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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
30/04/2014
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O QUE NÓS
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O QUE NÓS
ENCONTRAMOS!
IVANOVKA
UM RETRATO DO PASSADO
Foi em 1834 que as primeiras casas russas foram construídas neste local.
As famílias dos cristãos Molokans estabeleceram-se aqui depois de terem
sido expulsos da Rússia. Estes dissidentes decidiram desobedecer às
regras da Igreja Ortodoxa Russa. Os seus sucessores, ainda hoje, falam
russo e mantêm as tradições dos antepassados.
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O FUTURO
CLIQUE EM "Programa OLHOS NOS OLHOS"
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O FUTURO
DA SAÚDE
EM PORTUGAL
CLIQUE EM "Programa OLHOS NOS OLHOS"
Se
no dia indicado acima não teve oportunidade de ficar mais esclarecido
sobre "O FUTURO DA SAÚDE EM PORTUGAL", dispense-se tempo para se esclarecer agora, este programa é extenso mas terrívelmente claro e polémico.
Fique atento às declarações do Dr. António Ferreira.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Saiba quais as praias
com bandeira azul em 2014
A bandeira azul vai ser atribuída a 298 praias, das quais 18 fluviais, e
a 17 marinas, o que representa uma subida em termos globais a nível de
praias de 08%, anunciou hoje o presidente do galardão.
José
Archer sublinhou que em 2014 se ultrapassou, pela primeira vez, a marca
dos 300 galardões atribuídos por todo o país, entre praias e marinas.
Na
comparação entre 2013 e 2014, houve uma subida de cerca de 08% nos
galardões atribuídos a praias, já que se passou de 277 para 298. A nível
de marinas, a subida foi de 21%.
O responsável manifestou a satisfação pelo "empenho muito grande" dos municípios em cumprirem os requisitos, sobretudo depois de o inverno rigoroso que se registou, lembrando que o galardão prevê o cumprimento de 30 requisitos, dos quais "26 são imperativos" e o "pré-requisito quanto à qualidade da água".
A entidade faz uma avaliação na altura do início da época balnear e uma monitorização ao longo do verão para comprovar o respeito pelos requisitos.
O presidente da Bandeira Azul admitiu que o galardão envolve "custos e investimentos avultados", mas recordou que os "retornos são quase imediatos", graças à maior circulação de pessoas pelos locais, assim como atividade económica.
No Norte, contabilizam-se 66 praias com bandeira azul distribuídas por 11 concelhos. Na lista, estão três praias fluviais e registou-se a saída de Leça da Palmeira.
No Centro, receberam o galardão 27 praias que se encontram por 18 concelhos, um dos quais é novidade: Oliveira do Hospital. Em 2014, nesta zona, as bandeiras vão estar em oito praias fluviais e entrou uma praia para o lote: Alvôco das Várzeas.
Na zona do Tejo, foram contabilizadas 49 praias, das quais cinco fluviais. As bandeiras vão ser hasteadas em 13 concelhos, tendo-se registado a entrada de Pampilhosa da Serra e de quatro praias: Janeiro de Baixo, Pessegueiro, Santa Luzia e Lagoa de Albufeira do Mar.
As saídas foram das praias de Crismina, Calada, Algodio e Castelo.
No
Alentejo, 27 praias e uma fluvial, podem hastear a bandeira azul,
estando na lista sete concelhos e uma praia nova: Furnas. Nesta região,
assinalou-se a reentrada do Farol.
"Continua recordista" o Algarve, ao somar 82 galardões, um dos quais para uma praia fluvial, contabilizando-se praias em 14 concelhos.
Para o leque de praias distinguidas entrou o Peneco e 12 reentradas: Castro Marim (3) Lagoa (5), Fuseta Ria, Inatel, Pescadores e Falésia-Açoteias.
Nos Açores, o galardão foi atribuído a 32 praias de 10 concelhos, registando-se a entrada para a lista da Baixa da Areia e seis reentradas: todas as do município da Praia da Vitória (Escaleiras, Praínha, Grande, Biscoitos, Porto Martins e Riviera). Sem bandeira azul vão ficar Porto Pim e a zona balnear de Santa Cruz da Graciosa.
Na Madeira, a bandeira pode ser colocada em 15 praias, ao longo de nove concelhos, tendo-se registado as reentradas na lista da Calheta, Ribeira Brava e Ponta Delgada. De saída esteve a praia Roca Mar.
Na lista de marinas destacou-se a reentrada das marinas da Praia da Vitória e Vila Franca do Campo (Açores) e a entrada da marina de Vila do Porto, também nos Açores.
