.
HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Presidência divulga declaração de Cavaco Silva sobre o Grupo Espírito Santo
A Presidência da República divulgou hoje, "por uma razão de
transparência", a transcrição na íntegra das declarações do chefe de
Estado após perguntas de jornalistas a propósito do Grupo Espírito Santo.
A nota, divulgada no "site" da
Presidência da República, refere apenas que "por uma razão de
transparência, transcreve-se na íntegra, a resposta dada pelo Presidente
da República a perguntas de jornalistas sobre o Grupo Espírito Santo,
no dia 21 de julho de 2014, em Seul".
A transcrição das
declarações do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, surge um
dia depois de o advogado Miguel Reis, um dos responsáveis pela defesa do
consórcio de pequenos acionistas lesados pelo BES, ter dito numa
entrevista ao jornal i que "quando a crise já estava ao rubro, já depois
do aumento de capital, houve clientes que foram convencidos, de forma
fraudulenta e enganosa, a transformar depósitos em ações, com base nas
sucessivas declarações do Presidente da República e do governador do
Banco de Portugal".
Nas declarações que fez em Seul, em resposta a
uma pergunta sobre como estava a acompanhar a situação e se encarava a
possibilidade de consequências para a economia portuguesa, Cavaco Silva
reconheceu que "haverá sempre efeitos", não do lado do Banco, mas da
área financeira.
"Se alguns cidadãos, alguns investidores, vierem a
suportar perdas significativas, podem adiar decisões de investimento ou
mesmo alguns deles podem vir a encontrar-se em dificuldades muito
fortes; por isso, não podemos ignorar que algum efeito pode vir para a
economia real, por exemplo, em relação àqueles que fizeram aplicações em
partes internacionais do Grupo que estão separadas do próprio Banco em
Portugal. Mas eu penso que, pela informação que temos, não terá assim um
significado de monta", referiu o chefe de Estado.
Na altura,
Cavaco Silva mostrou-se convicto, pela informação que dispunha, de que
"o Banco de Portugal, como autoridade de supervisão, tem vindo a atuar
muito bem para preservar a estabilidade e a solidez do nosso sistema
bancário".
O chefe de Estado referiu-se ainda à diferença entre a
área financeira do Grupo Espírito Santo e a área não financeira,
sublinhando que "há alguma confusão" entre essas duas áreas.
"O
Banco de Portugal, desde há algum tempo, tem vindo a tomar medidas para
isolar o banco, a parte financeira, das dificuldades financeiras da zona
não financeira do grupo. E, o Banco de Portugal tem sido perentório,
categórico, a afirmar que os portugueses podem confiar no Banco Espírito
Santo, dado que as folgas de capital são mais do que suficientes para
cobrir a exposição que o banco tem à parte não financeira, mesmo na
situação mais adversa", disse.
Cavaco Silva acrescentou ainda:
"eu, de acordo com informação que tenho do próprio Banco de Portugal,
considero que a atuação do Banco e do Governador tem sido muito, muito
correta".
* Temos as maiores dúvidas da apreciação do economista Cavaco Silva investido na função de Presidente da República. São muitos os especialistas a criticar a actuação do governador do BdP, nomeadamente nas afirmações de tranquilidade que transmitiu sobre aquela panela de pressão prestes a explodir. Gostaríamos de ver o "Alves dos Reis" do sec XXI na "pildra".
.