Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
31/07/2016
GUSTAVO PIRES
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IN " A BOLA"
29/07/16
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Jogos Olímpicos
Bem-vindos à Nova “Guerra Fria”
A 19 de Maio 2016, a WADA (Agência Mundial
Anti-Doping) anunciou a nomeação de Richard H. McLaren que, sem se saber
porquê, intitulava como “pessoa independente”, para conduzir uma
investigação cerca das acusações feitas pelo ex-diretor do Laboratório
de Moscovo, Dr. Grigory Rodchenkov relativamente ao processo de controlo
do doping na Rússia. A 16 de Julho 2016, foi dado a conhecer o
Relatório da investigação que, como não podia deixar de ser, desencadeou
uma enorme controvérsia no mundo do Movimento Olímpico (MO).
Desde logo porque, basta olhar para o currículo de McLaren, professor de Direito na Universidade Ocidental, no Canadá; CEO da McLaren global Sport Solutions Inc.; consultor da McKenzie Lake Advogados; e membro to Tribunal Arbitral do Desporto, para se perceber que ele, só com muita boa vontade, pode ser considerado uma pessoa independente. Depois, o Relatório, logo na página número um, mesmo antes de quaisquer considerações iniciais, começa por enumerar as três principais conclusões a que chegou. A saber: (1º) O laboratório de Moscovo funcionava protegendo os atletas russos dopados; (2º) O laboratório de Sochi protegeu os atletas russos através da recolha de uma única amostra que possibilitava a sua troca; (3º) o Ministério do Desporto russo foi conivente com todo o processo. Ora, acresce que estas conclusões foram produzidas num tempo record de menos de dois meses tendo como fonte principal um delator, o referido Grigory Rodchenkov, que fugiu da Rússia para os EUA. Bem-vindos à nova “guerra fria”.
Não se trata de defender ou de atacar a Rússia. Trata-se de saber se um relatório, elaborado nas condições descritas pode, do ponto de vista ético, ser merecedor de qualquer respeito. Fazem parte das competências da WADA elaboração de relatórios com conclusões políticas sobre países? Se olharmos para a sua missão podemos ver que as “atividades chave” que competem à WADA são do domínio científico, educacional tendo em vista o desenvolvimento de capacidades do controlo do doping. Quer dizer que, a sua missão nada tem a ver com a realização de relatórios de tipo policial acerca do que se passa nos países. Neste sentido, o Relatório produzido excede não só a sua vocação e, consequentemente, a sua competência técnica? Por isso, Julio Maglione, membro honorário do Comité Olímpico Internacional (COI), afirmou claramente que “a WADA excedeu os seus poderes”.
Hoje, não restam dúvidas para ninguém minimamente identificado com as questões do desporto de alto rendimento que alimenta a indústria do espetáculo e do entretenimento político e recreativo à escala mundial que, através dos mais variados processos, todos os atletas de alto rendimento se dopam. Entenda-se o doping como a utilização de drogas ou de métodos específicos que visam aumentar o desempenho de um atleta durante uma competição. Assim, uns atletas dopam-se com substâncias autorizadas, outros, com substâncias não autorizadas (sob prescrição médica ou não) e, ainda outros, com substâncias desprezadas ou desconhecidas dos sistemas de controlo. Nesta última situação está o caso da droga denominada “meldonium” ou “mildronate” que, embora administrada aos soldados soviéticos que, na década de oitenta, combatiam no Afeganistão, a fim de lhes aumentar a resistência física e psicológica, contudo, até ao final de 2015, não fazia parte da lista das drogas proibidas. Em consequência, a tenista russa Maria Sharapova foi apanhada desprevenida em princípios de 2016. Acabou sadicamente condenada pela comunicação social e alegremente punida pelas instâncias de controlo que passaram a exibir a atleta como mais um “troféu de caça” na sua cruzada contra o doping.
