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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
25/12/2014
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10-CARTAS AO
Eu quero que me dês muita coisa neste natal porque eu sou muito bonzinho e faço tudo o que os meus pais querem e também faço o que eles não querem que eu faça, mas eu faço.
Tens que me dar uma play station 3 mas sem o meu pai saber para o gajo não ma tirar para jogar sozinho. E também quero daqueles jogos que se vêm gajas nuas.
E quero que me dês um comboio electrico e quero que me dês outro comboio electrico daqueles que fazem muito barulho e deitam muito fumo que é para chatear a velha da minha avó que tem asma e que tósse que’mó caraças cada vez que há fumo lá em casa.
E quero uma pista de carros electrica, já avariada, que é para enganar o meu pai que eu já sei que não me deixa brincar com ela, se estiver boa, que é para eu não a estragar.
E quero também daqueles ratos de corda, que parecem mesmo ratos verda-deiros, que é para assustar a empregada cá de casa que se farta de gritar quando vê baratas e que quando vê ratos sobe para as cadeiras e levanta as saias e o meu pai começa logo a gritar: olha ali outro, olha ali outro…
E quero também um martelo, daqueles martelos que são mesmo martelos, que é para martelar nas cabeças das bonecas da minha irmã Vanessa, e que ficam todas torcidas e com os olhos todos de fora e a minha irmã Vanessa farta-se de gritar: oh mãe, olha ele! Oh mãe, olha ele…!
E também quero um urso de peluche, daqueles ursos bué de grandes, que é para eu rebentar em cima da alcatifa e ficar tudo cheio de espuma e serradura que é para a minha mãe ficar chateada e ao berros com toda a gente, e a minha avó começar logo a tossir e a urinar-se, e a minha irmã a chorar, e o meu pai a sair da casa de banho em cuecas e mandar todos à merda, e a empregada com a vassoura e a pá nas mãos, e eu à rasca para abrir a porta e basar…
E quero muitos rebuçados e caramelos daqueles que se agarram à placa da minha avó e que depois ela se vê à rasca para mastigar.
E também quero muitos berlindes para os espalhar todos pela casa que é para toda a malta se estatelar ao comprido e dizeram asneiras uns aos outros.
Muitos beijinhos para ti e para as tuas renas.
E se não me deres tudo o que eu peço já não gosto de ti e quero que as renas te dêm uma grande marrada e tu caias pelas chaminés abaixo e que tu te lixes e que partas os cornos.
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10-CARTAS AO
PAI NATAL
Pai natal, eu gosto muito de ti. Tu és bué da nice.
Eu quero que me dês muita coisa neste natal porque eu sou muito bonzinho e faço tudo o que os meus pais querem e também faço o que eles não querem que eu faça, mas eu faço.
Tens que me dar uma play station 3 mas sem o meu pai saber para o gajo não ma tirar para jogar sozinho. E também quero daqueles jogos que se vêm gajas nuas.
E quero que me dês um comboio electrico e quero que me dês outro comboio electrico daqueles que fazem muito barulho e deitam muito fumo que é para chatear a velha da minha avó que tem asma e que tósse que’mó caraças cada vez que há fumo lá em casa.
E quero uma pista de carros electrica, já avariada, que é para enganar o meu pai que eu já sei que não me deixa brincar com ela, se estiver boa, que é para eu não a estragar.
E quero também daqueles ratos de corda, que parecem mesmo ratos verda-deiros, que é para assustar a empregada cá de casa que se farta de gritar quando vê baratas e que quando vê ratos sobe para as cadeiras e levanta as saias e o meu pai começa logo a gritar: olha ali outro, olha ali outro…
E quero também um martelo, daqueles martelos que são mesmo martelos, que é para martelar nas cabeças das bonecas da minha irmã Vanessa, e que ficam todas torcidas e com os olhos todos de fora e a minha irmã Vanessa farta-se de gritar: oh mãe, olha ele! Oh mãe, olha ele…!
E também quero um urso de peluche, daqueles ursos bué de grandes, que é para eu rebentar em cima da alcatifa e ficar tudo cheio de espuma e serradura que é para a minha mãe ficar chateada e ao berros com toda a gente, e a minha avó começar logo a tossir e a urinar-se, e a minha irmã a chorar, e o meu pai a sair da casa de banho em cuecas e mandar todos à merda, e a empregada com a vassoura e a pá nas mãos, e eu à rasca para abrir a porta e basar…
E quero muitos rebuçados e caramelos daqueles que se agarram à placa da minha avó e que depois ela se vê à rasca para mastigar.
