâmicas
territoriais multiescala de Portugal Continental 1995-2007-2010 com base
na Carta de Uso e Ocupação do Solo (COS)”, a área ocupada por floresta corresponde a 39% do território nacional (3.472.459 hectares) e
a área ocupada por sistemas agro-florestais — espaços agrícolas com
árvores florestais no terreno — corresponde a 8% do país (712.952
hectares).
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A árvore mais abundante nas florestas portuguesas é o pinheiro-bravo, que ocupa mais de 31% desses terrenos (1.083.372 hectares). Segue-se o eucalipto com 24,4% (848.431 hectares) e o sobreiro com 17,5% (608.960 hectares).
Outras árvores têm expressões menores: os carvalhos ocupam 6,2% das
florestas (216.096 hectares), as azinheiras ocupam 5,8% (200.075
hectares) e o pinheiro-manso ocupa 5,7% (197.325 hectares).
A restante percentagem é completada por áreas significativamente mais
pequenas de castanheiros, espécies invasoras, outras árvores resinosas e
outras árvores folhosas.
2-A que distâncias devem estar as árvores entre si numa floresta?
De acordo com o Instituto de Conservação da Natureza e das
Florestas, as distâncias a que as árvores devem estar entre si numa
floresta dependem das espécies a que nos referimos. Na lista que expõe no site,
o Instituto refere-se a apenas três espécies de árvores: o
carvalho-alvarinho, o pinheiro-manso e “outros carvalhos” (como são
designados).
Por hectare de floresta pode haver entre 800 e 1.600 carvalhos-alvarinhos (Quercus robur) que devem estar a uma distância entre 4,5 metros e 3 metros entre linhas e entre 2 metros e 2,5 metros em cada linha. Quanto a outros carvalhos, quando plantados para produzir madeira, pode haver entre 800 e 1000 árvores por hectare distantes umas das outras entre 4 metros e 4,5 metros entre linhas e entre 2,5 e 3 metros em cada linha.
Se os pinheiros-mansos (Pinus pinea) forem plantados para produção de madeira e fruto, podem existir entre 450 e 650 árvores por hectar e devem estar a uma distância de entre 4,5 e 6 metros entre linhas e entre 3,5 e 4 metros por cada linha. Se os mesmos pinheiros servirem para dar fruto, pode haver entre 100 e 300 árvores por hectare que podem estar a uma distância de entre 6 e 10 metros entre linhas e entre 5,5 e 10 metros em cada linha.
Outros números
devem ser levados em conta. Por exemplo, a distância entre as copas das
árvores deve ser no mínimo de 4 metros e, enquanto elas não atingirem
os oito metros, todos os ramos devem ser tirados até 50% da sua altura. A
partir dos oito metros de altura, as árvores podem ser desramadas
apenas até aos 4 metros de altura.
3-A que distância devem estar as árvores de outras infraestruturas?
De acordo com o Decreto nº 13658 de 23 de Maio de 1927, é proibida a plantação de eucaliptos a menos de 20 metros de campos agrícolas, quando entre esses campos e o local da plantação não existam estradas, rios, ribeiros ou edifícios.
De acordo com o Regime Jurídico de Ações de Arborização e Reaborização,
sempre que haja uma infraestrutura — seja uma casa ou uma estrada, por
exemplo –, a vegetação num raio de 50 metros em redor dela está sujeita a
redução de matos e arvoredos. Entre a zona com vegetação reduzida e a
vegetação sem intervenção deve guardar-se um espaço mínimo de 4 metros. Não pode haver árvores até dez metros das margens das estradas.
Quaisquer materiais mais inflamáveis — como botijas de gás,
excedentes da exploração agrícola, palha usada para a cama de animais,
estrumeiras ou pilhas de lenha — devem estar a mais de 50 metros da
infraestrutura em causa. Num raio de pelo menos dez metros à volta da
infraestrutura, deve evitar-se a plantação de espécies vegetais mais
inflamáveis e devem desramar-se as outras espécies numa altura de pelo
menos quatro metros acima do solo. No entanto, não pode haver qualquer tipo de vegetação num raio de pelo menos cinco metros em redor da casa ou outras edificações.
Como medida de segurança, deve também pavimentar-se o solo com um material não inflamável num raio de entre um e dois metros em redor da infraestrutura.
