Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
21/02/2016
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Andrés Ruzo
Como encontrei
um lendário rio fervente
na Amazônia
Quando Andrés Ruzo era menino no Peru, seu avô lhe contou uma história com um detalhe estranho: há um rio, nas profundezas da Amazônia, que ferve como se tivesse um fogo por debaixo.
Doze anos mais tarde, depois de ter estudado como geocientista, Ruzo saiu em uma jornada às profundezas da selva da América do Sul em busca desse rio fervente.
Numa era na qual tudo parece já estar mapeado, medido e entendido, junte-se a Ruzo enquanto ele explora um rio que nos força a questionar a linha entre o conhecido e o desconhecido... e nos lembra que ainda há grandes maravilhas para serem descobertas.
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LAURINDA ALVES
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IN "OBSERVADOR"
16/02/16
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Sozinhos em casa
Num país com 56 mil organizações sociais e mais umas 20 mil
iniciativas público-privadas de resposta a problemas sociais, contam-se
pelos dedos das mãos o número de projectos de prevenção ao suicídio.
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“Se o Alentejo Litoral fosse um país independente, seria a nação
com a taxa de suicídio mais alta do mundo, superando até os países
eslavos. Na Lituânia, líder mundial, a taxa é de 42 suicídios por 100
mil habitantes. No Alentejo de Odemira e Santiago, os números podem
chegar com facilidade aos 45,50 ou mesmo 60 suicídios por 100 mil
habitantes”. Cito Henrique Raposo e um fragmento devastador de “Alentejo
Prometido”, o livro que escreveu com admirável clareza e coragem para a
colecção Retratos da Fundação (editada pela FFMS) e o Observador
pré-publicou há dias.
Num tempo em que tanta coisa nos divide, une-nos ao menos o
sofrimento dos outros e o pavor de nós próprios virmos a sofrer. O
suicídio é um tema doloroso, ultra fracturante que, felizmente, não tem
barricadas nem pessoas contra ou a favor. Somos todos derrotados quando
alguém ao nosso lado, na nossa família ou na nossa comunidade se
suicida. Sempre que um de nós põe termo à vida por desespero, solidão,
isolamento, desemprego ou pobreza, sentimo-nos trespassados. Morremos
também um bocadinho. Falo por mim, que já passei pela perda de amigos e
conhecidos a quem também não fui capaz de acudir, e muito menos salvar,
por não terem dado sinais de um desespero tão fundo. Tudo nos quebra no
momento em que nos dão a notícia, no minuto em que sabemos que a partir
dali já não há nada a fazer.
No Alentejo, diz Henrique Raposo, “nunca encontrei uma pessoa sem uma
história de suicídio na família”. Eu diria que poucos de nós
conseguiremos atravessar o tempo de uma vida sem nos cruzarmos com
alguém que desistiu. De acordo com as estatísticas da Sociedade
Portuguesa de Suicidologia em Portugal matam-se mais de 5 pessoas por
dia e esta é uma realidade lancinante. Obriga-nos a agir sobre ela,
sejamos especialistas ou apenas cidadãos comuns. Os especialistas criam
estratégias, observatórios, linhas de acção e prevenção que lhes
permitem intervir, mas não chegam. Esta causa tem que ser nossa, de
todos, sem prós nem contras. Até porque algumas das chamadas
‘guilhotinas’ que as pessoas em desespero mais usam são pontes e
caminhos-de-ferro perto das nossas casas, e é terrível pensar que cada
semana que passa se traduz na morte de pelo menos 4 pessoas que se
atiram para a linha do comboio.
Poucos sabem que se suicidam mais pessoas por ano do que as que
morrem em acidentes na estrada, e só alguns têm a noção dos elevados
custos financeiros que correspondem a um suicídio, para não falar dos
custos emocionais e morais brutais que jamais poderemos quantificar.
Estatisticamente, cada suicídio envolve custos que oscilam entre 100 mil
e 400 mil euros. Posta assim, desta forma fria e traduzida por números
tão chocantes, a fractura fica ainda mais exposta. Infelizmente é a
realidade nua e crua, e estes custos têm a ver com dívidas que ficam por
pagar, depressões nos familiares, consequentes perdas de emprego e uma
grande desestruturação que decorre de uma morte tão violenta.
