Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
30/05/2010
FERNANDO MADRINHA
Ouvir os gregos
Um banqueiro lúcido e capaz de dizer o que pensa sem panos quentes nem rodriguinhos, Fernando Ulrich, afirmou esta semana que é "impensável" obter no estrangeiro o dinheiro que o Governo, as autarquias e as empresas públicas que dão prejuízo tencionam pedir e gastar até ao fim de 2013: a módica quantia de 45 mil milhões de euros. Quer dizer, num país sob "bombardeamento fiscal", segundo a expressão de Paulo Portas, e ao qual vão ser extorquidos dois mil milhões de emergência para pagar juros de dívidas, há quem tencione pedir mais 45 mil milhões em quatro anos para somar às dívidas existentes. E depois vem o primeiro-ministro queixar-se da especulação contra o euro.
Se há alguém interessado em vender dinheiro com lucros chorudos são os bancos certamente e mais ainda para obras públicas, que beneficiam do "conforto" do Estado. Assim o tenham disponível - e não vão tê-lo, como todos reconhecem. Mas isso pouco importa a um Governo que, apesar do beco escuro em que nos meteu - e que, de facto, se tornou ainda mais escuro com os ataques ao euro - continua a sonhar com obras miríficas e a fingir que quase nada se passa.
Na mesma conferência da "Exame" em que Ulrich falou sobre a "parede" que podemos ter pela frente de um momento para o outro, encontrava-se o ministro Vieira da Silva, o génio da lâmpada na reforma da Segurança Social, que Sócrates importou para a Economia sem que até hoje se perceba muito bem porquê. E o que disse ele sobre as declarações do presidente do BPI? Que Portugal "sempre teve capacidade para se financiar" e que "nada mudou radicalmente" nos últimos dois anos para deixar de a ter. Isto no mesmo dia em que o primeiro-ministro foi à RTP repetir até à exaustão que o mundo mudou radicalmente nas últimas semanas, embora ele próprio nada tenha mudado. Bem podia ter avisado o seu ministro da Economia. E, já agora, o das Obras Públicas, que, pelo andar da carruagem, ficará para a história como o descobridor do Poceirão, essa aldeia do célebre deserto de Mário Lino que há-de ser o ponto de chegada e de partida do futuro TGV para Madrid... ou para o Caia.
Quando o céu lhes caiu em cima, os gregos interrogavam-se nas ruas de Atenas, entre a raiva e o desespero: "O que fizeram ao nosso dinheiro? E aos milhões que vieram da Europa? Quem tomou as decisões que nos trouxeram até aqui não é responsabilizado?" Pelo nosso lado, tivemos jipes IFADAP aos milhares e novos-ricos fulminantes antes de um pré-anúncio do pântano. Seguiu-se o discurso da tanga e é de tanga que estamos a afogar-nos no pântano. Vai sendo tempo de olharmos para os gregos e fazermos as mesmas perguntas - embora todos conheçamos as respostas.
Uma questão de decoro
Por falar em banqueiros, os alertas de Ulrich foram seguidos pelos seus pares num fórum realizado esta semana. Ouviram-se apelos dramáticos à poupança dos portugueses: não podemos viver mais tempo acima das nossas possibilidades. Sem dúvida. Mas não foram estes mesmos senhores que, nas últimas décadas, andaram também a endividar-se para impingirem empréstimos a toda a gente, de modo a engordarem os lucros dos accionistas e os seus próprios prémios de gestão, enquanto ofereciam aos portugueses todos os sonhos do mundo? E aparecem agora como moralistas do regime sem, ao menos, um "mea culpa"? Digamos, para dizer o mínimo, que faz falta algum decoro.
Vivemos tempos estranhos e não é só da boca de políticos que ouvimos coisas improváveis. Quando Belmiro de Azevedo proclama que "o povo quando tem fome tem o direito de roubar" - estará a pensar nos seus supermercados? -, é caso para concluirmos que o bom senso anda um tanto arredio. Não do povo, mas de certas figuras da chamada elite.