É da responsabilidade do proprietário de um terreno garantir que a
densidade florestal e as distâncias a outras infraestruturas estão
dentro da lei.
Todos os proprietários de pinhais, carvalhais, sobreiros, azinhais,
soutos, eucaliptais e acaciais têm o dever de manter devidamente
tratados os arvoredos nos seus terrenos.
O Decreto nº 13658 de 23 de Maio de 1927 prevê que se tenha de pedir uma licença caso se queira cortar árvores junto a rios ou ribeiros
porque podem ser as raízes a garantir a coesão das terras e a
impedi-las de ceder à erosão provocada pela água. Essa licenças,
originalmente dadas pela Direção-Geral dos Serviços Florestais e
Aquícolas ou pelo Ministério da Agricultura, só são concedidas se o
proprietário se comprometer por escrito a substituir essas árvores por outras, caso a sua regeneração natural não esteja assegurada.
4-É obrigatório limpar os terrenos florestais junto a habitações?
Sim, é. De acordo com o artigo 15º e ponto número 2 do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho, os proprietários, arrendatários, utilizadores ou qualquer pessoa com responsabilidades sobre um terreno próximo a edificações são obrigadas a manter o terreno limpo — livre de materiais muito iflamáveis — num raio de 50 metros em redor desses edifícios,
contados a partir do ponto mais exterior dele. Nesta lei são
considerados edificações quaisquer habitações, estaleiros, armazéns,
oficinas, fábricas ou outros equipamentos.
As copas das árvores e dos arbustos devem estar distanciadas no
mínimo 5 metros em relação à habitação e deve ainda evitar-se que se
projetem sobre a cobertura do edifício.
5-O que é o Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios?
O Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios “enuncia a estratégia e determina os objetivos, as prioridades e as intervenções a desenvolver” para proteger as áreas florestais em Portugal.
Essas medidas recaem em cinco tópicos principais: “aumentar a
resiliência do território aos incêndios florestais, reduzir a incidência
dos incêndios, melhorar a eficácia do ataque e da gestão dos incêndios,
recuperar e reabilitar os ecossistemas e adaptar uma estrutura orgânica
e funcional eficaz”.
Na prática, como pretende o Governo satisfazer essas necessidades?
Uma das medidas é manter faixas exteriores para proteger parques e
edificações: quem gerir essas infraestruturas deve, por exemplo,
“proceder à gestão de combustível numa faixa com largura mínima de 100
metros”. Outra medida é sensibilizar as populações para modos
de proteção da floresta, ensinar as pessoas sobre o que pode causar
incêndios ou aumentar o número de incêndios investigados em 15%.
Pode ler outras medidas neste documento.
6-Qual é o período crítico de incêndios florestais?
Em 2017, o período crítico decorre entre sábado, 1 de julho, e sábado, 30 de setembro.
O período crítico é o intervalo de tempo em que estão em vigor medidas excecionais para prevenir incêndios em florestas.
A data de início e data de fim do período crítico são marcadas em
função das condições meteorológicas. Isto é responsabilidade do
Ministério do Ambiente e do Ministério da Agricultura, Florestas e
Desenvolvimento Rural, segundo o artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 124/2006 de 28 de junho.
No entanto, o combate ao fogo existe ao longo de todo o ano em cinco fases de acordo com as alturas mais preocupantes: Alfa
(1 de janeiro a 14 de maio), Bravo (15 de maio a 30 de junho), Charlie
(1 de julho a 30 de setembro), Delta (1 de outubro a 31 de outubro) e
Echo (1 de novembro a 31 de dezembro). Os meios utilizados para
prevenir ou combater incêndios nas diferentes fases dependem do risco e
das condições meteorológicas avaliadas para cada uma delas.
7-Quais são as regras em vigor durante o período crítico?
Durante o período crítico de incêndios florestais, em todas as
áreas agrícolas ou florestais, entram em vigor as seguintes regras:
- É proibido fumar, fazer lume ou fogueiras;
- É proibido fazer queimas ou queimadas;
- É proibido lançar foguetes e balões de mecha acesa;
- É proibido defumar ou desinfestar apiários (colmeias para criação de abelha), salvo se os fumigadores (ferramentas para defumar as colmeias) estiverem equipados com dispositivos de retenção de faíscas;
- É proibida a circulação de tratores, máquinas e veículos de transporte pesados que não possuam extintor, sistema de retenção de fagulhas ou faíscas e tapa chamas nos tubos de escape ou chaminés.