E também quero muitos berlindes para os espalhar todos pela casa que é para toda a malta se estatelar ao comprido e dizeram asneiras uns aos outros.
Muitos beijinhos para ti e para as tuas renas.
E se não me deres tudo o que eu peço já não gosto de ti e quero que as renas te dêm uma grande marrada e tu caias pelas chaminés abaixo e que tu te lixes e que partas os cornos.
Zeka.
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10-CARTAS AO
Chamo-me André e tenho 6 anos.
Neste Natal eu queria um presente muito especial. Eu queria que em todo o mundo houvesse Paz e Amor, mas sei bem que isso é impossível de realizar...
...pelo menos aqui no meu prédio.
Sempre que a vizinha do 5.º Dto. faz amor, não há paz na vizinhança.
Principalmente quando o marido sai em viagem de negócios.
Nesses dias, se calhar a televisão dela fica avariada, porque está sempre a passar aquele
anúncio do shampoo Herbal Essences. "Ò ... sim, sim ... siiiim".
Bem!
Como a Paz e o Amor estão riscados da lista, vou ter que optar pelos bens materiais, coisa que eu não queria nada ...
Para começar, eu queria que este ano a minha prenda de Natal fosse um brinquedo muito divertido que vi na televisão.
Não, não é nenhuma daquelas mariquices dos Action Man, Homem Aranha ou tartarugas Ninja.
O que eu queria mesmo era uma coisa que vi ontem no Telejornal!
Pai Natal, eu queria muito que me trouxesses um brinquedo que se chama RPG 7, que é um lança-granadas igualzinho aqueles que os terroristas usam para rebentar com os americanos no Iraque.
Mas preciso muito que me entregues o brinquedo já este fim-de-semana para eu fazer uma surpresa aos meus coleguinhas lá da escola.
Eles vão estar todos numa festa de Natal, em casa Henrique, que é filho de um grande empresário têxtil, que não paga salários há 3 meses, contrata Matador para dar porrada nos sindicalistas e tem uma amante no prédio onde mora a minha avó.
Todos os coleguinhas da minha sala foram convidados para a festa menos eu, porque o Henrique diz que o meu pai é teso e as minhas roupas parece que foram compradas na Feira de Carcavelos, em segunda mão, aos ciganos.
Eu sei que desfazer os coleguinhas da 1.ª classe com tiros de bazuca não é uma coisa muito bonita. Mas no ano passado fartei-me de fazer boas acções e a prenda que me trouxeste foi a porcaria de um carro telecomandado comprado aos marroquinos, que se avariou logo no primeiro dia.
Bem, pelo menos sempre deu para aproveitar as pilhas para o vibrador da minha mãe!
E por falar na minha mãe, neste Natal queria que ela tivesse uma prenda muito bonita ... pelo que percebi, ela precisa muito de uma padaria mesmo
aqui à porta do prédio, porque há mais de um mês que não vê o padeiro ... pelo menos foi isso que ela contou no outro dia, quando estava ao telemóvel com um amiguinho que se chama Roberto.
Realmente, a minha mãe deve ter muita fome, porque depois começou a dizer ao amiguinho que lhe vai morder o cacete e, a seguir, vai pô-lo a aquecer na fornalha dela até ele ficar grande ... o que acho esquisito, porque eu aprendi na escola que, sem fermento o cacete não cresce!
Quanto ao meu pai, a prenda dele é uma daquelas máquinas que vendem tabaco nos cafés ... é para ter cá em casa porque sempre que o meu pai sai à noite para comprar tabaco só volta no dia seguinte.
Quando chega a casa diz que correu os cafés todos da zona e só conseguiu encontrar a marca de cigarros que ele fuma em Bragança, na boite A Bruxa.
É engraçado! A minha mãe diz que ele vai a Bragança à procura da brasileira, mas que eu saiba isso não é uma marca de cigarros ... é uma marca de café!
Depois a minha mãe começa a falar em marcas de baton na camisa e aí é que eu fico sem perceber nada!
Olha, mas se não arranjares a máquina, tenta ao menos passar pelo Ribatejo e trazer um par de cornos.
Pelo menos a minha mãe está sempre a dizer que era disso que ele precisava.
