14/05/2012

UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA

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Uns dias depois das eleições, ia o Passos Coelho e a sua esposa a passar no Rossio, onde estava um cego a tocar acordeão.
Então, a Esposa de Passos Coelho puxou de uma nota de 50 Euros e deu ao cego. Este, contente com
o gesto da Senhora, agradeceu-lhe.

Prontamente disse Passos Coelho para a mulher:
- Foste logo dar 50 Euros ao cego?

Responde a mulher:
- Cala-te! Se não fossem os "cegos", tu não eras primeiro Ministro!.

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SIAMESES
 




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A Raríssimas – Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras – foi fundada em Abril de 2002, com o objectivo de apoiar doentes, famílias e todos os que convivem de perto com as Doenças Raras.

Pretendemos ser uma associação com elevado reconhecimento nacional e internacional no que às Doenças Raras diz respeito e para isso empenhamo-nos em participar em diversos projectos, quer de âmbito nacional, quer internacional.

Uma das razões da nossa existência é a divulgação das Doenças Raras. Para isso:

 Incentivamos a reflexão e o debate sobre as necessidades dos portadores de doenças raras e suas famílias;

 Sensibilizamos a comunidade para a realidade das doenças raras;

 Alertamos a Comunicação Social para a importância da divulgação da informação sobre as doenças raras, bem como a importância das organizações que as representam;

 Demonstramos à sociedade a importância do movimento associativo no apoio e acompanhamento dos portadores de doenças raras e das suas famílias.

O apoio aos doentes e às respectivas famílias é outra dos nossos pilares de actuação. Por isso mesmo, continuamos a prestar o melhor apoio possível aos nossos associados e aos cidadãos em geral, na temática da (in)formação, tendo em conta os seguintes objectivos:

 Promover a igualdade de direitos dos portadores de doenças raras e suas famílias;

 Melhorar a divulgação de meios e recursos, que permitem aos portadores de doenças raras a escolha, digna, do seu modo de vida com interacção no seu meio social e cultural;

 Melhorar a coordenação entre técnicos, instituições nacionais das áreas de medicina, ensino, reabilitação e o sector associativo.

A todos os nossos doentes raros e respectivas famílias, um grande bem hajam!

Como apoiar

O maior projecto da Raríssimas é, neste momento, a conclusão da Casa dos Marcos, uma obra de grande envergadura que necessita do apoio de todos para que esteja brevemente ao serviço da comunidade.

Caso queira contribuir para esta obra solidária, por favor faça o seu donativo para o NIB:
Conta BPI nº 0010 0000 3796 8970 0018 0

IBAN : PT50 0010 0000 3796 8970 0018 0
SWIFT/BIC
BBPIPTPL

Para além do projecto megalómano da Casa dos Marcos, a Raríssimas, encontra-se a desenvolver neste momento mais dois projectos de suma importância.

O Centro Multidisciplinar, em Lisboa, é um projecto de apoio aos doentes raros e que necessita, para já, de obras que permitam o funcionamento em pleno desta unidade. O Centro Multidisciplinar procura não só apoios a nível de construção, como também de materiais que possibilitam uma completa integração do utente. Caso queira participar deste projecto, poderá fazer o seu donativo para:

0010 0000 4235 5060 0017 6 - Banco BPI

Para mais informações ligue 21 362 31 91

Linha Rara é o nome de um serviço de utilidade pública que visa promover o esclarecimento e encaminhamento de todos os utentes com dúvidas e problemas relacionados com as doenças Raras. Para que este serviço funcione na perfeição é necessário, além dos profissionais que colaboram voluntariamente, toda uma estrutura de telecomunicaçõ,es que possibilite o funcionamento em pleno deste serviço. Para fazer o seu donativo para este projecto :

0010 0000 4235 5110 0013 8 - Banco BPI

PORQUE ESPERA??? 

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O RECADO

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REALIZAÇÃO
Gonçalo Barão da Cunha & Loïc Reichenbach
ARGUMENTO
Loïc Reichenbach
FOTOGRAFIA
Gonçalo Barão da Cunha
PRODUÇÃO
Tiago Fernandes
SOM
Mário Salgado

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HOJE NO
"RECORD"

Paulo Bento revela os 23 eleitos 

O selecionador nacional Paulo Bento revela esta noite a lista de convocados de Portugal para o Europeu 2012. 

Em Óbidos, habitual quartel-general da turma nacional, o treinador está em conferência de imprensa para dizer o nome dos 23 jogadores que estarão na Polónia e Ucrânia para defender as nossas cores. 

Confira aqui a lista de eleitos, que em breve começarão a preparação visando o importante evento, no qual a Seleção Nacional tem como companheiros de grupo Alemanha (9 junho), Dinamarca (13 junho) e Holanda (17 junho). 

Guarda-redes: Rui Patrício, Eduardo e Beto.
 Defesas: João Pereira, Fábio Coentrão, Pepe, Bruno Alves, Rolando, Ricardo Costa e Miguel Lopes. 
Médios: Raul Meireles, João Moutinho, Miguel Veloso, Carlos Martins, Ruben Micael, Custódio,
 Avançados: Ronaldo, Nani, Quaresma, Hugo Almeida, Postiga, Nélson Oliveira e Varela. 


 * Quaresma, Postiga e Hugo Almeida onde se notabilizaram nesta época, é outra troika????


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15 -  HISTÓRIA DA MATEMÁTICA

9.3-Rumo ao Infinito e Mais Além





A História da Matemática, em que Marcus du Sautoy, doutor em Matemática pela Universidade de Oxford, nos leva em uma viagem pela história dessa disciplina fundamental. Sem a Matemática teria sido inviável o desenvolvimento da física, química ou astronomia. Basicamente todos os campos do conhecimento dependem de estatísticas, geometria ou cálculo, por mais básicos que sejam. Marcus nos mostra como a Matemática fez parte do princípio da intelectualidade nas antigas civilizações.