O tema eleito para ser desenvolvido em ações de sensibilização nas praias, marinas, embarcações recreativas, este ano, é "Poluição nos Oceanos: esclarecer, planear e agir". Estão planeadas 712 atividades.
As cerimónias de hastear das primeiras bandeiras azuis de 2014 acontecem nomeadamente nos concelhos da Póvoa do Varzim, a 01 de junho, Mértola, a 06 de junho, e na Marina de Albufeira, a 13 de junho.
* BOAS FÉRIAS!
BISCOITOS - AÇORES |
O responsável manifestou a satisfação pelo "empenho muito grande" dos municípios em cumprirem os requisitos, sobretudo depois de o inverno rigoroso que se registou, lembrando que o galardão prevê o cumprimento de 30 requisitos, dos quais "26 são imperativos" e o "pré-requisito quanto à qualidade da água".
A entidade faz uma avaliação na altura do início da época balnear e uma monitorização ao longo do verão para comprovar o respeito pelos requisitos.
O presidente da Bandeira Azul admitiu que o galardão envolve "custos e investimentos avultados", mas recordou que os "retornos são quase imediatos", graças à maior circulação de pessoas pelos locais, assim como atividade económica.
No Norte, contabilizam-se 66 praias com bandeira azul distribuídas por 11 concelhos. Na lista, estão três praias fluviais e registou-se a saída de Leça da Palmeira.
No Centro, receberam o galardão 27 praias que se encontram por 18 concelhos, um dos quais é novidade: Oliveira do Hospital. Em 2014, nesta zona, as bandeiras vão estar em oito praias fluviais e entrou uma praia para o lote: Alvôco das Várzeas.
Na zona do Tejo, foram contabilizadas 49 praias, das quais cinco fluviais. As bandeiras vão ser hasteadas em 13 concelhos, tendo-se registado a entrada de Pampilhosa da Serra e de quatro praias: Janeiro de Baixo, Pessegueiro, Santa Luzia e Lagoa de Albufeira do Mar.
As saídas foram das praias de Crismina, Calada, Algodio e Castelo.
JANEIRO DE BAIXO |
"Continua recordista" o Algarve, ao somar 82 galardões, um dos quais para uma praia fluvial, contabilizando-se praias em 14 concelhos.
Para o leque de praias distinguidas entrou o Peneco e 12 reentradas: Castro Marim (3) Lagoa (5), Fuseta Ria, Inatel, Pescadores e Falésia-Açoteias.
Nos Açores, o galardão foi atribuído a 32 praias de 10 concelhos, registando-se a entrada para a lista da Baixa da Areia e seis reentradas: todas as do município da Praia da Vitória (Escaleiras, Praínha, Grande, Biscoitos, Porto Martins e Riviera). Sem bandeira azul vão ficar Porto Pim e a zona balnear de Santa Cruz da Graciosa.
Na Madeira, a bandeira pode ser colocada em 15 praias, ao longo de nove concelhos, tendo-se registado as reentradas na lista da Calheta, Ribeira Brava e Ponta Delgada. De saída esteve a praia Roca Mar.
Na lista de marinas destacou-se a reentrada das marinas da Praia da Vitória e Vila Franca do Campo (Açores) e a entrada da marina de Vila do Porto, também nos Açores.
O tema eleito para ser desenvolvido em ações de sensibilização nas praias, marinas, embarcações recreativas, este ano, é "Poluição nos Oceanos: esclarecer, planear e agir". Estão planeadas 712 atividades.
As cerimónias de hastear das primeiras bandeiras azuis de 2014 acontecem nomeadamente nos concelhos da Póvoa do Varzim, a 01 de junho, Mértola, a 06 de junho, e na Marina de Albufeira, a 13 de junho.
* BOAS FÉRIAS!
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HOJE NO
"RECORD"
"RECORD"
Carcavelos acolhe nova edição
do Cascais Surf à Noite
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do Cascais Surf à Noite
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A praia de Carcavelos vai acolher, no próximo sábado, nova edição do
Cascais Surf à Noite. A grande atração será o "air show" a partir das 22
horas, com "alguns dos melhores surfistas nacionais", segundo avançou a
organização.
Durante a tarde, o evento vai contar ainda com
outras iniciativas, como aulas de surf, competições de skate e test
drive de pranchas.
* Muita fixe
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No meio de várias queixas dos presentes, nomeadamente reformados, Fernando António, que se encontra desempregado há longo tempo, explicou a sua difícil situação ao primeiro ministro.
"Dê-me 50 euros para comprar uns sapatos", pediu Fernando "Matina", a Pedro Passos Coelho, mostrando-lhe o que tinha calçado: um par de sapatos completamente gasto e roto.