Para o meu irmão queria uma coisa mais simples. Basta trazeres umas roupas modernas, dessas que os adolescentes usam. Pelo que percebi, ele
não deve gostar nada das roupas que os meus pais lhe compram, porque todas as noites, quando sai com os amigos, leva os vestidos da minha mãe.
Diz o meu tio Zé que até dá pena ver o meu mano ali na zona do Parque Eduardo VII, com as pernas ao frio e com aquelas botas altas tão
desconfortáveis. Deve-lhe doer muito os pés porque leva a noite inteira a pedir boleia aos carros que passam ...
E pronto, acho que já está tudo! Agora vê lá, não te esqueças de nada, se não sou bem capaz de fazer um telefonema anónimo a uma certa jornalista do Expresso a contar um episódio engraçado que me aconteceu no ano passado, quando te fui visitar ali a um Shopping Monumental, no Saldanha.
Ela vai gostar muito de saber que, quando eu estava no teu colo, aproveitaste para me apalpar o rabo e convidares-me para brincar aos trenós e aos comboinhos na tua casa, em Elvas!
É claro que ambos sabemos que isso não foi verdade! O que aconteceu realmente foi que te apanhei a fumar droga e a veres revistas pornográficas na casa de banho, mas sabes como é a memória das crianças ... vemos muitos desenhos animados e, por isso, estamos sempre a confundir as coisas. E convenhamos que o nome "Bibi da Lapónia" te assenta como uma luva.
Por isso, ou me trazes as prendas todas que te pedi ou é bom que comeces a procurar um bom advogado. E não te esqueças de comprar muitas embalagens de gel de banho. É que ali na prisão de Custóias dizem que é perigoso tomar duche com sabonete ... quando ele cai ao chão se te baixares para o apanhar corres o risco de ... ui ...
Pelo menos é garantido que vais ter um Bom Natal e um Feliz Ânus Novo!
Beijinhos,
Andrézinho
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10-CARTAS AO
PAI NATAL
Querido Pai Natal,
Chamo-me André e tenho 6 anos.
Neste Natal eu queria um presente muito especial. Eu queria que em todo o mundo houvesse Paz e Amor, mas sei bem que isso é impossível de realizar...
...pelo menos aqui no meu prédio.
Sempre que a vizinha do 5.º Dto. faz amor, não há paz na vizinhança.
Principalmente quando o marido sai em viagem de negócios.
Nesses dias, se calhar a televisão dela fica avariada, porque está sempre a passar aquele
anúncio do shampoo Herbal Essences. "Ò ... sim, sim ... siiiim".
Bem!
Como a Paz e o Amor estão riscados da lista, vou ter que optar pelos bens materiais, coisa que eu não queria nada ...
Para começar, eu queria que este ano a minha prenda de Natal fosse um brinquedo muito divertido que vi na televisão.
Não, não é nenhuma daquelas mariquices dos Action Man, Homem Aranha ou tartarugas Ninja.
O que eu queria mesmo era uma coisa que vi ontem no Telejornal!
Pai Natal, eu queria muito que me trouxesses um brinquedo que se chama RPG 7, que é um lança-granadas igualzinho aqueles que os terroristas usam para rebentar com os americanos no Iraque.
Mas preciso muito que me entregues o brinquedo já este fim-de-semana para eu fazer uma surpresa aos meus coleguinhas lá da escola.
Eles vão estar todos numa festa de Natal, em casa Henrique, que é filho de um grande empresário têxtil, que não paga salários há 3 meses, contrata Matador para dar porrada nos sindicalistas e tem uma amante no prédio onde mora a minha avó.
Todos os coleguinhas da minha sala foram convidados para a festa menos eu, porque o Henrique diz que o meu pai é teso e as minhas roupas parece que foram compradas na Feira de Carcavelos, em segunda mão, aos ciganos.
Eu sei que desfazer os coleguinhas da 1.ª classe com tiros de bazuca não é uma coisa muito bonita. Mas no ano passado fartei-me de fazer boas acções e a prenda que me trouxeste foi a porcaria de um carro telecomandado comprado aos marroquinos, que se avariou logo no primeiro dia.
Bem, pelo menos sempre deu para aproveitar as pilhas para o vibrador da minha mãe!
E por falar na minha mãe, neste Natal queria que ela tivesse uma prenda muito bonita ... pelo que percebi, ela precisa muito de uma padaria mesmo
aqui à porta do prédio, porque há mais de um mês que não vê o padeiro ... pelo menos foi isso que ela contou no outro dia, quando estava ao telemóvel com um amiguinho que se chama Roberto.