As palavras e os actos
O PCP apresentou uma moção de censura ao Governo por entender que ele merece censura, embora sabendo que essa moção não passaria. Duas semanas depois de um acordo com José Sócrates, era óbvio que o PSD não iria votar a favor do derrube do Governo. Apesar disso, ou talvez por isso mesmo - o que sempre abona a favor de algum sentido de responsabilidade -, o PCP quis marcar a sua posição. Em nome do que considera ser a coerência entre as palavras e os actos, algo que, não sendo um valor absoluto, ainda é um valor, se bem que em desuso.
Coerência entre as palavras e os actos foi tudo o que não houve na solene comunicação do Presidente da República acerca do casamento gay. Cavaco Silva é contra, mas promulgou o diploma. Com o argumento da crise e a explicação de que, se acaso vetasse, a esquerda voltaria a aprovar a lei.
Ora, a política não acabou com a crise; pelo contrário, em situações de crise pedem-se atitudes políticas ainda mais claras. E a posição do Presidente teria ficado menos sujeita a interpretações sobre o seu calculismo político e eleitoral - a promulgação acabou por ser anunciada, talvez não por acaso, num dia festivo para os homossexuais - se Cavaco se tivesse poupado à solenidade de uma comunicação ao país, expondo toda a fragilidade da sua posição nesta matéria. Promulgava o diploma sem mais explicações, ou com uma mensagem como as que tem feito noutras situações, se a isso o obrigava a sua "ética de responsabilidade"; ou vetava-o e assumia a sua divergência com a maioria parlamentar se, à semelhança do que fez o PCP no caso da censura, entendesse valorizar a tal coerência entre as palavras e os actos. Em política é raro ganhar-se a dois carrinhos.
in"EXPRESSO" 28/05/10
CIVILIZADA IGNORÂNCIA
MUNDIAL DE FUTEBOL Vejam o que os agentes de viagens africanos têm que receber e delicadamente responder com muita mágoa porque algumas perguntas constituem autênticos insultos proferidos pelos cultos (?), inteligentes(?), estudiosos(?)e sabichões(?) europeus e americanos .... |
P: Costuma fazer vento na África do Sul? Nunca vi na TV que aí chovesse,
por isso, como é que as plantas crescem? ( G.B.)
R: Nós importamos todas as plantas completamente crescidas e depois ficamos por aqui sentados a vê-las morrer.
P: Serei capaz de ver elefantes nas ruas? (E.U.A.)
R: Depende daquilo que beber.
P: Quero ir a pé de Durban à Cidade do Cabo - Posso seguir as linhas do
comboio? (Suécia)
R: Claro, são só 2 mil Km, leve muita água.
P: É seguro andar a correr pelos arbustos na África do Sul? (Suécia)
R: Então é verdade o que se diz sobre os suecos.
P: Existem caixas Multibanco na áfrica do Sul? Pode-me enviar uma lista
das que existem em Joanesburgo, Cidade do Cabo, Knysna e na Baía de
Jeffrey? ( G.B.)
R: O seu último escravo morreu de quê?
P: Pode dar-me alguma informação acerca das corridas de Koalas na África
do Sul? (E.U.A.)
R: A Aus-trá-lia é aquela ilha grande no meio do Pacífico. Á-fri-ca é aquele continente em forma de triângulo a sul da Europa e não tem... Olhe, esqueça. Claro, as corridas de Koalas são todas as Terças à noite em Hillbrow. Venha nu. P: Para que direcção fica o Norte na
África do Sul? ( E.U.A.)
R: Fique de frente para Sul e depois dê uma volta de 90º. Entre em contacto connosco quando cá chegar e nós damos-lhe o resto das instruções.
P: Posso levar talheres para África do Sul? ( G.B.)
R: P'ra quê? Coma com os dedos como nós fazemos.
P: Podem enviar-me o horário do Coro dos Pequenos Cantores de Viena?
(E.U.A.)
R: A Aús-tri-a é aquele pequeno país que faz fronteira com a Ale-ma-nha, que é...olhe, esqueça. Claro, o Coro dos Pequenos Cantores de Viena actua todas as Terças à noite em Hillbrow, logo a seguir às corridas de Koalas. Venha nu.
