28/03/2010

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ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA


António José de Almeida
António José de  Almeida
Presidente de Portugal Flag of Portugal.svg
Mandato: 5 de Outubro de 1919 até
5 de Outubro de 1923
Precedido por: João do Canto e Castro
Sucedido por: Manuel Teixeira Gomes

Nascimento: 17 de Julho de 1866
Vale da Vinha, Penacova, Portugal
Falecimento: 31 de Outubro de 1929
Lisboa, Portugal
Primeira-dama: Maria Joana Perdigão
Queiroga de Almeida
Partido: Partido Evolucionista, depois
Liberal Republicano
Profissão: Médico
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António José de Almeida (Vale da Vinha, Penacova, 17 de Julho de 1866Lisboa, 31 de Outubro de 1929) foi um político republicano português, sexto presidente da República Portuguesa de 5 de Outubro de 1919 a 5 de Outubro de 1923.

Biografia

Um dos mais populares dirigentes do Partido Republicano, desde muito novo manifestou ideias republicanas.

Era ainda aluno de Medicina em Coimbra quando publicou no jornal académico Ultimatum um artigo que ficou famoso, intitulado Bragança, o último, que foi considerado insultuoso para o rei D. Carlos. Defendido por Manuel de Arriaga, acabou condenado a três meses de prisão.

Depois de terminar o curso, em 1895, foi para Angola e posteriormente estabeleceu-se em São Tomé e Príncipe, onde exerceu medicina até 1903. Regressando a Lisboa nesse ano, foi para França onde estagiou em várias clínicas, regressando no ano seguinte. Montou consultório, primeiro na Rua do Ouro, depois no Largo de Camões, entrando então na política activa.

Foi candidato do Partido Republicano em 1905 e 1906, sendo eleito deputado nas segundas eleições realizadas neste ano, em Agosto. Em 1906, em plena Câmara dos Deputados, equilibrando-se em cima duma das carteiras, pede aos soldados, chamados a expulsar os deputados republicanos do Parlamento, a proclamação imediata da república. No ano seguinte adere à Maçonaria.

Estátua de António José de Almeida em Lisboa

Os seus discursos inflamados fizeram dele um orador muito popular nos comícios republicanos. Foi preso por ocasião da tentativa revolucionária de Janeiro de 1908, dias antes do assassinato do rei D. Carlos e do príncipe Luís Filipe. Posto em liberdade, continuou a sua acção demolidora pela palavra e pela pena, sobretudo enquanto director do jornal Alma Nacional.

Ministro do Interior do Governo Provisório, foi depois várias vezes ministro e deputado, tendo fundado em Fevereiro de 1912 o partido Evolucionista, que dirigirá, partido republicano moderado organizado em torno do diário República, que tinha criado em Janeiro de 1911, e que também dirigia, opondo-se ao Partido Democrático de Afonso Costa, mas com o qual porém se aliou no governo da União Sagrada, em Março de 1916, ministério de que foi presidente.

Em 6 de Agosto de 1919 foi eleito presidente da República e exerceu o cargo até 5 de Outubro de 1923, sendo o único presidente que até 1926 ocupou o cargo até ao fim do mandato. Nestas funções foi ao Brasil em visita oficial, para participar no centenário da independência da antiga colónia portuguesa. A sua eloquência e a afabilidade do seu trato fizeram daquela visita um êxito notável.

Durante o seu mandato deu-se o levantamento radical que desembocou na Noite sangrenta de 19 de Outubro de 1921, em que foram assassinados, por opositores republicanos, o chefe do governo da altura, António Granjo, assim como Machado Santos e Carlos da Maia. Nomeou 16 governos durante o seu mandato.

Os seus amigos e admiradores levantaram-lhe uma estátua em Lisboa, de autoria do escultor Leopoldo de Almeida e do arquitecto Pardal Monteiro, e coligiram os seus principais artigos e discursos em três volumes, intitulados Quarenta anos de vida literária e política, obra publicada em 1934.