Realmente, a minha mãe deve ter muita fome, porque depois começou a dizer ao amiguinho que lhe vai morder o cacete e, a seguir, vai pô-lo a aquecer na fornalha dela até ele ficar grande ... o que acho esquisito, porque eu aprendi na escola que, sem fermento o cacete não cresce!
Quanto ao meu pai, a prenda dele é uma daquelas máquinas que vendem tabaco nos cafés ... é para ter cá em casa porque sempre que o meu pai sai à noite para comprar tabaco só volta no dia seguinte.
Quando chega a casa diz que correu os cafés todos da zona e só conseguiu encontrar a marca de cigarros que ele fuma em Bragança, na boite A Bruxa.
É engraçado! A minha mãe diz que ele vai a Bragança à procura da brasileira, mas que eu saiba isso não é uma marca de cigarros ... é uma marca de café!
Depois a minha mãe começa a falar em marcas de baton na camisa e aí é que eu fico sem perceber nada!
Olha, mas se não arranjares a máquina, tenta ao menos passar pelo Ribatejo e trazer um par de cornos.
Pelo menos a minha mãe está sempre a dizer que era disso que ele precisava.
Para o meu irmão queria uma coisa mais simples. Basta trazeres umas roupas modernas, dessas que os adolescentes usam. Pelo que percebi, ele
não deve gostar nada das roupas que os meus pais lhe compram, porque todas as noites, quando sai com os amigos, leva os vestidos da minha mãe.
Diz o meu tio Zé que até dá pena ver o meu mano ali na zona do Parque Eduardo VII, com as pernas ao frio e com aquelas botas altas tão
desconfortáveis. Deve-lhe doer muito os pés porque leva a noite inteira a pedir boleia aos carros que passam ...
E pronto, acho que já está tudo! Agora vê lá, não te esqueças de nada, se não sou bem capaz de fazer um telefonema anónimo a uma certa jornalista do Expresso a contar um episódio engraçado que me aconteceu no ano passado, quando te fui visitar ali a um Shopping Monumental, no Saldanha.
Ela vai gostar muito de saber que, quando eu estava no teu colo, aproveitaste para me apalpar o rabo e convidares-me para brincar aos trenós e aos comboinhos na tua casa, em Elvas!
É claro que ambos sabemos que isso não foi verdade! O que aconteceu realmente foi que te apanhei a fumar droga e a veres revistas pornográficas na casa de banho, mas sabes como é a memória das crianças ... vemos muitos desenhos animados e, por isso, estamos sempre a confundir as coisas. E convenhamos que o nome "Bibi da Lapónia" te assenta como uma luva.
Por isso, ou me trazes as prendas todas que te pedi ou é bom que comeces a procurar um bom advogado. E não te esqueças de comprar muitas embalagens de gel de banho. É que ali na prisão de Custóias dizem que é perigoso tomar duche com sabonete ... quando ele cai ao chão se te baixares para o apanhar corres o risco de ... ui ...
Pelo menos é garantido que vais ter um Bom Natal e um Feliz Ânus Novo!
Beijinhos,
Andrézinho
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MANUEL SÉRGIO
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Podemos por isso afirmar, sem receio, que pode construir-se uma sociedade moldada nos princípios que Jesus de Nazaré ensinou. Que o mesmo é dizer: não se transforma uma sociedade unicamente por meio de decretos e de leis, ou pelo carisma de líderes incontestados. De uma revolução política, fundamentada nas melhores intenções, podem nascer invejas, ódios incontidos, ambições insatisfeitas. A grande revolução de Jesus transforma o social e o político, porque antes nos transformou a cada um de nós.
Interrogam-se os fariseus sobre o reino de Deus e Jesus responde: “O reino de Deus não chega de uma maneira que impressiona a vista. O reino de Deus está dentro de vós”. Porque desejava fazer um mundo novo, Ele trabalhou e ofereceu a sua própria vida para que nascesse também um ser humano novo. Quando os discípulos lhe perguntaram: Mestre, de nós qual será o primeiro no reino dos céus? Jesus sentou-se, reuniu os doze à sua volta e disse-lhes: “Se algum quiser ser o primeiro, que seja agora o último e esteja ao serviço de todos”. E, chamando uma criancinha, envolveu-a carinhosamente num abraço e ensinou: “Em verdade vos digo que, se não vos tornardes como esta criança, não entrareis no reino dos céus”. Jesus é fator de progresso material, natural, porque é também fator de progresso moral, espiritual. De muitas revoluções, com os melhores propósitos, surgiram figuras hediondas, que deixaram o povo vivendo miseravelmente, em crassa ignorância e estagnação..
