Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
25/12/2010
O PARLAMENTO EUROPEU DESEJA-LHE BOAS FESTAS
VALE-NOS O DESASSOMBRO DE ALGUNS PORTUGUESES,
NESTE CASO MIGUEL PORTAS
HONRA AO AUTOR
E não é que os versos são quase todos decassílabos !?
Prevejo dias (quiçá, anos) de muita criatividade, pois esta aumenta na
proporção inversa do nosso descontentamento!
Pena que certas estirpes humanas (bactérias) não se sintam atingidas e não se reconheçam ao lerem esta poesia.
I
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!
II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas.
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
III
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano.
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.
IV
E vós, ninfas do Douro onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!
enviadp por J. COUTO
Prevejo dias (quiçá, anos) de muita criatividade, pois esta aumenta na
proporção inversa do nosso descontentamento!
Pena que certas estirpes humanas (bactérias) não se sintam atingidas e não se reconheçam ao lerem esta poesia.
I
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!
II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas.
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
III
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano.
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.
IV
E vós, ninfas do Douro onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!
enviadp por J. COUTO
PAULA TEIXEIRA DA CRUZ
As festas
Nestes tempos de empobrecimento, mais solidariedade e combate às chagas sociais são um imperativo moral.
O simbolismo do nascimento, do fim de um ano e do princípio de outro, surge sempre envolto numa certa lógica de esperança, independentemente da dimensão – religiosa ou não – que se empreste a esta época. E é essa esperança que hoje falha, com todos os nossos valores em crise profunda. Nestes dias, somos obrigados a mergulhar no predomínio do económico, em deficits; ‘yelds’; ‘credit default swaps’ (CDS), deflação, dívida soberana e sacrifícios. Estamos transformados num mero elemento económico, reduzidos a entidades abstractas, máquinas de produção sem carne e nervos, conjunto abstracto de pessoas que têm de produzir. São as consequências do modelo vigente de uma desresponsabilização mais profunda.
A esquizofrenia institucional campeia e não há quem não experimente uma sensação de amargura e de angústia perante a indefinição do que nos espera e que, seguramente, não pode ser nada de bom, nem a curto nem a médio prazo. É que não se abre um admirável mundo novo com a probabilidade de destruição de um modelo que apontava para a justiça humana possível, mas valha a verdade que muito se fez para que se chegasse aqui e quase nada para o evitar, quando o desastre já se via e não apenas se adivinhava. Quanta irresponsabilidade dos que afirmaram que assim se preparava o futuro!...
A verdade é que o Futuro que se antevê faz-nos ter saudades de um passado recente, mas sem os excessos que nos levaram ao paradigma do Homem consumidor.
Mas esta época das Festas – Natal e Ano Novo – pode ser uma época ainda mais dura para alguns, aqueles que nada têm para festejar: para muitos dos que estão sós, a solidão acentua-se e para os que pouco ou nada têm, acentuam-se sentimentos de desigualdade e de injustiça, com excepções que nos fazem corar.
Nestes tempos de empobrecimento e retrocesso, mais solidariedade e combate às chagas sociais transformam-se num imperativo moral para cada um de nós, em que não são aceitáveis omissões ou quaisquer desculpas.
Que ao menos se venha a ganhar colectivamente em consistência, estruturação social e desenvolvimento sustentado e nem tudo terá sido perdido. Dito de outra forma, ainda podemos vir a ter mais com menos e a exibição do ter (que tantos arruinou) pode vir a ser substituída pelo ser. Assim, façamos as festas que importam.
ADVOGADA
IN"CORREIO DA MANHÃ"
23/12/10
BOAS FESTAS
"Vocês que sempre economizaram tanto para os dias piores .....
podem começar a gastar; os dias piores já chegaram!"