Primeira-dama

António José de Almeida foi casado com Maria Joana Perdigão Queiroga de Almeida (Redondo, 9 de Março de 1885 - 27 de Junho de 1965), com quem teve uma filha (Maria Teresa). Maria Teresa teve três filhos: António José D'Almeida de Abreu, Maria Manuela D'Almeida de Abreu, Maria Teresa D'Almeida de Abreu. Nenhum dos filhos optou pela carreira política, seguindo carreira médica. António José e Maria Teresa residem em Portugal, Lisboa. Maria Manuela e seus filhos residem no Brasil, Rio de Janeiro. Maria Manuela teve três filhos: Pedro de Almeida de Abreu Elvas, Filipe de Almeida de Abreu Elvas e Carolina de Almeida de Abreu Elvas.

PARTIDO EVOLUCIONISTA


O Partido Republicano Evolucionista (abreviadamente conhecido como Partido Evolucionista) foi um partido político português do tempo da I República, surgindo em 24 de Fevereiro de 1912 como consequência da primeira secessão do Partido Republicano Português (a par do Partido Democrático e do Partido Unionista).

Foi liderado por António José de Almeida, porventura o maior orador da República; daí a alcunha dos membros do partido, os almeidistas (por oposição aos afonsistas do Partido Democrático de Afonso Costa). Teve no afamado República o seu órgão de imprensa.

Ideologicamente situado à direita dos democráticos e à esquerda dos unionistas, poder-se-ia hoje considerar um partido de centro-direita. Foi o partido que mais se opôs à acção governativa dos democráticos, à parte o período em que com eles constituiu o Governo da União Sagrada, durante a I Guerra Mundial.

Opôs-se também ao sidonismo (1918), mas acabaria por desaparecer pouco depois, em 1919; com a eleição de António José de Almeida para a Presidência da República, o partido via perder a sua principal cabeça, e acabou por se fundir com o Partido Unionista (cujo líder, Brito Camacho, também se ausentara da política nacional por ter sido nomeado Alto-Comissário da República para Moçambique) num novo partido, o Partido Liberal Republicano. Um sector do partido que se opôs a fusão viria a constituir uma dissidência dos evolucionistas, o Partido Popular.

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ANTÓNIO GRANJO

António Joaquim Granjo.

António Joaquim Granjo (Chaves, 27 de Dezembro de 1881Lisboa, 20 de Outubro de 1921) foi um advogado e político português.

Biografia

Republicano na sua juventude, era um membro do Assembleia Nacional Constituinte, eleito em 28 de Maio de 1911. Lutou durante a participação portuguesa na primeira guerra mundial, e escreveu um livro sobre suas experiências.

Depois do assassinato do presidente Sidónio Pais, António Granjo insurgiu-se contra a Monarquia do Norte em 1919 e a tentativa de da instauração de um regime Real. Foi presidente da câmara municipal de Chaves de Fevereiro a Julho de 1919.

Eleito no mesmo ano para a câmara dos deputados, pelo partido republicano evolucionista e mais tarde fundador do movimento sucessor, o partido republicano liberal.

Ministro da justiça durante o governo do coligação de Domingos Leite Pereira, serviu o país como o primeiro ministro por dois breves mandatos, de 19 de Julho a 20 de Novembro de 1920, num governo liberal, e novamente, para substituir Tomé de Barros Queiroz, de 30 de Agosto a 19 de Outubro de 1921.

António Granjo foi cruelmente assassinado na noite de 19 para 20 de Outubro de 1921, conhecida por Noite Sangrenta, na sequência da revolução de cariz radical iniciada a dia 19, que o levou a pedir a demissão do cargo de primeiro ministro que então desempenhava.

Os seus assassinos foram marinheiros e soldados da GNR integrantes do movimento revolucionário em curso comandados pelo cabo Abel Olímpio, o Dente de Ouro. António Granjo foi levado de casa de Cunha Leal, afecto ao Partido Democrático, onde tinha tentado obter protecção, e levado para o Arsenal da Marinha. À sua chegada foi ferido com dois tiros no pescoço, tendo sido tratado na enfermaria e recolhido a um quarto. Um grupo de revolucionários entrou no quarto onde se encontrava gravemente ferido crivando-o de balas. Depois disso um corneteiro da GNR ainda lhe cravou um sabre no ventre.

Na sequência desta revolução vale recordar que na Noite Sangrenta foram também assassinados outros republicanos do 5 de Outubro, entre os quais os revolucionários Machado Santos e José Carlos da Maia. Em comum entre todos os assassinados o terem sido opositores da corrente radical que dominou a Primeira República Portuguesa, com a excepção de poucos e breves interregnos.

