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161-ACIDEZ

FEMININA


ELA NAMORA

UMA CRIANÇA

Respondendo Emails



A IMPRESCÍNDIVEL TATY FERREIRA

* Uma produção "ACIDEZ FEMININA" - BRASIL

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EL GUINCHO
Bombay

por Marc Gómez del Moral






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HOJE NO 
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Dispara número de barcos fantasma
 que chegam ao Japão

A chegada à costa do Japão de barcos fantasma norte-coreanos que se encontravam à deriva disparou durante o mês de novembro, segundo dados disponibilizados pelas autoridades japonesas

Este mês, 24 barcos fantasma, aparentemente norte-coreanos, acabaram em águas japonesas, e os seus tripulantes foram por vezes resgatados com vida ou encontrados mortos, disse à agência Efe um porta-voz da Guarda Costeira.

Este número representa quase metade dos 55 casos deste tipo registados este ano pelas autoridades nipónicas, que encontraram nas embarcações a um total de 11 cidadãos norte-coreanos com vida e 18 mortos.
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 A um mês de terminar 2017, o número de barcos fantasma que acabaram na costa japonesa está em linha com o registado em 2016 (66 barcos), 2015 (45), 2014 (65) e 2013 (80).

A Guarda Costeira acredita que a maioria são embarcações de pesca norte-coreanas que se afastaram demasiado das suas águas territoriais em busca de peixe, sendo arrastadas pelas fortes correntes, características desta época do ano.

Quando os tripulantes são encontrados com vida, as autoridades japonesas tramitam a sua repatriação através da China ou de países terceiros, já que Tóquio não tem relações diplomáticas com Pyongyang.

Alguns especialistas acreditam que o fortalecimento das sanções internacionais contra a Coreia do Norte, juntamente com as fracas colheitas de inverno, pode explicar o facto de mais pescadores se aventurarem cada vez mais longe das águas do seu país, em busca da gambas, caranguejos ou lulas, muito apreciados no mercado local.

* Navios fantasma no século XXI?

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L- O UNIVERSO

1- O LADO ATERRORIZANTE



* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.

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HOJE NO 
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/ 
/DA MADEIRA"
Juíza queixa-se em tribunal 
do “verdadeiro massacre” 
provocado por Coelho

“É um verdadeiro massacre”. Foi desta forma que a juíza Joana Dias descreveu, esta manhã, a forma como tem vindo a ser visada em cartazes, publicações, blogues e vídeos na Internet relacionados com o PTP-Madeira. O desabafo foi feito na Instância Central da Comarca da Madeira, no início do julgamento dos dirigentes/deputados José Manuel Coelho, Raquel Coelho, José Luís Rocha (ausente do tribunal por internamento hospitalar) e do proprietário da empresa que editava o jornal Quebra-Costas José Nóbrega. Os quatro arguidos são acusados, cada um, de cinco crimes de difamação agravada e de fotografia ilícita.
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O processo resulta da queixa da magistrada judicial, que se considera difamada por um conjunto de textos e declarações veiculados sobretudo por José Manuel Coelho ao longo do ano de 2014, em especial o epíteto de “juíza dos sete maridos”. “Nunca o julguei, nunca lhe fiz nada e isto é um massacre permanente”, declarou a juíza, num longo depoimento feito durante a manhã.

Ao longo do dia, o colectivo de juízes presidido por Carla Meneses ouviu as testemunhas indicadas pela acusação, que confirmaram o teor pejorativo dos escritos e o impacto negativo que os mesmos tiveram na vida pessoal e profissional de Joana Dias. O juiz desembargador Jaime Pestana foi uma destas testemunhas.

No arranque do julgamento, os arguidos optaram pelo direito ao silêncio. Mas à entrada para o tribunal José Manuel Coelho garantiu que aquilo que os representantes do PTP fizeram “não é difamação nenhuma”. “Apelidaram de juíza dos sete maridos. Hoje, que se saiba, não é crime nenhum a pessoa deixar de ter o primeiro marido, ou o segundo ou o terceiro. A pessoa é livre para se casar as vezes que quiser. Não há crime nisso, nem existe nenhuma difamação em constatar isso”, sublinhou. O mesmo arguido referiu ainda que “era apenas director de um jornal [o Quebra-Costas] e os jornalistas tinham toda a liberdade para escrever e fizeram algumas críticas como é legítimo em democracia”.

Coelho acha que vai ser condenado neste processo porque se trata de “um julgamento político” feito por “tribunais que são organizações fascistas e adversários da democracia”, porque “não são eleitos pelo povo” e “funcionam em autogestão”. Denunciou ainda que nos tribunais portugueses “prende-se por delito de opinião”, dando o exemplo da professora Maria de Lurdes Rodrigues que está presa em Tires.

* José Manuel Coelho é um dos mais claros exemplos nacionais de que por em nada ser competente se tornou um biltre político com salário pago pelos madeirenses.

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XXIII- Cidades

e soluções

1 - EXPLORAÇÃO DE GÁS DE XISTO



FONTE: 350 Brasil

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HOJE  NO 
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
As principais ideias da carta 
de Centeno ao Eurogrupo

Portugal formalizou esta quinta-feira a candidatura de Mário Centeno à presidência do Eurogrupo. Os dados estão lançados e na carta que enviou para Bruxelas, o ministro das Finanças apresenta os seus argumentos para ficar com o lugar.

O ministro das Finanças apresentou um conjunto de propostas e intenções na carta de motivação com que formalizou a candidatura à liderança do Eurogrupo. Destacam-se o reforço de integração no âmbito da moeda única e uma maior transparência e legitimidade dos processos de decisão da União Europeia. 
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Centeno também deixa críticas às regras europeias em questões orçamentais e à omissão de medidas de crescimento económico nos programas de assistência financeira da troika. As mensagens estão na carta que seguiu esta quinta-feira para Bruxelas e a que o Negócios teve acesso. 