P: Têm perfume na África do Sul? (França)
R: Não, NÓS não cheiramos mal.
P: Criei um novo produto que é a Fonte da Eterna Juventude. Sabe dizer-me
onde a posso vender na África do Sul? ( E.U.A .)
R: Em qualquer local onde se reúnam muito americanos.
P: Sabe dizer-me onde é que, em África do Sul, a população feminina está
em menor número que a masculina? (Itália)
R: Sim, nos clubes gay.
P: Celebram o Natal em África do Sul? (França)
R: Só no Natal.
P: Têm abelhas assassinas na África do Sul? (Alemanha)
R: Ainda não, mas por si, mandamos vir.
P: Existem supermercados na Cidade do Cabo, e existe leite durante todo o
ano? (Alemanha)
R: Não, nós somos uma pacífica civilização Vegan de caçadores-recolectores. O leite é ilegal.
P: Por favor envie-me uma lista de todos os médicos em África do Sul que
tenham ou consigam arranjar soro* de cascavel. (*Antídoto para dentadas de
cascavel) ( E.U.A.)
R: As cascavéis vivem na A-mé-ri-ca, que é de onde VOCÊ é. Todas as cobras>Sul-Africanas são perfeitamente inofensivas, podem ser facilmente manuseadas e são bons animais de estimação.
P: Estive na África do Sul em 1969, e gostava de contactar a rapariga com
quem namorei enquanto estive em Hillbrow. Pode ajudar-me? ( E.U.A.)
R: Sim, mas mesmo assim vai ter que continuar a pagar-lhe à hora.
P: Poderei falar Inglês na maioria dos locais para onde for? (E.U.A.)
R: Sim, mas primeiro vai ter que aprender.
enviado por CAMY
IURD
ABSURDO!!! E TEM GENTE QUE ACREDITA!
TEM QUE "OFERTAR", SE NÃO, VAI PRO INFERNO!
A base de tudo é a exploração da fé das pessoas.
Depois é a Crise.
Quem está em situação dificil, aceita TUDOOO.
Vejam o Video feito em Janeiro deste ano.
DESPEDIDA ETERNA para SALDANHA SANCHES
MARCELO CAETANO
Marcelo Caetano | |
Presidente do Conselho de Ministros de Portugal | |
Mandato: | 27 de Setembro de 1968 - 25 de Abril de 1974 |
Precedido por: | António de Oliveira Salazar |
Sucedido por: | António de Spínola (presidente da Junta de Salvação Nacional) |
| |
Nascimento: | 17 de Agosto de 1906 Lisboa Portugal |
Falecimento: | 26 de Outubro de 1980 (74 anos) Rio de Janeiro Brasil |
Partido: | União Nacional, depois Acção Nacional Popular |
Profissão: | Historiador, político, professor de Direito, jurista |
Biografia
Marcelo Caetano licenciou-se em Direito, na Universidade de Lisboa, e doutorou-se em 1931. Fez concurso para professor extraordinário em 1933 e atingiu a cátedra (na área de Ciências Jurídico-Políticas) em 1939. Foi deposto pela Revolução de 25 de Abril de 1974.[2] Ficou conhecido por ser dos raros membros do Governo de Salazar a favor duma maior liberdade de expressão e pela introdução de ligeiras mudanças, sob uma política de abertura, após a saída de Salazar.
Inicialmente ligado aos círculos políticos monárquicos católicos do Integralismo Lusitano, começou por apoiar a Ditadura Militar (1926-1928). Após a sua ruptura definitiva com o Integralismo Lusitano, em 1929, ingressou na carreira política nos anos 1930, vindo a apoiar o regime autoritário de Salazar, colaborando na redacção do Estatuto do Trabalho Nacional e da Constituição de 1933, e vindo a ocupar, a partir da década de 1940, alguns dos cargos mais importantes no Estado Novo.
Em 1934, apresentou o projecto de Código Administrativo (que regula todos os aspectos da administração autárquica: o orgânico, o financeiro, o pessoal e o contencioso) que se veio a tornar no Código desse ano. Presidiu à comissão que reviu o Código e publicou um novo em 1939.