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CARLOS DA MAIA


Carlos da Maia é um dos personagens principais do romance Os Maias, de Eça de Queirós. Amante da ciência e das mulheres. Diletante, visto que exerce sua profissão pelo prazer e não por obrigação.

É filho de Pedro da Maia e Maria Monforte, mas nunca teve contacto com os pais, excepto quando era ainda muito criança. É a personagem principal da obra. Muitos consideram até Os Maias um romance de personagem, centrado precisamente em Carlos da Maia. Depois da fuga de sua mãe, Maria Monforte, com outro homem, e do suícidio do pai, que não aguentou a traição, ficou entregue ao cuidados do avô, que representará para ele o pai, a mãe, o avô. Afonso da Maia dar-lhe-á a educação que não pôde dar ao filho Pedro - educado segundo cânones tradicionais portugueses, por insistência de uma mãe ultra-católica -, já na quinta do Douro, Santa Olávia, onde se refugiou com o neto, deixando ao abandono o Ramalhete. Assim, educado à maneira inglesa, com normas rígidas, intensa actividade física, sem os tradicionalismos da "cartilha" católica (que atormentara seu pai e o pobre Eusebiozinho, representantes da educação portuguesa), Carlos vai-se tornar num belo homem, física e intelectualmente. Forma-se em Medicina, em Coimbra, onde conhece João da Ega, seu grande amigo. A casa que o avô lhe alugara em Celas, torna-se centro da vida boémia estudantil, onde se discute arte, política, filosofia, o que faz de Carlos muito popular entre os colegas. Depois de formado, viaja pela Europa e conhece o que de melhor há no velho Continente. Torna-se um diletante. Volta a Lisboa e arrasta consigo Afonso da Maia para o Ramalhete. Trabalha por prazer, abre um consultório, monta um laboratório e enche-se de projectos que nunca chega a cumprir, disperso na vida boémia da capital, entre mulheres, amigos e aventuras. Mantem uma relação adúltera com a Condessa de Gouvarinho, até que conhece Maria Eduarda - que na verdade é sua irmã - por quem se apaixona. Desconhecedores do laço de sangue que os une, tornam-se amantes e decidem fugir, até que Carlos toma conhecimento do terrível desfecho da sua história, ao receber uma carta do Sr. Guimarães. Descoberto o segredo, Carlos Eduardo vê-se ensombrado com a morte do avô e torna-se um fracassado da vida. Assim, jovem, bonito, inteligente, cobiçado e culto, com tudo para se tornar um vencedor, Carlos Eduardo da Maia é destinado, tal como o seu pai, Pedro, a fracassar.

Carlos da Maia, fisicamente era um belo e magnífico rapaz, alto, bem constituído, de ombros largos, olhos negros, pele branca, cabelos negros e ondulados e uma barba fina, castanha escura, pequena e aguçada no queixo. O bigode era arqueado aos cantos da boca; psicologicamente era culto, bem-educado, de gostos requintados. É corajoso e frontal, amigo do seu amigo e generoso. Destaca-se na sua personalidade o cosmopolitismo, a sensualidade, o gosto pelo luxo, e diletantismo (incapacidade de se fixar num projecto sério e de o concretizar). Contudo apesar da sua educação, Carlos fracassou, não foi devido a esta mas falhou, em parte, por causa do meio onde se instalou – uma sociedade parasita, ociosa, fútil e sem estímulos e também devido a aspectos hereditários – a fraqueza e a cobardia do pai, o egoísmo, a futilidade e o espírito boémio da mãe. Eça quis personificar em Carlos a idade da sua juventude, a que fez a Questão Coimbrã e as Conferências do Casino e que acabou no grupo dos Vencidos da Vida, de que Carlos é um bom exemplo.

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BRITO CAMACHO

Brito Camacho

Manuel de Brito Camacho (Aljustrel, 12 de Fevereiro de 1862Lisboa, 19 de Setembro de 1934) foi um médico militar, escritor, publicista e político que, entre outros cargos de relevo, exerceu as funções de Ministro do Fomento (1910-1911) e de Alto Comissário da República em Moçambique (1921 a 1923). Fundou e liderou o Partido Unionista. Foi fundador e director do jornal A Luta, órgão oficioso do Partido Unionista.