"A Zona Euro tem de estar preparada para enfrentar os desafios vindouros. A sua estrutura institucional tem de tornar-se mais resiliente, promover a convergência económica e ir ao encontro das expectativas dos nossos cidadãos."

No arranque da carta de motivação em que formaliza a candidatura à presidência do Eurogrupo, Mário Centeno defende uma espécie de reforma das competências da instituição, mais deve estar mais voltada para a promoção de uma Zona Euro convergente. Actualmente, o principal objectivo do Eurogrupo passa pela coordenação de políticas económicas. Centeno compromete-se a procurar "encontrar os acordos equilibrados para a construção de uma economia da Zona Euro mais resiliente e madura".

"Aprofundar a União Económica e Monetária (UEM) será crucial para incentivar um crescimento económico inclusivo e sustentado e criar emprego." 

Seguindo ideias já expressas pelo presidente Emmanuel Macron ou pelo próprio primeiro-ministro António Costa, o ministro considera que só uma Zona Euro mais integrada, servida de mecanismos capazes de responder a choques assimétricos, pode enfrentar os desafios e incertezas futuras, promover o crescimento simétrico e criar emprego. Centeno diz que é preciso aproveitar o Conselho Europeu de meados de Dezembro para dar um passo em frente nesta matéria e sublinha que os "próximos meses proporcionam uma janela de oportunidade única" para o conseguir.

"A Comissão Europeia já apresentou a base necessária para seguir em frente. Concordo com o presidente Tusk de que é preciso delinear um roteiro transparente na Cimeira [de Dezembro] por forma a ser adoptado em Junho de 2018. Actuando em conjunto, podemos construir uma melhor estrutura de gestão de risco."

Sinalizada a importância de reforçar a integração no seio do euro, a carta refere a concordância de Centeno com o presidente do Conselho, Donald Tusk, sobre a necessidade de definir um roteiro que permita reduzir a distância entre a discussão de temas e a obtenção de resultados concretos, algo a ser feito já na próxima cimeira europeia de 14 e 15 de Dezembro. 
O governante português considera que os cenários previstos pela Comissão Europeia no Livro Branco para o futuro da União são a base de trabalho necessária, mas agora é preciso seguir em frente. Nesse sentido, propõe que o itinerário esteja completado a tempo de ser formalmente adoptado no Conselho Europeu de Junho de 2018 (dias 28 e 29).

"Deve ser promovida uma participação mais alargada de todos os organismos da UE no processo de tomada de decisão. Aumentar a transparência vai contribuir para a legitimidade do processo aos olhos dos cidadãos europeus."
Mário Centeno propõe uma União Europeia mais democrática e colegial, com as diversas instituições envolvidas nas decisões, o que reforçará a legitimidade das decisões junto dos europeus. Nesse sentido, quer que a coordenação entre o Eurogrupo e o ECOFIN (ministros das Finanças da UE) seja "aprofundada" bem como o reforço da ligação relativamente ao Parlamento Europeu. 

"O Governo português lidou com sucesso com riscos significativos ao enfrentar questões no sector da banca uma atrás da outra, no que foi um processo de verdadeira reforma estrutural" (…) "Na minha perspectiva, completar a União Bancária, através da adopção de um regime prudencial mais forte, adoptado com outras medidas de reforço da confiança, são da máxima importância para garantir um sistema financeiro mais sólido na Zona Euro."
A recapitalização do sistema financeiro promovida pelo Governo, em especial na área da banca (Banif e CGD), são apontados como factores favoráveis à candidatura de Centeno que destaca a importância de concluir a União Bancária mediante regras mais apertadas.

"O futuro presidente do Eurogrupo deve também promover a implementação de um quadro de supervisão orçamental totalmente credível e de mecanismos de coordenação política mais robustos" (…) "Como mostra o meu percurso como ministro português das Finanças, estou profundamente comprometido com a implementação do Pacto de Estabilidade e Crescimento que os nossos países acordaram em conjunto."
Esta será a passagem que a esquerda parlamentar (PCP, BE e Verdes) menos gostará de ler, uma vez que Centeno não apenas utiliza a consolidação orçamental obtida pelo Executivo socialista como um factor que favorece a sua candidatura, como reafirma o respectivo compromisso. Mais, defende a criação de um quadro de supervisão para garantir os objectivos orçamentais acordados, no que pode ser visto pela esquerda como uma potencial perda adicional de soberania.

"Acredito que o Eurogrupo pode contribuir para a discussão sobre como tornar a supervisão orçamental mais eficiente através de regras mais simples, compreensíveis e mais transparentes."
Fica clara a crítica à rigidez das regras europeias e à ortodoxia do Tratado Orçamental. Ao pedir instrumentos de supervisão mais perceptíveis, Centeno parece aludir à alteração do cálculo do saldo estrutural para efeitos de cumprimento do Programa de Estabilidade. O ministro, em conjunto com outros responsáveis europeus das Finanças, instou a Comissão Europeia a alterar a forma como se calcula o saldo que desconta os efeitos dos ciclos económicos. Centeno conclui que "podemos beneficiar de discussões mais informadas".

"Devemos ter sempre um portefólio de políticas alternativas porque, como acontece frequentemente, as políticas ideais são politicamente inviáveis para todos os Estados-membros (…) Isto será particularmente útil para a forma como produzimos aconselhamento de políticas sobre reformas, que têm de ser sempre orientadas para o aumento do potencial de crescimento das nossas economias e da Zona Euro como conjunto."

