Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
13/08/2015
CATARINA FURTADO
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Nesta geração, estão 600 milhões de adolescentes raparigas
com necessidades específicas e sonhos para o seu futuro. Partilhei nos
últimos meses, com os leitores e leitoras da Máxima, algumas
experiências enquanto Embaixadora de Boa Vontade do UNFPA há já quase 15
anos, partilhei informações que espelham bem o mundo em que vivemos em
termos de Direitos Humanos. Com base nos estudos publicados e
testados no terreno, partilhei o que é absolutamente determinante que se
faça para a construção de um mundo muito mais saudável, sustentável e
igualitário. Fecho hoje este ciclo retomando o tema da anterior crónica:
o poder inacreditável da maior geração de jovens na história da
humanidade – são 1.8 mil milhões com idades entre os 10 e os 24 anos. No
mundo inteiro os jovens enfrentam obstáculos sociais, económicos e
legais que os impedem de fazer uma transição segura e saudável da
adolescência para a idade adulta e da escola para o mundo do
trabalho. Por comparação, na América do Norte e na Europa Ocidental, 3%
dos jovens não frequentam o ensino secundário mas na África Subsariana a
percentagem sobe para quase 36%. 73.4 milhões de adolescentes com
idades entre os 15 e os 24 estão desempregados.
O relatório sobre a situação da População Mundial, produzido pelo UNFPA e divulgado no mês passado em todo o mundo, expõe, na primeira pessoa, nos países onde o desenvolvimento humano é mais baixo e nos países onde é mais alto, as necessidades prioritárias para os jovens. Apesar da conhecida desproporção, os dois primeiros pedidos da lista são os mesmos: todos querem uma boa educação e um governo honesto e responsável. Os jovens têm potencial para serem agentes sociais de mudança e motores de desenvolvimento da economia e inovação tecnológica retirando daqui dividendos demográficos. A população jovem está a crescer rapidamente nos países mais pobres. A transição demográfica só irá acontecer quando as taxas de mortalidade e fertilidade baixarem deixando muito menos pessoas dependentes. Na puberdade o mundo das raparigas encolhe enquanto os horizontes dos rapazes se expandem...
Nesta geração, estão 600 milhões de adolescentes raparigas com necessidades específicas e sonhos para o seu futuro. Gravidezes não desejadas são mais comuns entre os mais pobres e programas de planeamento familiar voluntário podem reduzir esta assimetria. Capacitar os indivíduos para que livremente possam decidir quando ter filhos requer uma série de medidas que respeitam os direitos humanos e asseguram acesso a serviços
de saúde sexual e reprodutiva, educação e empowerment das raparigas e mulheres. Se se conseguisse manter as jovens no sistema de ensino completo, elas tendencialmente casariam mais tarde, teriam menos probabilidades de morrer durante a gravidez ou parto, seriam mães de duas ou três crianças com mais possibilidades de serem saudáveis e de frequentarem a escola. A mortalidade materna é a maior causa de morte nas jovens nos países onde a fertilidade é maior. A mortalidade infantil é também mais elevada quando os nascimentos têm um espaço inferior a dois anos e tudo piora se for uma mãe adolescente. Em alguns lugares do mundo as raparigas mais depressa morrem ao dar à luz do que acabam a escolaridade. Em mais de 100 países existem leis que impedem as mulheres de participar na economia. No dia Internacional da Juventude, 12 de agosto, o UNFPA e
a Global Citizen lançaram a Campanha #showyourselfie, uma petição que
instiga os líderes mundiais a colocarem na agenda pós-2015 como
prioridades (já que os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio expiram
em 2015) as necessidades e os direitos dos jovens que incluem: educação,
ferramentas de emprego e oportunidades, serviços de saúde de
qualidade, acesso a contraceção, educação sexual consciente,
proteção contra a violência e práticas nefastas e a participação nas
tomadas de decisão. Este apelo é feito através de uma selfie que tem de
ser partilhada na campanha. Cada fotografia é uma assinatura visual que
mostra que a pessoa fotografada acredita no poder dos 1.8 mil milhões de
jovens.
#showyourselfie pela juventude! Participem!
Em jeito de despedida, gostava de relembrar que o UNFPA existe para apoiar a construção de um mundo onde cada gravidez é desejada, cada parto é seguro e cada jovem possa ver o seu potencial reconhecido e aproveitado. Porque é que Continuamos à espera? Partilhem! Até sempre.