Biografia

Manuel de Brito Camacho nasceu no Monte das Mesas, arredores da aldeia de Rio de Moinhos, a alguns quilómetros da vila de Aljustrel, no seio de uma família de lavradores abastados. Foi meio-irmão de Inocêncio Camacho Rodrigues, o governador do Banco de Portugal aquando do escândalo causado pelas burlas de Alves dos Reis.

Depois de realizar estudos primários em Aljustrel, entre 1876 e 1880 frequentou o Liceu de Beja. Depois de concluído o curso liceal, partiu para Lisboa, onde frequentou os estudos preparatórios na Escola Politécnica, ficando à guarda de um seu tio residente em Lisboa.

Concluídos os estudos preparatórios, ingressou no curso de Medicina da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, concluindo o curso em 1884. Iniciou nesse ano funções no Torrão.

Em 1891 ingressou no Exército Português como cirurgião-ajudante. Foi colocado seguidamente nas unidades militares de Tancos e Torres Novas, iniciando uma carreira como médico militar que o levaria ao posto de coronel.

A sua entrada na vida política activa ocorreu aquando das eleições gerais de 1893, quando se candidatou a deputado pelo círculo eleitoral de Beja nas listas republicanas. Publicou no periódico Nove de Junho, de Beja, artigos questionando as instituições monárquicas e em consequência, após as eleições, foi alvo de processo disciplinar, suspenso por um ano e transferido para a 2.ª Divisão Militar, em Viseu. Pouco depois foi colocado nos Açores como penalização pela sua adesão ao ideário republicano, aí permanecendo durante um ano.

Em 1894 regressou dos Açores, ficando colocado em Viseu, na sede da 2.ª Divisão Militar. Inicia então a colaboração regular na imprensa e um percurso como publicista que o tornaria numa das figuras mais notáveis do campo republicano durante os últimos anos da Monarquia Constitucional portuguesa. Logo em Abril de 1894 fundou, com Ricardo Pais Gomes e Ribeiro de Sousa, o periódico O Intransigente, um jornal de crítica política e propaganda republicana que manteve em publicação até Junho de 1895.

Nos anos de 1896 e 1897 dedica-se à publicação e à colaboração com periódicos republicanos e desenvolve em Évora intensa acção política, realizando conferências e inúmeros comícios.

Em 1902 apresentou uma tese de doutoramento em Medicina na Universidade de Paris, mas nesse mesmo ano abandonou definitivamente a sua prática como médico militar e dedicou-se em exclusivo ao jornalismo e à política. Promoveu então uma conferência intitulada A Coroa substituída pelo chapéu de côco, criticando violentamente as instituições monárquicas.

Apesar de desligado da prática da Medicina, no ano de 1904 concorreu a um lugar de professor da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa.

Funda com alguns correlegionários o periódico republicano A Lucta, que iniciou publicação no dia 1 de Janeiro de 1906. Aquele jornal converteu-se rapidamente no mais influente periódico republicano, vindo depois a transformar-se no órgão oficioso do Partido Unionista.

Nas eleições gerais realizadas após o Regicídio foi eleito deputado pela oposição republicana, transformando-se, no Parlamento e na imprensa no principal paladino do derrube da monarquia e num dos líderes do movimento de opinião pública que criou as condições para a implantação da República Portuguesa a 5 de Outubro de 1910.

Na preparação das revolução, Brito Camacho exerceu um importante papel de ligação entre os republicanos e os militares, dada a sua ligação ao Exército. Em resultado da sua acção política e ligação profunda ao movimento republicano, foi um dos mediadores na formação do governo provisório que se seguiu à implantação da República.

Logo a 23 de Novembro de 1910 foi nomeado Ministro do Fomento do Governo Provisório da República Portuguesa. Nestas funções leva a cabo importantes reformas, entre as quais a divisão do Instituto Industrial e Comercial de Lisboa para dar origem ao Instituto Superior Técnico e ao Instituto Superior de Comércio.

