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Regras são só para alguns... polícia "escapa" ilesa

por Pedro Faria, Publicado em 07 de Dezembro de 2009

in" JORNAL i"

O exemplo que não vem de cima
O exemplo que não vem de cima: a imagem foi captada a












O exemplo vem de cima:a imagem foi captada ao fim da tarde do
passado sábado, na Praça Camões, em pleno centro da cidade de Lisboa.
Enquanto nos passeios milhares de pessoas se passeavam entre lojas e
esplanadas, uma carrinha da PSP que patrulhava o local estacionou no
único lugar de deficientes existente. E por ali ficou.

LUÍS RIBEIRO


Doze perguntas e respostas para perceber Copenhaga


Começa esta segunda-feira a 15.ª Conferência das Partes, uma cimeira mundial que mostrará até onde o mundo está preparado para ir no combate às alterações climáticas. A maioria dos líderes dos países mais poderosos estará presente, mas será que isso chega para garantir um sucessor do Protocolo de Quioto? Leia o nosso guia para compreender Copenhaga - o que está em jogo, o papel dos principais peões e as consequências de um possível fracasso

1. O que está em causa em Copenhaga e o que faz desta uma conferência especial?

A cimeira pretende ser uma espécie de Protocolo de Quioto, Parte II: em 1997, foi assinado, no Japão, um acordo entre os países mais desenvolvidos - com a notável excepção dos EUA - para limitar a emissão de gases com efeito de estufa, entre 2008 e 2012 (uma descida de 5,2% em relação aos valores de 1990). Este ano, deveria sair da Dinamarca um documento para controlar as emissões a partir de 2013 e ainda uma série de medidas de adaptação às alterações climáticas. Esta 15.ª Conferência das Partes, no âmbito das Nações Unidas, é a mais importante desde Quioto, a 3.ª COP (sigla inglesa para Conferência das Partes), precisamente por ser apenas a segunda vez que o mundo tenta atingir um objectivo palpável: levar os Estados mais desenvolvidos a cumprir metas concretas, tentar trazer os menos desenvolvidos para o barco (propondo algumas limitações ao crescimento económico baseado nos combustíveis fósseis) e apresentar soluções de financiamento para todas as medidas em cima da mesa. As negociações da COP 15 serão efectuadas por 193 países, entre os dias 7 e 18 deste mês.

2. O que se pode considerar um sucesso completo?

Um acordo perfeito passaria (e o uso do condicional aqui não é inocente) pela aprovação de um documento juridicamente vinculativo, que efectivamente reduzisse a pegada de carbono dos países mais ricos. Do ponto de vista científico, o ideal seria conseguir-se uma redução entre 25% e 40% das emissões de CO2, até 2020. Não se conseguindo isso, já não era nada mau que 2020 fosse o ano em que as emissões atingissem o seu pico, iniciando-se aí a descida. Tudo para garantir que a temperatura média do planeta não suba mais de 2°C, relativamente aos valores pré-industriais - o valor máximo que, segundo a maior parte dos cientistas, a Terra conseguirá suportar, sem consequências catastróficas. Para isso, de acordo com os modelos climáticos, a concentração de CO2 na atmosfera não pode ultrapassar 450 ppm (partes por milhão), sendo que, hoje, o planeta se encontra sujeito a valores que rondam as 385 ppm e que crescem a uma velocidade de 2 ppm ao ano. De resto, é fundamental que gigantes como a China (o maior poluidor do mundo), a Índia, o Brasil e a Indonésia também se proponham limitar as suas emissões, investir na descarbonização da indústria e travar a desflorestação.

3. E um fracasso?

Sair-se de Copenhaga sem metas concretas de redução de gases com efeito de estufa era considerado, há alguns meses, um fracasso absoluto. Neste momento, já há quem se contente com um documento de boa vontade, que aponte na direcção certa. Mas essa é uma discussão puramente política. No que diz respeito aos factos, 2°C é mesmo o ponto de não retorno. Faça-se o que se fizer, com mais ou menos justificações, o resultado final só pode ser um: um acordo que vincule os países ricos a reduzir as emissões globais de forma significativa e os pobres a limitar o crescimento das suas. Menos do que isso não chega. Adiar a decisão para a próxima COP, no México (um cenário que muitos dão como provável), perdendo-se um ano, é um luxo a que o planeta não se pode dar. Por outro lado, os países mais desenvolvidos também não podem abandonar a Dinamarca sem um projecto sério e consistente de apoio ao Terceiro Mundo, que vai sofrer incomparavelmente mais com os efeitos das alterações climáticas. Amostras dos efeitos na população pobre dos fenómenos extremos são vistos todos os dias nas notícias, sempre que há cheias no Bangladesh, tufões nas Filipinas ou secas em África. Como será no futuro, quando estas anomalias forem muitíssimo mais frequentes e intensas?