Em 1937, publica o Manual de Direito Administrativo que, em sua vida, veio a conhecer 10 edições (a última é de 1973), todas melhoradas.
Exerceu cargos políticos e governativos de destaque no Estado Novo, sendo comissário nacional da Mocidade Portuguesa (1940-1944), ministro das Colónias (1944-1947), presidente da Câmara Corporativa e ministro da Presidência do Conselho de Ministros (1955-1958). Nesta última data, na sequência de uma crise política interna do regime, viu-se afastado por Salazar da posição de número dois do regime, aceitando porém assumir funções destacadas no partido único União Nacional, como presidente da comissão executiva da UN. Regressado à vida académica, foi reitor da Universidade de Lisboa de 1959, até se demitir, em 1962, no seguimento da Crise Académica desse ano e da acção brutal da polícia de choque contra os estudantes na cidade universitária.
Tendo afirmado não voltar à vida política e pedido a sua exclusão do Conselho de Estado, de que era membro vitalício, não explicou nas suas memórias por que razão, em 1968, na altura do afastamento de Salazar, voltou a esse mesmo Conselho e acabou por ser nomeado Presidente do Conselho de Ministros.
Foi o fundador do moderno Direito Administrativo Português, cuja disciplina sistematizou e ordenou; influenciou várias gerações de juristas e, também, de governantes, no modo de pensar uma Administração Pública legal e sujeita ao contencioso (embora limitado por considerações políticas). Foi professor de Ciência Política e Direito Constitucional e também aqui deixou a mesma influência nos vindouros (estudaram-se, pela primeira vez, de um ponto de vista jurídico e sistemático os problemas dos fins e funções do Estado, da legitimidade dos governantes, dos sistemas de governo, etc.). Foi ainda um historiador de Direito de méritos pouco igualados, designadamente, da Idade Média portuguesa.
Marcelo Caetano foi escolhido por Baltazar Rebelo de Sousa para ser o padrinho do seu filho (que, em sua honra, tem o nome de Marcelo Rebelo de Sousa). Caetano recusou, visto que o padrinho de baptismo tinha de ser mais novo que o pai do baptizado e não o era.
Presidente do Conselho de Ministros
Vendo que Salazar estava impossibilitado de governar, Américo Tomás chamou Marcelo Caetano a 27 de Setembro de 1968 para o substituir.
O país "herdado" de Salazar era manifestamente diferente de 40 anos antes:
- Por um lado, a economia estava então em acelerado crescimento, graças às políticas económicas e sociais empreendidas por Salazar, bem como graças aos auxílios externos recebidos por Portugal no âmbito do Plano Marshall. Também a participação de Portugal na EFTA desde 1961 contribuia para a internacionalização e crescimento da economia Portuguesa.
- Por outro lado, havia-se atingido a escolaridade obrigatória universal, tinham quintuplicado o número de estudantes no liceu e triplicado nas universidades desde 1928.
Isto levava a que Portugal tivesse, principalmente nas cidades, uma nova burguesia que via em Caetano a esperança de abertura política do Estado Novo. Esta burguesia esperava de Caetano eleições livres e ainda maior liberalização da economia.
Caetano sentia que o apoio desta nova classe era fundamental e tomou algumas iniciativas políticas como renomear a PIDE como Direção-Geral de Segurança e permitir à oposição concorrer às eleições legilsativas de 1969, no entanto, mais uma vez, sem uma hipótese realistica de alcançar quaisquer lugares na Assembleia Nacional. Também passou a aparecer semanalmente num programa da RTP chamado Conversas em família, explicando aos Portugueses as suas políticas e ideias para o futuro do país.
Do ponto de vista económico e social, criou pensões para os trabalhadores rurais que nunca tinham tido oportunidade de descontar para a segurança social e lançou alguns grandes investimentos como a refinaria petrolífera de Sines, a Barragem de Cabora Bassa, entre outros.
A economia reagiu bem a estes investimentos e a população reagiu bem à abertura que apelidou de Primavera Marcelista.