É já quase no término da missiva que Mário Centeno deixa críticas ao que foram as políticas de austeridade seguidas na UE, designadamente na Zona Euro, em particular prescritas nos memorandos de entendimento acordados, por países como Portugal ou a Grécia, com a troika. Recuperando críticas repetidas pelo primeiro-ministro António Costa ou por si próprio, Centeno realça a importância de ter preparado um leque de opções políticas que permitam superar impasses, focadas no crescimento e convergência económica no seio do euro.

Também aqui repete uma das ideias que esteve por trás da preparação do Programa de Governo - a de que não há uma receita única que sirva a todos. 

* Era previsível.

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CRISTINA PERES

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Os EUA 
"tomarão conta do assunto"

A sofisticação do armamento e a agressividade da Coreia do Norte têm vindo a aumentar. Depois de dois meses passados sobre o último lançamento, ontem, Pyongyang lançou aquilo que os Estados Unidos identificam como um míssil balístico intercontinental, o qual voou durante 50 minutos e mergulhou no Mar do Japão a mil quilómetros de distância do ponto de onde foi lançado: Sair Ni, na Coreia do Norte.

Até agora, a Coreia do Norte não se tinha declarado um “Estado nuclear” como ontem prontamente o fez. Nunca um míssil balístico intercontinental norte-coreano tinha chegado tão alto e tinha tido a pretensão de poder alcançar qualquer ponto do território norte-americano.

O Pentágono confirmou ter detetado e seguido um projetil norte-coreano que mergulhou na zona de exclusão económica do Mar do Japão. Pyongyang voltou aos lançamentos uma semana depois de Washington ter voltado a incluir a Coreia do Norte na lista dos países que apoiam o terrorismo.

No comunicado emitido pelo Pentágono lia-se que a os relatórios iniciais da Coreia do Sul sugeriam que teria sido lançado de uma placa móvel às 3:00 da madrugada locais. O importante é que o míssil alcançou 4,500 quilómetros de altitude acima da Terra, dez vezes mais do que a órbita da Estação Espacial Internacional da NASA.

Minutos após o lançamento do míssil norte-coreano, o comando militar sul-coreano anunciou que Seul tinha procedido a um exercício envolvendo o lançamento de um míssil de precisão destinado a responder de imediato a qualquer ataque do Norte.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que terá sido informado dos acontecimentos quando o míssil norte-coreano se encontrava ainda no ar, respondeu que os EUA “tomarão conta do assunto”. Voltamos ao mesmo, se é que saímos de lá… Recorde aqui a análise que Miguel Monjardino fez de outro lançamento em julho deste ano.

OUTRAS NOTÍCIAS
Ainda o Orçamento do Estado: a taxa chumbada pelo PS permitiria poupar até €40/ano na fatura da eletricidade. O assunto faz a manchete de hoje do jornal Público: “Energia: Proposta chumbada pelo PS foi negociada com o Governo”. O jornal “i” escreve hoje na primeira página “Costa só soube do acordo das rendas de energia pelos sites dos jornais”. Aqui no Expresso: Governo deu ok a nova proposta do BE sobre taxa da energia 24 horas antes de mudar de ideias. O Bloco de Esquerda sustenta que as justificações do PS são contraditórias e há deputados do PS que criticam o volte-face do partido na votação sobre rendas na energia. Os socialistas justificam o recuo na nova taxa no setor energético com “impactos reputacionais e jurídicos” da litigaria com grandes empresas, que poderiam levar o Estado e os consumidores a pagarem indemnizações. O Miguel Prado, a Mariana Lima Cunha e o Adriano Nobre escreveram este texto para explicar.

As vítimas indiretas dos incêndios também vão ser indemnizadas, leia aqui. Os critérios para determinar o valor das indemnizações às famílias das 110 vítimas mortais dos incêndios de Pedrógão Grande e de 15 de outubro foram fixados em €70.000, mínimo. “O desgosto e a dor dos familiares das vítimas dos incêndios serão tidos em conta nas indemnizações”, faz manchete o “i”.

As execuções sumárias extrajudiciais ocupam o centro da mais recente investigação sobre direitos humanos em Angola feita por Rafael Marques, jornalista e ativista angolano. A investigação apurou 92 casos, o último dos quais datado de 6 de novembro. Leia aqui e veja os vídeos incluídos.

Tão pouco como $400 custa um africano vendido como escravo nos “novos” mercados da Líbia. O caso está a chocar, a Líbia reconhece que não é brilhante para a fama do país em pleno terceiro milénio, mas diz que o Ocidente tem de ajudar a controlar a situação. Este é o perigo mais sinistro que ameaça os africanos que procuram uma vida a norte. Reportagem da Al-Jazeera. Aqui estão 24 segundos de imagens dos leilões de homens disponibilizadas pelo Independent. Um tweet lembra como a história se repete, igualzinho ao tráfico de escravos de outros séculos. O Conselho de Segurança das Nações Unidas reuniu de urgência para condenar a situação destes migrantes e refugiados que estão a ser torturados e tornados escravos. Uma reportagem da CNN lançou os holofotes sobre o assunto. O secretário-geral da ONU António Guterres manifestou-se “horrorizado” e disse que estes são atos contra a humanidade. A Joana Azevedo Viana explica.

Um em cada dez comprimidos nos países em desenvolvimento é contrafeito ou não cumpre os requisitos mínimos. Ou seja, é falso. É o que revela a Organização Mundial da Saúde (OMS) segundo dados fornecidos pelo seu sistema de controlo dos medicamentos. Usados para tratar doenças como a malária e a tuberculose, podem ser responsáveis pela morte de dezenas de milhares de crianças.