4. As perspectivas são optimistas ou pessimistas?

Sob o chapéu - ou desculpa - da crise económica, o balão foi-se esvaziando nos últimos tempos. Ainda em meados de Novembro, altos responsáveis da Comissão Europeia admitiam, informalmente, que não acreditavam num acordo vinculativo, devido aos sinais pouco animadores vindos dos Estados Unidos e da China (que, juntos, emitem, anualmente, mais de 40% do total de gases com efeito de estufa). Entretanto, nas últimas semanas, as esperanças voltaram a crescer, com propostas relativamente entusiasmantes vindas de vários países - incluindo aqueles dois, mas também, por exemplo, do Brasil, que se propõe baixar as suas emissões entre 36,1% e 38,9%, além de ter apresentado um plano para reduzir a desflorestação da Amazónia (a floresta com maior capacidade de sugar CO2 da atmosfera). Fica só uma dúvida: será que baixar as expectativas faz parte de um plano cínico para que qualquer migalha que saia de Copenhaga pareça um êxito? Mesmo que a resposta seja afirmativa, há uma boa razão para o mundo estar optimista: a aposta nas tecnologias amigas do Ambiente e nas energias renováveis tem sido apontada por muitos analistas como uma das soluções, e não um entrave, para relançar a economia em 2010 e criar empregos no futuro - 20 milhões até 2030, segundo a Organização Internacional do Trabalho.

5. Se for atingido um acordo, o problema do aquecimento global fica resolvido?

De maneira nenhuma. A prova disso é que, do plano de discussões para Copenhaga, uma grande parte diz respeito a projectos de adaptação e apoio aos prejuízos, além das formas de financiar o combate aos efeitos das alterações climáticas nos países subdesenvolvidos. De facto, todos os esforços que estão a ser feitos servem para desacelerar o aquecimento do planeta e manter os seus efeitos colaterais no mínimo possível - não para travar completamente o fenómeno. O IPCC (sigla inglesa para Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, o organismo científico global que estuda o tema) prevê que a temperatura pode aumentar até 6,4°C, durante este século, mantendo-se a evolução prevista dos níveis de emissão de gases com efeito de estufa. Mas mesmo que, por milagre, fosse hoje exalado o último grama de CO2, a temperatura continuaria a subir, devido à longa vida das partículas do gás na atmosfera e ao efeito termorregulador dos oceanos (que influencia o clima e, ainda por cima, tem uma reacção muito lenta às alterações climáticas). Para se ter uma noção mais exacta: quando a temperatura do ar parar de subir, o nível médio dos mares continuará a elevar-se, durante mais ou menos cem anos, por causa da dilatação térmica provocada pelo aumento da temperatura das águas.

6. Quais são as consequências de não haver um acordo para fortes cortes, nas emissões de gases com efeito de estufa?

Se a temperatura média aumentar mais de 2°C, começará a rolar uma bola de neve imparável. Os glaciares, primeiro, e os lençóis de gelo da Gronelândia, depois, derretem inexoravelmente. Um processo que, uma vez iniciado, não mais poderá ser contrariado. Sabendo-se que, na Gronelândia, há gelo suficiente para aumentar o nível do mar em sete metros, e que a maior parte da população do globo vive perto do litoral, imagina-se os efeitos dramáticos no nosso modo de vida. Cidades inteiras teriam de ser deslocadas, países ficariam debaixo de água, guerras seriam provocadas por questões de território e milhões de pessoas ficariam sem água potável - pelo desaparecimento dos reservatórios de água que são hoje os glaciares e pela invasão de água salgada nos rios e aquíferos junto à costa. As consequências na economia seriam também devastadoras. Nicholas Stern, um economista contratado pelo governo britânico para estudar os efeitos do aquecimento, calculou que as alterações climáticas custarão no futuro, ao ano, 20% do PIB mundial. E combatê-las antes que seja tarde de mais ficará apenas por 1% do PIB.

7. Qual a posição da União Europeia e de Portugal?

A UE ocupou, desde o início, um lugar de liderança no combate contra as alterações climáticas. Em Dezembro do ano passado, a Comissão Europeia aprovou um plano de corte de 20% das emissões de CO2 (em relação a 1990) até 2020, unilateralmente - valor que crescerá para 30%, caso seja assinado um acordo global de redução; o compromisso inclui também uma fatia de 20% de energia produzida a partir de fontes renováveis e outra de 10% de biocombustíveis nos transportes. Portugal rapidamente tentou mostrar serviço e prometeu subir a fasquia de corte de emissões para 30% (responsáveis da Comissão, no entanto, dizem que o nosso país está muito mal encaminhado para atingir esse objectivo). A nossa aposta nas energias renováveis, apesar de reconhecida pelo resto da Europa, também não está a resultar tão bem como devia: a volatilidade das fontes (água, vento e sol) fez com que, este ano, Portugal tenha emitido mais CO2 na produção de electricidade do que no mesmo período de 2008, apesar de o consumo de energia ter baixado. Voltando às boas notícias, a UE tem cerca de um terço do mercado mundial de renováveis. E 1,4 milhões dos 2,3 milhões de pessoas empregadas neste sector são cidadãos comunitários.