No entanto, uma série de razões vieram a provocar a insatisfação da população. Por um lado, uma ala mais conservadora do regime, liderada pelo Presidente Américo Tomás, recusava maiores aberturas políticas e Caetano via-se impotente para fazer valer verdadeiras reformas políticas. Por outro lado, a crise petrolífera de 1973 fez-se sentir fortemente em Portugal. Por último, a continuação da Guerra Colonial, com o consequente derrame financeiro para a sustentar. Todos estes motivos levaram à crescente impopularidade do regime e, com ele, do seu líder.
Todos estes motivos contribuiram para o golpe militar do 25 de Abril que veio a derrubar o governo de Marcelo Caetano.
Pós 25 de Abril de 1974
Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, Marcelo Caetano foi destituído de todos os seus cargos(tendo sido acordado aquando da sua rendição no Quartel do Carmo em Lisboa a sua condução imediata, pelo Capitão Salgueiro Maia, para o Aeroporto, exilando-se no Brasil com a família. O exílio permitiu-lhe evitar ser judicialmente responsabilizado, mas retirou-lhe o direito à pensão de reforma no fim da sua carreira universitária.
No Brasil prosseguiu a sua actividade académica como director do Instituto de Direito Comparado da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro. Recebeu, também, o título de Professor Honorário da Faculdade de Direito de Osasco, em São Paulo.
Marcelo Caetano morreu aos 74 anos, a 26 de Outubro de 1980, vítima de ataque cardíaco. A sua morte aconteceu pouco tempo antes de ser publicado o I volume (e único) da sua História do Direito Português, que abrange os tempos desde antes da fundação da nacionalidade até ao final do reinado de D. João II (1495), incluindo um apêndice sobre o feudalismo no extremo ocidente europeu. Morreu sem nunca ter desejado regressar a Portugal do exílio no Brasil, onde morava no bairro carioca de Copacabana.
Seu corpo foi sepultado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro.
Obras publicadas
Ao longo da sua vida, publicou mais de 100 títulos, incluíndo vários sobre Direito Administrativo, História do Direito Medieval Português e outros em conjunto com diversos autores. Destacam-se aqui as seguintes obras:
- Lições de Direito Penal
- Legislação Civil Comparada (1926)
- Lições de Direito Corporativo (1935)
- O Sistema Corporativo (1938)
- Problemas da Revolução Corporativa (1941)
- Donde Vem o Nome de "Inconfidência Mineira"? (1944)
- Predições Sem Profecia Sobre Reformas Sociais (1945)
- Posição Actual do Corporativismo Português (1950)
- Lições de Direito Constitucional e Ciência Política (1952)
- As Cortes de Leiria de 1254 (1954)
- Os Nativos na Economia Africana (1954)
- Ciência Política e Direito Constitucional (1955)
- O conselheiro Doutor José Dias Ferreira (1955)
- Regimento dos Oficiais das Cidades, Vilas e Lugares Destes Reinos (1955)
- Manual de Direito Administrativo (1956)
- Problemas de Administração Local (1957)
- Perseverança no Presente e Confiança no Futuro (1957)
- Salazar: um Mestre (1958)
- Das Fundações (1962)
- Subsídios para a História das Cortes Medievais Portuguesas (1963)
- Portugal e a Internacionalização dos Problemas Africanos (1963)
- Constituições Portuguesas (1965)
- História Breve das Constituições Portuguesas (1968)
- Factos e Figuras do Ultramar (1973)
- A Verdade Sobre o 25 de Abril (1976)
- Minhas Memórias de Salazar (1977)
- História do Direito Português (1978-1980)
ALA LIBERAL
Os deputados da Ala Liberal constituíram uma geração de políticos adeptos de uma forte liberalização do regime do Estado Novo.
Coube a personalidades que pontificaram na Ala Liberal do antes do 25 de Abril, como Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão, Mota Amaral, Joaquim Magalhães Mota, Miller Guerra, entre tantos outros, pôr a nu as fragilidades do regime, influenciando algumas decisões e rompendo com os cânones de uma linha mais dura e pouco flexível que aos pouco foi acabando por ceder.
