15/02/2010

JOSÉ ANTÓNIO SARAIVA


O PROCESSO chamado 'Face Oculta'

O PROCESSO chamado 'Face Oculta' tem as suas raízes longínquas num fenómeno que podemos designar por 'deslumbramento'.

Muitos dos envolvidos no caso, a começar por Armando Vara, são pessoas nascidas na Província que vieram para Lisboa, ascenderam a cargos políticos de relevo e se deslumbraram.

Deslumbraram-se, para começar, com o poder em si próprio. Com o facto de mandarem, com os cargos que podiam distribuir pelos amigos, com a subserviência de muitos subordinados, com as mordomias, com os carros pretos de luxo, com os chauffeurs, com os salões, com os novos conhecimentos
Deslumbraram-se, depois, com a cidade. Com a dimensão da cidade, com o luxo da cidade, com as luzes da cidade, com os divertimentos da cidade, com as mulheres da cidade.

ORA, para homens que até aí tinham vivido sempre na Província, que até aí tinham uma existência obscura,limitada, ligados às estruturas partidárias locais, este salto simultâneo para o poder político e para a cidade representou um cocktail explosivo.

As suas vidas mudaram por completo.

Para eles, tudo era novo - tudo era deslumbrante
Era verdadeiramente um conto de fadas - só que aqui o príncipe encantado não era um jovem vestido de cetim mas o poder e aquilo que ele proporcionava.
Não é difícil perceber que quem viveu esse sonho se tenha deixado perturbar.
CURIOSAMENTE, várias pessoas ligadas a este processo 'Face Oculta' (e também ao 'caso Freeport') entraram na política pela mão de António Guterres, integrando os seus Governos.
Armando Vara começou por ser secretário de Estado da Administração Interna, José Sócrates foi secretário de Estado do Ambiente, José Penedos foi secretário de Estado da Defesa e da Energia, Rui Gonçalves foi secretário de Estado do Ambiente.

Todos eles tiveram um percurso idêntico.
E alguns, como Vara e Sócrates, pareciam irmãos siameses: Naturais de Trás-os-Montes, vieram para o poder em Lisboa, inscreveram-se na universidade, licenciaram-se, frequentaram mestrados.

Sentindo-se talvez estranhos na capital, procuraram o reconhecimento da instituição universitária como uma forma de afirmação pessoal e de legitimação do estatuto.

A QUESTÃO que agora se põe é a seguinte: por que razão estas pessoas apareceram todas na política ao mais alto nível pela mão de António Guterres?
A explicação pode estar na mudança de agulha que Guterres levou a cabo no Partido Socialista.
Guterres queria um PS menos ideológico, um PS mais pragmático, mais terra-a-terra.
Ora estes homens tinham essas qualidades: eram despachados, pragmáticos, activos, desenrascados.
E isso proporcionou-lhes uma ascensão constante nos meandros do poder.
Só que, a par dessas inegáveis qualidades, tinham também defeitos.
Alguns eram atrevidos em excesso.
E esse atrevimento foi potenciado pelo tal deslumbramento da cidade e pela ascensão meteórica.
QUANDO o PS perdeu o poder, estes homens ficaram momentaneamente desocupados.
Mas, quando o recuperaram, quiseram ocupá-lo a sério.

Montaram uma rede para tomar o Estado.
José Sócrates ficou no topo, como primeiro-ministro, Armando Vara tornou-se o homem forte do banco do Estado - a CGD -, com ligação directa ao primeiro-ministro, José Penedos tornou-se presidente da Rede Eléctrica Nacional, etc.
Ou seja, alguns secretários de Estado do tempo de Guterres, aqueles homens vindos da Província e deslumbrados com Lisboa, eram agora senhores do país.
MAS, para isso ser efectivo, perceberam que havia uma questão decisiva: o controlo da comunicação social.
Obstinaram-se, assim, nessa cruzada.
A RTP não constituía preocupação, pois sendo dependente do Governo nunca se portaria muito mal.
Os privados acabaram por ser as primeiras vítimas.
O Diário Económico, que estava fora de controlo e era consumido pelas elites, mudou de mãos e foi domesticado.
O SOL foi objecto de chantagem e de uma tentativa de estrangulamento através do BCP (liderado em boa parte por Armando Vara).

A TVI, depois de uma tentativa falhada de compra por parte da PT, foi objecto de uma 'OPA', que determinou a saída de José Eduardo Moniz e o afastamento dos ecrãs de Manuela Moura Guedes.
O director do Público foi atacado em público por Sócrates - e, apesar da tão propalada independência do patrão Belmiro de Azevedo, acabou por ser substituído.
A Controlinvest, de Joaquim Oliveira (que detém o JN, o DN, o 24 Horas, a TSF) está financeiramente dependente do BCP, que por sua vez depende do Governo.
SUCEDE que, na sua ascensão política, social e económica, no seu deslumbramento, algumas destas pessoas de quem temos vindo a falar foram deixando rabos de palha.
É quase inevitável que assim aconteça.
O caso da Universidade Independente, o Freeport, agora o 'Face Oculta', são exemplos disso - e exemplos importantes da rede de interesses que foi sendo montada para preservar o poder, obter financiamentos partidários e promover a ascensão social e o enriquecimento de alguns dos seus membros.
É isso que agora a Justiça está a tentar desmontar: essa rede de interesses criada por esse grupo em que se incluem vários "boys" de Guterres.

Consegui-lo-á?
Não deixa de ser triste, entretanto, ver como está a acabar esta história para alguns senhores que um dia se deslumbraram com a grande cidade.

Esta é a forma mais eloquente de definir um parolo provinciano com tiques de malandro ,,,mas sempre de mão estendida, pior que os arrumadores que uma vez na vida se revelam minimamente úteis independentemente do ar miserável como se apresentam e se comportam quando não se lhes dá a famigerada moedinha.

in "SOL"

18 - SENSIBILIDADES

MARCELO REBELO DE SOUSA - é difícil manter um mentiroso como primeiro-ministro. (RTP1).

PAULA TEIXEIRA DA CRUZ - Houve um recuo (de tolerância nos costumes) com esta liderança (do PSD) com um discurso muito conservador. (VISÃO)

BELMIRO DE AZEVEDO - Cavaco é um ditador. Mandou quatro amigos meus, dos melhores ministros, para a rua, assim de mão directa.(VISÃO)

ISABEL ALÇADA - Neste momento os professores têm uma carga burocrática elevada, o que cria um certo desânimo. (VISÃO)

PAULO RANGEL - Demissão de gestores da PT dava um sinal de credibilidade. (CORREIO DA MANHÃ)

PEDRO PASSOS COELHO - Não peço licença ao senhor Alberto João Jardim para dizer o que penso. (CORREIO DA MANHÃ).

HENRIQUE GRANADEIRO - Senti-me encornado após ter lido as transcrições reveladas pelo jornal SOL. (DIÁRIO DE NOTÍCIAS)

UM CHOQUE DE INDIGNAÇÃO.



só se aplica ao Brasil, a Portugal não????????
enviado por D.A.M.

A LENDA DO Fiat 127...

INACREDITÁVEL

Certo dia, estava eu na estrada com o meu FIAT 127, e como era de
esperar, a lata velha avariou.
Então, encostei a relíquia na berma e fiquei à espera que passasse alguém.
Apareceu um Porsche Boxter bi-turbo, a 170km/h.
Nisso, o tipo do Porsche faz marcha-atrás e volta até ao FIAT.
Ele oferece-se para rebocar a porcaria do FIAT e eu aceitei a ajuda, mas
pedi para não acelerar muito senão a lata velha desmontava-se (óbvio).
E combinei que piscaria o farol sempre que o Porsche estivesse a acelerar
demais.
Então, o Porsche começou a rebocar o carro e sempre que passava dos
60km/h, eu fazia sinal com o farol (no singular) porque, para variar, um
deles tinha um curto-circuito e não funcionava.
E o tipo do Porsche ia puxando a 'batedeira' a 60 km/h no máximo, morrendo
de tédio...
Então aparece um Mitsubishi 3000 GT, que "pica" o Porsche e este não não
vai de modas e arranca! 120, 130, 150, 190, 210, 240 Km/h...
Eu já estava desesperado, a piscar o farol que nem um louco, e os dois
alinhados...
Os tipos passam por uma patrulha da polícia, mas nem vêem o radar, que
regista uns impressionantes 240 km/h! Daí, o polícia avisa pelo rádio a
próxima patrulha:
'Atenção, um Porsche vermelho e um Mitsubishi preto a disputar uma corrida
a mais de 240 km/h na estrada, e ...juro pela minha santa mãezinha... um
FIAT 127 colado à traseira deles a dar sinal de luz para
ultrapassar!


enviado por D.A.M