- É proibido levar comida que precise de ser aquecida para piqueniques: leve comida já confecionada ou que possa ser ingerida fria. Depois, deixe o lixo nos caixotes distribuídos pela floresta.
8 - É permitido fazer queimas ou queimadas durante o período crítico?
Uma queima é a eliminação de produtos que sobraram da exploração agrícola ou florestais através do fogo quando esses produtos estão cortados e amontoados. Se esses produtos estiverem cortados, mas não estiverem amontoados, a sua eliminação passa a designar-se queimada.
As queimas não podem ser feitas durante o período crítico. Devem ser feitas em espaços rurais, longe de ruas, praças e mais lugares públicos das povoações, sempre a menos de 30 metros de quaisquer construções e a menos de 300 metros de bosques, matas, lenhas, searas, palhas, depósitos de substâncias susceptíveis de arder.
As queimadas só podem ser feitas fora do período crítico e apenas se não houver risco de incêndio elevado. Para realizar uma queimada, o indivíduo precisa de ter licenciamento da Câmara Municipal.
A Junta de Freguesia também pode dar esse licenciamento se a esta for
concedida delegação de competências na presença de um técnico
credenciado em fogo controlado, de uma equipa de bombeiros ou de uma
equipa de sapadores florestais.
Tanto num caso como no outro, caso estas regras não sejam cumpridas, incorre numa contra-ordenação com coima que pode ir de 140 euros a 5.000 euros para pessoas singulares ou entre 800 euros e 1.600 euros para pessoas coletivas. Se dessa queima ou queimada resultar um incêndio pode incorrer em crime de incêndio florestal.
Há, no entanto, uma exceção, recorda o Instituto de Conservação da
Natureza e das Florestas citando o n.º 1 do artigo 28.º do Decreto-Lei
n.º 124/2006. É obrigatória a queima de produtos que possam provocar a contaminação ou disseminação de doenças.
Esses produtos devem ser eliminados em qualquer altura do ano, desde
que, durante o período crítico, a queima seja feita na presença de uma
unidade de um corpo de bombeiros ou uma equipa de sapadores florestais.
* Excelente trabalho de pesquisa de MARTA LEITE FERREIRA
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MÁRIO CORDEIRO
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* Pediatra
IN "PAIS E FILHOS"
16/06/17
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Férias e pais divorciados
Há um par de anos, ao ler num “blogue de mãe” as queixas de uma
progenitora divorciada sobre o facto de a filha ir passar 15 dias de
férias com o pai, senti que algo estava errado, quando, os comentários
eram praticamente todos no sentido de “como é que deixas?”, “eu se fosse
a ti, proibia e pronto!” ou ainda “mas por que raio é que ele leva a
tua filha durante duas semanas?”. Fiquei perplexo, apesar de estar
habituado a quase tudo. Acredito que para essa mãe (como para o pai da
criança), a ausência da filha fosse dura e dolorosa. Segundo entendi, a
repartição do tempo beneficiava a mãe, num esquema (já serôdio em termos
conceptuais) de “para o pai, um fim-de-semana de 15 em 15 dias e uma
quarta-feira na outra semana”, mas (talvez por isso) ela deixava
percetível que “não iria aguentar”. Ela, mãe. Da criança pouco ou nada
se falava. Compreendo os desabafos de uma mulher que tem sentimentos e
que resolve partilhá-los com a blogosfera. Sei que é difícil a gestão
das férias quando o casal está divorciado e a criança fica duas semanas
(ou mais) com um e com o outro. Mas o que me chocou, neste caso, foi a
ideia de que, para a blogger e para as comentaristas, o interesse da
criança era algo secundário porque se sobrepunha “o direito da mãe a
estar com a criança”. E com o pai? Por acaso esta criança até o tinha…
Acredito
que, para a mãe (habituada a ter o filho num esquema obsoleto,
antiquado e que não responde às necessidades da criança) fosse difícil
aguentar 15 dias de ausência. A legislação atual, que veio estabelecer
novos conceitos, em 2008, com um salto qualitativo bem grande, afirma
claramente que a criança tem dois progenitores e que a história de que
as mães são mais importantes do que os pais (ou vice-versa) é, desculpem
a crueza das palavras, uma grande treta. Desde sempre, as crianças
precisam de pai e de mãe, de um modo efetivo e afetivo, designadamente
nas férias, em que a relação entre pais e filhos pode ser mais livre,
mais autêntica e mais solidária.