É da mais profunda hipocrisia e desonestidade intelectual exigir aos atletas esforços sobre-humanos e, depois, deixa-los completamente desprotegidos e sujeitos a, de um momento para o outro, serem crucificados por um qualquer relatório pago certamente a peso de ouro e por uma comunicação social que, se por um lado, não lhes perdoa, por outro lado, esquece e até chega a proteger os verdadeiros responsáveis que são os treinadores, os médicos e outros especialistas, bem como e, sobretudo, os dirigentes desportivos e políticos como se constatou ao tempo da RDA e, agora, desde que caiu o muro de Berlim, se constata em muitos países, cujos dirigentes desportivos e políticos, obcecados pela conquista de medalhas olímpicas, numa atitude protofascista, determinaram o desporto como um desígnio nacional e passaram a copiar o modelo desportivo da RDA suportado numa lógica de centros de alto rendimento e atletas de Estado em prejuízo dos clubes e da generalização da prática desportiva.
Os responsáveis do MO deviam considerar que, para além de todos os discursos moralistas que se faziam ao tempo da luta inglória contra o profissionalismo no desporto, o profissionalismo acabou por vencer. Hoje, a luta acéfala é contra o doping pelo que, quer se goste quer não, o bom senso também acabará por vencer. Desde logo porque o inútil combate ao doping, para além de ter vindo a ser sustentado numa lógica de perseguição aos atletas e não de ajuda aos atletas, agora, está a pretender avançar para uma inaceitável lógica de punição dos países que vai conduzir o MO para um espaço de confronto no âmbito de uma nova “guerra fria” que, no quadro da geo-política, já começa a desenhar os seus contornos como decorre do Relatório Mclaren feito sob a inspiração dos americanos e canadianos.
A enganadora estratégia de combate ao doping através da perseguição e perversão dos atletas só pode ser geradora de injustiças e de descrédito. Jacques Rogge, antigo presidente do COI, em Julho de 2001, imediatamente depois de ter sido eleito, numa entrevista à Germany`s Deutsche Welle Television, manifestou a opinião de que, embora o doping fosse o principal perigo do desporto, o COI jamais ganharia a luta contra a sua erradicação. Contudo, não deixou de manifestar a opinião de que era necessário reduzir ao mínimo possível utilização de substâncias dopantes no desporto. Quer dizer, trata-se de inteligentemente controlar o doping e não de nesciamente combater o doping pelo que a questão deve ser abordada numa perspetiva eminentemente positiva de educação e não numa perspetiva profundamente negativa de perseguição como tem vindo a acontecer. Sobretudo porque combater o doping no desporto não pode significar montar uma rede de atletas delatores como parece ser a estratégia do Tribunal Arbitral do Desporto. Deve, pelo contrário, significar a conceção e execução de uma estratégia inteligente que permita aos atletas, em função dos esforços que fazem e das características do desporto que praticam, serem devidamente ajudados através dos produtos adequados. Até porque um atleta, devido aos esforços que o desporto que o alto rendimento o obriga a fazer, pode ser mais prejudicado não tomando determinados produtos considerados proibidos do que tomando-os sob a vigilância e controlo médico. Por isso, uma estratégia de controlo das substâncias dopantes não passa, seguramente, por tratar os atletas como se fossem bandidos e suspender os CONs tal como se pertencessem a Estados pária.