Jesus é bem explícito, a este respeito: Ele chamou aos discípulos pescadores de homens e não pescadores de almas. E, quando reza ao Pai, suplica: “Não Vos peço que os retireis do mundo, mas que os preserveis do mal”. Por isso, recomenda que se pague o tributo a César, sacia multidões esfomeadas, vai às núpcias de Caná, manifesta um carinho especial por Maria Madalena, etc., etc. Trata-se, de facto, de um cidadão exemplar, mas porque se fundamenta em princípios perfeitamente revolucionários: Bem-aventurados os pobres de espírito (ou seja, os modestos, os humildes, os que sabem tanto que sabem que sabem pouco) porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que choram, porque serão consolados; bem-aventurados os que pacificam, porque serão chamados filhos de Deus; bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados; bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão a misericórdia; bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus; bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da Justiça, porque deles é o Reino dos Céus. E chega mesmo a dizer: “ Se trouxerdes a vossa oferta ao altar e aí vos lembrardes que o vosso irmão tem qualquer coisa contra vós, deixai ali a oferta, ide reconciliar-vos primeiro com o vosso irmão e depois voltai e oferecei a vossa oferta”. Em Jesus, há uma seiva espiritual que alimenta e percorre todo o Seu comportamento, onde brilham a solidariedade e a justiça. São um logro as revoluções sociais e políticas lideradas por ditadores, por violentos, por hipócritas, mesmo que pronunciem palavras encantadoras, ou se afirmem enviados por Deus. Jesus avisa: “Nem todo o que diz Senhor! Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai”.
Não há na Sua doutrina qualquer dualismo (razão-fé, ciência-religião, natureza-cultura, imanência-transcendência, espiritualismo-materialismo, rico-pobre, branco-preto, senhor-servo, indivíduo-pessoa, sagrado-profano): Ele dá sentido à evolução, ao processo histórico – o amor de Deus confunde-se com o amor do próximo! E, porque vês Deus, no teu próximo, sê então um revolucionário. Ocorre-me, neste passo, a frase célebre de Agostinho de Hipona: “Ama e faz o que quiseres”. Com Jesus, nasce um mundo novo e um homem novo. Jesus tudo adotou, retificou, uniu, completou, Ele corresponde aos postulados mais universais e profundos que animam o ser humano. N’Ele, a dimensão social e a dimensão espiritual confundem-se na complexidade humana! A grande revolução de Jesus é esta: a vida tem sentido, sempre que se ama a Deus no próximo, sempre que se descobre a transcendência na imanência. Com isto, não nego a necessidade da meditação e da oração. Digo tão-só que, sem obras, a fé é morta. Foi das primeiras coisas que aprendi, na disciplina de História da Cultura Clássica, na Faculdade de Letras de Lisboa: a cultura ocidental radica na filosofia grega, no espírito jurídico latino e na mensagem judaico.cristã (eu gosto de acrescentar-lhes o criticismo de Kant e ainda os grandes nomes do Iluminismo).
Mas, no lugar da religião do indivíduo, é preciso apostar na religião da comunidade, que não subalterniza a realidade e o valor do indivíduo, mas o considera essencialmente relativo aos outros e à sociedade. No plano dos valores, portanto, requer-se a passagem de uma ética individualista a uma ética comunitária, onde todos são corresponsáveis. Em Jesus, não há só o proximus, o amigo, o familiar, mas principalmente o socius, na criação de instituições mais solidárias, mais justas. Jesus não lutou por uma religião dos espíritos, mas por uma religião dos homens, sabendo que, se uma revolução social não chega para criar o “homem novo”, pode criar condições ao seu nascimento. A religião de Jesus não sofre de absentismo e conformismo. Ele escolheu a religião do afrontamento contra os privilégios, contra a violência dos poderosos, contra as injustiças do sistema dominante. Por isso, foi crucificado. Ao proclamar, diante de multidões extasiadas, que todos somos iguais, que perante Deus o escravo era igual ao imperador, o servo era igual ao senhor – assinou a sua sentença de morte! Homem extraordinário para conviver, com pessoas de todas as classes sociais era, contudo, na gente do povo que encontrava a maior recetividade. Os seus discípulos escolheu-os, entre os pobres pescadores da Galileia. Há dois mil anos! E o cristianismo chegou ao mundo todo! Neste Natal de 2014, importa que tenhamos presente um dos pilares onde assenta a nossa cultura e a nossa civilização, a mensagem de Jesus de Nazaré, que afinal está na génese do nascimento do desporto moderno. Quem se deite a estudar (um pouco que seja) a História do Desporto verá um cónego, Thomas Arnold, como o grande anunciador do desporto atual, na sociedade vitoriana.