Há ainda juízes e procuradores que
consideram que “os pais apenas os fazem e as mães é que os aturam”. Não é
por ser homem que considero esta visão das coisas absolutamente
dantesca, cientificamente errada e socialmente inaceitável. Os pais,
pelo menos muitos deles, são pais “de corpo inteiro”, dadivosos, amam os
filhos, sacrificam-se por eles, levantam-se durante a noite para os
acalmar quando de um sonho mau, adormecem-nos contando histórias, dão
mimo, estimulam o crescimento, afligem-se quando adoecem, estão
presentes nas consultas, desde as ecografias até à vigilância da saúde
infantil. Sendo claro que pais e mães têm ambos direitos e deveres
iguais perante os filhos, é ainda mais claro que as crianças têm o
direito de ter um pai e uma mãe e de estar com eles.
É conveniente,
pois, que pais e mães se entendam, ultrapassem as suas angústias,
“lambam as feridas”, não transportem para a criança as suas inseguranças
e assumam que os filhos serão tanto mais felizes quanto os pais se
entenderem.
Quanto ao resto, é altura de acabar com visões
dicotómicas, maniqueístas ou que conduzem a um descarte de um dos
progenitores, numa verdadeira alienação parental. Salvo casos extremos,
do foro da Justiça ou por desinteresse de um pai ou de uma mãe (que
também as há) as crianças merecem viver em responsabilidade parental
conjunta e residência partilhada... incluindo nas férias.
* Pediatra
IN "PAIS E FILHOS"
16/06/17
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Essa mesma perda da maioria de Theresa May nas legislativas abriu precisamente o debate sobre se Londres deveria ou não prosseguir o caminho do hard brexit ou se este Reino Unido deveria mesmo sair da União Europeia. A primeira-ministra britânica anunciou as suas intenções após o jantar com os parceiros europeus.
Foram já várias as vozes europeias, como a do presidente francês, Emmanuel Macron, que vieram dizer que ainda é tempo de voltar atrás. Ontem, em dia de Conselho Europeu, foi a vez de Donald Tusk fazer o mesmo, usando as palavras de John Lennon em Imagine.
* Não confiamos em Theresa May.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Theresa May garante direitos iguais
para não britânicos no pós-Brexit
Os direitos mantêm-se para os residentes no Reino Unido há mais de cinco anos na saúde, educação, pensões e segurança social.
Direitos
iguais aos dos britânicos para os europeus residentes no Reino Unido há
mais de cinco anos. Esta foi a garantia dada ontem por Theresa May
relativamente ao estatuto dos não britânicos no pós-Brexit.
Direitos na saúde, educação, benefícios sociais, saúde e pensões.
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"Ninguém terá um tratamento diferenciado", sublinhou a primeira-ministra britânica que nas eleições de 8 de junho perdeu a maioria.
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"Ninguém terá um tratamento diferenciado", sublinhou a primeira-ministra britânica que nas eleições de 8 de junho perdeu a maioria.
Essa mesma perda da maioria de Theresa May nas legislativas abriu precisamente o debate sobre se Londres deveria ou não prosseguir o caminho do hard brexit ou se este Reino Unido deveria mesmo sair da União Europeia. A primeira-ministra britânica anunciou as suas intenções após o jantar com os parceiros europeus.
Um balanço feito depois de as negociações entre as duas partes terem tido o seu primeiro capítulo na segunda-feira.
Foram já várias as vozes europeias, como a do presidente francês, Emmanuel Macron, que vieram dizer que ainda é tempo de voltar atrás. Ontem, em dia de Conselho Europeu, foi a vez de Donald Tusk fazer o mesmo, usando as palavras de John Lennon em Imagine.
* Não confiamos em Theresa May.
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HOJE NO
"RECORD"
"RECORD"
Estas são as alterações que estão
.em cima da mesa e que prometem
.revolucionar o futebol
.em cima da mesa e que prometem
.revolucionar o futebol
O International Football Association Board (IFAB), após
décadas de inatividade, propôs uma verdadeira revolução nas leis do
futebol, no sentido de tornar o jogo mais justo e atrativo para os
adeptos.