Em todo este processo que envolve um ataque dirigido à Rússia que, diga-se de passagem, se pôs a jeito, Thomas Bach o presidente do COI, pode ser criticado pela mais genuína inabilidade, incompetência e, até, como o faz a patinadora de velocidade Claudia Pechstein, de “ser comprável” no que diz respeito à maneira como tem gerido o COI e o processo de controlo do doping. Não pode é ser criticado porque, em vésperas dos JO do Rio, ter “salvo” a Rússia de uma vergonhosa suspensão ao remeter para as Federações Internacionais uma decisão que só a elas deve competir: a elegibilidade dos atletas. Desde logo porque sendo o COI uma organização que tem as suas raízes numa cultura com quase três mil anos de existência tem a obrigação de funcionar numa perspetiva de “tempo longo”, pelo que, no respeito pelo princípio da subsidiariedade, não deve tomar decisões em cima dos acontecimentos que até nem lhe competem. Remeter para o COI a elegibilidade dos atletas é destruir o COI. O problema é que, a atual liderança de Thomas Bach tem funcionado em regime de urgência e à cadência dos impulsos que lhe chegam do exterior pelo que, a escassas duas semanas da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, e na base de um relatório elaborado em cima da hora e com pouca credibilidade, acabou por, inacreditavelmente, ficar na situação de eventualmente ter de suspender a Rússia o que, se tivesse acontecido, ia provocar um cisma no COI e no MO internacional de consequências imprevisíveis.
Como é possível que os dirigentes do COI não tenham percebido que com proclamações do tipo “tolerância zero” relativamente ao doping transmitiam uma ideia que não compreendiam nem estavam minimamente preparados para a sustentar? O tempo em que o COI, sem quaisquer problemas, como aconteceu com a África do Sul a partir de 1964 e com a Rodésia a partir de 1968, suspendia países dos JO acabou. Hoje, perante os mais variados apelos à suspensão da Rússia, Thomas Bach teve de capitular perante a vontade de Vladimir Putin que, certamente, lhe deu um “puxão de orelhas” uma vez que a Rússia, em termos da sua imagem externa, não brinca em serviço. E o COI passou pela vergonha de, a 24 de julho, muito antes de qualquer posição oficial relativamente ao Relatório McLaren, ver a Tass a informar a comunicação social que o COI não ia banir a equipa russa de atletismo dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, nem suspender o CON Russo. Em consequência, Thomas Bach, depois de ter andado alegremente a confraternizar com Putin em Sochi, teve de lhe prestar vassalagem, tal como, a partir de agora, prestará ao presidente americano sempre que, no âmbito do MO internacional, os interesses dos EUA estiverem em causa.
Entretanto, o caos olímpico está instalado. Enquanto a russa Yulia Stepanova (corredora de 800 m) que ao denunciar o que se estava a passar na Rússia caiu nas graças da Federações de Atletismo (IAAF) que, para além de a louvar, autorizou-a a competir nos JO do Rio de Janeiro como atleta neutra (embora não se tenha a certeza de que o COI esteja de acordo), a sua compatriota Yelena Isinbayeva (salto à vara) é obrigada a recorrer para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos uma vez que o COI ratificou a decisão da IAAF, de afastar a seleção russa dos Jogos Olímpicos. Simultaneamente, vários atletas, depois de terem sido condenados por doping e após terem cumprido a pena a que foram sujeitos, estão de volta aos Jogos o que não transmite uma imagem muito positiva para o COI.
O grande problema do COI é que relativamente ao doping optou por uma estratégia de perseguição e delação desencadeada pelos próprios atletas. E a comunicação social, num ato pedagógico profundamente distorcido, até elogia a coragem dos atletas que o fazem, quando, em boa verdade, devia era condenar a cobardia dos dirigentes desportivos que se escondem atrás de um silêncio absolutamente irresponsável. Por isso, Yuliya Stepanova, pelo facto de ter sido praticamente obrigada a ser delatora, considera injusta a decisão do COI de não lhe permite estar presente nos Jogos do Rio. E até argumenta que a decisão do COI põe em causa o surgimento de futuros delatores o que, a acontecer, entra em contradição com decisões já tomadas pelo Tribunal Arbitral do Desporto! Ora, isto coloca o Olimpismo ao nível mais baixo da condição humana em que a lógica dos seus princípios e valores são completamente pervertidos pela lógica da eficiência jurídica das condenações. Se o sistema continuar a evoluir neste sentido é a hecatombe do MO internacional.
