Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
23/06/2013
BRUNO ALVES
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IN "DIÁRIO ECONÓMICO"
20/06/13
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Custos
Seja o Governo mais rosado ou alaranjado as condições de governabilidade para se conduzir políticas impopulares serão ainda mais precárias.
Há já algum tempo que circulam por aí rumores de
que o CDS poderá aproveitar as autárquicas e os expectáveis maus
resultados do PSD para se desligar do seu parceiro de coligação. Não
seria de espantar: se e quando Portas achar que os custos de ser visto
como o responsável pela queda do Governo forem menores que os de o
continuar a sustentar, é normal que siga a via oportunista por onde tem
caminhado a carreira toda. E o PS, por seu lado, agradecerá.
O resto do País talvez também o faça. Mas, embora não nutra particular simpatia pelo grupo de pessoas que nos governa, temo que não haja grandes razões para festejar um seu eventual afastamento. Em primeiro lugar, seja o Governo mais rosado ou alaranjado, Portugal continuará a ser um país com uma carga fiscal tão excessiva para a saúde da economia quanto insuficiente para cobrir as despesas do Estado. Esteja quem estiver no poder daqui a uns meses, terá de lidar com este problema, e faça o que fizer - aumentar impostos, cortar despesa ou, como de costume, nada para além de meros remendos ineficazes - ninguém ficará satisfeito com a opção seguida. Todas essas opções implicam, de uma forma ou de outra, "austeridade", e quem protesta contra a que o actual Governo está a impor rapidamente seria forçado a perceber que ela só será evitável se "a sra. Merkel" nos pagar a irresponsabilidade (favor que nenhum cidadão alemão quer fazer).
Em segundo lugar, as condições de governabilidade para se conduzir políticas impopulares serão ainda mais precárias. Os ciclos eleitorais são de quatro anos para que os governos não tenham de agir ao sabor da opinião popular. Se cada qualquer outra eleição que decorra entretanto (como as autárquicas ou as europeias) for encarada como um referendo à popularidade governamental, menos os seus responsáveis estarão libertos da pressão de não seguirem políticas impopulares mas necessárias. E se o PS, CDS ou quem quer que governe, pensar que será possível evitar tomar medidas impopulares, estaremos ainda pior entregues do que estamos hoje.
O resto do País talvez também o faça. Mas, embora não nutra particular simpatia pelo grupo de pessoas que nos governa, temo que não haja grandes razões para festejar um seu eventual afastamento. Em primeiro lugar, seja o Governo mais rosado ou alaranjado, Portugal continuará a ser um país com uma carga fiscal tão excessiva para a saúde da economia quanto insuficiente para cobrir as despesas do Estado. Esteja quem estiver no poder daqui a uns meses, terá de lidar com este problema, e faça o que fizer - aumentar impostos, cortar despesa ou, como de costume, nada para além de meros remendos ineficazes - ninguém ficará satisfeito com a opção seguida. Todas essas opções implicam, de uma forma ou de outra, "austeridade", e quem protesta contra a que o actual Governo está a impor rapidamente seria forçado a perceber que ela só será evitável se "a sra. Merkel" nos pagar a irresponsabilidade (favor que nenhum cidadão alemão quer fazer).
Em segundo lugar, as condições de governabilidade para se conduzir políticas impopulares serão ainda mais precárias. Os ciclos eleitorais são de quatro anos para que os governos não tenham de agir ao sabor da opinião popular. Se cada qualquer outra eleição que decorra entretanto (como as autárquicas ou as europeias) for encarada como um referendo à popularidade governamental, menos os seus responsáveis estarão libertos da pressão de não seguirem políticas impopulares mas necessárias. E se o PS, CDS ou quem quer que governe, pensar que será possível evitar tomar medidas impopulares, estaremos ainda pior entregues do que estamos hoje.
IN "DIÁRIO ECONÓMICO"
20/06/13
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