Acontece que num país com 56 mil organizações sociais e mais cerca de
20 mil iniciativas público-privadas em matéria de respostas a problemas
sociais, contam-se pelos dedos das duas mãos o número de projectos de
prevenção ao suicídio. É aqui que temos que parar para pensar, mas
também para olhar à nossa volta, tentando identificar os que andam mais
frágeis. Os que vivem mais sozinhos e os que se chegam cada vez mais à
beira de precipícios que podem ser fatais.
Numa tentativa de perceber, identificar e cartografar
milimetricamente as necessidades sociais do nosso país, no sentido de
mapear também as soluções mais urgentes, o IES – Instituto de
Empreendedorismo Social, está há 4 anos no terreno a passar o país a
pente fino, elencando os principais problemas sociais e as respostas que
já existem ou têm que passar a existir. Numa lógica de procura/oferta,
as equipas do IES elencaram as maiores carências em áreas tão sensíveis
como o desemprego de longa duração, mas também de jovens qualificados; o
envelhecimento das populações; o isolamento provocado pelo êxodo rural;
a cultura de apatia e indiferença; a incapacidade ainda tão portuguesa
de fazermos parcerias e criarmos projectos conjuntos; a violência
doméstica; a saúde mental; os cuidados com toda a espécie de cuidadores
que facilmente vivem em estado de esgotamento e ‘burnout’ e, finalmente,
o suicídio. Para cada um destes problemas existem respostas boas e
menos boas, mas aparentemente ainda escassas.
Voltando ao Alentejo, que é uma realidade urgente, é bom saber que há
pessoas que criam projectos de proximidade e não se importam de
percorrer 100 kms por dia para ir buscar 6 pessoas a seis aldeias
diferente, para passarem o dia em actividades num centro onde se
encontram com gente da sua geração. O projecto “A Vida Vale” é uma
destas iniciativas que nos tranquilizam um pouco e inspiram muito,
porque apostam numa teia de relações que só se pode tecer em presença. E
é por causa desta proximidade e desta presença que os utentes
reconhecem em entrevistas que se podem ver na net, que deixaram de ter
‘ideias fracas’ que lhes vinham à cabeça quando estavam condenados à
solidão, num isolamento total. “Cheguei a passar semanas e semanas à
janela sem ver ninguém, sem ter ninguém a quem dizer um olá!”
Em Lisboa ou no Porto, nas pequenas e grandes cidades também há muita
gente sozinha. Tremendamente isolada por morar em prédios antigos sem
elevador, por viver sem rendimentos mínimos, por não ter saúde, não ter
família nem amigos, e não conhecer sequer os próprios vizinhos. Há uns
anos todos nos detivemos na triste história da senhora velhinha que
esteve 9 anos morta em sua casa, sem que ninguém desse pela sua falta.
Afligiu-nos, mortificou-nos saber isto. O problema é que ainda na semana
passada ficamos a saber de mais uma senhora que mora no centro de
Lisboa, num prédio dito normal, num bairro aparentemente sem problemas,
que ficou 3 dias e 3 noites estendida no chão, sem se alimentar, cuidar,
dormir ou pedir socorro, porque tropeçou no tapete de casa caiu no
chão. Desta vez foram ‘só’ 3 dias e 3 noites, mas também ninguém deu
pela sua falta. Para mim, que ainda não atingi a condição de idosa, três
dias e três noites de inverno estendida no chão, sozinha, sem me
conseguir alimentar, cuidar ou chamar por ajuda seria radicalmente
dramático. Nem consigo imaginar a aflição de uma senhora com mais de 80
anos…
E é por estas pessoas e por todos aqueles que estão à beira de
desistir que não podemos baixar os braços nem perpetuar a tal cultura de
apatia e indiferença que cria uma distância perversa entre mim e o meu
vizinho. Entre mim e o que sofre ao meu lado. Tal como no Alentejo e
noutras regiões em que a sociedade civil começa a dar respostas, também
nós podemos agir. Dar passos e fazer caminho no sentido de alertar, de
recorrer a serviços que já existem e pedir ajudas, mas também no sentido
de vermos se está nas nossas mãos, ao nosso alcance, cuidar. Ou, pelo
menos, saber quem são os que moram sozinhos em casa, perto de nossa
casa.