Se, do ponto de vista individual, a perseguição aos atletas entrou numa inaceitável lógica de delação, o Relatório McLaren, do ponto de vista institucional, conduziu o COI para uma situação em que, ao atacar diretamente um país, pode estar a entrar num processo incontrolável de auto-destruição uma vez que se transforma num campo privilegiado de luta, da nova “guerra fria”, tal como aconteceu no século passado.
Em conclusão, diremos que, perante a caótica situação que se vive em véspera dos JO do Rio de Janeiro, espera-se que Thomas Bach, imediatamente depois do evento, tenha a dignidade de se demitir porque o COI, nos seus mais de cento e vinte anos de vida, nunca foi sujeito a tal humilhação.
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Desde logo porque, basta olhar para o currículo de McLaren, professor de Direito na Universidade Ocidental, no Canadá; CEO da McLaren global Sport Solutions Inc.; consultor da McKenzie Lake Advogados; e membro to Tribunal Arbitral do Desporto, para se perceber que ele, só com muita boa vontade, pode ser considerado uma pessoa independente. Depois, o Relatório, logo na página número um, mesmo antes de quaisquer considerações iniciais, começa por enumerar as três principais conclusões a que chegou. A saber: (1º) O laboratório de Moscovo funcionava protegendo os atletas russos dopados; (2º) O laboratório de Sochi protegeu os atletas russos através da recolha de uma única amostra que possibilitava a sua troca; (3º) o Ministério do Desporto russo foi conivente com todo o processo. Ora, acresce que estas conclusões foram produzidas num tempo record de menos de dois meses tendo como fonte principal um delator, o referido Grigory Rodchenkov, que fugiu da Rússia para os EUA. Bem-vindos à nova “guerra fria”.
Não se trata de defender ou de atacar a Rússia. Trata-se de saber se um relatório, elaborado nas condições descritas pode, do ponto de vista ético, ser merecedor de qualquer respeito. Fazem parte das competências da WADA elaboração de relatórios com conclusões políticas sobre países? Se olharmos para a sua missão podemos ver que as “atividades chave” que competem à WADA são do domínio científico, educacional tendo em vista o desenvolvimento de capacidades do controlo do doping. Quer dizer que, a sua missão nada tem a ver com a realização de relatórios de tipo policial acerca do que se passa nos países. Neste sentido, o Relatório produzido excede não só a sua vocação e, consequentemente, a sua competência técnica? Por isso, Julio Maglione, membro honorário do Comité Olímpico Internacional (COI), afirmou claramente que “a WADA excedeu os seus poderes”.
Hoje, não restam dúvidas para ninguém minimamente identificado com as questões do desporto de alto rendimento que alimenta a indústria do espetáculo e do entretenimento político e recreativo à escala mundial que, através dos mais variados processos, todos os atletas de alto rendimento se dopam. Entenda-se o doping como a utilização de drogas ou de métodos específicos que visam aumentar o desempenho de um atleta durante uma competição. Assim, uns atletas dopam-se com substâncias autorizadas, outros, com substâncias não autorizadas (sob prescrição médica ou não) e, ainda outros, com substâncias desprezadas ou desconhecidas dos sistemas de controlo. Nesta última situação está o caso da droga denominada “meldonium” ou “mildronate” que, embora administrada aos soldados soviéticos que, na década de oitenta, combatiam no Afeganistão, a fim de lhes aumentar a resistência física e psicológica, contudo, até ao final de 2015, não fazia parte da lista das drogas proibidas. Em consequência, a tenista russa Maria Sharapova foi apanhada desprevenida em princípios de 2016. Acabou sadicamente condenada pela comunicação social e alegremente punida pelas instâncias de controlo que passaram a exibir a atleta como mais um “troféu de caça” na sua cruzada contra o doping.