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A alteração mais radical passa pela possibilidade de reduzir o
tempo de jogo de 90 minutos para 60 úteis, com paragens do cronómetro
sempre que existirem interrupções ou, em alternativa, manter o atual
figurino, mas adotar aquele método nos últimos cinco minutos da primeira
parte e 10 da segunda.
* Aguardemos.
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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Centros de saúde vão fazer
exames para evitar urgências
Análises
clínicas, raio-X, espirometrias, eletrocardiogramas, reabilitação
física e terapia da fala são alguns dos exames e tratamentos que vão
passar a estar disponíveis nos centros de saúde para que os utentes
possam resolver os seus problemas mais rapidamente e sem terem de
recorrer às urgências hospitalares.
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Este
será um dos lados visíveis de um projeto mais abrangente que pretende
mudar a forma como o doente percorre e se relaciona com o Serviço
Nacional de Saúde (SNS). O projeto-piloto "SNS+Proximidade" arranca no
Norte e é apresentado, esta quinta-feira, no Hospital Pedro Hispano, em
Matosinhos, pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando
Araújo.
* Boa notícia.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Cláudia Monteiro de Aguiar
procura acelerar resposta da Europa
à crise na Venezuela
Uma
intervenção mais célere e a criação de um corredor humanitário para
apoio à população é o objectivo de Cláudia Monteiro de Aguiar, que hoje
enviou uma carta à vice-presidente da Comissão Europeia, Federica
Mogherini, responsável pela Política Externa, no sentido de uma resposta
rápida à população Venezuela e de um trabalho conjunto com as Nações
Unidas que permita responder à situação dramática. A crise tem-se vindo a
intensificar no país e a eurodeputada madeirense pelo PSD quer
respostas.
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Citada pelo seu gabinete de Comunicação, Cláudia
Monteiro de Aguiar assume: “‘Gostaria de assistir a um trabalho conjunto
entre autoridades europeias e as Nações Unidas por forma a criarem um
corredor humanitário, o mais célere quanto possível, de ajuda às
populações mais afectadas. Um corredor humanitário capaz de levar bens
de primeira necessidade, água e medicamentos a todos aqueles que hoje
atravessam uma verdadeira crise humanitária fruto do intensificar da
crise que se vive naquele país’”.
A eurodeputada tem reunido com
algumas entidades, entre elas organizações não-governamentais que têm
acompanhado de perto os portugueses que permanecem na Venezuela e os
venezuelanos que regressam a Portugal e a Espanha. “‘Ainda esta semana
reuni com a VENECOM e os relatos que nos chegam da Venezuela, na
primeira pessoa, são aterradores. A falta de alimentos e medicamentos é
motivo de alerta para uma calamidade social que se faz sentir. Esta não é
apenas uma preocupação de Portugal, estamos a falar de uma preocupação
de escola Europeia: a Espanha, a Itália e até mesmo a Alemanha têm
comunidades de imigrantes na Venezuela, logo é urgente que a Comissão
Europeia intervenha através da Alta Representante’”, defende a
madeirense.
A eurodeputada começa por descrever a realidade
actual do país, a falta de alimentos e de medicação, e recorda que não
se trata apenas da comunidade portuguesa, mas que há também há
comunidades alemã, italiana e espanhola.
Em relação ao Parlamento
Europeu, enviou um pedido de resposta escrita onde recorda que há um
ano pediu esclarecimentos à Comissão Europeia sobre a forma como estava a
acompanhar a situação na Venezuela e que o apoio neste ano revelou-se
“insuficiente” e a situação se agravado. “Vai continuar mais um ano à
espera que o Governo se demita e convoque eleições democráticas conforme
já foi solicitado pela Assembleia Nacional?”, questiona Cláudia
Monteiro de Aguiar. “Continuará as relações diplomáticas com um regime
ditatorial que leva as populações ao desespero?”, escreveu ainda. E
termina: “Considera trabalhar em conjunto com as Nações Unidas por forma
a serem criados corredores humanitários conforme se sucede em outros
países?”. Ela e o povo da Venezuela ficam agora a aguardar as respostas.
* Admiramos a coragem da eurodeputada portuguesa.
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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Horta Osório:
Crédito malparado é principal
problema da banca portuguesa
O presidente do britânico Lloyds Bank, António Horta Osório, considerou hoje que o crédito malparado é o principal problema dos bancos portugueses e que é necessário resolvê-lo para libertar capital e financiar a economia.