IN "OBSERVADOR"
16/02/16
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20-OS PRESIDENTES
HISTÓRIA DA REPÚBLICA
ÚLTIMO EPISÓDIO
* Iniciámos a série a cerca de três meses das eleições para a Presidência da República revelando a história deste órgão de soberania, os seus intervenientes desde a sua génese.
Dia 09/03 toma posse o novo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.
Dia 09/03 toma posse o novo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.
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ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
"SÁBADO"
Vizinhos festejam incêndio em hotel
para refugiados na Alemanha
Um hotel preparado para acolher refugiados na localidade de Bautzen
(leste da Alemanha) ficou seriamente danificado na noite passada por um
incêndio, enquanto grupos de vizinhos festejavam o sinistro.
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A origem do incêndio está ainda por esclarecer, indicaram hoje fontes policiais, que estão a investigar em todas as direcções.
Frente ao edifício, um antigo hotel que foi preparado para acolher
refugiados, juntaram-se grupos de vizinhos, muitos deles claramente
alcoolizados, que festejavam "de modo inequívoco" o que estava a
acontecer, de acordo com as mesmas fontes.
* A "sinergia" xenófoba na Alemanha é grave e hedionda
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Por último UM GRANDE AGRADECIMENTO por nos visitarem e "perseguirem" nomeadamente aos que gradualmente puseram a sua janelinha na coluna da direita para nos fazerem companhia.
ABJEIAÇOS
OS PENSIONISTAS
900.000
VISITAS
ESTIMADOS PERSEGUIDORES E VISITADORES
Este blogue foi iniciado a 9 de Abril de 2009. Com objectivos vagos e noções precisas, absolutamente contra a calúnia, grosseria ou ordinarice. A brejeirice, o picante e o non sense seriam pedras de toque para a nossa diversão e recreio.
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Pouco a pouco mudámos a agulha, desejámos ser mais interventivos, aumentar os nossos conhecimentos, divulgar outros interesses, opiniões de quem sabe opinar, mas sem nunca esquecer a nossa modéstia e pequena dimensão. Também nunca aceitámos publicidade paga nas nossas páginas e a que inserimos foi pela criatividade demonstrada.
Estão pois contentes os pensionistas por hoje à tarde 21/02/2016, pouco depois das 17h00 se atingir este número quase mágico de Meio Milhão mais 400 mil visualizações de páginas, corresponde a 135.000 visualizações por ano até ao presente, embora nos últimos meses nos tenham visitado cerca de 25.000 vezes por mês. Como sabem o contador de visitas não é nossa pertença, é do gestor global dos blogues.
No futuro a começar agora iremos ser os mesmos e também diferentes, oxalá nos surjam ideias para o efeito, creiam que além de nos divertirmos este blogue dá trabalho, muito.
Hoje, temos 3 pedidos a fazer:
- Por favor façam mais comentários às inserções, prometemos desde o início não haver censura aos mesmos e cumprimos, foram apenas excluídos comentários insultuosos ou caluniosos.
- Também temos uma espécie de posto de correio para onde podem mandar tudo o que queiram que se publique e tudo será publicado sem censura, eis o endereço:
"apxxdxdocorreio@gmail.com"
- Inscrevam-se como perseguidores, não ganham nada com isso mas é "confortante" sentir a vossa presença.
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900 mil abraços
ABJEIAÇOS
OS PENSIONISTAS
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ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
"VISÃO"
"Foi para mim uma humilhação terrível
o Presidente de Moçambique ter ido a Angola aprender como mataram Savimbi"
Numa rara entrevista, D. Jaime Gonçalves, arcebispo emérito da Beira, defende que é tempo de a Igreja Católica se envolver outra vez no processo político moçambicano e travar um suposto plano para eliminar o líder da oposição, Afonso Dhlakama
O arcebispo emérito da Beira e principal construtor do Acordo Geral
de Paz em Moçambique, Jaime Gonçalves, considera que o entendimento
celebrado em 1992 em Roma não está a ser cumprido, e acusa a Frelimo
(Frente de Libertação de Moçambique), partido no poder desde a
independência, de precipitar o país para um novo conflito.