IN "MÁXIMA"
05/08/15
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Direitos Humanos
Que para mim teve uma grande importância porque ilustra um dos verbos que mais estimo: partilhar.
O relatório sobre a situação da População Mundial, produzido pelo UNFPA e divulgado no mês passado em todo o mundo, expõe, na primeira pessoa, nos países onde o desenvolvimento humano é mais baixo e nos países onde é mais alto, as necessidades prioritárias para os jovens. Apesar da conhecida desproporção, os dois primeiros pedidos da lista são os mesmos: todos querem uma boa educação e um governo honesto e responsável. Os jovens têm potencial para serem agentes sociais de mudança e motores de desenvolvimento da economia e inovação tecnológica retirando daqui dividendos demográficos. A população jovem está a crescer rapidamente nos países mais pobres. A transição demográfica só irá acontecer quando as taxas de mortalidade e fertilidade baixarem deixando muito menos pessoas dependentes. Na puberdade o mundo das raparigas encolhe enquanto os horizontes dos rapazes se expandem...
Nesta geração, estão 600 milhões de adolescentes raparigas com necessidades específicas e sonhos para o seu futuro. Gravidezes não desejadas são mais comuns entre os mais pobres e programas de planeamento familiar voluntário podem reduzir esta assimetria. Capacitar os indivíduos para que livremente possam decidir quando ter filhos requer uma série de medidas que respeitam os direitos humanos e asseguram acesso a serviços
de saúde sexual e reprodutiva, educação e empowerment das raparigas e mulheres. Se se conseguisse manter as jovens no sistema de ensino completo, elas tendencialmente casariam mais tarde, teriam menos probabilidades de morrer durante a gravidez ou parto, seriam mães de duas ou três crianças com mais possibilidades de serem saudáveis e de frequentarem a escola. A mortalidade materna é a maior causa de morte nas jovens nos países onde a fertilidade é maior. A mortalidade infantil é também mais elevada quando os nascimentos têm um espaço inferior a dois anos e tudo piora se for uma mãe adolescente. Em alguns lugares do mundo as raparigas mais depressa morrem ao dar à luz do que acabam a escolaridade. Em mais de 100 países existem leis que impedem as mulheres de participar na economia.
#showyourselfie pela juventude! Participem!
Em jeito de despedida, gostava de relembrar que o UNFPA existe para apoiar a construção de um mundo onde cada gravidez é desejada, cada parto é seguro e cada jovem possa ver o seu potencial reconhecido e aproveitado. Porque é que Continuamos à espera? Partilhem! Até sempre.
IN "MÁXIMA"
05/08/15
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613.
Senso d'hoje
CRISTINA FERREIRA
"ONE WOMAN SHOW"
SOBRE A FORÇA DE VIVER
"Cresci num lugar, onde os horizontes eram curtos. E eu prolonguei-os"
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“Eu sou o que qualquer um pode ser. O berço fui eu que o construí. Dos
meus pais recebi a maior das ferramentas: o amor. Que está lá sempre.”
Passei sempre a serra para ver o que estava para lá. Passei a acreditar
que era capaz. Que o trabalho trazia a recompensa. Não tive uma
bicicleta nova, não tive um carro novo, não viajei. E aos 12 tive o meu
primeiro emprego: vendi farinha para o gado. Sou do campo, da Malveira.
Há pouco tempo uma publicação dizia que talvez eu não conseguisse tirar a
Malveira de mim. E não tiro mesmo. Não quero. Ninguém me tira o que me
dá o chão. O que me agarra à terra prende-me à realidade”
“Como é que a miúda do lugar estava no grupo das 30 pessoas mais
influentes do país? Talvez porque aos 12 vendi farinhas, aos 13 vendia
na feira ao lado dos meus tios, aos 18 pendurava cortinados feitos pela
minha mãe, aos 20 vendia bifanas ao lado dos meus pais, aos 23 vendia
sapatos numa loja de roupa, aos 24 dava aulas, aos 26 entrei na
televisão e aos 37 sou isto. Sem retirar um único ponto. Porque eu sou o
que qualquer um pode ser. E não me peçam para não ter orgulho. Os
sonhos são de quem corre atrás deles”.
* Afirmações inseridas no seu blogue.
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