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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

Constitucionalista critica tentativa
. de responsabilizar cidadãos pela crise 

O constitucionalista Pedro Bacelar de Vasconcelos criticou, esta segunda-feira, no Porto, a tentativa de "responsabilizar falsamente um povo inteiro pelas desgraças que lhe ocorrem", apontando a situação de crise que se vive, nomeadamente, na Grécia e em Portugal. 

No entender do constitucionalista, não tem sentido "responsabilizar exclusivamente os próprios povos que se vêm em dificuldades, impondo-lhes políticas de austeridade de sentido único, que miraculosamente deveriam suscitar o florescimento da iniciativa e a retoma do crescimento económico, sem o apoio de outras medidas". Esta é "uma estratégia de ocultação da incapacidade da União Europeia para corrigir as assimetrias de desenvolvimento que esta união económica ou monetária claudicante veio promover", considerou o constitucionalista numa conferência sobre "Direitos Humanos e Democracia. Presente e futuro", promovida pela Universidade Portucalense. 

A dívida soberana dos gregos "começou por ser descrita como o resultado de uma sociedade mal organizada, como o resultado da insensatez e dos gastos irracionais e megalómanos, como a expressão de uma incapacidade para a auto-organização, como indício de um modo de ser insolente, preguiçoso, muito distante da diligência e da capacidade de trabalho dos povos do Norte", referiu. Pedro Bacelar de Vasconcelos lembrou que "a Grécia começou por ser apresentada como uma exceção a precisar de um castigo vigoroso que rapidamente a reconduzisse aos padrões de comportamento impostos nesse clube de democracias que é a UE, mas a verdade é que o problema não só não se resolveu, como continuou a agravar-se e a alastrar. 

Pouco depois, Portugal juntava-se a esse clube dos preguiçosos do sul, amorosamente descritos por PIGS". E, acrescentou: "Hoje temos também a nossa vizinha Espanha e a Itália confrontados com a exigência de pagamento de juros usurários para conseguir obter nos mercados internacionais, o indispensável financiamento das suas economias debilitadas. Como ouvi dizer num coloquio em que participei recentemente, de súbito, as pessoas passaram a ser tratadas como números e os números passaram a ser tratados como pessoas. 

Os mercados são vítimas de stresse, os mercados julgam, decidem e dão-nos o critério definitivo do que é bem e do que é mal ". "Vai-se mesmo mais longe insinuando que o desemprego deve ser visto como uma oportunidade, insinuando que estamos a pagar por termos vivido acima das nossas possibilidades, isto é, responsabilizando as pessoas e os cidadãos comuns por desenvolvimentos que tem uma motivação bem mais complexa e transcendente", disse, aludindo a recentes declarações do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a propósito do aumento do desemprego em Portugal. "Estamos num mundo onde as agendas se inverteram, onde a arrogação de novos critérios vai exigir uma solidariedade internacional que anteriormente só era concedida no plano das relações de vizinhança. Os conceitos de equidade e de justiça hoje têm como horizonte o mundo inteiro e as enormes discrepâncias de desenvolvimento e de condições de vida terão de se encaminhar para um ajustamento", concluiu. 


* SEM TIRAR NEM PÔR!!!

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ANTONOV 225
O MAIOR AVIÃO DO MUNDO


ATERRANDO

  


DESCOLANDO

 




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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Presidente da RTP recebeu telefonema
 de Miguel Relvas sobre contratação 
de Paulo Futre 

O presidente da RTP, Guilherme Costa, admitiu hoje que recebeu no passado sábado de manhã um telefonema de Miguel Relvas sobre a alegada contratação de Paulo Futre para comentar na televisão pública os jogos do Europeu de futebol. "Fui alertado para esta questão por um telefonema ao fim da manhã de sábado do senhor ministro da tutela [Miguel Relvas]. Logo nessa altura eu tive a oportunidade de esclarecer o senhor ministro [adjunto e dos Assuntos Parlamentares] que esta hipótese podia ser desmentida", afirmou o presidente do conselho de administração da RTP. 
 A "hipótese" da notícia, avançada pelo "Correio da Manhã", "poder ser desmentida" - explicou Guilherme Costa a Miguel Relvas - foi fundamentada no facto de ser "o conselho de administração [da RTP] que aprova quaisquer contratos que a RTP celebre" e o órgão de gestão da televisão pública "não tinha conhecimento de quaisquer propostas feitas ou a fazer ao Paulo Futre", explicou Guilherme Costa. O gestor acrescentou, por outro lado, que apenas "hoje" tomou conhecimento de contactos entre responsáveis editoriais da RTP e Paulo Futre. "Na RTP há uma separação entre a área editorial e a área da gestão. 

E essa separação é definida por lei e é claramente assumida pelas administrações a que eu presidi. Sei hoje, e não sabia no sábado, que houve contactos por parte de alguns responsáveis editoriais com o Paulo Futre, não vou entrar em nenhum pormenor sobre esses contactos porque eles são de iniciativa dos responsáveis editoriais, como há dezenas de iniciativas destas por semana", declarou. 
 Em todo o caso, reiterou o gestor, ainda que a contratação estivesse a ser equacionada por responsáveis da RTP, "nunca existiu nenhuma proposta aprovada pelo conselho de administração, nem existiria nos moldes que foram anunciados", garantiu Guilherme Costa aos jornalistas, à margem do lançamento da RTP +, uma marca-chapéu que a empresa lançou hoje para enquadrar e promover as suas iniciativas de solidariedade e responsabilidade social. Guilherme Costa repudiou ainda as notícias de alegadas pressões da tutela sobre a RTP em questões de carácter editorial. "

Esse entusiasmo com as pressões da tutela, designadamente em matérias em que manifestamente o conselho de administração e a empresa estão de acordo, parece-me claramente excessiva", defendeu. 


* O homem manda muito e nem dissimula...não é pressão da tutela, é mesmo compressão!!!