A OMS publica também hoje o Relatório Mundial da Malária 2017 no qual se verifica que a luta contra a doença está, senão parada, em regressão, e as razões não são muito claras. Aponta-se a hipótese de ter descido a desinfeção dos interiores das casas com inseticida capa de matar os mosquitos que posem nas paredes, mas há mais elementos em jogo. A Índia sozinha teve 6% dos novos casos de malária em todo o mundo .

Hoje e amanhã realiza-se em Abidjan, capital da Costa do Marfim, a 5ª Cimeira UE-África. É a primeira a realizar-se na África subsariana e vai reunir 80 chefes de Estado e de Governo, entre os quais o primeiro-ministro António Costa. A cimeira será ocasião para lançamento de um Plano Marshall para África e da criação de um programa Erasmus para jovens empresários, duas das várias propostas anunciadas em vésperas do evento. “Investir na juventude” é um dos temas do dia que reflete o desespero dos europeus para abrandar o fluxo de imigração em direção ao velho continente: metade dos jovens africanos poderão não ter emprego em 2025, diz o Banco de Investimento Africano.

Só imprensa escolhida a dedo foi autorizada a assistir à tomada de posse do Presidente Uhuru Kenyatta ontem à tarde. Jan Husar, um fotojornalista e documentarista que cobre o Quénia (com quem estou sempre em contacto e que estava ontem em Nairobi) não foi autorizado a assistir. Nem foi possível passar a barragem policial em torno do estádio Kasarani, onde o Presidente jurou perante 60 mil simpatizantes e uma vintena de chefes de Estado e ministros, que trataria do futuro no qual todos tinham votado. À volta do estádio era disparado gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes. Pelo menos três pessoas morreram nos confrontos com a oposição que decorriam à mesma hora nas imediações. Por enquanto, não há sinais visíveis de que a paz venha a manter-se neste país da África Oriental onde o líder da oposição, Raila Odinga, anunciou para 12 de dezembro a sua própria tomada de posse.

O “Zimbabwe depois de Mugabe” serve de chapéu a todas as notícias sobre o país dominado 37 anos pelo Presidente que teve o seu futuro garantido pelo, então número 2, e agora novo chefe de Estado, Emmerson Mnangagwa. Foi ele mesmo quem anunciou uma amnistia para pessoas e empresas que entreguem fundos pertencentes ao Estado que tenham sido ilegalmente desviados para o estrangeiro. Nestes três meses, os voluntários não sentirão o “longo braço da lei”. Depois de fevereiro, as “gigantescas somas de dinheiro e outros bens” que tenham sido “ilegalmente externalidades por certos indivíduos e empresas” terão outra sorte.

Apesar das expectativas criadas, o Papa Francisco evitou pronunciar a palavra proibida e que teria sido importante na sua visita a Myanmar e ao Bangladesh - “Rohingya”. O DN faz hoje manchete com o assunto escrevendo: “Birmânia: Papa fala da crise dos Rohingyas sem a palavra proibida”. O país vizinho, o Bangladesh, que acolheu dezenas de milhares de refugiados daquela etnia muçulmana, vai alocar €270 milhões na adaptação de uma ilha da Baía de Bengali para que possa alojar 100 mil deles, reporta a agência Reuters. Este foi o discurso do Papa de ontem, até 2 de dezembro andará com pinças em torno da questão.

Enquanto se espera que o Presidente Frank-Walter Steinmeier reúna com os líderes dos três partidos que fariam parte de uma eventual nova grande coligação para governar a Alemanha de 2017 a 2021 - Angela Merkel pela CDU, Horst Seehofer pela CSU e Martin Schulz pelo SPD - o presidente da câmara de Altena (Renânia do Norte-Vestefália) foi apunhalado com uma faca de cozinha na garganta. Conhecido por ser a favor da política de acolhimento de refugiados defendida pela chanceler, Andreas Hollstein acolheu mais refugiados do que os que foram distribuídos à cidade que lidera. Ficou seriamente ferido no ataque de que foi objeto por motivos políticos.

Ser imigrante começa a ser sinónimo de absoluta vulnerabilidade. Veja o que aconteceu a Paulette Wilson, uma mulher que chegou ao Reino Unido em 1968 e que se viu de um momento para o outro num centro de detenção em vias de ser transferida para o centro de imigração de Heathrow, onde embarcaria de volta à Jamaica, onde não regressou durante 50 anos. Leia aqui como é que o Home Office a classificou repentinamente como imigrante ilegal.

FRASES

“A Europa precisa de uma Alemanha forte, é desejável pôr depressa um governo a funcionar”, Angela Merkel, chanceler alemã citada pela agência noticiosa alemã DPA, sempre garantindo que o atual governo que lidera dá bem conta da tarefa

“Eu fui vendido”, Victory, cidadão nigeriano de 21 anos do estado de Edo citado na reportagem da CNN sobre os mercados de escravos na Líbia

“A América Latina é uma extensão natural da rota da seda marítima”, Zhao Bentang, chefe do departamento da América Latina do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês durante a visita de Estado ao Panamá, país que rompeu ontem “relações diplomáticas com Taiwan” em nome dos 19 acordos comerciais assinados entre os dois países

“Os trabalhadores é que vão decidir se este acordo é bom para eles ou não”, Fernando Gonçalves, coordenador da comissão de trabalhadores da Autoeuropa citado pelo Negócios

O QUE ANDO A LER

Chegada a época das listas de tops e das escolhas do ano, repesquei os best of 2016 dos Long Read do Guardian e sugiro um texto sobre o consumo de açúcar, que prova que há pessoas à frente do seu tempo. E que há lóbis, claro. Em 1972, um cientista britânico junta provas para argumentar que é o açúcar o mais lesivo para a saúde e não as gorduras e ninguém o leva a sério. As razões? No texto “The conspiracy of sugar” publicado em julho de 2016, Ian Leslie pergunta como foi possível tanta gente permanecer enganada durante tanto tempo?. E porque boas leituras nunca são demais, passe os olhos pela reportagem mais recente do jornalista do Guardian Gary Younge, que voltou aos EUA para ver como por lá floresce a extrema-direita: “My travels in white America - a land os anxiety, division and pockets of pain”.