8. Até que ponto estão os EUA e a China preparados para ceder?

É difícil fazer prognósticos a este nível de negociação política, mas o ponto de partida podia ser pior. Num gesto de boa vontade, a China pôs em cima da mesa uma redução entre 40% e 45% da sua intensidade de carbono, comparativamente a 2005. Ou seja, os chineses prometem emitir quase metade do CO2 por unidade de PIB. Do ponto de vista dos resultados líquidos, não é fabuloso, atendendo ao facto de o PIB da China crescer quase 10% ao ano (levando a um crescimento anual de emissões de 4% a 4,5 por cento). Mas é um sinal de que Hu Jintao está disposto a fazer a sua parte e não apenas a obrigar o Ocidente a pagar a factura, como acontecia até aqui. Já Obama esgrimiu, na semana passada, um decréscimo de 17% das emissões no seu país, até 2020, também relativamente a 2005. O Presidente dos EUA (que irá à cimeira de Copenhaga, num gesto que tenta mostrar o empenho americano no combate às alterações climáticas) não terá, contudo, grande margem de manobra para negociar acima desse valor, uma vez que o corte de emissões foi votado pelo Senado. Talvez, em alternativa, saque da cartola investimentos em energias limpas e ajudas financeiras ao Terceiro Mundo.

9. Há penalizações para quem não cumprir os acordos?

No papel, quem não cumprir o Protocolo de Quioto (nem que seja recorrendo à compra de créditos de emissão, ferramenta que Portugal está condenado a usar, dada a sua má situação) terá de pagar multas astronómicas. Na prática, como obrigar um Estado soberano a tal coisa? Declara-se guerra ao Canadá por este país ter ratificado Quioto e agora emitir quase 30% acima do prometido? Na realidade, as sanções para este tipo de incumprimentos acabarão por ser sempre a nível da pressão diplomática e da imagem do país. É por isso que a diferença entre um acordo ser juridicamente ou politicamente vinculativo se fica mais pela força psicológica da expressão do que pelas consequências concretas. Mas claro que é melhor para todos que de Copenhaga saia qualquer coisa com força de lei e não apenas um chorrilho de intenções.

Escrito em 07/12/09

(enviado especial da VISÂO)

D. MARIA I


D. Maria I
Monarca de Portugal
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D. Maria I, Rainha reinante de Portugal

Ordem: 27.º Monarca de Portugal
Cognome(s): A Piedosa, A Louca (no Brasil)
Início do Reinado: 24 de Março de 1777
Término do Reinado: 20 de Março de 1816
Aclamação: 13 de maio de 1777
Predecessor(a): D. José I
Sucessor(a): D. João VI
Pai: D. José I
Mãe: D. Mariana Vitória de Bourbon
Data de Nascimento: 17 de Dezembro de 1734
Local de Nascimento: Lisboa, Portugal
Data de Falecimento: 20 de Março de 1816
Local de Falecimento: Rio de Janeiro, Brasil
Local de Enterro: Primeiramente na Igreja São Francisco de Paula, Rio de Janeiro, Brasil, e depois transladada para a Basílica do Sagrado Coração de Jesus da Estrela, Lisboa
Consorte(s): D.Pedro III, Infante de Portugal
Príncipe Herdeiro: D. José, Príncipe do Brasil (filho)

D. João, Príncipe do Brasil (filho)

Dinastia: Bragança

D. Maria I de Portugal (nome completo: Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana; Lisboa, 17 de Dezembro de 1734Rio de Janeiro, 20 de Março de 1816) foi rainha de Portugal de 24 de Março de 1777 a 20 de Março de 1816. Jaz na Basílica da Estrela, em Lisboa, para onde foi transladada. Foi Rainha de Portugal entre 1777 e 1816, sucedendo ao seu pai, o rei José I. D. Maria foi ainda Princesa do Brasil, Princesa da Beira e Duquesa de Bragança.

Ficou conhecida pelos cognomes de A Piedosa ou a A Pia, devido à sua extrema devoção religiosa - demonstrada, por exemplo, quando mandou construir a Basílica da Estrela em Lisboa - e finalmente, como Dona Maria, a Louca (assim chamada no Brasil), devido à doença mental manifestada com veemência nos últimos 24 anos de vida, depois da morte do seu filho primogênito, que ela havia se recusado a vacinar contra a varíola, por motivos religiosos.


Casamento

A continuidade dinástica da casa de Bragança ficou assegurada com o seu casamento com o tio Pedro de Bragança. O casamento foi realizado no Palácio de Nossa Senhora da Ajuda, em Lisboa, a 6 de julho de 1760. Ele subiu ao trono como Pedro III, sendo feito 19.º Duque de Bragança, 16º Duque de Guimarães e 14.º Duque de Barcelos, 12.º Marquês de Vila Viçosa, 20º conde de Barcelos, 16.º conde de Guimarães, de Ourém, de Faria, e de Neiva, 22.º conde de Arraiolos. Tiveram quatro filhos e três filhas.