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ISABEL STILWELL









Fátima e 
     um Deus do Deve&Haver

Em ano de crise, o 13 de Maio em Fátima contou com mais peregrinos do que nunca. As reportagens das televisões colocaram todo o enfoque em quem lá estava a pedir a Nossa Senhora um milagre, sob a forma de um emprego, dinheiro para pagar o empréstimo da casa ou soluções para outras tragédias resultantes da situação financeira do Pais.

Em certos momentos parecia uma sondagem à porta das urnas, uma avaliação ao exercício da Troika, ou entrevistas a manifestantes frente a S.Bento (de facto, também santo, reparo agora). " Esta a contar que a oicam?" perguntava a reporter a uma mulher, suponho que por ter esgotado as perguntas inteligentes, para minutos depois insistir com um homem "Mas já tem feito outros pedidos e não foi atendido, porque é que continua a vir aqui ?". Só faltava perguntar-lhe o número da senha, para verificar no placard electrónico se ainda tinha muitos pedinchões à frente, ou sugerir-lhe o Livro de Reclamações do Santuário. Afinal prometem, prometem e depois vai-se dali de mãos vazias ?!?

 Fico sempre angustiada perante esta Fátima, de cunhas e pedidos, de uma Fé aparentemente apenas baseada na troca - " Venho aqui pedir, os joelhos desfeitos em carne viva, e em troca dás-me me aquilo que te peço", como se Nossa Senhora tivesse um fetiche por joelhos esfolados, num Deve e Haver que pende sempre a favor de um Deus discricionário, que decide a seu bel prazer quem quer, ou não, atender. Fui educada para um Deus que nos deseja livres, e que por isso não entra na vida das pessoas como um bombeiro a apagar fogos, da forma que não muda as regras a meio do jogo, transferindo o tsunami para cima de uns coitados que se esqueceram de o bajular com oferendas.

Ir a Fátima será para muitos, acredito, um momento de pausa, reflexão, numa experiência de comunhão e pertença, capaz de reforçar a capacidade de cada um para a descoberta de soluções para os seus problemas, ou para aceitar as adversidades. Mas oito toneladas de velas vendidas? Pelo menos os fabricantes e os logistas vão acreditar que as suas preces foram ouvidas!

  IN "DESTAK"
 13/05/12


NR: Não foram 8 toneladas de velas vendidas, foram 31, é muito católico a fazer cera!

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HOJE NO

"DESTAK"

 Rede profissional 

O potencial do LinkedIn O LinkedIn é a maior e mais importante rede social para profissionais no mundo, com mais de 200 milhões de membros em mais de 200 países. A cada segundo, um novo membro adere à rede e os executivos das maiores e mais importantes empresas internacionais são membros do LinkedIn. 

Esta ferramenta permite vários níveis de utilização da rede, dependendo da intenção e atitude do utilizador, podendo-se assumir uma postura passiva ou proactiva na rede. O primeiro passo, segundo a Transitar, é a construção de um bom perfil. Um perfil de membro no LinkedIn é um Curriculum Vitae que segue o formato internacional, por avaliação de competências. Quanto mais completo for, mais hipóteses terá de ser contactado ou referenciado. Quando o seu perfil estiver concluído, comece a construir a sua rede. Convide os contactos profissionais a fazerem parte da sua rede e quando a rede de 1º nível estiver construída vai aperceber-se do aumento exponencial da quantidade de contactos profissionais e empresas que pode seguir. 
SE NÃO CONHECE NÃO ADIRA
 O passo seguinte é procurar grupos da sua universidade, áreas profissionais e empresas. Analise as empresas e adira a grupos Se tem empresas de referência ou encontrou novas empresas que lhe interessam ou que são da sua área de trabalho, siga-as através do LinkedIn. A partir desse momento fica, imediatamente, ao corrente das suas actualizações. Pode analisar as estatísticas de cada empresa e identificar tendências, ou seja, se a empresa está a recrutar, se cresce acima da concorrência, se recruta profissionais de algumas empresas em particular e se está a crescer nalguma localização geográfica. 

A Transitar alerta-o ainda para não se esquecer de aderir a grupos do LinkedIn, pois estes são a forma mais rápida de fazer crescer a sua rede. Quando integra um grupo os seus membros passam a fazer parte da sua rede (em 2.º grau). 


* Antes de aderir informe-se com quem saiba mais que esta notícia. 


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2. DENTRO DO 



CORPO HUMANO



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HOJE NO

"i"

Restauração em risco de falhar pagamento do IVA trimestral 

 Muitos empresários correm o risco de não ter verbas suficientes para pagar o IVA do primeiro trimestre, cujo prazo termina terça-feira para a maioria, mas o segundo trimestre pode ser ainda pior, alertou hoje a AHRESP. “No dia 15 vamos assistir a muitos empresários que não têm dinheiro para pagar o IVA. Muitos nem fizeram repercutir a subida do IVA nos preços ao consumidor, para evitar agravar ainda mais a quebra de consumo que já é tão grande”, afirmou à Lusa Cristina Pires, da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP). 
A AHRESP ainda não tem números sobre o aumento do IVA mas salienta que, com base nas estimativas de alguns empresários, o montante a pagar pelos empresários chega “nalguns casos” a duplicar ou a triplicar. “É o desastre total e bem avisámos o Governo quando decidiu aumentar o IVA para a taxa máxima”, disse aquela responsável, defendendo que o próximo trimestre de pagamento do IVA pode ser ainda mais complicado do que aquele cujo pagamento que termina terça-feira. Cristina Pires acredita que muitos empresários vão buscar as poupanças e reservas de caixa para pagar o IVA deste trimestre: “Isto aniquila qualquer tesouraria. 

O problema vai ser o próximo trimestre. Quem não tiver dinheiro nem sequer pode pedir ajuda à banca e a solução só pode ser o encerramento”, disse Cristina Pires. A AHRESP admite que alguns empresários da restauração aumentaram os preços ao consumidor para poderem suportar o IVA, mas ressalva que muitos não o fizeram para não agravar ainda mais a quebra no consumo.