Apanhado de surpresa, o chefe do governo explicou que não podia dar-he essa quantia, mas deixou a promessa de estar a trabalhar, como todo o Governo, para "melhorar a situação do país".
* Uma vergonhaça, bem feita. Façamos uma colecta para comprar uns sapatos ao corajoso cidadão.
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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Desempregado pede 50 euros
a Passos para comprar sapatos
Um desempregado aproveitou a presença de Pedro Passos Coelho, na tarde
desta quarta-feira, na inauguração da Ovibeja, para pedir ao
primeiro-ministro "50 euros para comprar uns sapatos".
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Fernando António, de 46 anos, conhecido como "Matina" e
morador na aldeia de Salvada, está, por estes dias, a trabalhar numa
das tasquinhas da Ovibeja.
No meio de várias queixas dos presentes, nomeadamente reformados, Fernando António, que se encontra desempregado há longo tempo, explicou a sua difícil situação ao primeiro ministro.
"Dê-me 50 euros para comprar uns sapatos", pediu Fernando "Matina", a Pedro Passos Coelho, mostrando-lhe o que tinha calçado: um par de sapatos completamente gasto e roto.
Apanhado de surpresa, o chefe do governo explicou que não podia dar-he essa quantia, mas deixou a promessa de estar a trabalhar, como todo o Governo, para "melhorar a situação do país".
* Uma vergonhaça, bem feita. Façamos uma colecta para comprar uns sapatos ao corajoso cidadão.
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HELENA MARUJO
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Felicidade Pública:
.........manifesto contra
..........a instrumentalização
..........a instrumentalização
da felicidade laboral
"That is happiness, to be dissolved into something complete and great”(Isso é a felicidade, a ser dissolvida em algo completo e grandioso), Willa Cather
Mea culpa.
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Tendo sido uma das
primeiras pessoas que começou em Portugal a falar da importância da
felicidade no contexto laboral, sinto-me inquieta com o rumo que pode
trazer a bandeira de uma abordagem positiva nas organizações em tempo de
desertos.
Guiava-me na altura a vontade de criar lugares de
vida mais humanos, de pensar em formas sociais democráticas mais
límpidas e evoluídas, em locais de produção de bens e serviços mais
vocacionados ao bem-comum. Queria ver mais, no espírito do próprio
tempo, do que outra leva de emigração em busca de dignidade, decência e
alimento; queria humildemente ajudar a construir um mapa moral e
dialogante nas empresas privadas ou públicas, nas fábricas, nos
serviços, nos campos, nas escolas, nos hospitais.
Hoje, vejo o tema da felicidade a entrar nas organizações, e devia sentir-me, no mínimo... feliz. Mas antevejo o risco.
Quantas
vezes configurada em não mais do que um rol de práticas assentes num
irrefletido e vago sentimento moral, numa superficial alegria, e em mais
uma forma de instrumentalização de quem trabalha – um novo caminho para
maior produtividade, uma outra forma de medir, controlar e influenciar
a satisfação, uma repetição triste de formas manipuladoras de controlo –
a possibilidade da felicidade está ainda mais em perigo.
Quando
sonhei trazer da investigação para o dia-a-dia dos empregados esse
horizonte da felicidade idealizei formas de trabalho, liderança,
comunhão relacional e ambiente laboral com verdadeiro compromisso,
porque resultado de justiça interna e equidade externa, uma felicidade
tecida em redes de pessoas solidárias, compassivas, íntegras e
coerentes, com espaços e tempos de autodeterminação e autonomia,
sentindo-se competentes e valorizadas, construtoras de coletivos e não
apenas de egoístas individualizações, numa clara expressão de evolução
da sabedoria conjunta e de uma gramática mista de hedonismo e sentido.
Invoquei locais de trabalho que fossem verdadeiras cartografias de
pequenas virtudes diárias, desde o CEO ao segurança, do trabalhador do call center ao educador no infantário.
Nunca
concebi uma coexistência que convidasse à uniformidade, ao opressivo e
falaciosamente entusiasmado, sempre externamente motivado, e muito menos
desejei uma felicidade que fosse descontextualizada.
Soube pela pena de Robert Skidelsky, num artigo deste mês de Abril do The New York Review of Books,
que há algum tempo as hospedeiras de bordo de uma companhia de aviação
norte-americana tinham ameaçado fazer uma “greve de sorrisos”, em
resposta às múltiplas tentativas da entidade patronal para aumentar ao
limite a eficácia e rapidez do seu trabalho. E relembrei o taylorismo,
as prisões circulares de controlo permanente pensadas por Bentham – os
panóticos, ainda hoje identificáveis – e a forma robótica e automatizada
como, em consequência hoje, ainda e de novo, concebemos o trabalho.