Reinado

D. Maria I foi a primeira rainha reinante em Portugal. Seu primeiro acto como rainha, iniciando um período que ficou conhecido como a Viradeira, foi a demissão e exílio da corte do Marquês de Pombal, a quem nunca perdoara a forma brutal como tratou a família Távora durante o Processo dos Távoras. Rainha amante da paz, dedicada a obras sociais, concedeu asilo a numerosos aristocratas franceses fugidos ao Terror da Revolução Francesa (1789). Era no entanto dada a melancolia e fervor religioso e de natureza tão impressionável que quando ladrões entraram em uma igreja e espalharam hóstias pelo chão, decretou nove dias de luto, adiou os negócios públicos e acompanhou a pé, com uma vela, a procissão de penitência que percorreu Lisboa.

O seu reinado foi de grande actividade legislativa, comercial e diplomática, na qual se pode destacar o tratado de comércio que assinou com a Rússia em 1789. Desenvolveu a cultura e as ciências, com o envio de missões científicas a Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique, e a fundação de várias instituições, entre elas a Academia Real das Ciências de Lisboa e a Real Biblioteca Pública da Corte. No âmbito da assistência, fundou a Casa Pia de Lisboa.

A 5 de janeiro de 1785 promulgou um alvará impondo pesadas à actividade industrial no Brasil.

Regência do filho

Mentalmente instável, desde 10 de fevereiro de 1792 foi obrigada a aceitar que o filho tomasse conta dos assuntos de Estado. Obcecada com as penas eternas que o pai estaria sofrendo no inferno, por ter permitido a Pombal perseguir os jesuítas, o via como "um monte de carvão calcinado".

Para tratá-la veio de Londres o dr. Willis, psiquiatra e médico real de Jorge III, enlouquecido em 1788, mas de nada adiantaram seus "remédios evacuantes".

Em 1799, sua instabilidade mental se agravou com os lutos pelo seu marido D. Pedro III (1786) e seu filho, o príncipe herdeiro José, Duque de Bragança, Príncipe da Beira, Príncipe do Brasil, morto aos 26 anos (1788), a marcha da Revolução Francesa, e execução do Rei Luís XVI de França na guilhotina e o filho e herdeiro João assumiu a regência : D. João VI de Portugal.

Dona Maria I e Dom Pedro III

Fuga para o Brasil

A Família Real Portuguesa foge para o Brasil, fruto do receio de ser deposta, à semelhança do que ocorrera nos países recentemente invadidos pelas tropas francesas: Napoleão acumula o título de rei de Itália, dando o título de rei de Nápoles ao seu irmão Joseph Bonaparte; nos Países Baixos a coroa é dada a seu irmão Luís Bonaparte (Luís I da Holanda). Em 1801, o primeiro-ministro de Espanha, Manuel Godoy apoiado por Napoleão invadiu Portugal por breves meses e, no subsequente Tratado de Badajoz, Olivença passou para a coroa de Espanha. Portugal continuou a fazer frente a França e, ao recusar-se a cumprir o Bloqueio naval às Ilhas Britânicas, foi invadido pela coligação franco-espanhola liderada pelo Marechal Junot. A família real foge para o Brasil a 13 de Novembro de 1807 deixando Portugal a mercê do invasor. Junot invade Lisboa sendo nomeado governador de Portugal. A 1 de Agosto de 1808, o Duque de Wellington desembarcou em Portugal e iniciou-se a Guerra Peninsular. Entre 1809 e 1810, o exército luso-britânico lutou contra as forças invasoras de Napoleão, nomeadamente na batalha das Linhas de Torres. Quando Napoleão foi derrotado em 1815, Maria e a família real encontravam-se ainda no Brasil. Segundo consta, a rainha teve de embarcar à força. Muito religiosa, acreditava que estava indo para o próprio Inferno. Dos membros da realeza, porém, foi a que se manteve mais calma, chegando a declarar: Não corram tanto, vão pensar que estamos a fugir.

Reino Unido


Proclamada Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves em 16 de dezembro de 1815.

Descendência

wikipédia

D. PEDRO III


D. Pedro III
Rei de Portugal
27- Rei D. Pedro III 5.jpg
D.Pedro III, marido da Rainha D.Maria I
Títulos Infante de Portugal
Nascimento 5 de Julho de 1717

Lisboa
Morte 25 de Maio de 1786

Queluz
Casa Real Bragança
Pai D. João V
Mãe D. Maria Ana de Áustria

D. Pedro III de Portugal (nome completo: Pedro Clemente Francisco José António de Bragança; 5 de Julho de 171725 de Maio de 1786), Infante de Portugal, Senhor do Infantado, Grão-Prior do Crato, Duque de Beja, posteriormente Príncipe consorte do Brasil e Rei de Portugal de jure uxoris, foi o quarto filho do rei D. João V e da rainha D. Maria Ana.