 O prazo de devolução do IVA deverá ser este ano encurtado para 19 dias, menos 2,1 dias do que no ano passado, de acordo com o Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR). Atualmente existem dois regimes de reembolso do IVA: um geral, com pagamento ao contribuinte até ao fim do segundo mês após a apresentação do pedido, que abrange quase 65 por cento das empresas com direito a reembolso, e um regime mensal com reembolso do IVA até 30 dias após a apresentação do pedido, e que abrange cerca de 35 por cento das empresas com direito a reembolso. 


 * Uma faca de dois gumes, a subida do IVA na restauração é brutal e desumana, há muita gente que sobrevive nesta área. Mas o IVA é para todos e é de absoluta responsabilidade dos proprietários dos restaurantes repercutirem a subida do IVA na tabela de preços, não o fizeram, foram malabaristas, arcam com as consequências, a quem foi retirado dinheiro de salários e reformas não têm mágicas para o reaver. O dinheiro, quando não há, é p'ra todos.

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AS 100 MELHORES 
CANÇÕES DOS ANOS 80
(PARA A NME)
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Nº 88
ATLANTIC CITY
BRUCE SPRINGSTEEN


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Bruce Springsteen and The E Street Band - Proshot Atlantic City - 29th June 1985, Parc De La Courneuve, Paris, France 

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HOJE NO
"RECORD"

Fátima. 
O ano em que os portugueses
 foram pedir emprego a Nossa Senhora 

Patrícia já nem se lembrava de fazer uma viagem tão grande de carro. Veio de Braga — “sempre com portagens pelo caminho” – para levar a mãe, que fez quase 300 quilómetros a pé até Fátima, de volta para casa. A viagem vai ser o suficiente para desequilibrar as contas da família até ao final do mês. Patrícia tem 30 anos e dois irmãos mais velhos. Ainda nenhum saiu de casa dos pais. “E tão cedo não devemos sair”, diz. É que o pai, com 60 anos, e que trabalhou sempre numa fábrica de explosivos, acabou de perder o emprego. E a mãe, que era dona de uma loja, está desempregada há mais de três anos. “Nenhum de nós tem coragem para abandonar o barco. Agora, todos temos de contribuir para a casa”, conta. Foi a primeira vez que Patrícia, que é caixa num supermercado de uma marca espanhola, veio a Fátima. Ontem, assistiu à missa ao longe, sozinha, enquanto os pais mergulhavam no mar de gente que esteve no santuário. “Foram pedir um emprego a Nossa Senhora”, explica. O caso da família Carvalho, de Famalicão, é ainda mais complexo. João, 53 anos, a mulher e os quatro filhos – dois deles recém-licenciados – estão todos desempregados. “Há mais de 10 anos que aqui vimos, mas este ano é diferente, estamos a atravessar um período mesmo muito complicado. Como nunca estivemos”, garante João Carvalho. E será que Nossa Senhora pode providenciar empregos, arriscamo-nos a perguntar. “Fátima gira em torno de um milagre e encontrar trabalho, nos dias que correm, também é um milagre”, devolve-nos. Entrevista atrás de entrevista, a crise esteve presente em quase todas as conversas que o i manteve com os peregrinos que estiveram em Fátima este fim-de-semana. Nada de histórias transcendentais, pagamentos de milagres ou promessas paranormais. Fátima, no 13 de Maio, pode muito bem ser o espelho do estado de espírito do país. Coincidência ou não, os números das celebrações do fim-de-semana bateram os recordes dos últimos anos. Mais de 300 mil peregrinos e 31 toneladas de velas queimadas. 

No ano passado, a título de comparação, queimaram-se apenas 11 mil quilos de velas – menos 20 toneladas. O próprio administrador do santuário admitiu que o número é “fora do normal”, tendo mesmo ultrapassado os valores registados há dois anos, durante a visita do Papa Bento XVI a Fátima. No entanto, o padre Cristiano Saraiva recusou-se a relacionar o aumento de peregrinos com a crise económica. “Não gostaríamos de fazer essa relação directa entre as coisas”, disse, atribuindo a enchente ao facto de o 13 de Maio ter coincidido, este ano, com um fim-de-semana. 

A “pressão dos mercados” 
Na conferência de imprensa que assinalou o início da peregrinação, o tema da crise também esteve presente, com o bispo de Leiria-Fátima a criticar a pressão dos mercados internacionais. “Não bastam as leis do mercado. Os mercados foram criados para servir a humanidade e não a humanidade para servir os mercados”, disse D. António Marto aos jornalistas. O bispo acrescentou que, num contexto de dificuldades, Fátima é um local e um sinal de esperança. “Transmite confiança na vida e na bondade da vida, no meio da crise que assola o mundo”, disse, recordando que em 1917, “num quadro trágico para a humanidade, brilhou em Fátima um raio de luz”. “Fátima é um oásis espiritual, onde se vem buscar uma outra dimensão para a vida e procurar o mistério do encontro com Deus”, rematou. 