É da mais profunda hipocrisia e desonestidade intelectual exigir aos atletas esforços sobre-humanos e, depois, deixa-los completamente desprotegidos e sujeitos a, de um momento para o outro, serem crucificados por um qualquer relatório pago certamente a peso de ouro e por uma comunicação social que, se por um lado, não lhes perdoa, por outro lado, esquece e até chega a proteger os verdadeiros responsáveis que são os treinadores, os médicos e outros especialistas, bem como e, sobretudo, os dirigentes desportivos e políticos como se constatou ao tempo da RDA e, agora, desde que caiu o muro de Berlim, se constata em muitos países, cujos dirigentes desportivos e políticos, obcecados pela conquista de medalhas olímpicas, numa atitude protofascista, determinaram o desporto como um desígnio nacional e passaram a copiar o modelo desportivo da RDA suportado numa lógica de centros de alto rendimento e atletas de Estado em prejuízo dos clubes e da generalização da prática desportiva.
Os responsáveis do MO deviam considerar que, para além de todos os discursos moralistas que se faziam ao tempo da luta inglória contra o profissionalismo no desporto, o profissionalismo acabou por vencer. Hoje, a luta acéfala é contra o doping pelo que, quer se goste quer não, o bom senso também acabará por vencer. Desde logo porque o inútil combate ao doping, para além de ter vindo a ser sustentado numa lógica de perseguição aos atletas e não de ajuda aos atletas, agora, está a pretender avançar para uma inaceitável lógica de punição dos países que vai conduzir o MO para um espaço de confronto no âmbito de uma nova “guerra fria” que, no quadro da geo-política, já começa a desenhar os seus contornos como decorre do Relatório Mclaren feito sob a inspiração dos americanos e canadianos.
A enganadora estratégia de combate ao doping através da perseguição e perversão dos atletas só pode ser geradora de injustiças e de descrédito. Jacques Rogge, antigo presidente do COI, em Julho de 2001, imediatamente depois de ter sido eleito, numa entrevista à Germany`s Deutsche Welle Television, manifestou a opinião de que, embora o doping fosse o principal perigo do desporto, o COI jamais ganharia a luta contra a sua erradicação. Contudo, não deixou de manifestar a opinião de que era necessário reduzir ao mínimo possível utilização de substâncias dopantes no desporto. Quer dizer, trata-se de inteligentemente controlar o doping e não de nesciamente combater o doping pelo que a questão deve ser abordada numa perspetiva eminentemente positiva de educação e não numa perspetiva profundamente negativa de perseguição como tem vindo a acontecer. Sobretudo porque combater o doping no desporto não pode significar montar uma rede de atletas delatores como parece ser a estratégia do Tribunal Arbitral do Desporto. Deve, pelo contrário, significar a conceção e execução de uma estratégia inteligente que permita aos atletas, em função dos esforços que fazem e das características do desporto que praticam, serem devidamente ajudados através dos produtos adequados. Até porque um atleta, devido aos esforços que o desporto que o alto rendimento o obriga a fazer, pode ser mais prejudicado não tomando determinados produtos considerados proibidos do que tomando-os sob a vigilância e controlo médico. Por isso, uma estratégia de controlo das substâncias dopantes não passa, seguramente, por tratar os atletas como se fossem bandidos e suspender os CONs tal como se pertencessem a Estados pária.
Em todo este processo que envolve um ataque dirigido à Rússia que, diga-se de passagem, se pôs a jeito, Thomas Bach o presidente do COI, pode ser criticado pela mais genuína inabilidade, incompetência e, até, como o faz a patinadora de velocidade Claudia Pechstein, de “ser comprável” no que diz respeito à maneira como tem gerido o COI e o processo de controlo do doping. Não pode é ser criticado porque, em vésperas dos JO do Rio, ter “salvo” a Rússia de uma vergonhosa suspensão ao remeter para as Federações Internacionais uma decisão que só a elas deve competir: a elegibilidade dos atletas. Desde logo porque sendo o COI uma organização que tem as suas raízes numa cultura com quase três mil anos de existência tem a obrigação de funcionar numa perspetiva de “tempo longo”, pelo que, no respeito pelo princípio da subsidiariedade, não deve tomar decisões em cima dos acontecimentos que até nem lhe competem. Remeter para o COI a elegibilidade dos atletas é destruir o COI. O problema é que, a atual liderança de Thomas Bach tem funcionado em regime de urgência e à cadência dos impulsos que lhe chegam do exterior pelo que, a escassas duas semanas da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio, e na base de um relatório elaborado em cima da hora e com pouca credibilidade, acabou por, inacreditavelmente, ficar na situação de eventualmente ter de suspender a Rússia o que, se tivesse acontecido, ia provocar um cisma no COI e no MO internacional de consequências imprevisíveis.