Um total de 30 deputados formaram a "ala liberal" da Assembleia Nacional sendo Sá Carneiro um dos mais activos elementos do grupo. E foi justamente sobre o papel desempenhado pela nova geração de políticos, que “despontou” com a Primavera Marcelista, o período de abertura política liderado por Marcello Caetano, e que veio a ser apontada como a Ala Liberal da então Assembleia Nacional .
Exemplos concretos das acções dos chamados “liberais” como fundamentais na transição da ditadura para Democracia, contam-se , entre outras, medidas apresentadas aquando do projecto de revisão constitucional em 1970. Dele já constavam “a abolição da censura e a proclamação da liberdade de Imprensa; a eliminação dos entraves administrativos à liberdade de associação; a extinção dos tribunais plenários, onde se fazia a paródia de julgamento dos presos políticos; a proibição das medidas de segurança sem termo certo, que, aplicada aos mesmos presos políticos, acabavam por se assemelhar à prisão perpétua; a limitação da prisão preventiva sem culpa formada a um prazo máximo de setenta e duas horas; a inclusão do direito ao trabalho e do direito à emigração na lista dos direitos fundamentais; o reforço dos poderes da Assembleia Nacional e a modernização dos seus métodos de trabalho; a restauração do sufrágio universal para a eleição do Presidente da República; a proibição do veto presidencial às leis de revisão constitucional.
Em poucas palavras: a aprovação do projecto da Ala Liberal significaria a substituição do regime ditatorial (Estado Novo) e autoritário por uma democracia de modelo europeu ocidental.
Entre 1970 e 1971, o número de detenções por motivos políticos voltou a aumentar,os ecos da violência e da ilegalidade dos métodos usados na instrução dos processos foram denunciados por apoiantes dos presos e chegaram à Assembleia Nacional pela voz de Sá Carneiro e de outros deputados "liberais". O recuo no terreno das liberdades expressava uma clara travagem a nível político-institucional naquilo que a chamada Primavera Marcelista continha de promessa de renovação contínua do regime.
Contra isto se insurgiram os deputados da Ala Liberal, que apresentaram várias iniciativas legislativas ao longo do ano de 1972.
Após sucessivas desilusões, os deputados da Ala Liberal foram abandonando a Assembleia. Sá Carneiro foi o primeiro, em 1973, com a famosa expressão "É o fim!", seguindo-se-lhe vários outros. Passaram à oposição, nomeadamente através de artigos publicados no jornal Expresso , fundado por Pinto Balsemão em Janeiro de 1973. Os esforços dos "liberais" terão tido o efeito de desacreditar a experiência marcelista junto de largos sectores das classes médias portuguesas.
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INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA
Guerra de Independência de Angola | |||||||
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Tropas portuguesas em patrulha nas densas matas de Angola | |||||||
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Intervenientes | |||||||
Frente Nacional de Libertação de Angola União Nacional para a Independência Total de Angola Movimento Popular de Libertação de Angola Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda | Portugal África do Sul | ||||||
Principais líderes | |||||||
Holden Roberto Jonas Savimbi Agostinho Neto Mário Pinto de Andrade Daniel Chipenda | |||||||
Forças | |||||||
18,000 | 8,000 regulares, 3,000 Sul-Africanos | ||||||
Vítimas | |||||||
50,000 | 2,000 |
A Guerra da Independência de Angola (1961-1974), que começou por um levantamento contra colheitas forçadas de algodão, tornou-se uma luta de várias facções pelo controlo de Angola com onze movimentos separatistas, acabando em 1975 quando o governo angolano, a UNITA, o MPLA e a FNLA assinaram o Acordo do Alvor, após a Revolução dos Cravos em Portugal do dia 25 de Abril de 1974. Foi essencialmente uma guerra de guerrilha na qual as Forças Armadas Portuguesas lutaram contra vários grupos independentistas armados e dispersos por algumas zonas escassamente povoadas do vasto território angolano administrado por Portugal. Quanto a posições exteriores, os grupos nacionalistas revoltosos puderam contar principalmente com o apoio da República Democrática do Congo; em relação a Portugal, houve apoio por parte da África do Sul. Várias atrocidades foram cometidas por todas as forças envolvidas no conflito.