De Roma, com amor 
A peregrinação deste ano foi presidida pelo cardeal italiano D. Gianfranco Ravasi, o responsável máximo do Conselho Pontifício para a Cultura, organismo do Vaticano. Na homilia da noite de sábado, o cardeal italiano debruçou-se sobre a temática do amor de Deus. “Um amor que irradia, penetrando nos caminhos obscuros da história, no subsolo do mal e do vício, no espaço do desespero e do ódio”, disse. Gianfranco Ravasi pediu aos peregrinos que se inspirem neste amor “que supera distâncias e adversidades” e entrem “no horizonte gélido e sombrio do sofrimento dos nossos irmãos, para aí acender a luz e o calor do amor que conforta e salva”. O cardeal terminou a homilia dizendo que é Maria quem convida os cristãos “a acenderem a pequena vela de amor, em vez de pararmos a maldizer a noite do mal e do ódio que invade o mundo”. Já na missa de ontem, Gianfranco Ravasi criticou a sociedade contemporânea – “onde dominam os corpos sem alma” – e recordou as palavras do apóstolo São Paulo, “que nos convida a não nos conformarmos com este mundo, navegando na superfície, à deriva, sem reflectir e interrogar, sem procurar e sem julgar”, acrescentou. O cardeal italiano alertou ainda para a “inconsistência da cultura” actual. O cardeal apelou a que os cristãos ajam perante os mais desfavorecidos, numa “fraternidade operativa”. “Não devemos ter medo de sujar as mãos, ajudando os miseráveis da terra: para que servirá ter as mãos limpas, se as temos no bolso?”, questionou. 


 * Foram pedir emprego mas não troxeram nem um. 31 toneladas de velas queimadas uma poluição terrível com um fantástico lucro para a igreja.
- Oh sr. cardeal Ravasi corpos sem alma é normal, anormal são padres com alma pedófila e com cobertura total. 

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Vinho 


é cultura


CULTURA É LIBERDADE





REGIÃO ALENTEJO  

O plantio da vinha nesta região data do período romano, como atestam vestígios vários dessa época, nomeadamente graínhas de uva descobertas nas ruínas de São Cucufate, perto da Vidigueira, e alguns lagares romanos.
Os primeiros documentos escritos sobre o plantio da vinha datam do século XII. Na imensidão de horizontes planos, ou quase planos, o Alentejo tem como acidentes orográficos mais importantes as serras de Portel (421 m), Ossa (649 m) e S. Mamede (1025 m). 
SERRA DA OSSA

É no entanto nas elevações isoladas que se geram os microclimas propícios ao plantio da vinha e que conferem qualidade às massas vínicas. A posição meridional e a ausência de relevos importantes são responsáveis pelas características Mediterrânica e Continental do clima. 
SERRA DE PORTEL

A insolação tem valores bastante elevados, o que se reflecte na maturação das uvas, principalmente nos meses que antecedem a vindima, conferindo às uvas uma desejável acumulação dos açúcares e de matérias corantes na película dos bagos. 
As vinhas localizam-se na sua maioria, em substrato geológico de rochas plutónicas (granitos, tonalitos, sienitos e sienitos nefelínicos), sendo contudo de salientar a diversidade de manchas pedológicas nas quais as vinhas são instaladas (nomeadamente manchas xistosas e argilo-calcárias). É igualmente importante referir que os melhores terrenos são eleitos para a cultura cerealífera e exploração agro-pecuária, enquanto que a vinha e a oliveira, dada a sua rusticidade, assentam nos solos com fraca capacidade de uso. 
A VINHA NO OUTONO

 A similitude das características organolépticas dos vários VQPRD do Alentejo acrescida pelo facto de o consumidor os associar genericamente à referida menção, justificam a Denominação de Origem "Alentejo", na qual estão incluídas as seguintes 8 sub-regiões: "Portalegre", "Borba", "Redondo", "Reguengos", "Vidigueira", "Évora", "Granja-Amareleja" e "Moura". 

HISTÓRIA 
A história do vinho e da vinha no território que é hoje o Alentejo exige uma narrativa longa, com uma presença continuada no tempo e no espaço, uma gesta ininterrupta e profícua que poucos associam ao Alentejo. 
S. CUCUFATE

Uma história que decorreu imersa em enredos tumultuosos, dividida entre períodos de bonança e prosperidade, entrecortados por épocas de cataclismos e atribulações, numa flutuação permanente de vontades, com longos períodos de trevas seguidos por breves ciclos iluministas e vanguardistas. É uma história faustosa e duradoura, como o comprovam os indícios arqueológicos presentes por todo o Alentejo, testemunhas silenciosas de um passado já distante, evidências materiais da presença ininterrupta da cultura do vinho e da vinha na paisagem tranquila alentejana. Infelizmente, por ora ainda não foi possível determinar com acuidade histórica quando e quem introduziu a cultura da videira no Alentejo. 
 O que se sabe, sim, é que quando os romanos aportaram a terras do sul de Portugal, ao território que é hoje o Alentejo, a cultura do vinho e da vinha já faziam parte dos hábitos e tradições das populações locais. Presume-se que os tartessos, civilização ibérica herdeira da impressionante cultura megalítica andaluza, terão sido os primeiros e principais propulsores da domesticação da vinha e posterior introdução do vinho na região. 
LIDER TARTESSO
 
Os fenícios, civilização sustentada e financiada pelo comércio marítimo, surgiram mais tarde, empenhados como sempre numa demanda obstinada por novas fontes de minérios que permitissem abastecer os mercados do mediterrâneo oriental. Navegando pelos estuários dos rios Guadiana, Sado e Tejo, apoderaram-se, lenta mas inexoravelmente, dos interesses comerciais dos tartessos, condenando a civilização tartessa a um longo declínio. 
Os gregos, cuja presença é denunciada pelas centenas de ânforas catalogadas nos achados arqueológicos do sul de Portugal, sucederam aos fenícios no comércio e exploração dos vinhosdo Alentejo. Por esta época, a cultura da vinha no Alentejo, apesar de incipiente, contava já com quase dois séculos de história. A persistência de uma cultura da vinha e do vinho, desde os tempos da antiguidade clássica, permite presumir, com elevado grau de convicção, que as primeiras variedades introduzidas no território nacional terão arribado a Portugal pelo Alentejo, a partir das variedades mediterrânicas. 
DIONISIUS DEUS GREGO DA VINHA