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Numa rara
entrevista, o mediador do Vaticano no entendimento que ditou o fim da
guerra civil acha que é tempo de a Igreja Católica se envolver outra vez
no processo político e travar um suposto plano para eliminar o líder da
oposição, Afonso Dhlakama, que permanece escondido desde outubro,
algures na serra da Gorongosa. E recorda ainda os primeiros momentos da
construção da paz, quando dava prisão falar de guerra, e o papel
decisivo de George Bush, ex-Presidente dos EUA, para sentar as partes
beligerantes na capital italiana.
Quais os maiores sucessos e insucessos nos acordos de Roma?
O primeiro sucesso foi conseguirmos que o Vaticano desse a sua ‘sombra’
às conversações e aceitasse convencer as partes para o diálogo direto. O
segundo foi [ex-Presidente Joaquim] Chissano aceitar ir a Roma. Foi
difícil. O partido [Frelimo] e Chissano não queriam brincadeiras de
diálogo e Chissano nomeou Armando Guebuza como chefe da delegação,
justamente porque era dos que, no partido, mais se opunha ao diálogo com
a Renamo.
E os insucessos?
Quando
chamámos para o processo as Nações Unidas, disseram que devia haver um
só exército no país, senão começavam [a guerra] outra vez. Então, metade
soldados da Renamo, metade soldados do Governo. Ficou também decidido
que a Renamo podia manter a segurança para defender os seus líderes e
foi assim que se concordou: a Renamo tem a sua segurança, a Frelimo tem a
sua segurança. Até quando? Até às primeiras eleições democráticas [em
1994]. Mas o problema permanece até hoje. Fizemos as eleições
democráticas à maneira da Frelimo, unificaram o exército, a Frelimo
cumpriu, integraram-se os efetivos da Renamo e os da Frelimo, mas
Chissano saiu da Presidência e entrou Guebuza. E ele [Guebuza, chefe de
Estado entre 2005 e 2015] não tinha mudado as suas ideias, nunca aceitou
o diálogo com a Renamo. Esteve em Roma, mas era brincadeira. Os da
Renamo que tinham sido integrados pela ONU para unificar o exército
foram todos postos de fora. Havia também homens da Renamo que deviam ir
para Maputo fazer segurança e a Frelimo disse não: ‘Chega, não queremos
mais’. Então, a Renamo ficou em casa com os seus homens, ficou um
movimento descamisado.
Qual a relação dessas circunstâncias com a crise atual?
Aqui é que está! A dado momento, a Renamo começa a perguntar ‘que
brincadeira é esta?’ e surge o conflito. Dhlakama tem nas mãos homens
que devia mandar para o exército mas que Guebuza e companhia recusaram. É
a história de Maringué [graves confrontos no final de 2013 no Norte da
província de Sofala e marco do reinício da escalada de violência em
Moçambique]. Quem fica em Maringué? Homens que deviam integrar o
exército mas que foram tirados de lá. E também os homens que deviam
integrar a segurança. Falar de Maringué é tocar na situação atual. Não
se pode perceber a dificuldade do diálogo, não se pode entender esse
problema, sem Maringué, porque a Renamo já não aceita ficar fora do
exército.
Quase 25 anos depois, o Acordo Geral de Paz continua a ser um documento atual e necessário?
O documento do Acordo Geral de Paz ainda é a luz para a solução dos
conflitos. Aquele que Dhlakama e Guebuza fizeram, a chamada cessação de
hostilidades [a 5 de setembro de 2014, em Maputo] foi o jeito de Guebuza
contemporizar, dar calma a Dhlakama enquanto ele concebia um exército
novo e o Ematum [escândalo de frota pesqueira estatal usada para
aquisição de material militar]. É essa coisa que estamos a viver:
Bissopo [secretário-geral da Renamo, baleado por desconhecidos na Beira a
20 de janeiro], os quatro atentados de Dhlakama [incidentes entre
setembro e outubro do ano passado, envolvendo a comitiva do líder da
oposição]. Portanto o Acordo Geral de Paz não está a ser praticado pela
Frelimo. O que eles dizem é que depois do Acordo fizeram a Constituição,
mas é preciso resolver os problemas antes e esse é o problema
fundamental. Até hoje falam de diálogo, mas o diálogo não é possível com
morte. Foi para mim uma humilhação terrível o nosso Presidente da
República, o máximo magistrado da nação, ter ido a Angola aprender como
mataram Savimbi [referência a uma controversa declaração do atual chefe
de Estado, Filipe Nyusi, proferida em novembro, em Luanda, quando
apontou Angola como um exemplo de um país onde a oposição não anda
armada].