D. Pedro era assim irmão de D. José I. Em 6 de Junho de 1760 casou com a sobrinha e herdeira da coroa D. Maria Francisca. Com a subida da mulher ao trono em 1777 tornou-se rei consorte de Portugal sendo cognominado "O Capacidónio" pela maneira como referia-se a várias pessoas, ou "O Sacristão" pelo seu fervor religioso ou ainda "O Edificador" pela sua iniciativa de edificar o Palàcio de Queluz.

Pedro foi uma figura neutra da política e alheou-se sempre dos aspectos governativos.

Biografia

Filho favorito do rei D. João V, que o investiu na dignidade de Grão-Prior do Crato, e Senhor da Casa do Infantado (pertença dos segundos filhos dos reis de Portugal) e ainda Cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro de Espanha, o infante D. Pedro terá por uma vez ou outra hostilizado seu irmão, o príncipe D. José, herdeiro do trono. No reinado deste, chegou a receber ordem para se manter em Queluz (então Quinta do Infantado), retirado da corte. Deve-se a D. Pedro III a iniciativa da transformação, iniciada em 1747, da "Casa de Campo da Quinta do Infantado", em que trabalharam o arquitecto português Mateus Vicente de Oliveira e o arquitecto escultor francês Jean-Batiste Robillon.

Não está provado que D. Pedro III, enquanto Príncipe do Brasil, se tenha oposto abertamente àquilo que se convencionou chamar terror pombalino. Mas quando da sua ascensão ao trono juntamente com sua esposa e sobrinha D. Maria I, após a morte do monarca D. José I, seu irmão, D. Pedro mostrou-se receptivo aos queixumes dos inimigos do Marquês de Pombal e é conhecido o seu desejo de que a repressão contra o marquês e seus apoiantes fosse ainda mais longe. Charles Gravier, conde de Vergennes, diplomata e posteriormente ministro francês dos Negócios Estrangeiros, preocupado, escreve sobre as suas «idéias de perseguição»: "O ódio e a vingança parecem caracterizar os sentimentos do rei D. Pedro em relação ao Sr. Marquês de Pombal. Estamos longe de fazer apologia deste antigo ministro, mas julgo que ele não devia ser atacado por factos que se prendem directamente com a reputação do falecido Rei (D. José I). Se se decidir perseguir e atacar o Sr. Marquês de Pombal, há matéria de sobra no que respeita simplesmente a diversos aspectos da sua administração." pois, atacar o Marquês de Pombal, poderia implicar atingir a memória do falecido rei, seu irmão.

A Rainha Maria I e o rei D. Pedro III de Portugal

Era muito religioso, tal como D. Maria, e chegou a ser apelidado de "sacristão" pelo historiador liberal do século XIX Oliveira Martins, que assim o classifica: "... O rei (...) não se concebe homem mais feio, com cara de idiota, expressão feroz, cabeleira desalinhada, ar de bêbado, um sacristão." O último biógrafo da rainha, Caetano Beirão, ergue-se contra tal caricatura, afirmando que os reis eram decerto muito devotos mas a sua fé: "era viva, servida por uma inteligência esclarecida sem qualquer superstição".

Defendeu os Jesuítas, que haviam sido expulsos pelo Marquês de Pombal em 1759, declarando: "Não esquecerei nunca os bons ensinamentos e instruçôes que eles me deram." o que contribuiu para a restauração da Companhia de Jesus, conseguida prudentemente pela rainha junto da Santa Sé, e com cuidado para não se indispor com a Corte dos Borbóns de Espanha.



Vergennes escreveu ao embaixador de França em Lisboa sobre a "beatice" e a atitude política do rei que o inquietava: " Em nossa opinião, este príncipe comporta-se de forma muito pouco política em relação aos ex-jesuítas portugueses que acabam de ser postos em liberdade. Isso marca uma predilecção por essa ordem que só pode desagradar ao Rei Católico, nas boas graças do qual nos parece essencial que Portugal se mantenha. Mas (...) parece não ser fácil insinuar essa verdade ao rei D. Pedro."

Embora seja considerado pelos contemporâneos como uma figura politicamente neutra, possuía uma grande influência sobre sua sobrinha e esposa, que adorava e pela qual era adorado, e que acabava sempre por atender as suas petições, que alguns classificavam como sendo "na maioria das vezes deslocadas". Quando inquerido sobre esta ou aquela individualidade, emitia sempre a sua inalteravél opinião: "É capazeidóneo!" a verbalização, involuntariamente aglutinada, das qualidades "capaz" e "idóneo", o que valeu-lhe o impiedoso cognome de o Capacidónio.

Lançou em 24 de Outubro de 1779, a primeira pedra da Basílica da Estrela, mandada construir pela rainha D. Maria I em cumprimento de uma promessa feita, caso lhe fosse concedida descendência varonil.

D. Pedro III foi protector da alta fidalguia. Patrocinou, por isso, as petições dos herdeiros dos justiçados pelo célebre Processo dos Távoras, cuja reabilitação foi objecto de novos processos judiciais, em que os herdeiros também perderam a restituição dos bens.