 No entanto, foi com os romanos, profundamente letrados nas principais técnicas agrárias, que se generalizou a cultura do vinho e da vinha no Alentejo. É mesmo provável, se atendermos aos registos históricos existentes, que a produção alentejana tenha proporcionado a primeira exportação de vinhos portugueses para Roma, a primeira aventura de internacionalização de vinhos portugueses! A influência romana foi tão peremptória para o desenvolvimento da viticultura alentejana que ainda hoje, dois mil anos após a anexação do território, as marcas da civilização romana continuam a estar patentes nas tarefas do dia-a-dia, visíveis através da utilização de ferramentas do quotidiano, como o Podão, instrumento utilizado intensivamente até há poucos anos. 
BACO DEUS ROMANO

Mas foi no aproveitamento das talhas de barro, prática que os romanos divulgaram e vulgarizaram no Alentejo, que a influência romana deixou as suas marcas mais profundas. Talhas de barro para a fermentação de mostos e posterior armazenagem de vinho cuja praxis constitui, ainda hoje, uma prática corrente, parte integrante da afirmação cultural alentejana. Talhas de barro de todos os tamanhos e feitios, com extremos que podiam chegar a conter 2.000 litros de mosto, com pesos próximos da tonelada e uma altura de quase dois metros. 
Talhas de barro poroso que obrigavam à impermeabilização com pês, a resina natural de pinheiro, segundo processos ancestrais conduzidos por gerações sucessivas de pesgadores, profissão hoje quase extinta, segundo segredos passados de geração em geração, receitas misteriosas propriedade de cada clã, fórmulas mágicas que conferiam gostos e particularidades distintas a cada talha de barro. Com a emergência do cristianismo, credo disseminado quase instantaneamente por todo o império romano, e face à obrigatoriedade da presença do vinho na celebração eucarística da nova religião, abriram-se novos mercados e novas apetências para o vinho. A fé católica, ainda que indirectamente, afirmou-se como um factor de desenvolvimento e afirmação da vinha no Alentejo, estimulando o cultivo da videira na região. 
 Com o prelúdio do século VIII, sobreveio a invasão muçulmana e a subsequente islamização da península ibérica, um movimento inexorável que se manteve vivo durante séculos. Apesar de durante as primeiras primaveras a ocupação muçulmana se ter mostrado tolerante para com os costumes dos povos conquistados, consentindo na manutenção da cultura da vinha e do vinho, sujeitando-a a duros impostos mas autorizando a sua subsistência, logo nasceu uma intolerância crescente para com os cristãos e os seus hábitos, manifesta no cumprimento rigoroso e vigoroso das leis do Corão. Inevitavelmente, a cultura do vinho foi sendo progressivamente negada e a vinha gradualmente abandonada, reprimida pelas autoridades zelosas das regiões ocupadas. Com a invasão muçulmana a vinha sofreu o primeiro revés sério no Alentejo. A longa reconquista cristã da península ibérica, riscada de Norte para Sul, geradora de incertezas e inseguranças, com escaramuças permanentes entre cristãos e muçulmanos, sem definição de fronteiras estáveis, maltratou ainda mais a cultura da vinha, uma espécie agrícola perene que, por forçar à fixação das populações, foi sendo progressivamente abandonada.
Mapa demonstrativo das sucessivas fases da conquista do território aos mouros.

 Foi só após a fundação do reino lusitano, concorrendo através do poder real e das novas ordens religiosas, que a cultura do vinho regressou com eterminação ao Alentejo. Poucos séculos mais tarde, já em pleno século XVI, a vinha florescia como nunca no Alentejo, dando corpo aos ilustres e aclamados vinhos de Évora, aos vinhos de Peramanca, bem como aos brancos de Beja e aos palhetes do Alvito, Viana e Vila de Frades. Em meados do século XVII, eram os vinhos do Alentejo, a par da Beira e da Estremadura, que gozavam de maior fama e prestígio em Portugal. Desventuradamente, foi sol de pouca dura! 
A crise provocada pela guerra da independência, logo secundada por nova crise despertada pela criação da Real Companhia Geral de Agricultura dos Vinhos do Douro, instituída pelo Marquês de Pombal como justificação para a defesa dos vinhos do Douro em detrimento das restantes regiões, com arranques coercivos de vinhas em muitas regiões, deu matéria para a segunda grande crise do vinho alentejano, mergulhando as vinhas alentejanas no obscurantismo. A crise foi prolongada. Foi preciso esperar até meados do século XIX para assistir à recuperação da vinha no Alentejo, com a campanha de desbravamento da charneca e a fixação à terra de novas gerações de agricultores. 
CARTA DE FORAL DA VIDIGUEIRA