Justifica-se assim o que vem expresso no Código de Ética Desportiva, editado pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude: “Nos termos da Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto (Lei nº 5/2007) de 16 de Janeiro) a atividade desportiva é desenvolvida em observância dos princípios da ética, da defesa do espírito desportivo, da verdade desportiva e da defesa integral de todos os participantes. Falar de ética no desporto é centrarmo-nos em valores que deverão estar presentes na orientação dos praticantes, em todos os agentes desportivos e no movimento associativo, de forma a que o desporto se possa constituir como um verdadeiro fator educacional, de integração e inclusão social, contribuindo para o desenvolvimento de todas as potencialidades e consciencialização de todos os agentes que se relacionam com o desporto quanto à respetiva responsabilidade na observância de comportamentos leais e que possam servir de modelo positivo para os mais jovens (…). Um desporto baseado nos princípios da ética será, para todos os que nele participarem, mais apelativo, motivador, realizador e útil”.
Chegou o momento de todos os desportistas, que são certamente mulheres e homens de boa vontade, crentes ou ateus, reconhecerem (porque se trata de uma verdade histórica insofismável) que o desporto moderno nasce, em pleno seio do cristianismo, que há valores cristãos a presidir a uma autêntica prática desportiva. E termino, pedindo desculpa por hoje não me ter ocupado, nem do Benfica, nem do Porto, nem do Sporting, nem do meu Belenenses, nem da fidelidade a princípios que tornam mais efetiva a verdade desportiva. È que estamos na quadra natalícia, fez-se homem um Menino-Deus!
IN "A BOLA"
24/12/14
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A grande revolução de Jesus
na Vida e... no Desporto!
Se nem só de
pão vive o homem, também não se pode viver sem pão. Sem um certo ter,
não se pode ser. Os bens materiais só são desprezíveis quando se erguem
como obstáculo a uma ordem social, económica, espiritual, onde todos nos
sintamos irmãos, ou melhor: onde todos nos sintamos com iguais
oportunidades.
Podemos por isso afirmar, sem receio, que pode construir-se uma sociedade moldada nos princípios que Jesus de Nazaré ensinou. Que o mesmo é dizer: não se transforma uma sociedade unicamente por meio de decretos e de leis, ou pelo carisma de líderes incontestados. De uma revolução política, fundamentada nas melhores intenções, podem nascer invejas, ódios incontidos, ambições insatisfeitas. A grande revolução de Jesus transforma o social e o político, porque antes nos transformou a cada um de nós.
Interrogam-se os fariseus sobre o reino de Deus e Jesus responde: “O reino de Deus não chega de uma maneira que impressiona a vista. O reino de Deus está dentro de vós”. Porque desejava fazer um mundo novo, Ele trabalhou e ofereceu a sua própria vida para que nascesse também um ser humano novo. Quando os discípulos lhe perguntaram: Mestre, de nós qual será o primeiro no reino dos céus? Jesus sentou-se, reuniu os doze à sua volta e disse-lhes: “Se algum quiser ser o primeiro, que seja agora o último e esteja ao serviço de todos”. E, chamando uma criancinha, envolveu-a carinhosamente num abraço e ensinou: “Em verdade vos digo que, se não vos tornardes como esta criança, não entrareis no reino dos céus”. Jesus é fator de progresso material, natural, porque é também fator de progresso moral, espiritual. De muitas revoluções, com os melhores propósitos, surgiram figuras hediondas, que deixaram o povo vivendo miseravelmente, em crassa ignorância e estagnação..