Num almoço-debate hoje na Câmara de Comércio, em Lisboa, o gestor
considerou que "os problemas que o sector financeiro tinha há três anos
em termos de solvência melhoraram muito" e recordou os recentes aumentos
de capital da Caixa Geral de Depósitos e do BCP e a compra do BPI pelo
espanhol CaixaBank, que ajudaram a aumentar a solvabilidade da banca
portuguesa.
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Contudo, acrescentou, "falta resolver outro
problema", o do crédito malparado e em risco, recordando que os
'non-performing loans' (termo em inglês usado na gíria do sector) face
ao crédito total estão, em Portugal, acima da média europeia.
Para
Horta Osório, os activos de crédito malparado "deviam ser vendidos a
quem pode tomar conta deles", para os bancos poderem libertar, reciclar
capital para "emprestarem a quem precisa".
O presidente do
grupo bancário inglês Lloyds Bank destacou que o problema é ainda mais
necessário de resolver quando o malparado representa a "quase totalidade
dos capitais próprios" dos bancos.
O elevado nível de
crédito malparado nos bancos em Portugal tem dominado as preocupações
sobre o sector, até porque diminui a capacidade de a banca emprestar
dinheiro à economia, sendo frequentemente referido pelas agências de
'rating' como uma das causas para a baixa notação atribuída a Portugal.
A
necessidade de criação de um 'veículo' para retirar crédito malparado e
em risco do balanço dos bancos há já alguns anos, tem sido muito
falada.
No início do mês, o primeiro-ministro, António
Costa, afirmou no Parlamento que houve uma reunião entre o Ministério
das Finanças, o Banco de Portugal (BdP) e os três maiores bancos que
visa preparar uma solução para o crédito malparado.
Da
parte dos bancos, vários presidentes de instituições têm afirmado que um
veículo especificamente para o malparado não é necessário, mas caso
seja criado irão avaliar se vale a pena recorrer a ele.
Horta
Osório é líder do Lloyds Banking Group, banco que foi resgatado pelo
Tesouro britânico em 2009, quando o Estado inglês ficou com uma
participação de mais de 40% no banco.
O Tesouro britânico
anunciou em Abril deste ano que já recuperou o total do investimento
feito no banco, de 20,3 mil milhões de libras (cerca de 24,4 mil milhões
de euros).
* O crédito malparado da banca portuguesa é fruto de campanhas absurdas de "entregas" de dinheiro a pessoas que não tinham o mínimo de hipóteses de cumprir as obrigações perante os bancos. Era uma manobra forjada para encobrir vigarices orquestradas pelos banqueiros que conhecemos.
Horta Osório, um dos poucos enormes crânios da alta finança mundial, tem razão no que diz mas não põe o dedo na ferida, teria de denunciar os seus pares portugueses.
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HOJE NO
"DESTAK"
Proteção Civil do Porto pede "tolerância zero" para quem lançar balões de S. João
A Comissão Distrital de Proteção Civil (CDPC) do Porto pediu hoje às forças de segurança "tolerância zero" face a quem decida lançar balões de São João, disse à Lusa o presidente daquela entidade, Marco Martins.
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"As indicações dadas às forças de segurança foram para tolerância zero. Mas, sem prejuízo de perceber que é uma tradição de São João, acho que neste momento deve prevalecer o bom senso", disse o presidente da CDPC do Porto.
Lançar balões de São João é este ano proibido, podendo levar a uma multa até aos cinco mil euros por pessoa singular, e a PSP do Porto disse hoje que irá proceder à fiscalização durante os festejos.
* Tolerância zero também para pedófilos, bêbados ao volante, vigaristas de colarinho branco, empresas que tratam os cidadãos como palermas pagantes.
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Do pouco português que fala, Julie Jennings
safou-se com três palavras: “fogo”, “casa” e “bombeiros”. Quando as
labaredas começaram a descer o monte perto de sua casa “como se fossem
um tsunami”, a inglesa abandonou tudo para se salvar. Bom, quase tudo.
“Não podia deixar o Ned para trás”, explica enquanto abre a cancela onde
dorme o burro que a acompanhou na jornada do último sábado.