Faço
por isso objecção de consciência a todos os que, ao pegar nas novas
modas, como parece estar a tornar-se a da felicidade no trabalho, ao
inteligentemente perceberem as vantagens desta nova linguagem, a
desvirtualizam e desvitalizam, usando-a para trazer as pessoas de volta à
submissão, à intimidação, desta vez com propostas disfarçadas de
cordeiro, aumentando a descrença em salvações cada vez mais improváveis.
Se
tratamos os trabalhadores como máquinas não fiáveis, das quais
desconfiamos, e que são substituíveis e meros objetos de produção; se
usamos a intimidação para os levar ao limite, e os privarmos da
possibilidade de exercer as suas competências e de se educarem e
formarem melhor, enquanto lhes negamos a justa e harmoniosa recompensa,
entramos em decomposição social, e namoramos o pior do passado e o mais
podre da lógica económica: pessoas e locais frios, calculistas e
degradantes. Ficamos perante uma nova variação corporativa da dominação,
especialmente arrepiante na semana em que celebramos 40 anos do 25 de
Abril, que nos permitiu sonhar sermos juntos capazes de práticas
democráticas e de uma cidadania resplandecente, com responsabilidade e
vigilância.
A felicidade não pode ser o novo endoutrinamento, mais
uma floresta do efémero, que seduz pelo superficial, corroendo o vital,
uma cortina que esconde o pior do velho império; não pode ser o riso
falso ou demoníaco que eclipsa a respeitabilidade ou esconde falsas
razões, nem uma proposta que corteja a injustiça. Não podemos nunca
permitir as atuais desvertebrações dos trabalhadores para manterem o
trabalho, nem novas escravidões, novos medos, novos silêncios, novas
censuras, criados pela insegurança e vulnerabilidade social, em nenhum
local onde se trabalhe, mas ainda mais em espaços de trabalho onde se
fala da importância da felicidade dos empregados. Não podemos ceder às
graves e mentirosas inconsistências.
Há semanas, um
aluno-trabalhador partilhava connosco numa aula que no seu emprego era
proibido falar sobre quanto cada um ganha; se o fizerem, a punição será o
despedimento. Algo está profundamente mal quando há temas tabus, que
impedem a comunicação, aumentam a desconfiança e limitam a profundidade e
espontaneidade das relações. Por isso, apoio o desligar emocional, tal
como o propõe Robert Sutton, quando os ambientes laborais são tóxicos,
desligar que deverá substituir o convite a outras modas como a mindfulness ou a imaginação positiva/daydreaming,
que excelentes em si mesmos, poderão levar a abismos dogmatizantes se o
contexto for maléfico e houver elevadas quotas de frustração e
indignidade coletivas. Aí, não deverá haver lugar a elevado
comprometimento nem paixão ao que se faz, nem a alegria imposta ou
sorrisos obrigatórios e hipócritas, mas sim a formas múltiplas e lúcidas
de critica e mudança.
Precisamos de felicidades comprometidas e
eloquentes, que levem as vidas dos trabalhadores a correrem como seda,
que permitam transgressões ao mal e conjunturas de diálogo, e que se
promovam e elevem meramente quando os contextos e as lideranças são
equitativas, íntegras, benevolentes e virtuosas.
Como dizia o
filosofo russo Pyotr Chaadayev, “Não aprendi a amar a minha pátria com
os olhos vendados e a cabeça inclinada.” Não aprenderemos a amar o
trabalho e a dedicar-nos a ele de forma verdadeiramente produtiva se nos
quiserem de joelhos, silenciados, surdos e cegos, e insensíveis ao
fedor do mal. Como investigadora da felicidade, tenho a obrigação também
de ser parte da consciência intelectual; e o dever do intelectual, esse
luxo dos dias de hoje, é – dizia-o o sociólogo Stanislaw Ossowski já
nos anos 1960, pensar de uma maneira desobediente perante os cataclismos
civis.
Não deixarei de lutar pela felicidade publica. É talvez
uma meta de vida. Mas ou a felicidade rima com dignidade, ou é uma ópera
bufa.
Professora universitária no ISCSP/UL.
IN "PÚBLICO"
23/04/14
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HOJE NO
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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Há 15 dias, Governo dizia que
não haveria aumento de impostos
No dia em que pela primeira vez o DEO foi a Conselho de Ministros o ministro-adjunto e da Presidência, Luís Marques Guedes, assegurou que em 2015 não haveria aumento de impostos. E a ministra das Finanças garantiu que não existiriam sacrifícios adicionais. O DEO acabou por chegar com aumento do IVA e da TSU.
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"Como já foi dito pelo ministro da presidência, as medidas duradouras em preparação não se traduzem em qualquer contributo adicional para a consolidação orçamental, ou seja, não implicam sacrifícios adicionais”.