Como é possível que os dirigentes do COI não tenham percebido que com proclamações do tipo “tolerância zero” relativamente ao doping transmitiam uma ideia que não compreendiam nem estavam minimamente preparados para a sustentar? O tempo em que o COI, sem quaisquer problemas, como aconteceu com a África do Sul a partir de 1964 e com a Rodésia a partir de 1968, suspendia países dos JO acabou. Hoje, perante os mais variados apelos à suspensão da Rússia, Thomas Bach teve de capitular perante a vontade de Vladimir Putin que, certamente, lhe deu um “puxão de orelhas” uma vez que a Rússia, em termos da sua imagem externa, não brinca em serviço. E o COI passou pela vergonha de, a 24 de julho, muito antes de qualquer posição oficial relativamente ao Relatório McLaren, ver a Tass a informar a comunicação social que o COI não ia banir a equipa russa de atletismo dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, nem suspender o CON Russo. Em consequência, Thomas Bach, depois de ter andado alegremente a confraternizar com Putin em Sochi, teve de lhe prestar vassalagem, tal como, a partir de agora, prestará ao presidente americano sempre que, no âmbito do MO internacional, os interesses dos EUA estiverem em causa.
Entretanto, o caos olímpico está instalado. Enquanto a russa Yulia Stepanova (corredora de 800 m) que ao denunciar o que se estava a passar na Rússia caiu nas graças da Federações de Atletismo (IAAF) que, para além de a louvar, autorizou-a a competir nos JO do Rio de Janeiro como atleta neutra (embora não se tenha a certeza de que o COI esteja de acordo), a sua compatriota Yelena Isinbayeva (salto à vara) é obrigada a recorrer para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos uma vez que o COI ratificou a decisão da IAAF, de afastar a seleção russa dos Jogos Olímpicos. Simultaneamente, vários atletas, depois de terem sido condenados por doping e após terem cumprido a pena a que foram sujeitos, estão de volta aos Jogos o que não transmite uma imagem muito positiva para o COI.
O grande problema do COI é que relativamente ao doping optou por uma estratégia de perseguição e delação desencadeada pelos próprios atletas. E a comunicação social, num ato pedagógico profundamente distorcido, até elogia a coragem dos atletas que o fazem, quando, em boa verdade, devia era condenar a cobardia dos dirigentes desportivos que se escondem atrás de um silêncio absolutamente irresponsável. Por isso, Yuliya Stepanova, pelo facto de ter sido praticamente obrigada a ser delatora, considera injusta a decisão do COI de não lhe permite estar presente nos Jogos do Rio. E até argumenta que a decisão do COI põe em causa o surgimento de futuros delatores o que, a acontecer, entra em contradição com decisões já tomadas pelo Tribunal Arbitral do Desporto! Ora, isto coloca o Olimpismo ao nível mais baixo da condição humana em que a lógica dos seus princípios e valores são completamente pervertidos pela lógica da eficiência jurídica das condenações. Se o sistema continuar a evoluir neste sentido é a hecatombe do MO internacional.
Se, do ponto de vista individual, a perseguição aos atletas entrou numa inaceitável lógica de delação, o Relatório McLaren, do ponto de vista institucional, conduziu o COI para uma situação em que, ao atacar diretamente um país, pode estar a entrar num processo incontrolável de auto-destruição uma vez que se transforma num campo privilegiado de luta, da nova “guerra fria”, tal como aconteceu no século passado.
