Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
25/06/2011
FILIPE LUÍS
Vai formoso e não seguro
Ambos, Seguro e Assis, estiveram ao lado de Sócrates,
no núcleo duro do guterrismo
A 16 de maio de 2003, um político foi agredido por gente do seu próprio partido, numa aparentemente pacata cidade do Norte do País. Refugiado num edifício, foi, depois, protegido da turba, pela GNR, que o levou dali, a grande velocidade, num "jipe". Não era Marcelo Caetano a abandonar o Largo do Carmo, após 48 anos de ditadura, seis dos quais sob a sua égide. Era, sim, um jovem socialista, chamado Francisco Assis, então com 38 anos. E tudo o que tinha feito de mal fora, como presidente da federação distrital do Porto do seu partido, retirar a confiança política à autarca do PS, Fátima Felgueiras, indiciada em casos de corrupção e foragida da Justiça.
Francisco Assis estava em Felgueiras para, cara a cara, explicar aos militantes locais as suas razões. Mas a militância tem razões que a razão desconhece. E o PS verdadeiramente profundo nunca perdoaria a Assis o desplante, a falta de espírito de tribo ou a facilidade com que deixou cair "um dos nossos". A forma de fazer política de Assis, transparente, guiada por princípios, racional e descomprometida dos interesses locais, não contribui para criar espírito de corpo, formar tropas ou arregimentar apoios. Não admira que ele seja, desde então, uma espécie de estrangeirado de que o partido mais profundo e telúrico se ressente. Todos os partidos têm as suas claques, e, dentro das claques, os seus hooligans - como bem se viu no Hotel Altis, na noite eleitoral, durante a fase de perguntas a Sócrates. E são estes que, muitas vezes, marcam o ritmo.
Hoje, diz-se que António José Seguro tem as preferências do aparelho do PS. Foi ele quem se reservou, sem exposição, durante os anos do "socratismo", preparando o terreno, visitando distritais, almoçando com militantes, não se comprometendo com a governação. Mas é injusto dizer que, no caso Felgueiras, teria atuado de forma diferente. Estou convencido de que se tivesse tido o lugar, a responsabilidade e o tempo, teria agido exatamente como Assis. Nada, no seu caráter, nem no seu currículo de político impoluto e ministro competente (de Guterres), indica que pactuaria com casos de corrupção ou hooliganismo político. Mas o certo é que a noite de 16 de maio não foi a dele. E que, se o País apreciou a coragem de Assis, os militantes do PS mais ferrenhos, conhecendo o amor de Seguro à camisola, que vem dos tempos de líder da JS, confiam mais nele.
As diferenças que separam Assis de Seguro são, do ponto de vista programático, muito ténues. Ambos foram homens de Guterres, jovens quadros do PS puxados para cima pelo antigo primeiro-ministro. Os dois são moderados, não pertencem à ala esquerda nem se acoitaram em trincheiras opostas. Mais: apesar do alegado corte de Seguro com o passado, ambos estiveram ao lado de Sócrates, no núcleo duro, nos tempos da liderança de António Guterres. O que os move, na verdade, é o autoconvencimento de que chegou a sua oportunidade - e o antagonismo pessoal que lhes ficou desses tempos. Resta ao PS perceber qual acrescenta valor ao partido, qual tem mais capacidade de se virar para o exterior e qual estabelecerá maior empatia com os portugueses. E, para isso, não se deve confiar numa qualquer sondagem, nas muitas Felgueiras deste País.
IN "VISÃO"
16/06/11
Moçambique comemora hoje 36 anos da independência, conquistada cinco séculos depois do domínio português. Às 00h00 de 25 de junho de 1975, Samora Machel, primeiro presidente moçambicano, proclamou a “independência total e completa” do país.
Introdução
As literaturas africanas de língua portuguesa têm procurado, conscientemente ou não, uma relação equilibrada com as influências deixadas pela presença dos portugueses. Este processo pode ser chamado de descolonização, que é visível em várias formas nas literaturas em questão. O processo também pode ser visto, tendo fases diferentes que são aqui apresentadas, com exemplos da literatura moçambicana.