* JORNALISTA INTERNACIONAL

IN "EXPRESSO"
28/11/17

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1428.UNIÃO



EUROPEIA



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HOJE  NO 
"CORREIO DA MANHÃ"
Morreu Zé Pedro, 
fundador dos 'Xutos & Pontapés' 

Guitarrista sofria de doença prolongada. Tinha 61 anos.

Zé Pedro, guitarrista dos 'Xutos & Pontapés', morreu esta quinta-feira vítima de doença prolongada. O fundador da banda de rock portuguesa tinha 61 anos. Morreu em casa, em Lisboa. 
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O velório do músico realiza-se esta sexta-feira a partir das 16 horas, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, onde, no sábado, é celebrada missa de corpo presente, pelas 14 horas. O funeral e a cerimónia de cremação, que se realizam em seguida, são reservados à família. O músico estava doente há vários meses, mas a situação foi sempre mantida de forma discreta pelo grupo. 

O último concerto do guitarrista com os 'Xutos' foi no Coliseu de Lisboa no inicio do mês de novembro, onde foi recebido com carinho pelos fãs. José Pedro Amaro dos Santos Reis nasceu em Lisboa, em 14 de setembro de 1956, numa família de sete irmãos, "com um pai militar, não autoritário, e uma mãe militante-dos-valores-familiares", como recordou num dos capítulos da biografia "Não sou o único" (2007), escrita pela irmã, Helena Reis. 

Passou arte da infância em Timor, para onde o pai fora destacado. Já a viver nos Olivais, vestia-se como o protagonista de ‘A Laranja Mecânica’ e esperava que o carteiro trouxesse os discos encomendados de Londres. Esperaria até 1982 para ter nas mãos o primeiro dos 'Xutos & Pontapés', banda que fundara três anos antes, mas só em 1987 atingiu o estrelato que ainda hoje mantinha.

Em maio de 2011, por causa de problemas de saúde, fez um transplante de fígado e, pouco tempo depois, voltou aos concertos, porque dizia que estar em cima de um palco lhe dava saúde. Colecionador de música, a par da vida nos 'Xutos & Pontapés', Zé Pedro desdobrava-se noutros projetos, como a rádio, tendo colaborado com Jaime Fernandes e Luís Filipe Barros na Rádio Comercial, com Henrique Amaro, na Rádio Energia, com Miguel Quintão na Vox ou, mais recentemente, na Rádio Radar. 

Foi ainda DJ, um dos gerentes e diretor artístico do Johnny Guitar, fez parte dos Cavacos, do Palma's Gang, dos Maduros, dos Ladrões do Tempo, congregando várias gerações de músicos e de públicos.

* Continuarás vivo Zé Pedro, és um grande homem.

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VI- AS MAIS ESTRANHAS 
FORMAS DE MORRER
2-A BALA FALSA,RASPUTIN
MORTE DE BAILARINA



As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
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3-GERAÇÃO TREKKIE


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HOJE  NO 
"OBSERVADOR"

“Nem a moeda única nos salvará de um quarto resgate”, avisa Daniel Bessa

Daniel Bessa reconhece que "há um curto prazo" que é importante ter em mente, mas Portugal já está em boa hora para pensar "preferencialmente" no longo prazo. Apostar no consumo "é um erro", avisa.

Daniel Bessa ouviu ontem, quarta-feira, Manuel Caldeira Cabral a congratular-se pelo facto de as empresas privadas estarem a investir mais 15% este ano. Reação de Bessa sobre as palavras do homem que ocupa, no governo de Costa, o mesmo cargo que ocupou no governo de Guterres: “partindo do ponto a que chegou, se está a subir 15% continua igual“, atira Daniel Bessa. 
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O ex-ministro da Economia e diretor-geral da COTEC defende que as políticas públicas devem estimular este investimento das empresas — que devem investir “se quiserem, ninguém os pode obrigar” — e avisa o Governo que estimular a economia pela via do consumo “é um erro“, porque há um “longo prazo” que não se pode negligenciar. Qual é o risco? “Nem a moeda única nos salvará de um quarto resgate“.

Bessa reconhece que “há um curto prazo e um longo prazo”, ou seja, não discorda de que a economia tenha necessitado de certos estímulos no curto prazo. “Mas não sei — tenho muitas reservas — que ainda possamos dizer que ainda estejamos a trabalhar no curto prazo“.

As declarações foram proferidas em Lisboa, numa conferência promovida pela Caixa Geral de Depósitos: “A Economia Portuguesa em Debate“. A primeira sessão deste ciclo de conferências, na Culturgest, dedicou-se ao tema da Poupança, Investimento e Financiamento da Economia.

O ex-ministro da Economia salienta que “as pessoas estão a ser induzidas a gastar”, o que está a levar a uma queda da taxa de poupança para níveis muito baixos. “E sem poupança não há investimento no longo prazo”, defende Daniel Bessa, referindo estatísticas que dizem que quase toda a poupança em Portugal é feita pelos 25% com maiores rendimentos, “o que não é dizer que são ricos — são a classe média, no máximo o segmento mais alto da classe média”: estes estão a ser castigados pela via fiscal e, portanto, é “natural” que a taxa de poupança esteja a cair.