Em conclusão, diremos que, perante a caótica situação que se vive em véspera dos JO do Rio de Janeiro, espera-se que Thomas Bach, imediatamente depois do evento, tenha a dignidade de se demitir porque o COI, nos seus mais de cento e vinte anos de vida, nunca foi sujeito a tal humilhação.
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* Professor catedrático da Faculdade de Motricidade Humana
IN " A BOLA"
29/07/16
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* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
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VIII-VISITA GUIADA
CONVENTO DE CRISTO/4
TOMAR
* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
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TAP
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Se viajar num avião da TAP a partir do dia 1 de julho, não estranhe
ver atletas nacionais a explicar-lhe as normas de segurança a bordo
através de um vídeo.
Nelson Évora, Telma Monteiro, Fernando
Pimenta, Diogo Abreu, Fu Yu, João Silva, Rui Bragança, Rui Costa, Ana
Rente e Luciana Diniz são os protagonistas do novo vídeo de segurança
que estará disponível nos aviões de longo curso da companhia aérea
oficial do Comité Olímpico de Portugal. O vídeo, que pretende não só
sensibilizar os passageiros para as questões de segurança, mas também
levar o espírito olímpico de Portugal a todo o mundo, conta com a
participação especial de Rosa Mota.
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30/07/2016
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VIII-SEM VERGONHA
1- DEPILAÇÃO ÍNTIMA
ATÉ AO PRÓXIMO SÁBADO
A NOSSA FICÇÃO
A MÓNICA MOREIRA LIMA, jornalista de profissão
não chegavam as notícias comezinhas do quotidiano, nem que fosse uma
bomba de neutrões.
Pensou, pensou, engendrou equipa tão louca como
ela, baratinou os maiorais da TV GUARÁ e "amadrinhou"o "SEM VERGONHA"
programa despudorado tão ao nosso gosto, cheio de pimenta por todo o
lado, sem qualquer grosseria e divertido.
Ela só pode ser inteligente e boa!
O QUE DIZ A AUTORA
O Sem Vergonha é o programa mais polémico e irreverente da TV
brasileira. Já rendeu vídeos para os quadros Top Five do CQC e Passou na
TV do Agora é Tarde, ambos da BAND. Foi tema de uma matéria de duas
páginas na maior revista de circulação nacional, a VEJA. E culminou com
uma entrevista antológica ao Rafinha Bastos, no Agora é Tarde. Todos os
programas estão disponíveis no blog e no YouTube. Não recomendo sua
exibição para menores de 18 (anos ou cm) para evitar traumas futuros.
Falo de sexo sem pudor, sem frescuras, sem meias palavras, sem
eufemismos e com muito bom humor. Advertimos que o Sem Vergonha pode
provocar ereções involuntárias e uma vontade irreprimível de dar, sem
restrições de orifícios.
FONTE: TV GUARÁ
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COLUNA VERTEBRAL
1- INTRODUÇÃO
Uma interessante série conduzida pelo Dr. Adolpho Carvalho Filho, Membro benemérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Membro da Câmara Técnica de Neurocirurgia do CREMERJ.
* Uma produção "CANAL MÉDICO"
* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
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INÊS CARDOSO
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IN "JORNAL DE NOTÍCIAS"
29/07/16
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Em nome da fé
Estamos em guerra, declarou o Papa
Francisco, comentando a vaga de ataques solitários, loucos, cada vez
mais acelerados. Mas a frase, proferida após a morte de um padre,
poderia ser ouvida com ressonâncias que o líder dos católicos quis
excluir sem margem para dúvidas. Guerra, sim. Mas não de religiões.
"Todas as religiões querem a paz. A guerra querem-na os outros,
entendido?"
Em tempos sensíveis, os
riscos de simplificação e generalização aumentam. Há quem queira
acentuar a dicotomia entre cristão e muçulmano, criando um todo onde ele
não existe. Não há nenhum fio de ligação direta entre religião e
fundamentalismo. Tal como nem todos os fundamentalistas são terroristas.