Caminho da independência
A par de outras expressões culturais, a literatura pode em grande medida antecipar mudanças sociais. Em Moçambique, numa primeira fase, aparecem expressões que discutem a condição dos colonizados, como em Godido e Outros Contos, de João Dias (1952), que descrevem a vida quotidiana dos negros, em Nós Matámos o Cão Tinhoso, de Luís Bernardo Honwana (1964) e as que formam poemas de resistência cultural nos trabalhos de Noémia de Sousa e de José Craveirinha. Mas do panorama literário moçambicano a caminho da independência, também fazem parte os escritores de origem portuguesa que se arredaram destas questões. Assim, a literatura antecipa mudanças, discutindo temas que mais tarde se tornam centrais nas sociedades que lutam contra o colonialismo. Trata-se da emergência de uma nova literatura que expressa a voz dos colonizados, de uma nova forma em relação à literatura colonial que, nesta fase, e embora de forma subtil, pode ser vista como uma plataforma onde as situações sociais são discutidas. Em relação às formas de expressão, é interessante considerar que os autores escrevem contos, e que o conto, ao contrário do romance, deve mais ao contexto da literatura oral do que à influência dominante da tradição ocidental.
Em direcção ao equilíbrio
Nas últimas décadas têm-se discutido vários temas na literatura moçambicana. Por exemplo, Ungulani Ba Ka Khosa, no seu Ualalapi (1987) discute o passado moçambicano e a personagem de Ngungunhane, mas também aponta críticas às políticas dos primeiros anos da independência moçambicana. Por seu lado, Paulina Chiziane tem destacado a situação e vida das mulheres, bem como as diferentes tradições existentes no país. Mia Couto ficou conhecido pelo uso criativo da língua portuguesa, inspirado na criatividade dos contadores de histórias.
Pode considerar-se que a obra de Khosa marca uma nova pluralidade cultural no contexto moçambicano. Ele e vários outros escritores e poetas questionam a uniformidade da poesia de combate. Tanto o colonialismo como a luta anti-colonial começam a ter menos peso e mesmo nas obras que discutem o passado, o foco passa a incidir sobre a situação actual. Escritores, usando a língua que antigamente era europeia, expressam realidades do seu país, recuperando as tradições, conhecimentos e valores que ficaram na sombra do colonialismo e eurocentrismo.
Conclusão
Sendo assim, o lugar da herança portuguesa é posto em causa, questionando-se a superioridade cultural europeia e avivando-se as culturas locais e a tradição oral. Sendo possível ver que a literatura antecipou a independência, é possível pensar que ela também pode antecipar e discutir as relações actuais e futuras entre as ex-colónias e a ex-metrópole. Neste processo, é possível ver-se uma “provincialização” de Portugal ao nível cultural, político e epistemológico. Este processo também pode oferecer novas perspectivas para a cultura lusófona em geral e para a cultura portuguesa.
*Texto adaptado do original “A Herança Portuguesa e a Literatura Moçambicana”, de Ana Poys
IN "O PAÍSonline"
25/06/11
ALMORRÓIDA ESTUPEFACTA
Pais submetem crianças a operações estéticas
por Margarida Davim e Sónia Balasteiro
Há cada vez mais pais que levam os filhos a cirurgiões plásticos, endocrinologistas e nutricionistas para que fiquem perfeitos.
Um filho alto, magro e bonito é o sonho dos pais que acreditam que a beleza se traduz em felicidade e sucesso. Cada vez mais crianças e adolescentes chegam aos consultórios médicos trazidos por mães e pais que querem corrigir defeitos que às vezes nem têm.
O caso de Britney, uma menina californiana de oito anos, que recebe injecções de botox porque a mãe não quer que tenha rugas, chocou os EUA.
Em Portugal não se conhece uma situação semelhante, mas há quem faça pedidos radicais a cirurgiões plásticos, endocrinologistas, pediatras e nutricionistas. «É mesmo muito frequente», admite o cirurgião plástico Biscaia Fraga, habituado a receber mães preocupadas com o aspecto físico de filhos e filhas.
«Às vezes, é complicado explicar que não precisam ou ainda não podem fazer alguma cirurgia, porque sei que saem daqui e vão tentar fazê-la noutro lado», conta.