Nasceu então mais uma época dourada para os vinhos do Alentejo, período que infelizmente viria a revelar ser de curta duração. O entusiasmo despertou quando se soube que um vinho branco da Vidigueira, da Quinta das Relíquias, apresentado pelo Conde da Ribeira Brava, ganhou a grande medalha de honra na Exposição de Berlim de 1888, a maior distinção do certame, tendo sido igualmente apreciados e valorizados vinhos de Évora, Borba, Redondo e Reguengos. Pouco anos mais tarde, decorria o ano de 1895, edificou-se a primeira Adega Social de Portugal, em Viana do Alentejo, pelas mãos avisadas de António Isidoro de Sousa, pioneiro do movimento associativo em Portugal. Desafortunadamente, este período de glória viria a terminar abruptamente. Duas décadas passadas, já na primeira metade do século XX, sobreveio um conjunto de acontecimentos políticos, sociais e económicos que contribuíram decidida e decisivamente para a degradação da viticultura alentejana. 
 Ao embate da filoxera, somou-se a primeira das duas grandes guerras mundiais, as crises económicas sucessivas, e, sobretudo, a campanha cerealífera do estado novo que suspendeu e reprimiu a vinha no Alentejo, apadrinhando a cultura de trigo na região que viria a apelidar como "celeiro de Portugal". A vinha foi sendo sucessivamente desterrada para as bordaduras dos campos, para os terrenos marginais em redor de montes, aldeias e vilas, para as pequenas courelas em redor das povoações, reduzindo o vinho à condição de produção doméstica para autoconsumo. 
 Em poucos anos o vinho no Alentejo, salvo raras excepções, desapareceu enquanto empreendimento empresarial. Foi sob o patrocínio solene da Junta Nacional do Vinho, já no final da década de quarenta, que a viticultura alentejana ganhou a primeira oportunidade de recobro, ainda que de forma titubeante. Hoje pode afirmar-se com segurança que foi o movimento associativo que deu azo ao ressurgimento da actividade vitícola no Alentejo. Em 1970, sob os auspícios da Comissão de Planeamento da Região Sul, foi anunciado o estudo "Potencialidades das sub-regiões alentejanas", coadjuvado dois anos mais tarde pelo estudo "Caracterização dos vinhos das cooperativas do Alentejo. Contribuição para o seu estudo", do professor Francisco Colaço do Rosário, ensaios académicos determinantes para o reconhecimento regional e nacional do potencial do Alentejo. Associando várias instituições ligadas ao sector e tirando proveito das sinergias criadas, o Alentejo conseguiu estabelecer um espírito de cooperação e entreajuda entre os diversos agentes, característica que ainda hoje é uma das imagens de marca dos vinhos do Alentejo. Com a criação do PROVA (Projecto de Viticultura do Alentejo), em 1977, foram criadas as condições técnicas para a implementação de um estatuto de qualidade no Alentejo, enquanto a ATEVA (Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo), fundada em 1983, foi arquitectada para promover a cultura da vinha nos diferentes terroirs do Alentejo. 
 Em 1988 regulamentaram-se as primeiras denominações de origem alentejanas, fundamento para o estabelecimento, em 1989, da CVRA (Comissão Vitivinícola Regional Alentejana), garante da certificação e regulamentação dos vinhos do Alentejo. Beneficiando da ajuda financeira da União Europeia e do espírito empresarial dos agentes económicos da região, a enologia moderna rapidamente assentou arraiais no Alentejo, com as cubas de inox e o controlo de temperatura a permitirem apresentar vinhos modernos e atraentes, capazes de conquistar um país inteiro, de Norte a Sul, de Este a Oeste. É também justo enaltecer o papel primordial desenvolvido pelas adegas cooperativas alentejanas, responsáveis pelo sucesso inicial do Alentejo ao consagrarem vinhos com uma excepcional relação qualidade/preço que rapidamente conquistaram o coração dos portugueses. 

SUB-REGIÕES 

BORBA 
Borba é a segunda maior sub-região do Alentejo, espraiando-se ao longo do eixo que une Estremoz a Terrugem, estendendo-se por Orada, Vila Viçosa, Rio de Moinhos e Alandroal, terras pontuadas por solos únicos, depósitos colossais de mármore que marcam de forma indelével e decisiva a viticultura e o carácter dos vinhos da sub-região. 

 As manchas alargadas de xisto vermelho, distribuídas heterogeneamente por terras pobres e austeras, constituem a tipologia alternativa marcante de Borba, naquela que é uma das sub-regiões mais dinâmicas do Alentejo. O microclima especial de Borba assegura índices de pluviosidade levemente superiores à média, bem como níveis de insolação ligeiramente inferiores à média alentejana, proporcionando vinhos especialmente frescos e elegantes. 

ÉVORA 
Num passado longínquo, durante o remate final do século XIX, Évora gozou de um prestígio inimaginável, tendo sido reconhecida como uma das sub-regiões mais vistosas e admiradas do Alentejo, berço de muitos dos vinhos mais cobiçados da região. 
 A filoxera, primeiro, logo seguida pelo estigma da campanha cerealífera do Estado Novo, encarregaram-se de suprimir quase por inteiro a vinha na sub-região, relegando Évora a um esquecimento forçado. Foi preciso esperar até ao final da década de oitenta do século passado para assistir ao renascimento de Évora, capital e parte integrante do Alentejo central. A paisagem é dominada pelos solos pardos mediterrânicos, numa paisagem quente e seca que é berço de alguns dos vinhos mais prestigiados do Alentejo. 

GRANJA-AMARELEJA
A Granja-Amareleja espraia-se pela zona da raia, paredes-meias com a fronteira espanhola, disposta em redor da vila de Mourão, condicionada por um dos climas mais áridos e inclementes de Portugal. 
 Os solos paupérrimos são forrados a barro e xisto, oferecendo produções e rendimentos baixíssimos, traídos pela recorrente falta de água, pela quase ausência de matéria orgânica e pela superficialidade da cobertura vegetal. É uma zona de extremos que dá corpo a vinhos pejados de personalidade. Os Verões muito quentes e secos implicam maturações precoces, dando azo a vinhos quentes e suaves, de grau alcoólico elevado. A casta Moreto, uma das variedades mais características da sub-região, adaptou-se especialmente bem à região. 

MOURA 
O clima revela uma forte tendência continental, com amplitudes térmicas dilatadas, Invernos frios e rigorosos e Verões tórridos, secos e prolongados. 
Os solos são especialmente pobres, com o barro e o calcário a alternarem na paisagem, solos pouco profundos, duros e inclementes para a vinha mas com boa capacidade de retenção de água. A casta Castelão domina a paisagem por inteiro, bem adaptada aos rigores de um clima tão extremado. Os vinhos de Moura apresentam um perfil quente e macio, com graduações alcoólicas consequentes. 

PORTALEGRE 
Portalegre é uma sub-região muito diferenciada das restantes sete. É aquela que mais se diferencia pela originalidade e condição. 
 Em Portalegre tudo é distinto, desconforme com a realidade tradicional do Alentejo, dos solos às vinhas, da altitude à idade das cepas. As vinhas, dispostas maioritariamente nos contrafortes da Serra de S. Mamede, em fragas cujos picos chegam a transpor os mil metros de altitude, beneficiam com o clima moderado pela altitude, muito mais fresco e húmido que o calor das planícies do sul, proporcionando vinhos frescos e elegantes... mas igualmente poderosos. Os solos predominantemente graníticos surgem intercalados, nas zonas mais baixas, com pequenas manchas de xisto. Nas vinhas da serra a propriedade encontra-se muito fragmentada, dividida em inúmeras courelas semeadas por vinhas muito velhas, com idades que chegam a atingir os setenta anos. Curiosamente, as castas Cinsault e Grand Noir sempre fizeram parte do encepamento, mais uma das muitas excentricidades de Portalegre. 

