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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Mata mãe que a forçou a passar
por deficiente desde criança
Uma
norte-americana de 23 anos, forçada pela mãe a passar por deficiente,
orquestrou o assassinato da própria antes de anunciar a morte no
Facebook. O caso chocante data de 2015 e deu origem a um documentário,
que vai para o ar na próxima segunda-feira.
Gypsy
Rose Blanchard foi dada como culpada pela morte da mãe, Dee Dee
Blanchard, de 48 anos, encontrada esfaqueada em casa, no Missouri, em
junho de 2015. Segundo o juiz que a julgou, o crime foi perpetrado pelo
namorado, a seu pedido.
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Ao abrigo de um
acordo judicial, Gypsy aceitou cumprir 10 anos de prisão por homicídio
de segundo grau, depois de o advogado ter feito provar que a sua mãe a
forçou, desde a infância, a agir como deficiente, apesar de não o ser.
Rod
Blanchard, pai de Gypsy, com quem nunca viveu, e ex-marido de Dee Dee,
de quem se separou antes do nascimento da filha, disse ao "The New York
Post" que ficou em choque quando viu a filha - que toda a vida se tinha
deslocado numa cadeira de rodas - a entrar na sala de audiências do
Tribunal do Wisconsin pelos próprios pés.
Gypsy
terá sido mantida em casa, a vida toda, como doente que não era. Para
os familiares, amigos e vizinhos, tinha leucemia, distrofia muscular e
uma série de outros problemas de saúde que Dee Dee relatava.
A
doença, na verdade, poderá ter estado sempre na mãe: Síndrome de
Münchhausen por poder. Trata-se de um transtorno segundo o qual o doente
faz acreditar que alguém ao seu cuidado tem uma doença física ou
mental, agindo como se isso fosse realmente verdade.
Gypsy chegou a ter algumas complicações de saúde, segundo relatórios médicos, provocados por medicação administrada pela mãe.
Os
contornos bizarros do caso de matricídio chocou a comunidade e vai
agora para as televisões, a 15 de maio. O documentário "Mommy Dead and
Dearest" (canal HBO), realizado por Erin Lee Carr, conta as décadas de
abuso e explora o transtorno do qual Dee Dee sofreria, contando também
com uma entrevista exclusiva a Gypsy.
Segundo declarações de Carr, o realizador,
ao "The New York Post", no documentário, os vizinhos da vítima relatam a
relação "inabalável" de filha e mãe, que dedicava todo o seu tempo às
supostas doenças de Gypsy.
"Eram
inseparáveis. Faziam tudo juntas", disse Kristy Blanchard, atual mulher
de Rod e madrasta de Gypsy ao jornal. "A Dee Dee chegou a dizer-me que,
se alguma coisa acontecesse consigo ou com a filha, queria que morressem
as duas ao mesmo tempo, já que uma não conseguia viver sem a outra",
contou.
Essa relação aparentemente
inseparável tornou ainda mais chocante a publicação que Gypsy fez no
Facebook, a 14 de junho do mesmo ano, e que levou à sua detenção: "That
bitch is dead" (Aquela cabra está morta).
* Uma história tenebrosa, se aquela cabra fosse nossa mãe não sabemos o que faríamos.
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