Para a instalação do Instituto Superior Técnico convidou o professor Alfredo Bensaúde, o qual estruturou os primeiros cursos de Engenharia leccionados naquela instituição, ainda hoje considerados como as especialidades básicas da engenharia portuguesa: Minas, Civil, Mecânica, Electrotecnia e Química Industrial. Para todas estas especialidades, os estudos iniciavam-se com uma estrutura de carácter geral de dois anos de duração, que era complementada com três anos de estudos da especialidade.

Em Dezembro de 1910 esteve na origem da ACAP e da fundação Associação de Classe Industrial de Veículos e Artes Correlativas.

Foi um dos membros do governo, que em conjunto com Joaquim Teófilo Braga, António José de Almeida, Afonso Costa, José Relvas, António Xavier Correia Barreto, Amaro de Azevedo Gomes e Bernardino Machado, subscreveu a Lei da Separação da Igreja do Estado de 20 de Abril de 1911.

Em Setembro de 1911, após as primeiras eleições republicanas, volta a integrar o Governo.

Em 1912 Brito Camacho reassumiu o cargo de director de A Lucta e foi um dos protagonistas da cisão do Partido Republicano Português. Liderou a facção mais à direita do partido que se autonomizou como Partido da União Republicana. O jornal A Luta passou então a ser o órgão oficioso do novo partido.

Passou então a desenvolver uma intensa acção jornalística e política contra a hegemonia política do Partido Democrático, assumindo-se como o principal opositor dos sucessivos governos formados por aquele partido.

Em 1818, após a eleição de António José de Almeida para o cargo de Presidente da República, dá-se a fusão do Partido Unionista com o Partido Evolucionista, levando à criação do Partido Liberal Republicano. Em consequência, Brito Camacho inicia um processo de afastamento da actividade política, abandonando os cargos de liderança partidária. Esse afastamento leva a que em 1920 recuse o convite para formar um governo apoiado pelo Partido Liberal Republicano.

Entre de Março de 1921 e Setembro de 1923 exerceu as funções de Alto Comissário da República em Moçambique, embora apenas tenha permenecido em Lourenço Marques até 1922.

Em 1925, ainda nas funções de deputado, manifestou aos seus eleitores a vontade de abandonar a vida política activa. Passou então a promover a defesa dos ideais democráticos conferências da estabilidade política da República.

Em consequência da Revolução de 28 de Maio de 1926 foi obrigado a abandonar a actividade política, retirando-se para a vida privada.

Faleceu em Lisboa no dia 19 de Setembro de 1934.

Manuel de Brito Camacho é autor de mais de trinta volumes publicados, entre os quais assumem particular interesse as narrativas e os quadros descritivos da sua terra natal e do Baixo Alentejo rural. Foi tão forte a presença da ruralidade alentejana nos seus escritos que Aquilino Ribeiro deu o título de Brito Camacho nas Letras e no Seu Monte ao estudo que fez da vida e obra de Brito Camacho.

A 29 de Outubro de 1987, aquando da visita oficial do então Presidente da República Mário Soares, foi colocada uma lápide comemorativa na casa de Aljustrel onde viveu. Em 1999 foi atribuído o nome de Brito Camacho à Escola Básica de Aljustrel, de que é patrono.

Cronologia

Obra publicada

Para além de uma vultuosa obra jornalísitica e de comentário político, dispersa por numerosos periódicos, Brito Camacho é autor das seguintes obras:

  • Impressões de Viagem (1902)
  • Contos e sátiras (Guimarães & C.ª, 1920)
  • A caminho d'Africa (Guimarães & C.ª, 1923)
  • Os amores de Latino Coelho (Guimarães & C.ª, 1923)
  • Quadros alemtejanos (Guimarães & C.ª, 1925)
  • Moçambique, Problemas Coloniais (1926)
  • Jornadas (Guimarães & C.ª, 1927)
  • D. Carlos, intimo(Guimarães & C.ª, 1927)
  • Gente rústica (Guimarães & C.ª, 1927)
  • Gente Vária (1928)
  • Cenas da Vida (1929)
  • De bom humor (Guimarães, 1930)
  • Gente bóer (Guimarães, 1930)
  • Por cerros e vales (Guimarães & C.ª, 1931)
  • A Linda Emília (1932)
  • Matéria vaga (Guimarães & C.ª, 1934)
  • Política Colonial (1936)
  • Rescaldo da guerra (Guimarães, 1936)
  • Questões nacionais (Guimarães, 1937)
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