Já Tess, a
cadela, fugiu com Cris, o marido de Julie, para quem o incêndio está
demasiado presente para palavras. “Separámo-nos no meio da confusão,
fugi para o rio e, quando tinha água até à cintura, só pensava ‘a minha
mulher morreu’.” Mas não. Julie salvou-se, assim como toda a vizinhança
da aldeia de Salaborda que, nas palavras deste casal inglês, é a melhor
do mundo. “Os portugueses são os melhores vizinhos que se pode ter”,
exclama Julie. Com as mãos no peito que parecem segurar as lágrimas, e
mesmo com um cenário negro a circundar a casa rodeada de horta e animais
– “o meu sonho” –, a inglesa dá graças por há dois anos, de todos os
lugares do mundo, ter escolhido esta aldeia do interior português.
“Vimos uma reportagem sobre Pedrógão na televisão e decidimos vir ver
como era ao vivo”, conta Cris, que apesar de viver em Lake District, com
o verde e os rios que Pedrógão também lhe dão, precisava do calor para
se sentir bem.
A natureza, aliada ao sossego e à hospitalidade, são pontos comuns no discurso de quem veio de fora e escolheu a região Centro do país como morada. São às centenas os estrangeiros que vivem neste quadrado cujos vértices são Pedrógão, Ferreira do Zêzere, Pampilhosa da Serra e Proença-a-Nova. E nenhum com quem o i se cruzou mostra vontade de voltar. “Se a minha casa ardesse em Inglaterra, eu ia fugir para França?” A pergunta é retórica, já sabemos, assim como o é a resposta sobre se algum dia a aldeia vai voltar a ser aquela que eles viram na televisão. “Claro que sim, e nós vamos estar cá para vê-la reerguer-se.”
A mercearia internacional Mesmo com poucas palavras trocadas na mesma língua, a comunidade interage sem barreiras. E só mesmo quando as saudades dos assados, das papas de aveia ou dos molhos pouco saudáveis aperta é que os ingleses e alemães saem do ninho para ir a Avelar. A mercearia do Toni é a única num raio de centenas de quilómetros que tem uma prateleira dedicada a produtos internacionais. “Quando abri a loja, há dez anos, percebi que ninguém via na presença de estrangeiros aqui uma fonte de rendimento”, conta. Foi aí que começou a importar produtos e é atualmente o único distribuidor das redondezas.
Além de os ajudar na hora de fazerem uma refeição caseira, Toni aproveita o inglês que herdou dos anos na escola para os orientar quando o tema é burocrático. No entanto, desde o último fim de semana que, em vez de dar indicações sobre onde é o tribunal ou a solicitadora, se viu obrigado a orientar para hospitais ou para o posto de comando quem perdeu tudo. Além disso, alertou as autoridades para a falta de uma linha de apoio internacional para que quem está longe pudesse avisar os familiares de que, no meio do caos, o importante estava a salvo. “Uma vida é uma vida, fale ela português ou inglês.”
Solidariedade sem igual Se Toni consegue encontrar falhas na ajuda prestada aos estrangeiros, da boca de quem viveu o drama na pele só saem elogios. “Tenho dúvidas se em Inglaterra teriam esta solidariedade.” Liz vive na aldeia de Rabigordo há dois anos e meio, o suficiente para chamar casa a esta comunidade.
No dia do fogo, o calor, que já não fazia adivinhar um desfecho feliz, fez com que descesse até ao rio com um amigo. O problema foi o regresso. “De repente era como se fosse meia-noite”, conta ao lembrar-se do momento em o fogo queimou os cabos que ainda hoje não permitem que tenha eletricidade em casa. Fugiram como puderam, sem deixar para trás Bambo, o golden retriever que a leva a preferir dois dias de carro a duas horas de avião sempre que volta a Inglaterra para visitar a família.
Num sábado ainda demasiado próximo para se dizer que já passaram cinco dias, a casa onde agora a encontramos a limpar a fuligem que o incêndio deixou não era mais que uma bola de fumo. Foi ainda com a roupa de praia que se fez à estrada até encontrar um local seguro. “Parei num restaurante e a dona, do mais amoroso que há, recusou-se a aceitar dinheiro pela refeição e ainda me deu creme para as queimaduras do sol.” A voz embargada é o espelho de “uma gratidão que não tem fim”.