As palavras foram ditas, no passado dia 15 de Abril, pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, a seguir ao primeiro conselho de ministros em que se debateu o Documento de Estratégia Orçamental (DEO).
Maria Luís fez essa afirmação momentos antes de o ministro da presidência Luís Marques Guiedes ter dito que não haveria aumento de impostos em 2015. Em matéria de taxas ou impostos, a ministra das Finanças referiu-se apenas, nesse dia 15 de Abril, à possibilidade de tributação de produtos com efeitos nocivos para a saúde, uma medida, entre outras, que teria como objectivo moderar o problema das dívidas da saúde.
Disse a ministra:"Esses atrasos de pagamento deverão ser progressivamente resolvidos com um esforço adicional de racionalização e aumento de eficiência no sector. No entretanto, e para assegurar esse objectivo, enquanto a redução da despesa não o assegurar em exclusivo, poderão ser equacionados contributos adicionais do lado da receita, designadamente da indústria farmacêutica ou de tributação sobre produtos que têm efeitos nocivos para a saúde".
Nesta quarta-feira 30 de Abril a ministra de Estado e das Finanças e o ministro do Trabalho e da Solidariedade anunciaram o aumento da taxa do IVA de 23 para 23,25% e um agravamento da TSU suportada pelos trabalhadores de 11% para 11,2%.
* Aldrabices governativas.
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17.O MELHOR
DA ARTE
A PIETÁ DE VILLENEUVE-
-LES-AVIGNON
ENGUERRAND
QUARTON
QUARTON
Cada episódio é dedicado a um grande trabalho de arte da coleção dos museus do Louvre, Antiquities Museum of Saint Germain, Orsay, Rodin e Guimet. A série mostra obras como a Monalisa e os tesouros do budismo. Um trabalho único sobre história da arte.
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HOJE NO
"DESTAK"
Parlamento chumba agravamento
de crimes em ambiente escolar
defendido pelo CDS-PP
A Assembleia da República chumbou hoje o agravamento de sanções a crimes em ambiente escolar e estudantil defendido pelo CDS-PP, com a abstenção do PSD e os votos contra de PS, PCP, BE e PEV.
O projeto de resolução centrista foi votado ponto por ponto.
O segundo ponto recomendava ao Governo o agravamento do "regime sancionatório aplicável aos crimes cometidos em ambiente escolar e estudantil, ou nas suas imediações, envolvendo a comunidade escolar".
Foi aprovado o terceiro ponto, referente às praxes académicas, que recomenda ao Governo a criação de um "regime sancionatório aplicável sempre que alguém leve outrem, voluntária ou involuntária, a prática de atos humilhantes ou degradantes, a propósito de reuniões ou manifestações ligadas aos meios escolares ou socioeducativos"
* Um nojo a resolução do terceiro ponto, as praxes não deixarão de existir enquanto nas famílias dos estudantes houver hierarquias desestruturadas.
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HOJE NO
"i"
Universidade de Coimbra cria
primeiro observatório de
nanopartículas em Portugal
Os
trabalhadores, tanto de indústrias ditas convencionais como inovadoras
(nanotecnologias), estão expostos a “nuvens” deste tipo de partículas
A
Universidade de Coimbra (UC) criou o primeiro observatório de
nanopartículas de Portugal, cujo principal objetivo é identificar as
nanopartículas existentes e avaliar os seus efeitos na saúde humana e
nos ecossistemas.
“A grande missão do recém-criado Observatório de Nanopartículas da
Universidade de Coimbra, o primeiro do país”, é “identificar os
diferentes tipos de nanopartículas existentes e avaliar os seus efeitos
na saúde humana e nos ecossistemas, visando a proteção do trabalhador e
das populações em geral”, afirma a UC, numa nota hoje divulgada.
Com um investimento de “perto de um milhão de euros”, suportado por
fundos comunitários, através do QREN (Quadro de Referência Estratégico
Nacional), e por receitas próprias, o observatório possui “equipamento e
tecnologia de última geração”, salienta a instituição.
A nova estrutura dispõe de “um aparelho capaz de detetar, captar e
quantificar os diversos tipos de nanopartículas suspensas no ar para as
quais o pulmão não funciona como filtro, entrando diretamente na
corrente sanguínea”, exemplifica a mesma nota.
“As nanopartículas estão presentes em ambientes insuspeitos, onde não
há manipulação direta de nanopartículas, consequência apenas de
processos industriais convencionais”, alerta a UC.
O observatório é constituído por uma equipa multidisciplinar,
reunindo “oito investigadores doutorados” em áreas como engenharia,
farmácia, medicina e bioquímica, entre outras.