No caso de Britney, a mãe queria que vencesse os concursos de beleza infantis, muito populares nos EUA, e que o pediatra Armando Fernandes considera perigosos: «Há uma erotização precoce e desadequada da criança». O cirurgião plástico Vinício Alba reconhece que «a pressão dos média», que mostram corpos perfeitos tem parte da culpa. «Mas no caso da americana que injectava botox na filha, é a mãe que está doente».
São sobretudo as mães que insistem com os clínicos para que façam tratamentos estéticos aos filhos. No caso das raparigas, o que mais as preocupa é o peso, o nariz e o peito. No caso dos rapazes a altura e as dimensões do pénis.
Mas muitas vezes ouvem um «não» dos médicos. A endocrinologista Isabel do Carmo, do Hospital de Santa Maria, já pediu a várias «mães para que saíssem da consulta» por pressionarem os filhos a emagrecer.
Biscaia Fraga teve de convencer uma mãe a não operar um filho de seis anos ao pénis, por este ser «perfeitamente normal». O endocrinologista Galvão Teles «manda embora muitos pais» que querem submeter os filhos, perfeitamente saudáveis, a um tratamento para crianças com défice de crescimento e que não se importam de pagar 1200 euros por mês, durante um ano.
O médico Armando Fernandes fez tudo para dissuadir um casal a submeter «a filha de onze meses a uma cirurgia para tirar um angioma do rosto», que normalmente desaparece aos dois anos. Mas há situações em que os defeitos dos menores levam os cirurgiões a aceitar intervir.
É o caso das crianças gozadas por terem um nariz grande ou orelhas de abano. De resto, muitos médicos estão a pôr limites de idades (16 ou 17 anos) para fazer lipoaspirações e reduções mamárias.
IN "SOL"
24/06/11
Galdérias portuguesas
vão sair à rua em protesto
Decotes, mini-saias, collants de rede, calças bem justas ao rabo, saltos altos (como não podia deixar de ser), vestidos provocantes: no próximo sábado, as mulheres portuguesas vão dar largas à imaginação (e ao guarda-roupa) para saírem à rua na primeira "Slut Walk" (qualquer coisa como "Marcha das Galdérias" ) em Portugal.
Começaram em abril e confesso que tenho vindo a assistir com alguma curiosidade às proporções que estas "SlutWalks " contra o machismo têm ganho. A ideia partiu de um grupo de mulheres canadianas, após as declarações de um polícia que dizia: "as mulheres devem evitar vestir-se de forma provocante se não quiserem ser violadas". A indignação do mundo dos saltos altos espalhou-se como um rastilho e a "Marcha das Galdérias" chegou a mais de 70 cidades, desde Sidney, a Londres e Brasília. Será um sinal de que comentários tão idiotas como o deste senhor polícia são, afinal, comuns nos mais diversos países? Parece que sim.
Ontem li o manifesto da marcha portuguesa - que acontece em Lisboa, pelas 17h30, desde o Largo Camões ao Rossio - e fez-me sentido: "Recusamos totalmente a culpabilização das mulheres face a situações de violência sexual. Recusamos a cumplicidade com a agressão e com quem agride, seja pelo silêncio ou pela benevolência". Já aqui escrevi várias vezes esta frase e hoje volto a dizê-lo: nada justifica uma violação.E se é preciso irmos para a rua, descascadas, em protesto para conseguirem perceber isto, então que seja.
Não é não!
Tenho amigas que adoram usar micro-saias. Outras gostam de pôr o ombro de fora, em camisolas justas, sensuais. Eu própria sou adepta dos decotes e das pernas ao léu em vestidos vaporosos. Mas isso faz de mim "uma galdéria que está mesmo a pedi-las"? Não me parece. E faço minhas as seguintes palavras, do manifesto português:
"Se ponho um decote... Não é Não!
Se pus aquelas calças de que tanto gostas... Não é Não!
Se uso burqa... Não é Não!
Se durmo com quem me apetece... Não é Não!
Se sou virgem... Não é Não!
Se passo naquela rua... Não é Não!
Se vamos para os copos... Não é Não!
Se me sinto vulnerável... Não é Não!
Se sou deficiente... Não é Não!
Se saio com xs maiores galdérixs...Não é Não!
Se ontem dormi contigo... Não é Não!
Se sou trabalhadora sexual... Não é Não!
Se és meu chefe... Não é Não!
Se somos casadxs, companheirxs, namoradxs... Não é Não!
Se sou tua paciente... Não é Não!