Qual é o risco? É o país, sem poupança, voltar a ficar dependente da poupança externa e ficar vulnerável a novas crises. “Tivemos três resgates em poucas décadas, e o terceiro resgate (2011) não veio mais cedo porque foi adiado pela moeda única. Mas nem a moeda única nos salvará de um quarto resgate, se não forem repostos alguns fundamentais“, atirou o ex-ministro da Economia.

Entre esses “fundamentais” que têm de ser “repostos” estão as escolhas políticas sãs. E elas não têm existido, diz Daniel Bessa, porque “do ponto de vista do longo prazo, querer que a economia cresça por consumo é um erro – pode durar mais algum tempo, mas é um erro“. Ao mesmo tempo, os cidadãos são “bombardeados” com declarações como as de Caldeira Cabral, que se congratulam por um aumento do investimento das empresas comparando as variações percentuais com o ano passado, em que o investimento caiu a pique (sobretudo na primeira metade de 2016).

* Durante este ano escrevemos repetidamente que propagandear e promover consumo é um erro crasso, Daniel Bessa é um economista respeitado e tem fundamentos sobre o que diz, a nossa opinião não é baseada em estudos económicos para os quais não temos competência, mas pela observação diária dos comportamentos das pessoas.

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UHF

Os Putos Vieram Divertir-se


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HOJE  NO 
"RECORD"
McGregor em maus lençóis: 
Está na mira da máfia irlandesa

Conor McGregor é visto como um Deus na Irlanda, conforme Dana White disse na véspera, mas segundo o 'The Irish Sun' esse estatuto não lhe basta para estar imune a um eventual ataque por parte dos Kinahans, o cartel mais perigoso do país.
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Segundo adianta aquele jornal, o lutador do UFC estará na mira dos Kinahans, devido a um desentendimento ocorrido na noite de domingo num pub de Dublin, no qual McGregor terá agredido o pai de Graham 'The Wig' Whelan, o chefe do cartel. Ao que parece, os Kinahans estarão agora a exigir o pagamento de uma verba milionária ao lutador, na ordem dos 900 mil euros. Caso não a pague, McGregor ficará com a sua cabeça a prémio e à mercê de um possível ataque por parte desta perigosa família.

Refira-se que, na sequência de tudo isto, o lutador do UFC decidiu usar a ironia para responder à primeira notícia sobre o que sucedera, onde o 'The Independent' falava de um desentendimento num pub entre o referido elemento da família Whelan e uma "celebridade irlandesa bastante conhecida". No Instagram, colocou um pequeno vídeo no qual surge a tremer, com a legenda "a celebridade"...

* São pares do mesmo ofício, a violência extrema, amassem-se bem e sejam felizes.

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13.OS MESTRES
DO DINHEIRO



Como uma série de 1996 está tão actual, à parte algumas afirmações "datadas", tudo o resto ensina-nos a compreender o espírito da Troika, a economia de Trump, os capitalismos russo e chinês.

FONTE: lucas84doc


* Nesta nova época de "bloguices" que vai de Setembro a Julho do próximo ano, iremos reeditar algumas séries que de forma especial sensibilizaram os nossos visitadores alguns anos atrás, esta é uma delas.

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MOÇAMBIQUE
'Só faltam os passageiros'
Caminhe pelo aeroporto fantasma da Odebrecht



FONTE: BBC Brasil

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O SEE Assembly e o acesso das PME 
aos mercados públicos europeus



FONTE: EURONEWS

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Para cozer os miolos/34


TECNO BIKE...

FONTE: TechZone


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1444
Senso d'hoje
JOÃO LOBO ANTUNES
1944-2016
BRILHANTE NEUROCIRURGIÃO
"EXCERTOS DE ALOCUÇÕES"



* Vídeo de homenagem da Fundação Francisco Manuel dos Santos a João Lobo Antunes, ex-curador da Fundação, um ano após o seu falecimento.
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VIII-OS RIOS E A VIDA
3- MEKONG - ÁSIA



FONTE: MrVeddhas

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HOJE NO 
"DINHEIRO VIVO"
Álvaro Santos Pereira.
 “Portugal tem de baixar muito o IRC
 e o mais cedo possível”


Em entrevista, o diretor de estudos da OCDE diz que dívida do Estado e das empresas é um perigo. Subida do salário mínimo, para já, não é problemática.

Álvaro Santos Pereira é, desde 2014, o diretor da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) com a pasta dos estudos económicos nacionais. Em entrevista telefónica ao Dinheiro Vivo, a partir de Paris, onde a OCDE está sedeada, o ex-ministro da Economia de Pedro Passos Coelho (PSD) diz que dívida do Estado e das empresas é um perigo (não vá acontecer algum “choque” nos mercados). Já a subida do salário mínimo não lhe parece problemática, pelo menos para já. A reforma do IRC já devia ter começado, como aconteceu em muitos países desenvolvidos, acena. 

 A OCDE alerta para o risco de continuação de uma orientação orçamental mais expansionista em Portugal porquê?
Não estamos a defender medidas muito expansionistas porque segundo a nossa avaliação, a política monetária deverá ser normalizada mais no final de 2019, início de 2020, com a subida das taxas de juro. A nível orçamental, achamos que este ano e certamente para o ano há políticas mais expansionistas em Portugal. Mas consideramos que tem de haver prudência, é possível ter alguma margem para esse tipo de políticas porque ajudam o crescimento, mas continuamos a ver que a dívida é demasiado alta. Não só a dívida pública, mas também a das empresas. 
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Portanto, o nível global da dívida portuguesa ainda é muito alto. O último valor que temos para a dívida externa bruta é de cerca de 406 mil milhões de euros, que equivale, se não me engano, a 213% do PIB. Está mais ou menos constante nos últimos tempos, mas são níveis muito, muito altos. Graças ao crescimento económico e a alguma prudência orçamental, estamos a prever que a dívida pública vá descer e que vá continuar a descer nos próximos dois anos, pelo menos. Mas obviamente, não há muita margem para expandir muito o orçamento.