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INDEPENDÊNCIA DA GUINÉ
Guerra de Independência da Guiné-Bissau | |||||||
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Soldados do PAIGC asteando a bandeira da Guiné-Bissau em 1974. | |||||||
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Intervenientes | |||||||
Portugal | PAIGC | ||||||
Principais líderes | |||||||
António de Spínola | Amílcar Cabral | ||||||
Forças | |||||||
35.000 | 10.000 |
A guerra de independência na Guiné começou em Janeiro de 1963, com o início das acções de guerrilha na região de Tite. Ao contrário do que aconteceu em Angola, desde o início que as forças portuguesas constataram estar diante de um adversário bem organizado e militarmente eficiente. De facto, o PAIGC dispôs sempre de equipamento de qualidade e do apoio quase total do governo da Guiné-Conacri, que lhe conferia total liberdade de movimentos para empreender acções de guerrilha na fronteira sul do território.
Nos primeiros anos de guerra, a iniciativa pertenceu às forças do PAIGC, limitando-se as forças portuguesas a defender-se dentro dos seus aquartelamentos ou a responder às acções inimigas com operações de grande envergadura, mas de dúbia eficácia operacional.
Quando a Guerra começou, em Janeiro de 1963, havia já quase dois anos que as forças portuguesas combatiam, com relativo sucesso, em Angola. Este facto permitiu às autoridades portuguesas prevenirem de certa forma a possível eclosão de acções de guerrilha em Moçambique e na Guiné. Assim, quando a guerra chegou à Guiné, a guerrilha deparou-se com um dispositivo militar português que abrangia todo o território. Este dispositivo baseava-se em 7-8 batalhões do Exército Português dispostos em quadrícula. Essencialmente, cada batalhão ocupava um sector, que se subdivia em zonas de acção (ZA). Essas ZAs eram ocupadas por companhias que, apesar de integradas em batalhões, actuavam com grande autonomia logística e operacional. O objectivo destas companhias era privar o inmigo do contacto com as populações, e manter "limpa" a sua ZA. A busca e destruição do inimigo estava a cargo de forças de intervenção especializadas nessas acções (golpes de mão, acções de limpeza, etc.)- Páraquedistas, Comandos, Fuzileiros, etc.
Em 1963, o efectivo das forças do Exército Português destacadas na Guiné ascendia a 10 mil homens, que eram apoiados por meios aéreos estacionados em Bissalanca (no AB 5, depois BA 12), que incluíam 8 caças-bombardeiros F-86F.
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INDEPENDENCIA DE MOÇAMBIQUE
Guerra de Independência de Moçambique | |||||||
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Coluna mobilizada para a reconquista da roça Beira Baixa no norte de Angola (1961). | |||||||
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Combatentes | |||||||
FRELIMO | Portugal | ||||||
Comandantes | |||||||
Eduardo Mondlane Filipe Samuel Magaia Samora Moisés Machel | António Augusto dos Santos Kaúlza de Arriaga | ||||||
Forças | |||||||
De 10.000 à 15.000[1][2] | 50.000 (a 17 de maio de 1970)[3] | ||||||
Baixas | |||||||
Cerca de 10.000 mortos[4] | 3.500 mortos[4] |
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MOVIMENTOS DE GUERRILHA
Angola
- Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA)
- Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA)
- União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA)
Guiné Portuguesa
- Movimento de Independência da Guiné (MIG)
- Movimento de Libertação da Guiné e Cabo Verde (MLGC)
- União dos Povos da Guiné (UPG)
- Reunião Democrática Africana da Guiné (RDAG)
- União dos Naturais da Guiné Portuguesa (UNGP)
- União da População Libertada da Guiné (UPLG)
- Movimento de Libertação da Guiné (MLG)
- Frente de Libertação e Independência Nacional da Guiné (FLING)
- Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC)
Moçambique
- Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO)
- União Democrática Nacional de Moçambique (UDENAMO)
- Mozambique African National Union (MANU)