Da mesma forma que nem todos os ocidentais são arrogantes ou estão
convencidos da universalidade da sua cultura. Cada vez que fazemos
catalogações, começa o perigo.
Recusar
qualquer simplificação ou generalização não impede, contudo, a clareza
com que o líder da mesquita de Lyon, Kamel Kabtane, se referiu ao
problema: "O que se passa faz-se em nome do islão e dos muçulmanos". E
esse alerta, lançado por quem tem participado em iniciativas pelo
diálogo inter-religioso, tem um particular sentido. Reconhece o que
temos tanta dificuldade em discutir, por sabermos o risco de nesse
debate tudo ser virado do avesso. Não é uma questão de fé, mas é em nome
dela que se mata.
Perceber a diferença
entre as duas coisas muda tudo. Nada no islamismo justifica atos de
violência. Como nada no catolicismo poderia ter justificado as cruzadas e
guerras santas, os autos de fé e tantos outros episódios gravíssimos de
abusos que mancham a história da Igreja. Mas há motivações que nascem
do facto de, demasiadas vezes, se forçar a religião a dizer o que nela
não está escrito. E importa perceber por que razão o islão e o seu
contexto geográfico e político acentuam o risco de radicalização.
As
religiões são ingredientes poderosos presentes, historicamente, na
construção da identidade dos povos. Para um fundamentalista, o alcorão é
a fonte da qual irradia a forma de organização do Estado, da sociedade e
da moral. Ignorar estas motivações em nada ajuda a perceber o fenómeno.
O
que não quer dizer, insista-se para evitar equívocos, que a fé seja uma
causa. É um descodificador que se relaciona com muitas causas.
Estratégias políticas e de ocupação territorial associadas a fins
religiosos. Conflitos étnicos. Fenómenos de xenofobia, intolerância e
tentativas de ocidentalização. Tráfico de armas. Pobreza e exclusão
social. Psicopatia e mimetismo de falsos heróis. A lista é extensa e só
olhando para a raiz das coisas se estará a travar o combate.
*SUBDIRETORA
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS"
29/07/16
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FONTE: AFPBr
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PORTUGAL
Estudante síria tem uma segunda chance
Seis anos após a guerra civil ter eclodido na Síria, jovens foram
forçados a completar a sua formação universitária noutro lugar.
Estudantes como Alaa buscou a Plataforma Global para estudantes sírios,
um grupo sem fins lucrativos com sede em Portugal, com o objetivo de
terminar os estudos em arquitectura.
Ao mesmo tempo, a Agência
das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) pedr para que os países
europeus recebam 200 mil requerentes de asilo em zonas de conflito em
todo o mundo. O continente é responsável por receber apenas cerca de 10%
do total de refugiados e migrantes em fuga dos conflitos.
FONTE: AFPBr
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957
Senso d'hoje
EMMA WATSON
ACTRIZ INGLESA
“O novo site do movimento ElesPorElas HeForShe"
A Embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres, Emma Watson, fala sobre as novidades do novo site do movimento #ElesPorElas #HeForShe.
A expectativa é que o www.elesporelas.org se torne a maior plataforma
de coleta de soluções para a igualdade de gênero do mundo. Faça já o seu
compromisso no site e tome uma atitude pela igualdade de gênero.
Emma Charlotte Duerre Watson (Paris, 15 de abril de 1990) é uma atriz e modelo britânica nascida em França, graduada em Literatura Inglesa pela Universidade de Brown, evidenciou-se por interpretar Hermione Granger nos filmes da série Harry Potter, adaptação da série de livros homônima da escritora britânica J. K. Rowling
para o cinema. Watson foi escolhida para interpretar Granger aos nove
anos de idade, sem ter anteriormente actuado profissionalmente,
participando apenas em peças de teatro escolares.
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