Faleceu no palácio de Nossa Senhora da Ajuda, em Lisboa, a 25 de maio de 1786, com 69 anos de idade, nove de reinado conjunto com D. Maria I - sua morte, juntamente com outros fatos, teria contribuído para a loucura da rainha. Jaz no Panteão dos Braganças em São Vicente de Fora.

Descendência

Com Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana:

CASA PIA DE LISBOA

000A Casa Pia do Castelo 1780-1807000

No dia 3 de Julho de 1780, no reinado de D. Maria I, no contexto dos problemas sociais decorrentes do terramoto de 1755 que devastou a cidade de Lisboa, foi fundada a Casa Pia de Lisboa por iniciativa de Diogo Inácio de Pina Manique.


Provisoriamente instalada no Castelo de S. Jorge recebe crianças, órfãs e abandonadas, além de mendigos e prostitutas, em sectores diferenciados.

Pina Manique rodeia-se de colaboradores prestigiados, como José Anastácio da Cunha, poeta e matemático, antigo professor da Universidade de Coimbra, a quem nomeia regente de estudos e encarrega de elaborar o plano curricular e o regulamento interno da Casa Pia.

No Castelo de S. Jorge foram aplicados os mais modernos e audaciosos métodos pedagógicos que transformaram a Casa Pia numa escola precursora do ensino técnico-profissional, do ensino artístico e do ensino musical no nosso país.

Treze anos depois da sua fundação, em 1793, a Casa Pia de Lisboa, de humilde recolhimento de crianças órfãs e abandonadas, tinha-se transformado numa grande Instituição de Solidariedade Social, uma escola moderna, com mais de um milhar de alunos.

Em resultado das invasões francesas e da ocupação de Lisboa pelos exércitos napoleónicos, Junot instala no Castelo as suas tropas. As crianças da Casa Pia foram desalojadas e distribuídas por asilos, paróquias e conventos. Outras ficaram simplesmente na rua.

000A Casa Pia no Convento do Desterro 1811-1833000

A fase do Desterro foi um período triste na vida da Instituição, muito longe da época áurea do Castelo. No Desterro, os rendimentos eram escassos para tantas crianças. Não admira, por isso, que o currículo académico estivesse distante daquele que encontramos na primitiva “Universidade plebeia” do Castelo de São Jorge. Limitava-se às primeiras letras, Latim, Desenho e aprendizagem de ofícios (geralmente fora da Instituição). Os mais dotados continuavam a ser encaminhados para Aulas Públicas externas, embora em escasso número.

Após a restauração miguelista de 1828, com o clima de violência que se instalou, a Casa Pia viveu em permanente sobressalto. As condições de instabilidade social empurravam para a Instituição cada vez mais gente, e, com a guerra civil de 1832-34, o Desterro revelou-se absolutamente insuficiente.

000A Casa Pia no Liberalismo Monárquico 1834-1910000

A instalação da Casa Pia nos Jerónimos não esperou pela expropriação do Mosteiro, então habitado por pouco mais que meia dúzia de monges. O decreto de 28 de Dezembro de 1833, da Secretaria de Estado dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça, ordenava a transferência da Casa Pia para o Mosteiro dos Jerónimos.

Em Abril de 1834, D. Pedro IV visitou a Casa Pia. A 9 de Maio de 1835 foi promulgada uma ambiciosa reforma que procurava restaurar a Instituição, devolvendo-lhe o prestígio que tivera no tempo de Pina Manique.

A segunda metade do século XIX, na Casa Pia, ficou assinalada pelas provedorias de José Maria Eugénio de Almeida (1859-1872) e Francisco Simões Margiochi (1889-1897). É neste período que a Instituição alarga as suas instalações para os terrenos anexos ao Mosteiro dos Jerónimos, cuja cerca, bem maior do que o espaço que actualmente pertence à Instituição, incluía toda a encosta do Restelo. A primeira Escola Normal portuguesa, integrada na Casa Pia, começa a funcionar em 1878. Desenvolve-se o ensino artístico, musical, técnico-profissional e agrícola, nos quais a Casa Pia se mostraria pioneira. Esse pioneirismo revelou-se também na ginástica e na prática desportiva, que iriam dar excelentes frutos nas primeiras décadas do século seguinte.


000A Casa Pia na I República 1910-1926000

O último provedor da Monarquia foi Ramada Curto, cuja passagem pela Casa Pia não ficou particularmente assinalada. O mesmo não pode dizer-se, no entanto, do dirigente seguinte, António Aurélio da Costa Ferreira, médico de renome e pedagogo eminente, nomeado pelo seu amigo António José de Almeida para o novo cargo de director, que substituía o de provedor e absorvia as funções dos antigos directores pedagógico-administrativos.

Costa Ferreira foi pioneiro da psicologia do desenvolvimento e da psicologia escolar na Casa Pia, defendendo a prévia detecção das aptidões de cada aluno, numa antecipação daquilo que viria a ser a orientação vocacional e profissional. Recusava-se a aceitar uma Casa Pia que fosse “um internato monstro, meio convento e meia caserna” apostando também na integração precoce dos jovens alunos na vida activa.