Jesus é bem explícito, a este respeito: Ele chamou aos discípulos pescadores de homens e não pescadores de almas. E, quando reza ao Pai, suplica: “Não Vos peço que os retireis do mundo, mas que os preserveis do mal”. Por isso, recomenda que se pague o tributo a César, sacia multidões esfomeadas, vai às núpcias de Caná, manifesta um carinho especial por Maria Madalena, etc., etc. Trata-se, de facto, de um cidadão exemplar, mas porque se fundamenta em princípios perfeitamente revolucionários: Bem-aventurados os pobres de espírito (ou seja, os modestos, os humildes, os que sabem tanto que sabem que sabem pouco) porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados os que choram, porque serão consolados; bem-aventurados os que pacificam, porque serão chamados filhos de Deus; bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados; bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão a misericórdia; bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus; bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da Justiça, porque deles é o Reino dos Céus. E chega mesmo a dizer: “ Se trouxerdes a vossa oferta ao altar e aí vos lembrardes que o vosso irmão tem qualquer coisa contra vós, deixai ali a oferta, ide reconciliar-vos primeiro com o vosso irmão e depois voltai e oferecei a vossa oferta”. Em Jesus, há uma seiva espiritual que alimenta e percorre todo o Seu comportamento, onde brilham a solidariedade e a justiça. São um logro as revoluções sociais e políticas lideradas por ditadores, por violentos, por hipócritas, mesmo que pronunciem palavras encantadoras, ou se afirmem enviados por Deus. Jesus avisa: “Nem todo o que diz Senhor! Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai”.
Não há na Sua doutrina qualquer dualismo (razão-fé, ciência-religião, natureza-cultura, imanência-transcendência, espiritualismo-materialismo, rico-pobre, branco-preto, senhor-servo, indivíduo-pessoa, sagrado-profano): Ele dá sentido à evolução, ao processo histórico – o amor de Deus confunde-se com o amor do próximo! E, porque vês Deus, no teu próximo, sê então um revolucionário. Ocorre-me, neste passo, a frase célebre de Agostinho de Hipona: “Ama e faz o que quiseres”. Com Jesus, nasce um mundo novo e um homem novo. Jesus tudo adotou, retificou, uniu, completou, Ele corresponde aos postulados mais universais e profundos que animam o ser humano. N’Ele, a dimensão social e a dimensão espiritual confundem-se na complexidade humana! A grande revolução de Jesus é esta: a vida tem sentido, sempre que se ama a Deus no próximo, sempre que se descobre a transcendência na imanência. Com isto, não nego a necessidade da meditação e da oração. Digo tão-só que, sem obras, a fé é morta. Foi das primeiras coisas que aprendi, na disciplina de História da Cultura Clássica, na Faculdade de Letras de Lisboa: a cultura ocidental radica na filosofia grega, no espírito jurídico latino e na mensagem judaico.cristã (eu gosto de acrescentar-lhes o criticismo de Kant e ainda os grandes nomes do Iluminismo).
Mas, no lugar da religião do indivíduo, é preciso apostar na religião da comunidade, que não subalterniza a realidade e o valor do indivíduo, mas o considera essencialmente relativo aos outros e à sociedade. No plano dos valores, portanto, requer-se a passagem de uma ética individualista a uma ética comunitária, onde todos são corresponsáveis. Em Jesus, não há só o proximus, o amigo, o familiar, mas principalmente o socius, na criação de instituições mais solidárias, mais justas. Jesus não lutou por uma religião dos espíritos, mas por uma religião dos homens, sabendo que, se uma revolução social não chega para criar o “homem novo”, pode criar condições ao seu nascimento. A religião de Jesus não sofre de absentismo e conformismo. Ele escolheu a religião do afrontamento contra os privilégios, contra a violência dos poderosos, contra as injustiças do sistema dominante. Por isso, foi crucificado. Ao proclamar, diante de multidões extasiadas, que todos somos iguais, que perante Deus o escravo era igual ao imperador, o servo era igual ao senhor – assinou a sua sentença de morte! Homem extraordinário para conviver, com pessoas de todas as classes sociais era, contudo, na gente do povo que encontrava a maior recetividade. Os seus discípulos escolheu-os, entre os pobres pescadores da Galileia. Há dois mil anos! E o cristianismo chegou ao mundo todo! Neste Natal de 2014, importa que tenhamos presente um dos pilares onde assenta a nossa cultura e a nossa civilização, a mensagem de Jesus de Nazaré, que afinal está na génese do nascimento do desporto moderno. Quem se deite a estudar (um pouco que seja) a História do Desporto verá um cónego, Thomas Arnold, como o grande anunciador do desporto atual, na sociedade vitoriana.