* Serviço especial da Agência Lusa para a VISÃO
* Os dirigentes africanos na sua grande maioria ainda só são "homo erectus", o exemplo brilhante de NELSON MANDELA não interessa aos novos sobas.
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ESTA SEMANA NO
"SOL"
"SOL"
Curta portuguesa vence
Urso de Ouro em Berlim
A curta-metragem de Leonor Teles ‘Balada de um Batráquio’ levou para
casa o prémio melhor curta-metragem no festival de cinema de Berlim.
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A produção centra-se em atitudes de xenofobia contra membros da etnia cigana em Portugal, etnia na qual a realizadora tem raízes por parte do pai.
A 66.ª edição do festival de cinema de Berlim encerra este domingo.
* Os portugueses quando querem ganham.
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A produção centra-se em atitudes de xenofobia contra membros da etnia cigana em Portugal, etnia na qual a realizadora tem raízes por parte do pai.
A 66.ª edição do festival de cinema de Berlim encerra este domingo.
* Os portugueses quando querem ganham.
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ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"
"EXPRESSO"
O drama da ilha envenenada
Para alimentar a produção de smartphones, o quotidiano de Bangka assemelha-se a um inferno na terra
São
oito da manhã em Rebo, uma aldeia piscatória na costa leste da ilha
indonésia de Bangka.
Dezenas de jovens vestidos com farrapos juntam-se
perto do pequeno porto, munidos apenas de um jerricã de combustível e de
um almoço parco. Contemplando o horizonte em silêncio, esperam pelo
barco de pesca que os levará a uma série de pontões de madeira, umas
centenas de metros mar adentro. Embora essas plataformas flutuantes
possam parecer, à primeira vista, pontos de pesca, o que tiram do fundo
do mar é bem mais precioso: estanho, um dos metais mais valiosos do
mundo nos tempos que correm.
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Pouco maior do que o Chipre, Bangka é
uma ilha com um milhão de habitantes que fornece cerca de 30% do
estanho a nível mundial. Um metal utilizado em artigos tão diversos como
componentes para carros, latas e placas. Do total de estanho recolhido,
52% são usados como solda, crucial para manter juntas as placas de
circuitos eletrónicos e as peças de produtos marcantes da atualidade,
como os smartphones, os portáteis e os tablets.
Com a produção
de smartphones e tablets a alcançar, respetivamente, no ano passado,
1167 milhões e 229 milhões de unidades, o preço do estanho quase
triplicou, crescendo de menos de 5 para mais de 13 dólares por quilo (de
4 para 12 euros) nos últimos 12 anos. No entanto, enquanto Bangka
alimenta o apetite global pelos produtos eletrónicos, o estanho está,
rapidamente, a fazer desta ilha, outrora paradisíaca, um verdadeiro
inferno na Terra.
Bangka tornou-se uma mina gigante, quer em
terra quer no mar. As suas florestas tropicais, virgens, têm hoje as
cicatrizes de milhares de crateras como as da Lua, contaminadas com água
ácida e metais pesados, resultantes de 13 anos de extração
indiscriminada.
Ataque a zonas protegidas
Depois de o
sector ter sido liberalizado, em 2001, o mercado foi invadido por
dezenas de milhares de mineiros informais. Segundo o Departamento de
Minas e Energia do governo provincial de Bangka, 30% a 40% da população
da ilha vivem da atividade mineira. A grande maioria trabalha em zonas
ilegais que se estendem para lá do horizonte visível, não raro no meio
de florestas protegidas. Abunda o trabalho infantil, bem como os
ferimentos e os acidentes fatais.
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Chegados às plataformas, os
homens começam a trabalhar a um ritmo febril. Cercados por uma lagoa
artificial, criada pelos pontões flutuantes, três deles mergulham nas
águas lamacentas, que contrastam com a cor turquesa do mar em volta.