 E como é que avaliam o OE de 2018 que acabou de ser aprovado? 
 Desde que a política não seja demasiado expansionista, como neste momento, há um bocadinho de margem. Agora há aqui uma opção de política. Ou se abate dívida pública ou se estimula um pouco mais a economia, ou dá-se mais alguma primazia ao consumo. O governo, obviamente, está a dar mais primazia ao consumo. Mas podia não o fazer e tentar diminuir um bocadinho mais a dívida. 


Mas considera que o OE exagera no impulso expansionista, mesmo que reduzido, como diz? 
Ou seja, tendo em conta os riscos, seria melhor que toda a margem fosse para reduzir dívida? No que vimos até agora, o OE tenta equilibrar um pouco a restituição de alguns rendimentos com a questão do crescimento económico. Se vai ser ou não suficiente, logo se verá. 

No vosso estudo, ao nível do investimento, Portugal é dos países da OCDE que fica mais aquém na recuperação do valor perdido durante os anos da crise. Porquê e como evitar esse cenário? 
Temos de falar do investimento público e privado. O público, claramente, vai aumentar este ano bastante, não só em Portugal, como também em muitos países da Europa de leste. Isto tem a ver com a mudança de ciclos dos fundos estruturais. Infelizmente, devido à própria natureza dos fundos europeus, continua a haver ciclos políticos associados a isso. Houve uma redução muito grande do investimento público [em 2016] na transição entre os dois programas de apoio. Mas agora espera-se nos vários países, Portugal incluído, que aumente bastante. Penso que é muito provável que isso aconteça, aliás. A grande questão está, pois, no investimento privado. Neste momento estamos a prever que o investimento total vá aumentar cerca de 9% este ano e depois à volta de 5,3% e 5,6% nos próximos dois anos. 

É suficiente? 
 Penso que ainda não é. Para termos mais investimento privado, a economia portuguesa tem de se tornar mais atrativa para os estrangeiros e para o IDE. E no caso do investimento dos nacionais na economia, muito dependerá da questão do crédito, do financiamento e, obviamente, da saúde dos bancos. Para o IDE, o mais importante, para além da estabilidade, é criar as condições para mudar o tax mix (combinação de impostos), baixando significativamente o IRC. Isso é prioritário, está acontecer em muitos países da OCDE e penso que é importante que a reforma do IRC seja retomada em Portugal o mais cedo possível. Por outro lado, se se diminuem as receitas num lado, tem de se aumentar noutro para não afetar a consolidação orçamental. 

Onde? 
Em muitos países da OCDE a solução encontrada passa por aumentar os impostos ambientais. Não só para reduzir a poluição, mas também para combater as emissões de CO2. Como disse, isto está acontecer em muitos países para ajudar as cidades bastante poluídas e com impacto muito grande na saúde das pessoas. Mas também acontece por uma questão orçamental e penso que isso tem de acontecer de modo a poder aliviar impostos sobre os investidores privados. Em segundo lugar, e não menos importante, há que continuar as reformas estruturais. As reformas feitas desde 2011 deram muitos frutos, mais crescimento, mais emprego, melhorámos bastante o clima de negócios, nos rankings do Banco Mundial e do Fórum Económico Mundial. Desde 2011, Portugal melhorou muito e isso aconteceu por causa das reformas que foram feitas. Agora é importante pensar que as reformas não estão todas feitas. É importante haver uma nova leva de reforma o mais brevemente possível para que, mais uma vez, consigamos ter mais investimento no país. Tem de ser claramente uma das prioridades. 

A do IRC é prioritária? E que outras? 
Sim, sem dúvida nenhuma. E ainda há muitas restrições em muitos sectores de serviços que é preciso reduzir. Além disso é importantíssimo apostar nas qualificações das pessoas. É fundamental haver algum consenso político e ao nível dos parceiros sociais para apostar numa reforma da educação que dê prioridade, não só à formação académica, mas também implementar de forma transversal um sistema dual de aprendizagem na economia portuguesa para aumentar a empregabilidade de muitos dos alunos e para melhorar as qualificações desses trabalhadores ou futuros trabalhadores nas empresas nacionais. 

 Diz que baixar o IRC é prioritário. O novo OE aumenta a derrama estadual sobre empresas com lucros maiores. Como avalia esta medida? 
 Prefiro não comentar medidas individuais. Mas digo-lhe que nos próximos anos a tendência tem de ser de baixa do IRC, claramente. Isso tem de acontecer. 

Transversal, em todos os sectores? 
Bom. Se isso quer dizer que nos sectores mais protegidos não se coloque alguma medida adicional, isso é uma questão política. 

Não estou a perceber. 
 Eu não me escandalizaria se se aumentasse o IRC em sectores onde ainda há rendas excessivas ou existem quase monopólios, para aliviar outros. Poderia ser até interessante para aumentar a concorrência nesses sectores mais rentistas. No entanto, muito importante, e já defendo isso há muitos anos, não é a posição da OCDE, penso que Portugal tem de ter uma fiscalidade empresarial o mais atrativa possível na Europa. Nós não estamos no centro da Europa, seremos atrativos através da fiscalidade e do clima de negócios. Temos de trabalhar para estarmos no top 10 do Doing Business do Banco Mundial. 