REDONDO 
 A Serra d´Ossa, um dos maiores acidentes orográficos do Alentejo, eleva-se a cerca de 600 metros de altitude, dominando e delimitando a sub-região do Redondo, resguardando as vinhas a Norte e Nascente, proporcionando Invernos frios e secos compensados por Verões quentes e ensolarados. Os solos, apesar de heterogéneos, como é regra no Alentejo, privilegiam os afloramentos graníticos e xistosos dispostos em encostas suaves com predominância na exposição a Sul. É uma das sub-regiões mais consistentes face à protecção que a Serra da Ossa oferece. 

REGUENGOS 
É a maior e uma das mais prestigiadas sub-regiões do Alentejo, assente em terrenos pobres e pedregosos, repleta de afloramentos rochosos que marcam de forma dramática a paisagem de Reguengos. 
Os solos xistosos e o clima profundamente continental, com Invernos muito frios e Verões extremamente quentes, condicionam a viticultura, oferecendo vinhos encorpados e poderosos, com boa capacidade de envelhecimento. Apesar da dimensão, Reguengos é uma das sub-regiões onde a propriedade se encontra mais fragmentada, com áreas médias de vinha reduzidas para as referências tradicionais alentejanas. Reguengos é reduto de algumas das vinhas mais velhas do Alentejo, reservas únicas de clones e variedades hoje quase perdidas. 

VIDIGUEIRA 
A falha da Vidigueira, um acidente natural que marca a divisão entre o Alto e o Baixo Alentejo, determina a razão de ser da Vidigueira, a sub-região mais a Sul do Alentejo. 
As escarpas de orientação Este-Oeste, com cerca de 50 quilómetros de comprimento, condicionam o clima da Vidigueira, convertendo-a, apesar da localização tão a Sul, numa das sub-regiões com o clima mais temperado do Alentejo. Os solos pouco produtivos, predominantemente de origem granítica e xistosa, escondem uma das variedades mais misteriosas do Alentejo, a Tinta Grossa que alguns apontam como heterónimo para a casta Tinta Barroca. Apesar dos extremos e da localização tão a Sul, durante anos a Vidigueira foi palco privilegiado para os vinhos brancos do Alentejo, fruto da protecção da escarpa da Vidigueira. 

CASTAS 
Brancas | Tintas 
A videira é um arbusto, uma planta trepadeira, com um ciclo de vida relativamente longo. 
 Cada variedade natural, cada casta, apresenta folhagem própria, com cachos distintos no tamanho e na forma, oferecendo sabores diferenciados que dão origem a mostos diferentes e, necessariamente, a vinhos com perfis, sabores e aromas distintos. Embora os vinhos raramente cheirem ou saibam exclusivamente a uvas, as variedades de uvas de que cada vinho é feito, em extreme ou em lote, constituem a influência primordial no estilo e carácter de cada vinho. 
Existem mais de 4.000 variedades de uvas identificadas e catalogadas, apresentando-se Portugal como o segundo país do mundo com maior número de castas indígenas, variedades únicas e exclusivas do território nacional, inexistentes em qualquer outra parte do mundo. No Alentejo, para além das muitas castas autóctones que imprimem um forte carácter regional, variedades perfeitamente adaptadas à geografia e às condicionantes da paisagem alentejana, primam outras variedades forâneas, de introdução relativamente recente, castas de valor reconhecido que reforçam a liderança vitivinícola do Alentejo. 

Castas Brancas 
Antão Vaz | Arinto | Fernão Pires | Roupeiro |

Castas Tintas 
Alfrocheiro | Alicante Bouschet | Aragonez | Cabernet Sauvignon | Castelão | Syrah | Touriga Nacional | Trincadeira |

ROTA DOS VINHOS DO ALENTEJO
 Vale a pena conhecer o Alentejo. É verdade que o Alentejo é luz, é sol inclemente, é secura, são planícies onduladas sem fim, sobreiros e azinheiras, vinho e azeite, açorda e ensopado de borrego, coentros e beldroegas, grandes vinhos modernos e antiquíssimos vinhos da talha; e gente, boa e hospitaleira. É tudo isso o Alentejo, mas é tanto mais do que isso, que só mergulhando nele a fundo, com tempo, poderemos usufruir das coisas, conhecer as pessoas e os lugares extraordinários que fazem dele uma das regiões portuguesas com mais carácter.
A planura sem fim, apelando à contemplação e à calma, as pequenas povoações carregadas de história (Marvão, Monsaraz, Avis, Crato), os grandes centros urbanos monumentais (Évora, Beja, Elvas, Portalegre), a deslumbrante costa atlântica semeada de praias, concorridas e populares umas, escondidas e discretas outras, as serras da Ossa, de Portel e de S. Mamede, os vales dos rios Guadiana e Sado e, agora, a nova paisagem líquida construída pelas águas retidas na barragem do Alqueva. E há as pastagens e as coutadas de caça, os campos de golfe, as rotas e provas de vinhos, os desportos náuticos, os percursos históricos.

Em terra de vinhas cultivadas por fenícios, gregos, romanos e, hoje, por grandes casas agrícolas e produtores que vêm afirmando a marca Alentejo entre os grandes vinhos portugueses, há uma das mais saborosas e originais tradições culinárias. Um mundo de sabores diferentes que exige, como tudo o resto no Alentejo, tempo para o perceber e apreciar.



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- COMISSÃO VITIVINICOLA DA REGIÃO DO ALENTEJO
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