Como se tivessem um aspirador gigantesco, os mergulhadores sugam minério
de estanho do fundo do mar, utilizando um tubo de plástico ligado a uma
bomba alimentada a gasóleo. Bombeado para os pontões, o estanho — mais
pesado — deposita-se no fundo da plataforma de madeira, enquanto a areia
volta a ser lançada ao mar. Ao fim do dia, cada pontão pode recolher
até 15 kg de minério. Dependendo da cotação mundial, cada mineiro pode
ganhar até 13,6 euros por dia, o dobro do que ganha um trabalhador
agrícola. Porém, a fatura é pesada, sobretudo para quem extrai minério
do mar.
“São os mergulhadores quem mais se arrisca”, grita Huwei
Liong, de 31 anos, esforçando-se por ser ouvido por entre a cadência das
pancadas ensurdecedoras das bombas. Os poços criados quando se retira
minério do fundo do mar são fundos e podem desmoronar-se com facilidade,
enterrando os mergulhadores sob vários metros de areia. Hoje
proprietário de um pontão, Liong sobreviveu a várias derrocadas quando
era mergulhador. “De repente, fica-se enterrado, não há como evitá-lo”,
explica. “Às vezes os companheiros demoram 30 minutos ou uma hora a
trazer-nos à superfície”. Muitos não tiveram tanta sorte como ele:
segundo a associação ambiental local Walhi, em média morre um mineiro
por semana em Bangka.
É frequente os mineiros ilegais jogarem
perigosamente às escondidas com a polícia, como fazem Malasari Amirudin,
de 33 anos, e a filha Novi Akher, de 15. No dia em que os visitámos,
estavam a passar a manhã na sua casa numa zona árida de Batako, com
outras duas mulheres mineiras. Na noite anterior, a polícia fizera uma
rusga à mina em que trabalhavam, em terra, acabando por encerrá-la. “Não
temos alternativa senão esperar até que abra uma mina nova. Regra
geral, não demora mais de uma semana”, explica Amirudin, que se dedica à
extração de estanho desde os 10 anos. Como a maioria dos demais
mineiros, Amirudin e a filha não fazem ideia da utilidade posterior do
estanho que extraem.
À medida que a floresta tropical recua,
dando lugar a novos poços de mineração, as minas que se esgotam vão
sendo abandonadas. As autoridades exigem às empresas com licenças para a
atividade mineira que limpem a terra onde trabalharam, mas basta andar
de carro pela ilha para comprovar que enormes quantidades de terra
esventrada estão claramente ao deus-dará.
A situação ambiental
ainda é pior no mar. Centenas de pontões artificiais funcionam ao longo
de uma frota de dragas e navios sugadores, que extraem continuamente
estanho do fundo do mar e devolvem ao mar a areia residual. Segundo um
estudo recente da Universidade de Bangka Belitung, os resíduos de arreia
mataram 30% a 60% dos recifes de coral da ilha, obrigando os peixes a
deslocarem-se para longe da costa e prejudicando o sector do turismo.
Apesar de as empresas mineiras se concentrarem cada vez mais na extração
no mar, o governo local não adotou quaisquer disposições sobre a gestão
do oceano.
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A ilha produz 90% do estanho indonésio, 95% do qual é
vendido no estrangeiro: à China, Europa ou Ásia. É praticamente
impossível descobrir-lhe a origem. A empresa estatal de extração de
estanho, PT Timah, acusa as fundições independentes de comprarem a
mineiros ilegais. Os privados dizem que não faz sentido a distinção
entre mineração legal e ilegal. “Quando 40% da população está envolvida
na mineração, como se pode dizer que é ilegal?”, diz um fundidor
independente, que pede o anonimato.
Quem paga custo ambiental?
Devido
às dificuldades em regular o mercado do estanho, em 2012 o grupo
ecologista Friends of the Earth (FoE, Amigos da Terra) lançou uma
campanha pedindo aos principais fabricantes de telemóveis que assumam a
responsabilidade pela situação ambiental em Bangka e que liderem uma
campanha para melhorar a transparência na cadeia de fornecimento de
estanho. Embora o Governo indonésio tenha anunciado um plano para
reprimir a mineração ilegal, as autoridades de Bangka admitem às claras
que a praga vai ser difícil de erradicar. “Vai ser impossível travar
isto a curto prazo, temos de ser realistas. Primeiro há que criar
emprego para as pessoas, para poderem dar de comer aos filhos”, explica
Yan Megawandi, líder do Departamento de Planeamento do governo
provincial.