Se sou tua parente... Não é Não!
Se sou imigrante ilegal... Não é Não!
Se tenho relações poliamorosas... Não é Não!
Se sou empregada de hotel... Não é Não!
Se tens dúvidas se aquilo foi um sim, então... Não é Não!
Se és padre, imã, rabi ou pujari... Não é Não!
Se beijo outra mulher no meio da rua... Não é Não!
Se sou brasileira, cabo-verdiana, angolana ou de outro país que sofreu colonização... Não é Não!
Se tenho mamas e pila... Não é Não!
Se disse sim e já não me apetece... Não é Não!
Se sou empregada doméstica... Não é Não!
Se adoro ver pornografia... Não é Não!
Se ando à boleia... Não é Não!
Se estamos numa festa swing, numa sex party ou numa cena BDSM... Não é Não!
Se já abrimos o preservativo... Não é Não!
Se pus aquelas calças de que tanto gostas... Não é Não!
Se uso burqa... Não é Não!
Se durmo com quem me apetece... Não é Não!
Se sou virgem... Não é Não!
Se passo naquela rua... Não é Não!
Se vamos para os copos... Não é Não!
Se me sinto vulnerável... Não é Não!
Se sou deficiente... Não é Não!
Se saio com xs maiores galdérixs...Não é Não!
Se ontem dormi contigo... Não é Não!
Se sou trabalhadora sexual... Não é Não!
Se és meu chefe... Não é Não!
Se somos casadxs, companheirxs, namoradxs... Não é Não!
Se sou tua paciente... Não é Não!
Se sou tua parente... Não é Não!
Se sou imigrante ilegal... Não é Não!
Se tenho relações poliamorosas... Não é Não!
Se sou empregada de hotel... Não é Não!
Se tens dúvidas se aquilo foi um sim, então... Não é Não!
Se és padre, imã, rabi ou pujari... Não é Não!
Se beijo outra mulher no meio da rua... Não é Não!
Se sou brasileira, cabo-verdiana, angolana ou de outro país que sofreu colonização... Não é Não!
Se tenho mamas e pila... Não é Não!
Se disse sim e já não me apetece... Não é Não!
Se sou empregada doméstica... Não é Não!
Se adoro ver pornografia... Não é Não!
Se ando à boleia... Não é Não!
Se estamos numa festa swing, numa sex party ou numa cena BDSM... Não é Não!
Se já abrimos o preservativo... Não é Não!
NÃO é sempre NÃO. Quando é SIM, não há ambiguidades ou dúvidas porque sabemos o que queremos e sabemos ser claras".
Depois disto, a mim já não me resta dizer mais nada, a não ser: alguém ficou com dúvidas?
IN "EXPRESSO"
22/06/11CÃO DE FILA BRASILEIRO
Classificação F.C.I.
Grupo 2 - Pinscher e Schnauzer, Molossóides, Boiadeiros e Montanheses, Suíços e raças assemelhadas.
Seção 2 - Molossóides 2.1 - Tipo Mastife
Padrão FCI no 225 - 23 de junho de 1987.
País de origem: Brasil
Nome no país de origem: Fila Brasileiro
Utilização: Guarda e boiadeiro
Sem prova de trabalho
APARÊNCIA GERAL: raça tipicamente molossóide. Poderosa ossatura, figura retangular e compacta, harmoniosa e proporcional. Apresenta, aliada a uma massa muscular, grande agilidade concentrada e facilmente perceptível. As fêmeas devem exibir feminilidade bem pronunciada, diferenciando-se, nitidamente, dos machos.
COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: dotado de coragem, determinação e valentia notáveis. Para com os de sua casa é dócil, obediente e extremamente tolerante com as crianças. É proverbial sua fidelidade, procurando com insistência a companhia dos donos. Caracteriza-se pela aversão a estranhos. De comportamento sereno, revelando segurança e confiança própria, absorve perfeitamente ambientes e ruídos estranhos. É fiel à guarda da propriedade, dedicando-se, também, e, por instinto, às lides de gado e à caça de animais de grande porte.