Aqueles especialistas “já promovem ações junto de indústrias de todo o
país, especialmente metalomecânicas, para obter o que se pode denominar
de ‘ciclo completo das nanopartículas’, isto é, desde a identificação,
quantificação e caracterização, até ao impacto que têm na saúde humana e
nos ecossistemas”, explica Teresa Vieira, coordenadora do Observatório.
Os trabalhadores, tanto de indústrias ditas convencionais como
inovadoras (nanotecnologias), estão expostos a “nuvens” deste tipo de
partículas.
As nanopartículas “habitam em todo o lado, são silenciosas e muito
invasivas, desconhecendo-se os malefícios que podem provocar”, sublinha
Teresa Vieira, que também é professora da Faculdade de Ciências e
Tecnologia e responsável pelo Grupo de Nanomateriais e Microfabricação
do Centro de Engenharia Mecânica da UC.
“Sem alarmismos” e para “evitar danos”, é “essencial obter essa
informação para permitir a adoção de medidas de prevenção, monitorização
e controlo”, através, por exemplo, do desenvolvimento de “sensores de
alerta e nanofiltros”, sublinha a especialista.
“É consensual a urgência em obter competências e informação sobre estas partículas invisíveis”, observa Teresa Vieira.
Com a informação obtida nos estudos em curso, o Observatório da
Nanopartículas – que “também acolhe investigadores de outras
universidades do país” – projeta publicar um “prontuário das
nanopartículas”, para “apoiar novos estudos e, considerando a ausência
de legislação na matéria, contribuir para a definição de limites legais
de níveis de nanopartículas presentes na indústria e no ambiente”.
* Inteligência e ciência portuguesa, do melhor que há.
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HOJE NO
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"A BOLA"
«Agradeço as palavras de Mourinho» - Simeone
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José Mourinho
fez questão de elogiar o trabalho levado a cabo no At. Madrid. Diego
Simeone agradeceu e retribuiu na mesma moeda ao treinador português.
«Agradeço as palavras de Mourinho, um homem trabalhador que já passou pelas melhores equipas da Europa», referiu Simeone, naturalmente satisfeito por ter logrado a qualificação para a final da Liga Europa.
«Fizemos um grande jogo e tivemos de trabalhar muito para ter o jogo que queríamos. A primeira parte foi muito bonita em termos táticos, eles marcaram primeiro e conseguimos o empate por sorte. Mas na segunda, assentou-nos bem a vitória. Demos a volta a um jogo muito importante.»
O treinador não deixou de salientar que o foco da equipa vira-se agora por completo para o jogo do próximo fim-de-semana, frente ao Levante, uma vez que, a duas jornadas do final, lidera a Liga espanhola. No entanto, não deixou de falar sobre a final:
«A partir de amanhã vamos pensar apenas no jogo com o Levante e não em qualquer outro objetivo. Mais tarde pensaremos no nosso rival, que já está acostumado a jogar finais.»
«Agradeço as palavras de Mourinho, um homem trabalhador que já passou pelas melhores equipas da Europa», referiu Simeone, naturalmente satisfeito por ter logrado a qualificação para a final da Liga Europa.
«Fizemos um grande jogo e tivemos de trabalhar muito para ter o jogo que queríamos. A primeira parte foi muito bonita em termos táticos, eles marcaram primeiro e conseguimos o empate por sorte. Mas na segunda, assentou-nos bem a vitória. Demos a volta a um jogo muito importante.»
O treinador não deixou de salientar que o foco da equipa vira-se agora por completo para o jogo do próximo fim-de-semana, frente ao Levante, uma vez que, a duas jornadas do final, lidera a Liga espanhola. No entanto, não deixou de falar sobre a final:
«A partir de amanhã vamos pensar apenas no jogo com o Levante e não em qualquer outro objetivo. Mais tarde pensaremos no nosso rival, que já está acostumado a jogar finais.»
* Educação é precisa, o cavalheirismo de Simeone e Mourinho em destaque.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
IVA aumenta em 2015 para
financiar Segurança Social
O Governo vai aumentar a taxa normal do IVA em 0,25 pontos
percentuais em 2015, para os 23,25%, revertendo a receita adicional
"integralmente para os sistemas de pensões", de acordo com o Documento
de Estratégia Orçamental (DEO).
No Documento, a que a Lusa teve acesso, refere-se que, entre as
medidas que o Governo pretende implementar "com efeitos a partir de 1 de
janeiro de 2015" no sentido de "caminhar para a reforma do sistema de
pensões públicas e garantir a sua sustentabilidade" está "um aumento da
taxa normal do IVA em 0,25 pontos percentuais, cuja receita adicional
reverterá integralmente para os sistemas de pensões".