Condicionado pelo magro orçamento, Megawandi admite
que também vai ser complicado remediar os estragos ambientais causados
pelos mineiros nos últimos anos. Ismed Inonu, vice-reitor da
Universidade de Bangka Belitung, lança um aviso ainda mais sombrio
quanto ao futuro da ilha. “O impacto da destruição a que assistimos vai
durar décadas, se não séculos”, antevê. “Certas espécies animais já
estão a desaparecer. Se não se agir agora, algo de muito mau vai
acontecer a esta terra.”
* Indústria esclavagista das novas tecnologias.
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ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"
"DINHEIRO VIVO"
Isenção do IMI
Atenção à morada do Cartão
do Cidadão
As famílias de baixos rendimentos têm direito a uma isenção permanente do IMI. Mas é necessário que a morada fiscal e a da casa isenta coincidam.
As famílias com um rendimento anual até
15295 euros beneficiam de isenção permanente do Imposto Municipal sobre
os Imóveis. Este benefício é-lhes atribuído de forma automático pela
administração fiscal mas apenas é concedido ao imóvel afeto à habitação
permanente que corresponde à morada fiscal.
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Esta nuance consta da proposta do Orçamento do Estado para 2016 e vem determinar que para efeitos da atribuição daquela isenção “se considera prédio ou parte de prédio urbano afeto à habitação própria e permanente aquele no qual esteja fixado o respetivo domicílio fiscal”.
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Esta nuance consta da proposta do Orçamento do Estado para 2016 e vem determinar que para efeitos da atribuição daquela isenção “se considera prédio ou parte de prédio urbano afeto à habitação própria e permanente aquele no qual esteja fixado o respetivo domicílio fiscal”.
À partida ambas as moradas coincidem, mas
pode acontecer que as pessoas não tenham a morada atualizada, sendo que
para o fisco, a que é válida e considerada é a que consta do Cartão do
Cidadão.
Este regime vem aproximar a concessão das isenções permanentes ao que já existe para os contribuintes em geral quando pedem isenção de IMI (e que lhes é concedida por um período máximo de três anos). Desde o início de 2015 que podem entrar para este regime de isenção permanente do IMI as pessoas com um rendimento anula inferior a 2,3 vezes o valor do salário mínimo auferido em 2010 (e que era de 475 euros).
O regime anterior concedia este benefício às famílias que contavam com o equivalente a 2,2 SMN anuais. Quando o limite foi alterado, o anterior governo estimou que o benefício pudesse abranger cerca de 350 mil famílias – mais 50 mil do que as que até aí gozavam desta isenção. Este benefício vai ser apurado de forma automática pelo fisco que usará os dados de que dispõe sobre o rendimento das famílias.
* Informação importante a que às vezes não damos o devido relevo.
Este regime vem aproximar a concessão das isenções permanentes ao que já existe para os contribuintes em geral quando pedem isenção de IMI (e que lhes é concedida por um período máximo de três anos). Desde o início de 2015 que podem entrar para este regime de isenção permanente do IMI as pessoas com um rendimento anula inferior a 2,3 vezes o valor do salário mínimo auferido em 2010 (e que era de 475 euros).
O regime anterior concedia este benefício às famílias que contavam com o equivalente a 2,2 SMN anuais. Quando o limite foi alterado, o anterior governo estimou que o benefício pudesse abranger cerca de 350 mil famílias – mais 50 mil do que as que até aí gozavam desta isenção. Este benefício vai ser apurado de forma automática pelo fisco que usará os dados de que dispõe sobre o rendimento das famílias.
* Informação importante a que às vezes não damos o devido relevo.
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ESTE MÊS NA
"GADGET"
"GADGET"
Peugeot Foodtruck
Comida itinerante
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Este veículo responde à visão do fabricante “para uma restauração
itinerante em benefício do serviço, do bem-estar e do prazer dos
sentidos”.
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É um automóvel que, uma vez parado, se transforma num espaço
de restauração.
Preço sob consulta.
* Ideia mirabolante ou genial?
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