As dificuldades resultantes da entrada de Portugal na Grande Guerra repercutiram-se, como seria de esperar, na Casa Pia: não só os jovens alunos do Curso de Sargentos (criado em 1903) foram mobilizados, como as carências alimentares e de vestuário afectaram significativamente as crianças. E o pós-guerra não foi melhor. Apenas nos meados da década de 20 as circunstâncias nacionais e internacionais permitiram melhorar as condições de vida na Instituição.

Os alunos educados na Casa Pia nas primeiras décadas do século XX, prosseguiram no caminho da formação integral que sempre foi apanágio casapiano. São estes jovens (entre os quais encontramos Cândido de Oliveira, Ricardo Ornelas e Ribeiro dos Reis) que se tornam pioneiros, entre nós, de novos desportos como o futebol e o basquetebol, e entusiásticos praticantes de outros desportos mais antigos, como o atletismo, a esgrima e a natação. E fundaram, para si e para os seus companheiros saídos da Casa Pia, um clube onde todos pudessem entregar-se livremente a essa verdadeira paixão pelo desporto - o Casa Pia Atlético Clube (1920).

000A Casa Pia no Estado Novo 1933-1974000

Em 1935, o Estado Novo dá início a uma profunda reforma da Assistência, encarregando o respectivo Director-Geral, Braga Paixão, de a preparar e executar. Esta reforma haveria de mudar radicalmente a Instituição Casapiana.

São concentrados na Casa Pia de Lisboa todos os estabelecimentos de educação e assistência social dependentes da Direcção-Geral de Assistência: cada uma dessas instituições passaria a ser considerada secção da Casa Pia de Lisboa. Em 1940, o próprio Dr. Braga Paixão assumiu as funções de Provedor.

A reforma Braga Paixão (concluída no final de 1942) integrava os seguintes institutos na Casa Pia de Lisboa: Asilo D. Maria Pia, Asilo Nuno Álvares, Instituto de Surdos-Mudos Jacob Rodrigues Pereira, Asilo de Nossa Senhora da Conceição, Asilo de Santa Clara, Asilo 28 de Maio. A “antiga Casa Pia” passava a ser a “Secção de Pina Manique”.

Nas décadas finais do Estado Novo (50 e 60), a Casa Pia de Lisboa reforçou esta tendência autoritária, centralista e nacionalista e a Instituição atravessou um período cinzento, sem chama, com as crianças e jovens sofrendo algumas privações.

Do ponto de vista pedagógico, todavia, a qualidade do ensino, particularmente do ensino técnico-profissional, manteve-se, o que permitiu conservar muito do prestígio herdado da "antiga Casa Pia".

excerto do historial da fundação retirado do site da "CASA PIA DE LISBOA"

PALÁCIO DE QUELUZ


A Fachada de Cerimónia do Palácio de Queluz, edifício de traços neoclássicos com fonte rococó em primeiro plano

O Palácio Real de Queluz (também chamado de Palácio Nacional) é um palácio do século XVIII localizado na cidade de Queluz no concelho de Sintra, distrito de Lisboa. Um dos últimos grandes edifícios em estilo rococó erguidos na Europa, o palácio foi construído como um recanto de verão para D. Pedro de Bragança, que viria a ser mais tarde marido e rei consorte de sua sobrinha, a rainha D. Maria I de Portugal.

Serviu como um discreto lugar de encarceramento para a rainha Maria I enquanto sua loucura continuou a piorar após a morte de D. Pedro em 1786. Após o incêndio que atingiu o Palácio da Ajuda em 1794, o Palácio de Queluz tornou-se a residência oficial do príncipe regente português, o futuro D. João VI, e de sua família. Permaneceu assim até a fuga da família real para o Brasil em 1807, devido à invasão francesa em Portugal.

A construção do Palácio iniciou-se em 1747, tendo como arquiteto Mateus Vicente de Oliveira. Apesar de ser muito menor, é chamado frequentemente de "o Versalhes português". A partir de 1826, o palácio lentamente deixou de ser o predileto pelos soberanos portugueses. Em 1908, tornou-se propriedade do Estado. Após um grave incêndio em 1934, o qual destruiu o seu interior, o Palácio foi extensivamente restaurado e, hoje, está aberto ao público como um ponto turístico.

Uma das alas do Palácio de Queluz, o Pavilhão de Dona Maria, construído entre 1785 e 1792 pelo arquiteto Manuel Caetano de Sousa, é hoje um quarto de hóspedes exclusivo para chefes de Estado estrangeiros em visita a Portugal.

Foi classificado como Monumento Nacional em 1910.


Arquitetura e história

Interior Palácio Real de Queluz
Quarto do Rei, interior do Palácio Real de Queluz
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Deve-se a D. Pedro III a iniciativa da construção, do século XVII, em que trabalharam os arquitectos portugueses Mateus Vicente de Oliveira e Manuel Caetano de Sousa, e o arquitecto-escultor francês João Baptista Robillon. As obras começaram em 1755. No teatro real deste palácio interveio o arquitecto I. de Oliveira Benevides, vindo essa sala a ser inaugurada em 17 de Dezembro de 1778 (1º aniversário da coroação da Rainha).