MOVIMENTAÇÃO: passos largos, elásticos, lembrando os dos felinos. A característica principal é a movimentação dos dois membros, de um mesmo lado, para depois movimentar os do outro (passo de camelo); o que lhe confere movimentos gigantes, com balanço lateral do tórax e dos quadris, acentuados na cauda, quando
está erguida. Na passada, a cabeça é portada abaixo da linha do dorso. Trote fácil, suave, livre, de passadas largas, com bom alcance e rendimento. Galope poderoso, alcançando velocidade insuspeita em cães de tal porte e peso. A movimentação do Fila Brasileiro é sempre influenciada por suas articulações, típicas do molossóide, o
que, efetivamente, lhe permite súbitas e rápidas mudanças de direção.
EXPRESSÃO: em repouso é calma, nobre e segura. Nunca apresenta olhar vago ou de enfado. Em atenção, sua expressão é de determinação, refletida num olhar firme e penetrante.
CABEÇA: grande, pesada, maciça, sempre em harmonia com o
tronco. Vista de cima, o aspecto é periforme, inscrito num trapézio.
Vista de perfil, o crânio e o focinho guardam a proporção aproximada de 1:1, sendo o focinho ligeiramente menor que o crânio.
Crânio: de perfil, mostra suave curva, do stop ao occipital, que é bem marcado e saliente, notadamente nos filhotes. De frente, é largo, amplo, com a linha superior ligeiramente arqueada. As faces laterais descem em curva, quase vertical, estreitandose para o focinho, sem fazer degrau.
Stop: visto de frente, é, praticamente, inexistente. Sulco sagital em suave ascendência até, aproximadamente, a metade do crânio. Visto de perfil, é baixo, inclinado e, virtualmente, formado pelas arcadas superciliares muito desenvolvidas.
Focinho: forte, largo, profundo, sempre proporcional ao crânio. Visto de cima, é cheio sob os olhos, estreitando-se, muito levemente, até o meio, alargando-se, também levemente, até a curva anterior. Visto de perfil, a linha superior é reta ou levemente romana, nunca ascendente. A linha anterior é quase perpendicular à linha superior,
com ligeira depressão logo abaixo do nariz, e seguindo para a linha inferior por uma curva perfeita dos lábios superiores
lábios superiores: são grossos, pendentes, sobrepõem-se aos inferiores, definindo a linha inferior do focinho, quase paralela à superior, terminando com a comissura labial sempre aparente. Lábios inferiores: bem ajustados ao maxilar, da ponta do queixo até os caninos, soltos daí para trás, com as bordas denteadas.
Focinho de boa profundidade na raiz, sem ultrapassar o comprimento. Na oclusão dos lábios, a rima labial se delineia em forma de “U” invertido, profundo.
Trufa: narinas de cor preta, largas, bem desenvolvidas, sem ocupar toda a largura do maxilar.
Olhos: de tamanho médio a grande, em formato amendoado e bem afastados, de inserção média a profunda; a coloração vai, do castanho escuro ao amarelado, sempre de acordo com a pelagem. Devido à pele solta, muitos exemplares apresentam pálpebras caídas, detalhe que não deve ser considerado falta, pois aumenta o aspecto triste do olhar típico da raça.
Orelhas: grandes, grossas, em forma de “V”. Largas na base, estreitando-se na extremidade arredondada. Inserção inclinada, com o bordo anterior mais alto que o posterior, na parte mais posterior do crânio, na altura da linha média dos olhos, quando em repouso. Quando em atenção, a base eleva-se acima da inserção. Portadas
caídas de lado ou dobradas para trás , mostrando o seu interior.
Dentes: caracterizam-se pela maior largura em relação à altura. São fortes e claros.
Os incisivos superiores, largos na base e afilados na ponta.
Os caninos são poderosos, bem inseridos e afastados. A mordedura ideal é em tesoura, sendo admissível a mordedura em torquês.
PESCOÇO: extraordinariamente forte e musculoso, dando a impressão de curto. Linha superior levemente arqueada, destacando bem a passagem do crânio para a nuca.
Garganta provida de barbelas.
LINHA SUPERIOR: cernelha inclinada, aberta, devido ao afastamento das escápulas, e ligeiramente mais baixa que a garupa. Após a cernelha, a linha superior muda de direção, ascendendo até a garupa, sem qualquer tendência a sela ou carpeamento.