No documento está ainda indicado que "este incremento do IVA apenas
se verificará na taxa normal (atualmente de 23%) mantendo-se inalteradas
a taxa mínima e a taxa intermédia".
* O assalto continua...
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Pingo Doce faz descontos de 50%
Amanhã, no feriado do 1º de Maio, os clientes do Pingo Doce vão poder contar com uma promoção adicional à campanha que é feita a cada semana. A cadeia de supermercados detida pela Jeronónimo Martins está a enviar SMS aos clientes onde informa que "amanhã no pingo Doce tem mais 50 grandes produtos com 50% de desconto imediato, além da promoção da semana".
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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Pingo Doce faz descontos de 50%
em 50 produtos no 1º de Maio
Em 2012 a cadeia detida
pela Jerónimo Martins fez uma mega-campanha, em que nas compras a partir
de 100 euros aplicou 50% de desconto.
Amanhã, no feriado do 1º de Maio, os clientes do Pingo Doce vão poder contar com uma promoção adicional à campanha que é feita a cada semana. A cadeia de supermercados detida pela Jeronónimo Martins está a enviar SMS aos clientes onde informa que "amanhã no pingo Doce tem mais 50 grandes produtos com 50% de desconto imediato, além da promoção da semana".
Fonte oficial do grupo liderado por Pedro Soares dos Santos confirmou
ao Económico que "à semelhança da efeméride dos 40 anos do 25 de Abril,
celebrados a semana passada, também amanhã o Pingo Doce irá
proporcionar oportunidades de poupança imediata adicionais às campanhas
promocionais da semana".
Em 2012, o Dia do Trabalhador ficou marcado pela mega-campanha do
Pingo Doce, através da qual em todas as compras a partir de 100 euros
era praticado um desconto de 50%. Esta iniciativa levou a Autoridade da
Concorrência a condenar a Jerónimo Martins ao pagamento de uma multa de
cerca de 30 mil euros.
* Desconto amargo
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Bastonário da Ordem dos Engenheiros:
Costa da Caparica "tem sido maltratada"
Carlos Matias Ramos acusa os sucessivos governos de não apostar nas praias da Costa da Caparica.
O bastonário da Ordem dos Engenheiros (OE), Carlos Matias Ramos, disse esta quarta-feira à agência Lusa que as praias da Costa da Caparica, em Almada, têm sido maltratadas pelo Estado, frisando que nunca houve uma aposta naquele local.
A Costa da Caparica "tem sido maltratada" com o decorrer dos anos, afirmou esta quarta-feira o bastonário da OE, salientando que "ela nunca foi a menina de olhos bonitos de todos os governos, desde um passado muito longínquo, até à situação atual".
Esta situação aconteceu porque "nunca houve aposta naquelas praias", de acordo com Carlos Matias Ramos, que falou à Lusa à margem da sessão "Ponto da situação e experiência acumulada nas soluções de defesa costeira", que decorreu esta quarta-feira na sede da OE, em Lisboa.
* Os governos portugueses nunca gostaram de ninguém a não ser deles próprios.
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HOJE NO
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"PÚBLICO"
Portugal foi dos países onde o peso
do rendimento dos 1% mais ricos
mais cresceu
Comparação entre 18 países, feita pela OCDE para o período entre 1981 e 2012, coloca Portugal apenas atrás dos EUA e do Reino Unido. Entre 1976 e 1981, o peso dos mais ricos no rendimento tinha descido.
O peso do rendimento dos 1% mais ricos no total dos rendimentos da
população mais do que duplicou em Portugal nas últimas três décadas,
aproximando-se dos 10%, o que faz do país um dos que apresentam uma
tendência mais nítida de aumento da desigualdade durante esse período,
quando este indicador é analisado com base no nível relativo do
rendimento do segmento mais rico da população.
A comparação entre 18 países do chamado “mundo
industrializado” é apresentada num relatório publicado nesta
quarta-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE). Os autores do relatório analisam a evolução do peso do
rendimento dos 1% mais ricos entre 1981 e 2012 (ou o ano mais recente
para o qual há dados disponíveis).
Em Portugal, os 1% mais ricos
obtinham 4,3% do rendimento em 1981, um dos valores mais baixos entre os
países analisados, mas que passou para 9,8% em 2005, o último ano para o
qual são conhecidos dados. A subida de 5,5 pontos percentuais neste
indicador é a terceira maior entre os países analisados, atrás dos 11,1
pontos registados nos EUA e dos 6,3 pontos do Reino Unido.
De
notar que, ao escolher o ano de 1981 como ponto de partida para esta
comparação internacional, a OCDE acaba por encontrar Portugal
precisamente no momento em que o nível de rendimentos dos mais ricos
tinha um menor peso no rendimento total, o que influencia depois a
variação registada até agora.
De facto, olhando para os dados
compilados pelo economista Facundo Alvaredo para Portugal (e que
serviram de base para os cálculos agora divulgados pela OCDE), entre
1976 e 1981, na sequência das alterações económicas produzidas no pós-25
de Abril, registou-se uma queda acentuada do peso dos rendimentos dos
1% mais ricos nos rendimentos totais, que em 1976 estavam em 7,9%.
A
partir dos anos 80 do século passado, inicia-se uma recuperação desse
indicador, que subiu de forma quase ininterrupta durante as décadas
seguintes, superando o máximo registado em 1976 logo no início dos anos
90.
“Nos anos 80, assistiu-se a uma maior abertura da economia
portuguesa ao exterior e a um processo de liberalização, o que explica o
aumento muito forte do peso dos rendimentos dos mais ricos durante esse
período”, explica Carlos Farinha Rodrigues, economista que tem seguido
de perto os temas da desigualdade em Portugal.
Para os anos a
seguir a 2005, não se consegue saber o que aconteceu em Portugal neste
indicador. Os dados relativos à distribuição de rendimentos que são
conhecidos são os publicados pelo INE com base nos inquéritos aos
rendimentos. Os dados publicados pela OCDE são retirados da informação
de pagamento de impostos produzida pela administração fiscal.
O
INE opta por não publicar informação referente ao rendimento dos 1% mais
ricos da população. Faz apenas comparações entre os 10% mais ricos e os
10% mais pobres. Como explica Carlos Farinha Rodrigues, esses dados da
segunda metade da década anterior mostram uma tendência de redução da
desigualdade. “Até 2010, houve uma redução sustentada da desigualdade,
que a partir daí começa a subir”, afirma.
Em 2012, o índice de Gini
registou uma ligeira descida, apontando para uma redução da desigualdade
na distribuição dos rendimentos, mas, em contrapartida, o rácio entre
os rendimentos dos 10% mais ricos e os 10% mais pobres voltou a subir.
Isto significa que nesse ano (o último para o qual há dados disponíveis)
houve uma redução da desigualdade nos rendimentos intermédios, mas um
aumento do desequilíbrio nos extremos.
Efeito temporário da crise
O
tema da desigualdade na distribuição dos rendimentos tem vindo, nos
últimos meses, a ganhar um lugar de destaque no debate político e
económico nos Estados Unidos e na Europa. O livro do economista Thomas
Piketty Capital in the Twenty-first Century, que conclui que, à
escala mundial, os mais ricos entre os ricos estão a acumular uma parte
cada vez maior do rendimento, foi uma das principais razões para que se
voltasse a discutir quais as políticas económicas mais adequadas para
lidar com este fenómeno.
É por isso que a OCDE lança agora este
relatório. A organização assume a conclusão de Piketty de que há um
aumento generalizado da desigualdade na distribuição do rendimento e
destaca em particular a tendência muito acentuada que se regista nos
EUA, onde o rendimento dos 1% mais ricos passou de 8,2% para 19,3%. “O
crescimento do rendimento real médio é mais baixo em França do que nos
Estados Unidos durante as últimas três décadas, mas a França teve um
desempenho melhor que os EUA, quando consideramos o aumento do
rendimento dos 99% menos ricos da população.”
A OCDE conclui ainda
que a recente crise económica e financeira serviu (como aconteceu no
passado com a Grande Recessão dos anos 30) para colocar um travão no
aumento da desigualdade. No entanto, alerta que esse travão parece ser
apenas “temporário”, não chegando para compensar os aumentos da
desigualdade anteriores.
O estudo da OCDE assinala que os governos
têm à sua disposição instrumentos de política adequados para reduzir a
desigualdade, como o aumento de impostos sobre os rendimentos mais altos
e sobre o capital.
No caso de Portugal, registaram-se alterações
significativas em Portugal neste capítulo desde o início da crise. No
IRS, houve um aumento da taxa aplicada aos rendimentos mais altos e uma
redução dos benefícios fiscais, duas medidas que contribuem para o
aumento da progressividade dos impostos. Por outro lado, houve uma
redução dos escalões, algo que pode diminuir a progressividade. “O
sistema fiscal pode ter-se tornado mais progressivo”, afirma Carlos
Farinha Rodrigues.
O executivo está ainda a preparar este ano uma redução do IRC, algo que pode vir a beneficiar os rendimentos do capital.
* Este governo é o que mais pugna por aumentar as desigualdades sociais. O problema do país não é haver ricos mas de estes só o serem por condicionarem a pobreza.
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