Destaca-se, para além do valor arquitectónico e patrimonial, a beleza dos jardins e larga extensão de mata que o cerca.

Foi residência sazonal real e hoje tem vocação turístico-cultural. Os traços arquitectónicos salientam os estilos barroco, rococó e neoclássico. A planta apresenta-se complexa, pois corresponde à aglutinação de vários núcleos e a fases distintas de construção. Porém, pode-se dizer que o palácio se organiza genericamente em L, enquadrando os jardins por meio de várias alas.

Do lado externo, o palácio abre dois braços curvos. No lado dos jardins, é visível a articulação das várias fachadas de aparato, nomeadamente a que enquadra o Jardim de Neptuno ou Jardim Grande. No piso térreo, merece destaque o corpo central de dois andares, firmado por portas e janelas de sacada. A fachada de cerimónia virada ao Jardim dos Azereiros ou Jardim de Malta, é constituída por três corpos.

Pavilhão Robillon, Palácio Real de Queluz.
Simetria nos jardins com sebes talhadas em buxo Palácio Real de Queluz.
Corredor das Mangas com revestimento a azulejo policromo.

O desnível entre os jardins e o parque perde relevo perante a sequência de terraços e galeria porticada por pares de colunas toscanas, rematada por uma monumental escadaria. No interior, a organização dos compartimentos processa-se em linha. A decoração de algumas salas é digna de realce, sendo constituída por pintura a fresco (Sala das Açafatas), revestimento a espelhos, estuque e talha dourada (Toucador da Rainha, Sala do Trono), parquet de madeiras exóticas (Sala D. Quixote) ou azulejos (Corredor das Mangas). Os jardins são ornamentados por estátuas.

A chamada Quinta de Queluz, que anteriormente pertenceu ao marquês de Castelo Rodrigo, passou para posse real em 1654 e foi incorporada na Casa do Infantado. O palácio começou a ser construído em 1747. Daí até finais do século XVIII o edifício ganhou os contornos que apresenta hoje, nomeadamente com o marcado revestimento azulejar e a construção de sumptuosos jardins, a cargo de um arquitecto holandês. No jardim chegou a existir uma pequena praça de touros, que viria a desaparecer.

A primeira fase de construção do jardim terminou em 1786. Oito anos depois, o palácio tornou-se oficialmente residência oficial da Família Real Portuguesa. Nele nasceu D. Pedro IV de Portugal (ou D. Pedro I do Brasil), em 12 de outubro de 1798. Quando da partida dos reis para o Brasil, em 1807, grande parte do recheio do palácio foi despojado. Em 24 de setembro de 1834, já como rei de Portugal, Pedro IV viria a falecer no mesmo quarto em que nascera. A partir desta data entrou em declínio, até que em 1908 o rei D. Manuel II o cedia à Fazenda Nacional.

O desnível entre os jardins e o parque perde relevo perante a sequência de terraços e galeria porticada por pares de colunas toscanas, rematada por uma monumental escadaria. No interior, a organização dos compartimentos processa-se em linha. A decoração de algumas salas é digna de realce, sendo constituída por pintura a fresco (Sala das Açafatas), revestimento a espelhos, estuque e talha dourada (Toucador da Rainha, Sala do Trono), parquet de madeiras exóticas (Sala D. Quixote) ou azulejos (Corredor das Mangas). Os jardins são ornamentados por estátuas.

A chamada Quinta de Queluz, que anteriormente pertenceu ao marquês de Castelo Rodrigo, passou para posse real em 1654 e foi incorporada na Casa do Infantado. O palácio começou a ser construído em 1747. Daí até finais do século XVIII o edifício ganhou os contornos que apresenta hoje, nomeadamente com o marcado revestimento azulejar e a construção de sumptuosos jardins, a cargo de um arquitecto holandês. No jardim chegou a existir uma pequena praça de touros, que viria a desaparecer.

A primeira fase de construção do jardim terminou em 1786. Oito anos depois, o palácio tornou-se oficialmente residência oficial da Família Real Portuguesa. Nele nasceu D. Pedro IV de Portugal (ou D. Pedro I do Brasil), em 12 de outubro de 1798. Quando da partida dos reis para o Brasil, em 1807, grande parte do recheio do palácio foi despojado. Em 24 de setembro de 1834, já como rei de Portugal, Pedro IV viria a falecer no mesmo quarto em que nascera. A partir desta data entrou em declínio, até que em 1908 o rei D. Manuel II o cedia à Fazenda Nacional.

No ano de 1934 seria este palácio vítima de um violento incêndio que o destruiria parcialmente, entrando novamente em fase descendente. A 19 de Dezembro de 2001 reabriu ao público a Sala de Música com um recital de Christiano Holtz, no restaurado Pianoforte Muzio Clementi, pertencente à colecção de instrumentos musicais do Palácio de Queluz.