GARUPA: angulada aproximadamente a 30º com a horizontal; larga, longa, delineando uma curva suave. Pouco mais alta do que a cernelha. Vista por trás, a garupa deve ser ampla, de largura aproximadamente igual à do tórax, podendo ser ainda mais larga nas
fêmeas.
TRONCO: forte, largo e profundo, revestido de pele grossa e solta. Tórax mais longo que o abdomen. O comprimento do tronco, medido do antepeito à parte posterior da nádega, é determinado pela altura da cernelha, mais 10%.
TÓRAX: costelas de bom arqueamento, sem, todavia, influenciar a posição dos ombros; peito largo e profundo, atingindo a ponta do cotovelo. Peitorais (antepeito) bem salientes.
FLANCOS: menos longos e menos profundos que o tórax, mostrando a separação de suas regiões integrantes. Nas fêmeas, as abas do flanco são mais desenvolvidas. Visto por cima, é menos largo e cheio que o tórax e a garupa, porém, sem marcar cintura.
LINHA INFERIOR: peito longo e paralelo ao solo, em toda a sua extensão. Ventre suavemente ascendente, nunca esgalgado.
MEMBROS
ANTERIORES: ombros idealmente estruturados por dois ossos
de igual tamanho (escápula e úmero), sendo que, a escápula faz 45º
com a horizontal e aproximadamente 90º com o úmero. A articulação escápulo-umeral, que forma a ponta do ombro, está situada no mesmo nível e um pouco atrás da ponta do esterno. O ideal é que o ombro ocupe o espaço da cernelha ao esterno, e a ponta do ombro se situe à meia altura dessa distância.
Uma perpendicular, baixada pela cernelha, deve atravessar o cotovelo e recair na pata. A altura do cotovelo ao chão é igual à do cotovelo à cernelha.
Braços: paralelos, de ossatura poderosa e reta, carpos fortes e aparentes, metacarpos curtos, levemente inclinados.
Patas: formadas por dedos fortes e bem arqueados, não muito juntos, apoiados em digitais espessas e contornando almofadas plantares largas, profundas e grossas. Em sua posição correta, os dedos devem apontar para a frente.
Unhas: fortes, escuras, podendo ser brancas quando essa for a cor do respectivo dedo.
POSTERIORES: de ossatura forte, ligeiramente mais leve que a
dos anteriores, porém nunca deverá parecer fina em relação ao todo.
Coxa: larga, de contorno abaulado, formada pelos músculos que
descem do ílio e do ísquio, que delineiam a curva da nádega, razão
de exigir-se o ísquio de bom comprimento.
Pernas: paralelas, tarsos fortes, metatarsos levemente inclinados, mais altos que osmetacarpos. Angulações do joelho e jarrete, moderadas.
Patas: iguais às anteriores, apenas, um pouco mais ovaladas. Não devem apresentar ergôs.
CAUDA: de raiz muito larga, inserção média, afinando rapidamente, com a ponta alcançando o nível do jarrete. Quando o cão está excitado, eleva-se, acentuando a curva da extremidade. Não deve cair sobre o dorso ou enroscar-se.
ALTURA:
machos: 65 a 75 cm.
fêmeas: 60 a 70 cm.
PESO:
machos, mínimo de 50 kg.
fêmeas, mínimo de 40 kg.
COR: o branco, cinza rato, malhado, manchetado, preto e canela e azul são cores não permitidas. São permitidas todas as cores sólidas, tigradas de fundo nas cores sólidas, com rajas de pouca intensidade até os fortemente rajados, podendo ou não apresentar máscara preta. Em todas as cores permitidas, admitem-se marcações brancas nos pés, peito e ponta da cauda. Indesejáveis as manchas brancas no restante da pelagem.
PELE: representa uma das características rácicas mais importantes. É grossa, solta em todo o corpo, principalmente no pescoço, onde se formam pronunciadas barbelas, estendendo-se, em muitos casos, pelo peito e abdome. Alguns exemplares apresentam uma dobra nas faces laterais da cabeça e, também, na cernelha, descendo até o ombro. Com o cão em repouso, a cabeça não apresenta rugas; quando excitado, na contração para erguer as orelhas, a pele do crânio forma, entre elas, pequenas rugas longitudinais.
PELAGEM: formada de pelo baixo, macio, espesso e bem assentado.
NOTAS:
• os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.
IN "SITE DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA"