27/09/2009

Registo Civil de Beja

Registo Civil de Beja

O Registo Civil de Beja recebeu o seguinte requerimento

Beja, 5 de Fevereiro 2006.

Eu, Maria José Pau, gostaria de saber da possibilidade de se
abolir o sobrenome Pau do meu nome, já que a presença do Pau me tem deixado
embaraçada em várias situações. Desde já agradeço a atenção despendida.
Peço deferimento,

Maria José Pau.

Em resposta, recebeu a seguinte mensagem:

Cara Senhora Pau:

Sobre a sua solicitação da remoção do Pau, gostaríamos de lhe
dizer que a nova legislação permite a remoção do Pau, mas o processo é
complicado e moroso.
Se o Pau tiver sido adquirido após o casamento, a remoção é
mais fácil, pois, afinal de contas, ninguém é obrigado a usar o Pau do
cônjuge se não quiser. Se o Pau for do seu pai, torna-se mais difícil, pois
o Pau a que nos referimos é de família e tem sido utilizado há várias
gerações.

Se a senhora tiver irmãos ou irmãs, a remoção do Pau
torná-la-ia diferente do resto da família.

Cortar o Pau do seu pai pode ser algo muito desagradável para
ele. Outro senão está no facto do seu nome conter apenas nomes próprios, e
poderá ficar esquisito, caso não haja nada para colocar no lugar do Pau.
Isto sem mencionar que as pessoas estranharão muito ao saber que a senhora
não possui mais o Pau do seu marido.

Uma opção viável seria a troca da ordem dos nomes. Se a senhora
colocar o Pau na frente da Maria e atrás do José, o Pau pode ser escondido,
pois poderia assinar o seu nome como 'Maria P. José'.

A nossa opinião é a de que o preconceito contra este nome já
acabou há muito tempo e visto que a senhora já usou o Pau do seu marido por
tanto tempo, não custa nada usá-lo um pouco mais.

Eu mesmo possuo Pau, sempre o usei e muito poucas vezes o Pau
me causou embaraços.

Atenciosamente,

Bernardo Romeu Pau Grosso
Registo Civil de Beja

enviado por J.C (que não é Cristo)

4 FILMES PREMIADOS



enviado por D.A.M.

D. SEBASTIÃO

D. Sebastião I de Portugal

(Lisboa, 20 de Janeiro de 1554Alcácer-Quibir, 4 de Agosto de 1578), décimo sexto rei de Portugal, e sétimo da Dinastia de Avis.

Herdeiro do trono
Litografia representando D. Sebastião quando criança

Era neto do rei João III, tornando-se herdeiro do trono depois da morte do seu pai, o príncipe João de Portugal, duas semanas antes do seu nascimento, e rei com apenas três anos, em 1557. Em virtude de ser um herdeiro tão esperado para dar continuidade à Dinastia de Avis, ficou conhecido como O Desejado; alternativamente, é também memorado como O Encoberto ou O Adormecido, devido à lenda que se refere ao seu regresso numa manhã de nevoeiro, para salvar a Nação.

Durante a sua menoridade, a regência foi assegurada primeiro pela sua avó, a rainha Catarina da Áustria, viúva de D. João III, e depois pelo tio-avô, o Cardeal Henrique de Évora. Neste período, para além da aquisição de Macau em 1557 e Damão em 1559, a expansão colonial foi interrompida. A premência era a conjugação de esforços para preservar, fortalecer e defender os territórios conquistados.

Durante a regência de D. Catarina e do cardeal D. Henrique e o curto reinado de D. Sebastião, a Igreja continuou a sua ascensão ao poder. A actividade legislativa centrou-se em assuntos do foro religioso, como por exemplo a consolidação da Inquisição e sua expansão até à Índia, a criação de novos bispados na metrópole e nas colónias. A única realização cultural importante foi o estabelecimento de uma nova universidade em Évora – e também aqui a influência religiosa na corte se fez sentir, pois foi entregue aos Jesuítas.

Investiu-se muito na defesa militar dos territórios. Na rota para o Brasil e a Índia, os ataques dos piratas eram constantes e os muçulmanos ameaçavam as possessões em Marrocos, atacando, por exemplo, Mazagão em 1562. Procurou-se assim proteger a marinha mercante e construir ou restaurar fortalezas ao longo do litoral.

Os bastiões no Norte de África, pouco interessantes em termos comerciais e estratégicos, eram autênticos sorvedouros de dinheiro, sendo necessário importar quase tudo, além do que, sujeitos a constantes ataques, custavam muito em armamento e homens. Assim, Filipe II viria prudentemente a devolver aos mouros Arzila, conquistada por D. Sebastião.

De facto, a preservação das praças em Marrocos devia-se sobretudo as questão de prestígio e tradição. No entanto, estas evidências pouco interessavam a D. Sebastião. Temerário até às raias da insensatez, a sua grande ambição era conquistar Marrocos.

O jovem rei cresceu educado por Jesuítas e tornou-se num adolescente de grande fervor religioso, que distribuía o seu tempo entre jejuns e caçadas. Rodeado de bajuladores, Sebastião desenvolveu uma personalidade mimada e teimosa.

Reinado

Aos 14 anos, D. Sebastião assume a governação. De saúde débil e fraco de espírito, sonhava apenas com batalhas, conquistas e a expansão da Fé, dedicando pouco tempo à governação de tão vasto império, profundamente convicto de que seria o capitão de Cristo numa nova cruzada contra os mouros do Norte de África.

Sebastião começou a preparar a expedição contra os marroquinos da cidade de Fez. Filipe II de Espanha, seu tio, recusou participar naquilo que considerava uma loucura e adiou o casamento de Sebastião com uma das suas filhas para depois da campanha.

O exército português desembarcou em Marrocos em 1578 e, ignorando os conselhos dos seus generais, Sebastião rumou imediatamente para o interior. Tinha 24 anos de idade.

Desaparecimento e lenda

Na subsequente batalha de Alcácer-Quibir, o campo dos três reis, os portugueses sofreram uma derrota humilhante às mãos do sultão Ahmed Mohammed de Fez e perderam uma boa parte do seu exército. Quanto a Sebastião, provavelmente morreu na batalha ou foi morto depois desta terminar. Mas para o povo português de então o rei havia apenas desaparecido. Este desastre teria as piores consequências para o país, colocando em perigo a sua independência. O resgate dos sobreviventes ainda mais agravou as dificuldades financeiras do país.

Em 1581, Filipe I de Portugal, mandou transladar para o Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa um corpo que alegava ser o do rei desaparecido, na esperança de acabar com o sebastianismo, o que não resultou, nem se pôde comprovar ser o corpo realmente o de Sebastião I. O Túmulo de Mármore que repousa sobre dois elefantes, pode ainda hoje ser observado em Lisboa. A dúvida que persiste há mais de 425 anos poderia provavelmente hoje ser resolvida com um simples teste de ADN (DNA).

Tornou-se então numa lenda do grande patriota português - o "rei dormente" (ou um Messias) que iria regressar para ajudar Portugal nas suas horas mais sombrias, uma imagem semelhante à que o Rei Artur tem em Inglaterra ou Frederico Barbarossa na Alemanha.

Durante o subsequente domínio espanhol (1580-1640) da coroa portuguesa, três pretendentes afirmaram ser o rei D. Sebastião, tendo o último deles - o italiano Marco Tullio Catizone - sido enforcado em 1619.

Retrato d’El Rei Dom Sebastião. Pintura a óleo sobre tela datável dos finais do Séc. XVI ou inicio do Séc. XVII, patente na Câmara dos Azuis.

Já em fins do século XIX, no Brasil, lavradores sebastianistas no sertão da Bahia acreditavam que o rei iria regressar para ajudá-los na luta contra a "república ateia brasileira", durante a chamada Guerra de Canudos.

Em conclusão, a dinastia de Avis, popular entre o povo após ter guiado Portugal a sua época de ouro, acabou por submergir na busca de um sonho: a União Peninsular. As mesmas complicações causadas pela procriação consanguínea causou as mortes das crianças de D. João III e de Catarina de Áustria, além da loucura e desespero dos seus netos Sebastião e Carlos, os últimos príncipes de Avis-Habsburgo.

Representacão artística

O retrato ao lado mostra El Rei Dom Sebastião. É um dos poucos retratos desta época, conhecidos do monarca. Apresenta-nos Dom Sebastião em idade adulta, com barba e bigode, numa representação de busto a 3/4 envergando armadura de gala com gola de folhos.

Da decoração da armadura sobressai a Cruz de Cristo, de que é visível o braço superior, com uma forma mal representada, o que nos leva à conclusão da autoria por um pintor espanhol ou italiano, mais familiarizados com este tipo de cruz do que com as formas rectas da Cruz de Cristo.

O retrato está carregado de simbolismo, não só pela inclusão da Cruz de Cristo, como pela legenda que encima o quadro “Sebastianus I Lusitanor R” (Sebastião I Rei dos Portugueses), que nos remete para o início do Mito de Dom Sebastião, dito Sebastianismo.

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2 - GIL VICENTE

Poeta-ourives?




Cada livro publicado sobre Gil Vicente é, quase sempre defensor de uma qualquer tese que identifique ou não o autor ao ourives. A favor desta hipótese existe o facto de o dramaturgo usar com propriedade termos técnicos de ourivesaria na sua obra.


Alguns intelectuais portugueses polemizaram sobre o assunto. Camilo Castelo Branco escreveu, em 1881, o documento "Gil Vicente, Embargos à fantasia do Sr. Teófilo Braga" - este último defendia uma só pessoa para o ourives e para o poeta, enquanto que Camilo defendia duas pessoas distintas. Teófilo Braga mudaria de opinião depois de um estudo de Sanches de Baena que mostrava a genealogia distinta de dois indivíduos de nome Gil Vicente, apesar de Brito Rebelo ter conseguido comprovar a inconsistência histórica destas duas genealogias, utilizando documentos da Torre do Tombo. Lopes da Silva, na obra citada[1], avança uma dezena de argumentos para provar que Gil Vicente era ourives quando escreveu a sua primeira obra, uma imitação do Auto del Repelón, de Juan del Encina a quem pede emprestada não só a história, mas também as personagens com o seu respectivo idioma, o saiaguês.



Dados biográficos


Apesar de se considerar que a data mais provável para o seu nascimento tenha sido em 1466, Sabe-se que casou com Branca Bezerra, de quem nasceram Gaspar Vicente(que morreu em 1519) e Belchior Vicente(nascido em 1505). Depois de enviuvar, casou com Melícia Rodrigues de quem teve Paula Vicente (1519-1576), Luís Vicente (que organizou a compilação das suas obras) e Valéria Borges. Presume-se que tenha estudado em Salamanca.











O Monólogo do vaqueiro, como teria sido representado pelo próprio Gil Vicente, de acordo com a visão do pintor Roque Gameiro.




O seu primeiro trabalho conhecido, a peça em sayaguês Auto da Visitação, também conhecido como Monólogo do Vaqueiro, foi representada nos aposentos da rainha D. Maria, consorte de Dom Manuel, para celebrar o nascimento do príncipe (o futuro D. João III) - sendo esta representação considerada como o marco de partida da história do teatro português. Ocorreu isto na noite de 8 de Junho de 1502, com a presença, além do rei e da rainha, de Dona Leonor, viúva de D. João II e D. Beatriz, mãe do rei.


Tornou-se, então, responsável pela organização dos eventos palacianos. Dona Leonor pediu ao dramaturgo a repetição da peça pelas matinas de Natal, mas o autor, considerando que a ocasião pedia outro tratamento, escreveu o Auto Pastoril Castelhano. De facto, o Auto da Visitação tem elementos claramente inspirados na "adoração dos pastores", de acordo com os relatos do nascimento de Cristo. A encenação incluía um ofertório de prendas simples e rústicas, como queijos, ao futuro rei, ao qual se pressagiavam grandes feitos. Gil Vicente que, além de ter escrito a peça, também a encenou e representou, usou, contudo, o quadro religioso natalício numa perspectiva profana. Perante o interesse de Dona Leonor, que se tornou a sua grande protectora nos anos seguintes, Gil Vicente teve a noção de que o seu talento lhe permitiria mais do que adaptar simplesmente a peça para ocasiões diversas, ainda que semelhantes.


Se foi realmente ourives, terminou a sua obra-prima nesta arte - a Custódia de Belém - feita para o Mosteiro dos Jerónimos, em 1506, produzida com o primeiro ouro vindo de Moçambique. Três anos depois, este mesmo ourives tornou-se vedor do património de ourivesaria no Convento de Cristo, em Tomar, Nossa Senhora de Belém e no Hospital de Todos-os-Santos, em Lisboa.


Consegue-se ainda apurar algumas datas em relação a esta personagem que tanto pode ser una como múltipla: em 1511 é nomeado vassalo de el-Rei e, um ano depois, sabe-se que era representante da bandeira dos ourives na "Casa dos Vinte e Quatro". Em 1513, o mestre da balança da Casa da Moeda, também de nome de Gil Vicente (se é o mesmo ou não, como já se disse, não se sabe), foi eleito pelos outros mestres para os representar junto à vereação de Lisboa.


Será ele que dirigirá os festejos em honra de Dona Leonor, a terceira mulher de Dom Manuel, no ano de 1520, um ano antes de passar a servir Dom João III, conseguindo o prestígio do qual se valeria para se permitir a satirizar o clero e a nobreza nas suas obras ou mesmo para se dirigir ao monarca criticando as suas opções. Foi o que fez em 1531, através de uma carta ao rei onde defende os cristãos-novos.


Morreu em lugar desconhecido, talvez em 1536 porque é a partir desta data que se deixa de encontrar qualquer referência ao seu nome nos documentos da época, além de ter deixado de escrever a partir desta data.

2 - COLONIZAÇÃO BRASIL

Causas da expansão da colonização do Brasil
Vasco da Gama explorou as costas do Oceano Índico, abrindo as portas do Oriente à colonização portuguesa. Com o objetivo de obter a hegemonia comercial na região, os portugueses entraram em luta com os mercadores árabes, os antigos senhores dos mares, conseguindo infligir-lhes sérias derrotas. Calecute, EgitoVeneza uniram-se contra Portugal, porém esta aliança foi derrotada em 1509.
Em
1510 Afonso de Albuquerque conquistou Goa, na Índia, que logo se transformou na principal possessão portuguesa na Índia. O controle português das rotas marítimas entre o oceano Índico e o mar Mediterrâneo foi assegurado com a tomada da ilha de Socotorá e da cidade de Ormuz.

Ao Sião e às ilhas de Samatra e Java foi posteriormente imposto o protetorado português, com o domínio na região de Malaca na península da Malásia. Com tal domínio, os exploradores portugueses puderam chegar às ilhas de Sonda, à China e ao Japão. Portugal passou a ter um controle tão grande do Índico que era necessário a quem quisesse atravessá-lo solicitar um salvo-conduto às autoridades portuguesas.
As conquistas no Oriente, somadas à existência dos entrepostos comerciais da
África, fizeram nascer o primeiro grande império colonial da Europa moderna, que se estendia por 20.000 km de costas, do cabo Bojador, no Oceano Atlântico, às ilhas Molucas, no Oceano Pacífico.
Ineficaz, porém, foi a forma do monopólio da exploração do império. Em vez de povoar
os territórios, o que era humanamente impossível devido à vasta extensão e ao escasso número de pessoas para o fazer, Portugal se impunha militarmente: para manter a logística, dispendia boa parte do que lucrava com o comércio das especiarias, sobretudo a pimenta.
Como se isso não bastasse, a concorrência começou a crescer com a entrada no comércio dos
espanhóis, franceses, ingleses e neerlandeses atraídos pelos lucros obtidos com a revenda das especiarias na Europa.
Desta forma, por volta de 1550 já se encontravam decadentes as estruturas coloniais portuguesas na Ásia e na África.

BATALHA DE ALCÁCER QUIBIR


Battle of Alcácer Quibir Batalha de Alcácer Quibir
Batalha.jpg
Batalha de Alcácer Quibir, descrevendo o cerco do Exército Português, à esquerda.
Data 4 de agosto, 1578
Local Ksar-el-Kebir, Marrocos
Resultado Vitória Decisiva Reino de Marrocos
Beligerantes
Flag Portugal (1578). Svg Império Português Reino de Marrocos
Comandantes
Sebastião I de Portugal

Abu Abdallah Mohammed II Abu Abdallah Mohammed II


Força
23.000 Portugueses

3.000-6.000 aliados dos Mouros

40 canhões

40.000


34 canhões

Baixas
9.000 mortos
16.000 capturado
Desconhecido

A Batalha de Alcácer Quibir (variantes ortográficas são legião: Alcácer-Quibir, Al Quasr al-kibr, Alcazarquivir, Alcassar e assim por diante, significando grande palácio em árabe) (Árabe: معركة القصر الكبير), também conhecida como Batalha dos Três Reis (árabe: معركة الملوك الثلاث), também conhecida como "Batalha de El Oued Makhazeen" (árabe: معركة وادي المخازن), em Marrocos, foi a maior batalha travada em Marrocos norte, perto da cidade de Ksar-el-KebirTânger e Fez, em entre 4 de agosto 1578.

Os combatentes foram o exército de Abu Abdallah Mohammed II Saadi, da Dinastia Saadi, com seu aliado, o Sebastião Rei de Portugal, e um grande exército marroquino nominalmente sob o Sultão novo de Marrocos (tio e de Abu Abdallah Mohammed II Saadi) Abd Al -Malik da Dinastia Saadi. O rei cristão militante tinha planeado uma cruzada após Abu Abdallah Mohammed II Saadi pedir ao rei Sebastião ajuda para recuperar seu trono, que seu tio Abd Al-Malik tinha tirado. No caso de sua derrota levou ao desaparecimento de Portugal como nação independente durante 60 anos.

ANTECEDENTES

D. Sebastião, conhecido em Portugal como o desejado, era filho de Dom Infante João (filho de João III de Portugal) e Joana, filha do imperador Carlos V.

Seu pai morreu antes de ele nascer, e ele tornou-se rei em menos de três anos após a morte de seu avô em 1557. Foi educado quase inteiramente por jesuítas, por seu tutor e tutor Aleixo de Meneses e Catarina de Áustria, irmã de Charles V e esposa do rei D. João III.

Alguns, julgam-no depois de sua derrota, alegando que influências do seu idealismo juvenil logo se transformou em fanatismo religioso, embora nunca se juntou a Liga Sagrada.

As Cortes pediram várias vezes para o rei ir e parar a agitação do avanço e presença militar turco, porque os otomanos seriam uma ameaça para a segurança das costas Portuguesas e ao comércio com a Guiné, Brasil e Ilhas do Atlântico.

Mas foi só quando Abu Abdallah Mohammed II Saadi foi a Portugal e pediu ajuda para recuperar o trono de seu tio que D. Sebastião decidiu encetar o esforço militar.

D. Sebastião sentiu-se motivado para reviver as glórias perdidas, intervindo na África do Norte, influenciado pelos acontecimentos, como a defesa de Mazagão, em 1562 a partir de um cerco mouro. Assim, em 1568, o reino começou a preparar a intervenção em Marrocos.

Esta política não só foi apoiada pela burguesia mercantil, uma vez que iria beneficiar o comércio nesta área (principalmente, ouro, gado, trigo e açúcar), mas também pela nobreza.

Até aquele momento a acção militar em África tinha-se confinado a pequenas expedições e invasões; Portugal tinha construído o seu vasto império marítimo do Brasil para as Índias Orientais por uma combinação de comércio, a exploração do mar e superioridade tecnológica.

Em 1574, Sebastian conseguiu um ataque bem sucedido em Tânger, que o encorajou ao projecto grandioso contra o governante novo Saadian de Marrocos. Deu o seu apoio a Abu Abdallah Mohammed II Saadi, que estava envolvido numa guerra civil para recuperar o trono de Marrocos de seu tio, o Emir Abd Al-Malik - que era aliado do otomanos cada vez mais poderosos.
Apesar das advertências de sua mãe e seu tio Philip II da Espanha (que havia se tornado muito cauteloso após a Batalha de Djerba), Sebastian estava decidido a empreender uma campanha militar.

D. Sebastião usou grande parte da riqueza imperial de Portugal para equipar uma frota grande e reunir um exército de mercenários, incluindo Espanha, Inglaterra e Alemanha, assim como 2.000 italianos inicialmente contratados para ajudar uma invasão da Irlanda, sob a liderança do aventureiro Inglês, Thomas Stukley.

Diz-se que a força expedicionária numeradas de 500 navios, e do exército no total, eram cerca de 23.000 homens, incluindo a flor da nobreza Portuguesa.

D. Sebastião de Portugal.

A campanha

Após exortar as tropas das janelas da Igreja de Santa Maria, em Lagos, D. Sebastião, que partiu do porto a 24 de junho 1578.

Desembarcou em Arzila, Marrocos em Português, onde Abu Abdallah Mohammed II Saadi se juntou a ele com um adicional de 6.000 soldados mouros, e marchou para o interior.

O emir, que estava gravemente doente, tinha, entretanto, recolhido um grande exército, reunindo seus compatriotas a jihad contra os invasores Portugueses Os dois exércitos se aproximaram perto de Ksar-el-Kebir, acampando em lados opostos de um rio.

Cavalaria moura perseguindo o exército Português.

A batalha em 4 de agosto, as tropas aliadas foram dispostas em ordem de batalha, e D. Sebastião montou em torno de incentivar as fileiras. Mas os marroquinos avançaram numa frente ampla, planeando cercar o seu exército.

O sultão colocou 10.000 cavalareiros nos flancos e no centro tinha colocado mouros que haviam sido expulsos da Espanha que tinham um especial rancor contra os cristãos. Apesar de sua doença, o sultão deixou sua maca e levaram -no a cavalo.

A batalha começou quando os dois lados trocaram várias salvas de tiros de fuzilaria e artilharia. Stukley Thomas, comandante do Centro Português, foi morto por uma bala de canhão no início da batalha. A superioridade da cavalaria moura avançou e começou a cercar o exército inimigo. Ambos os exércitos se embrenharam numa sangrenta escaramuça.

Os flancos do exército Português cederam à cavalaria Moura e, finalmente, o centro tornou-se ameaçado também. Vendo os flancos comprometida, e de ter perdido seu comandante no início da batalha, o Centro Português perdeu o ânimo e foi dizimado.

A batalha terminou após quase quatro horas de duros combates e resultou na derrota total do exército português com 9.000 mortos, incluindo o abate de quase toda a nobreza do país, e 16.000 feitos prisioneiros, talvez 100 sobreviventes fugiram para o litoral. . O corpo de D. Sebastião, que liderou uma carga para o meio do inimigo nunca foi encontrado.

O sultão Abd Al-Malik também morreu durante a batalha, mas por causas naturais (o esforço de montar era demais para ele), e a notícia foi ocultada às suas tropas até a vitória total ser celebrada. Abu Abdallah Mohammed II Saadi tentou fugir, mas foi afogado no rio. Por este motivo, a batalha ficou conhecida em Marrocos como a Batalha dos Três Reis Magos.

As consequências

Abd Al-Malik foi sucedido por o Sultão al irmão Ahmad-Mansur, também conhecido como Addahbi Alves, que conquistou Timboktu e o Império do Mali.

Para Portugal, a batalha foi um desastre. Apesar da falta de um corpo, Sebastião foi dado como morto, na idade de 24. Na sua fé, permanecera solteiro e sem herdeiro.

Sem filhos tio Henrique I de Portugal, um cardeal da igreja romana, sucedeu ao trono, como parente mais próximo. O seu breve reinado (1578-1580) foi dedicada à tentativa sanar o desastre financeiro pela expedição a Marrocos.

Após sua morte, o trono da Dinastia de Avis, que governou Portugal durante 200 anos, foi derrotados por uma invasão militar castelhana. Filipe II da Espanha, neto materno de Manuel I de Portugal, e herdeiro mais próximo do sexo masculino ( sendo um tio de Sebastião I), invadiu com um exército de 15 000 homens, derrotando as tropas de António, Prior do Crato na batalha de Alcântara e foi coroado Filipe I de Portugal pelas Cortes de Tomar em 1581.

Mais tarde, no início de seu reinado, Philip II ordenou que o corpo mutilado que se dizia ser de D. Sebastião (e assim reconhecido após a batalha de alguns de seus mais próximos), e ainda no Norte de África, regressasse a Portugal, onde foi enterrado no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

Portugal e seu império não de jure, foi incorporado no Império Espanhol, e permaneceu como um reino separado dos Habsburgos espanhóis até 1640, data do golpe revolucionário quando recuperou a Independência na Guerra da Restauração.

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E L E I Ç Õ E S

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