Mas há outras formas de se ser competitivo. O governo diz que tem captado muitos investimentos importantes com incentivos dirigidos, à medida, dos investidores interessados. Não valia a pena pensar numa solução menos transversal como reduzir muito o IRC? 
Tem havido investimento, não estou a negar isso. No sector do turismo, depois das grandes mudanças que houve, das apostas que foram feitas, da liberalização do sector. Estamos a assistir a um verdadeiro boom. O que estou a dizer é que é importante que isso se alastre a outros sectores. Falta mais investimento na área dos serviços, claramente na área da indústria transformadora. Temos tido aumento do investimento sim, mas é insuficiente. 

 A produtividade diz que a produtividade portuguesa continua baixa. Se pudesse enumerar por ordem os fatores que a limitam — porque não houve investimento suficiente, porque há problemas na qualidade da gestão, porque as qualificações das pessoas não chegam ou estão desalinhadas — como faria? 
Todos esses são problemas que enfrentar em simultâneo e de melhorar nos próximos tempos. Tudo isso explica a baixa produtividade. Mas acrescento que a composição do nosso sector produtivo também ajuda a explicar o problema. Como temos um tecido empresarial muito baseado em pequenas e médias empresas (PME), temos de ter noção de que as PME em todos os países do mundo têm, habitualmente, uma produtividade um bocadinho inferiores às outras empresas. Por outro lado, também importa dizer que a nível mundial, e uma das linhas de investigação da OCDE tem mostrado isso, é que existe uma grande divergência nos últimos anos entre as chamadas empresas de fronteira — as mais avançadas, normalmente nos serviços e na indústria — e as outras. Depois da crise financeira, enquanto nas primeiras, nas que estão na vanguarda do progresso tecnológico, a produtividade está a crescer 3,5% ao ano, nas restantes o avanço é de 0% ou 0,5%. E Portugal aqui não é exceção. Como Portugal, tal como Itália, tem uma proporção de PME que é muito elevada, isso penaliza a performance global do país. É ainda importante ajudar ou estimular a consolidação das PME, aumentar a sua dimensão média, e atrair mais empresas de fronteira, que existem a nível global. A Irlanda, embora tenha menos PME que Portugal, tem o mesmo problema. As multinacionais, que estão nos mercados globais, são muito produtivas, mas as restantes empresas, não. 

O aumento previsto para o salário mínimo nacional (SMN) é desajustado à luz disso que está a dizer?  
Acho importante, sempre que possível, que nos próximos anos os aumentos do SMN estejam alinhados com a produtividade. Mas parece-me evidente que o salário mínimo tem de aumentar nos próximos anos. Nós temos um rendimento médio ainda muito baixo em Portugal e é fundamental para diminuir as desigualdades e para aumentar o bem-estar das nossas populações. Isto para dizer que ter um aumento do SMN muito acima da produtividade não é saudável. Penso que, neste momento, não estamos a falar em valores extraordinários de aumento do salário mínimo. Mas é preciso ter atenção daqui para a frente. 

Os salários portugueses estão a subir muito ou pouco? A Comissão Europeia diz que há sinais de estagnação salarial, mas parece que a OCDE não partilha totalmente dessa visão. 
A economia portuguesa tem tido um ritmo de expansão salarial que não é demasiado elevado, por enquanto, na nossa avaliação. Mas é preciso relembrar que há uma década atrás houve a tentação de subir salários demasiado depressa e isso afetou muito as nossas exportações, a competitividade, o que levou a défices externos grandes e precipitou os problemas que tivemos depois. 

 Neste novo estudo, a OCDE alerta várias vezes para a eventualidade de choque externos nos mercados de capitais. Sabem alguma coisa que nós ainda não sabemos? Se alguma coisa má acontece, Portugal está na linha da frente em relação ao embate? 
 No outlook dizemos que nos últimos anos, devido às taxas de juro estarem tão baixas, em alguns países os preços das casas aumentaram bastante — veja o caso da Suécia, Canadá, Austrália, etc. — o que levanta riscos de bolhas imobiliárias e de consequências para as famílias e o sistema financeiro. Por outro lado, essas taxas baixas, reflexo do quantitative easing (compra alargada de dívida e outros ativos), têm dado um dinamismo muito grande aos mercados de capitais, o que tem levado a que, segundo alguns cálculos ou estimativas, seja possível que alguns mercados estejam sobrevalorizados.

 Mercados de ações, de obrigações? 
Um dos riscos que vemos, daqui para a frente, é que pode haver algum ajustamento, algumas correções. É bem possível que haja. 

E que riscos corre Portugal? 
 Como lhe disse, há um problema. A nossa economia continua demasiado endividada. Com uma dívida pública de quase 130% do PIB, de uma dívida externa de 213%, se houvesse um choque externo em que os governos tivessem de agir para atenuar esse choque externo, uma das economias que seria mais afetada era a nossa. É óbvio: nós, com níveis de dívida destes, temos muito menos margem de manobra. Pode até não haver nada nos próximos tempos, mas mais cedo ou mais tarde haverá algum ajustamento relevante em algum lado e se não desendividarmos a economia isso pode afetar-nos a sério. Precisamos de reduzir essa nossa vulnerabilidade. Com moderação, claro, mas temos de o fazer. Estado e empresas. Quanto mais se fizer isto, mais vamos conseguir investir no futuro. 

O défice público devia ser 0% já em 2018?
Bom, temos de ver que há anos de eleições, há ciclos políticos, mas é aconselhável que exista um equilíbrio financeiro o mais cedo possível, sem dúvida. Um excedente primário positivo, mas também não é preciso ser demasiado elevado.

* Palavras dum ex-ministro da  economia que pedia para lhe chamarem Álvaro.

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