Em sua casa não faltaram vizinhos a oferecer comida, Proteção Civil a perguntar se estava tudo bem e até veterinários para saber se Bambo precisava de ajuda. É por isso que, das janelas abertas para um cenário negro, Liz consegue ver para além do caos. “Foi a pior coisa que me aconteceu na vida, mas serviu para ver que o mundo ainda é um lugar bom.”.
* Registe-se a simpatia e a solidariedade.
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HOJE NO
"i"
“Os portugueses são os melhores
.vizinhos que se pode ter”
.vizinhos que se pode ter”
Quem o diz é
Julie, uma das muitas inglesas que escolheram Pedrógão para viver. Toda a
zona Centro do país está cheia de estrangeiros que, mesmo depois do
caos, conseguem ver aquilo que os fez trocar de morada: sol, paisagem e
os portugueses, “os melhores do mundo”
A natureza, aliada ao sossego e à hospitalidade, são pontos comuns no discurso de quem veio de fora e escolheu a região Centro do país como morada. São às centenas os estrangeiros que vivem neste quadrado cujos vértices são Pedrógão, Ferreira do Zêzere, Pampilhosa da Serra e Proença-a-Nova. E nenhum com quem o i se cruzou mostra vontade de voltar. “Se a minha casa ardesse em Inglaterra, eu ia fugir para França?” A pergunta é retórica, já sabemos, assim como o é a resposta sobre se algum dia a aldeia vai voltar a ser aquela que eles viram na televisão. “Claro que sim, e nós vamos estar cá para vê-la reerguer-se.”
A mercearia internacional Mesmo com poucas palavras trocadas na mesma língua, a comunidade interage sem barreiras. E só mesmo quando as saudades dos assados, das papas de aveia ou dos molhos pouco saudáveis aperta é que os ingleses e alemães saem do ninho para ir a Avelar. A mercearia do Toni é a única num raio de centenas de quilómetros que tem uma prateleira dedicada a produtos internacionais. “Quando abri a loja, há dez anos, percebi que ninguém via na presença de estrangeiros aqui uma fonte de rendimento”, conta. Foi aí que começou a importar produtos e é atualmente o único distribuidor das redondezas.
Além de os ajudar na hora de fazerem uma refeição caseira, Toni aproveita o inglês que herdou dos anos na escola para os orientar quando o tema é burocrático. No entanto, desde o último fim de semana que, em vez de dar indicações sobre onde é o tribunal ou a solicitadora, se viu obrigado a orientar para hospitais ou para o posto de comando quem perdeu tudo. Além disso, alertou as autoridades para a falta de uma linha de apoio internacional para que quem está longe pudesse avisar os familiares de que, no meio do caos, o importante estava a salvo. “Uma vida é uma vida, fale ela português ou inglês.”
Solidariedade sem igual Se Toni consegue encontrar falhas na ajuda prestada aos estrangeiros, da boca de quem viveu o drama na pele só saem elogios. “Tenho dúvidas se em Inglaterra teriam esta solidariedade.” Liz vive na aldeia de Rabigordo há dois anos e meio, o suficiente para chamar casa a esta comunidade.
No dia do fogo, o calor, que já não fazia adivinhar um desfecho feliz, fez com que descesse até ao rio com um amigo. O problema foi o regresso. “De repente era como se fosse meia-noite”, conta ao lembrar-se do momento em o fogo queimou os cabos que ainda hoje não permitem que tenha eletricidade em casa. Fugiram como puderam, sem deixar para trás Bambo, o golden retriever que a leva a preferir dois dias de carro a duas horas de avião sempre que volta a Inglaterra para visitar a família.
Num sábado ainda demasiado próximo para se dizer que já passaram cinco dias, a casa onde agora a encontramos a limpar a fuligem que o incêndio deixou não era mais que uma bola de fumo. Foi ainda com a roupa de praia que se fez à estrada até encontrar um local seguro. “Parei num restaurante e a dona, do mais amoroso que há, recusou-se a aceitar dinheiro pela refeição e ainda me deu creme para as queimaduras do sol.” A voz embargada é o espelho de “uma gratidão que não tem fim”.
Em sua casa não faltaram vizinhos a oferecer comida, Proteção Civil a perguntar se estava tudo bem e até veterinários para saber se Bambo precisava de ajuda. É por isso que, das janelas abertas para um cenário negro, Liz consegue ver para além do caos. “Foi a pior coisa que me aconteceu na vida, mas serviu para ver que o mundo ainda é um lugar bom.”.
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