Justifica-se assim o que vem expresso no Código de Ética Desportiva, editado pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude: “Nos termos da Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto (Lei nº 5/2007) de 16 de Janeiro) a atividade desportiva é desenvolvida em observância dos princípios da ética, da defesa do espírito desportivo, da verdade desportiva e da defesa integral de todos os participantes. Falar de ética no desporto é centrarmo-nos em valores que deverão estar presentes na orientação dos praticantes, em todos os agentes desportivos e no movimento associativo, de forma a que o desporto se possa constituir como um verdadeiro fator educacional, de integração e inclusão social, contribuindo para o desenvolvimento de todas as potencialidades e consciencialização de todos os agentes que se relacionam com o desporto quanto à respetiva responsabilidade na observância de comportamentos leais e que possam servir de modelo positivo para os mais jovens (…). Um desporto baseado nos princípios da ética será, para todos os que nele participarem, mais apelativo, motivador, realizador e útil”.
Chegou o momento de todos os desportistas, que são certamente mulheres e homens de boa vontade, crentes ou ateus, reconhecerem (porque se trata de uma verdade histórica insofismável) que o desporto moderno nasce, em pleno seio do cristianismo, que há valores cristãos a presidir a uma autêntica prática desportiva. E termino, pedindo desculpa por hoje não me ter ocupado, nem do Benfica, nem do Porto, nem do Sporting, nem do meu Belenenses, nem da fidelidade a princípios que tornam mais efetiva a verdade desportiva. È que estamos na quadra natalícia, fez-se homem um Menino-Deus!
* Professor Catedrático da Faculdade de Motricidade Humana e Provedor para a Ética no Desporto
IN "A BOLA"
24/12/14
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2 - A QUEDA
II-TERCEIRO REICH
2 - A QUEDA
A
História não se repete, acontece. Para sabermos mais de nós, enquanto
passageiros da terra, não podemos ignorar os momentos mais felizes(?) ou
os mais tenebrosos da história do homem.
* Contém imagens pesadas
** As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
* Contém imagens pesadas
** As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
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7-CARTAS AO
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7-CARTAS AO
PAI NATAL
Pai natal quando voares nos céus da minha Pátria
Quando aterrares as renas nas planícies do meu País
Lembra-te desta carta, pedido singelo
De um homem que só para a Pátria pede
Para si… Nada quis.
Se o nevoeiro que levou D. Sebastião
Te fizer perder o rumo e baralhar o norte
Segue o cheiro a verde pinho
Ouve a minha trova no vento que passa
E chegarás às chaminés do meu país
Pátria desafortunada. Sem euros. Má sorte.
Numa das chaminés de Lisboa
Sentirás o odor e verás o fumo negro da traição
Que o teu trenó sobre ela paire
Que sobre a chaminé de Soares a tua rena pare
E solte bosta. Um imponente cagalhão.
Quando aterrares as renas nas planícies do meu País
Lembra-te desta carta, pedido singelo
De um homem que só para a Pátria pede
Para si… Nada quis.
Se o nevoeiro que levou D. Sebastião
Te fizer perder o rumo e baralhar o norte
Segue o cheiro a verde pinho
Ouve a minha trova no vento que passa
E chegarás às chaminés do meu país
Pátria desafortunada. Sem euros. Má sorte.
Numa das chaminés de Lisboa
Sentirás o odor e verás o fumo negro da traição
Que o teu trenó sobre ela paire
Que sobre a chaminé de Soares a tua rena pare
E solte bosta. Um imponente cagalhão.
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JESSICA ATHAÍDE
ACTRIZ
AINDA SOBRE O DESFILE
NA MODA LISBOA
382.
Senso d'hoje
Senso d'hoje
JESSICA ATHAÍDE
ACTRIZ
AINDA SOBRE O DESFILE
NA MODA LISBOA
“Qual não foi a minha perplexidade quando observo que, a propósito de
uma fotografia menos feliz, sou alvo de críticas, comentários
desagradáveis e uma série de mimos, próprios deste mundo das redes
sociais em que ainda nos estamos a habituar a viver. Estes comentários
foram feitos na maioria por mulheres. Mulheres, vou repetir.
Mulheres que são filhas, mulheres que são mães, mulheres que ainda
não perceberam que cada vez que cedem à tentação de atacar outra mulher
com base nas suas características físicas, estão a enfraquecer a
condição feminina, em vez de lhe dar força. Estão a cultivar as
inseguranças, as desordens alimentares, a escravidão da imagem.”
* Texto “Para Mulheres Reais”, do blogue Jessy James
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